Montmartre é um bairro boêmio da cidade de Paris. Estende-se sobre uma colina, que já no tempo dos gauleses se destinava a lugar de culto. O nome "Montmartre" vem de "Mont des Mártires" (Monte dos Martires, devido ao facto de terem sido lá mortos três membros do clero, por volta do ano 250).
No século XII, foi construido um mosteiro de monges beneditinos, na Rue des Abesses, que mais tarde foi sede de uma poderosa abadia. Na praça Emile Goudeau, famosa graças ao Bateau Lavoir, um prédio que no início do século XX, foi moradia e atelier de Picasso, Brancusi, Modigliani e tantos outros. Este imóvel sofreu um incêndio, em 1970 mas no seu lugar existe uma vitrine que conta a história do Bateau e de seus ilustres hóspedes.
Consagrado a São Dionísio, tornou-se, na Idade Média, um lugar de peregrinação e, em 1133, passou para a jurisdição dos Beneditinos que ali cultivavam as suas vinhas. (ainda hoje existem parte destes vinhedos). As vinhas de Montmartre que dão origem à um vinho que a autarquia de Montmatre produz, não sei quantas garrafas de vinho por ano, com estas uvas tão urbanas. O vinho é vendido pela prefeitura do bairro e custa 40 euros. A colheita das uvas, (em Setembro), ou seja "les vendanges", acontece no mês de Outubro com uma grande festa muito simpática. Quem estiver em Paris nesta época, não deve perder este evento.
No final do século XIX, Montmartre passou a ser o centro da vida artística e boémia de Paris. Artistas de espirito livre e criativo, seus cafés, e o cabaret Lapin Agile, ajudaram a manter esta área da cidade, centro intelectual e artístico, até a primeira Guerra Mundial.
Graças à sua posição estratégica, Montmartre foi muitas vezes centro de comandos militares. Em 1860, o bairro foi ligado à cidade, e transformou-se num ponto de encontro importante de artistas plásticos e intelectuais, famoso pela sua animada vida nocturna. Modelos, bailarinas e pintores como Degas, Cézanne, Monet, Van Gogh, Renoir e Toulouse-Lautrec frequentavam o lugar contribuindo para criar um clima de vida bastante boémia e libertária.
Hoje, as suas ruas ainda se animam com artistas, vendedores ambulantes, e turistas que passeiam pelas suas ladeiras, à procura de lugares famosos e bares bem abastecidos.
Na Place du Tertre (Praça dos Pintores), podemos admirar amontoados, eles mesmos a formar uma tela pitoresca, pintores atuais e suas obras, muitos a pintar Montmartre diante dos turistas, ou até mesmo fazendo destes, seus retratos. Pouco abaixo, um museu com as obras de Salvador Dali. Imperdível o Museu de Montmartre, imortalizando a boêmia da colina, os cabarés, os pintores, assinaturas “de ouro” de toda uma época muito rica e criativa.
No ponto mais alto da colina situa-se a Basílica de Sacré Cœur.
"Poesia", pode ser o deixar a pé, descendo as escadarias em pedras multiformes da Rua Foyatier. Ladeada por árvores entristecidas, cortada, ao centro, pela fileira de antigos lampiões, com as suas luzes cálidas, a rivalizar com o expirar tênue do sol, a ladeira inspira... Tem-se a vontade de se descer calado, sob a brisa fria. Nos olhos a luz rosada dos delicados candeeiros, no peito, o calor agradável da emoção...
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