Cidade de uma beleza indescritível, a que Winston Churchill chamou "Paris do Deserto", prende os visitantes pelo esplendor dos seus palácios e jardins, misturados com a atmosfera do Marrocos tradicional, o que lhe dá uma cor e um fascínio surpreendentes. "Primeiro estranha-se, depois entranha-se" - referiu Fernando Pessoa no seu caderno de viagens, com a impressão que teve de Marrakech. Uma vez entranhada, pode-se respirar o seu ar de surpresas, repleto de sabores intensos, cores frenéticas e sons vibrantes. Marrakech é realmente camaleónica, ao estilo das grandes metrópoles cosmopolitas, como Nova Iorque ou Paris.
Hoje possui um vastíssimo Kasbah, e a exótica Praça de Djemaa el Fna, fervilha de animação: músicos, vendedores de bebidas, encantadores de serpentes, saltimbancos, cartomantes, acrobatas, contadores de histórias... Nos bazares, artífices fabricam artesanato. Existem vendedores de laranjas e do seu sumo, de especiarias, de frutos, de nozes e outros frutos secos, de ervas raras, de amuletos, aguadeiros (vendedores de água)…; ao entardecer a confusão ainda aumenta mais, para se comer à noite, bolo de batata, couscous e espetadas.
As muralhas da cidade, do séc. XII, com as suas nove portas, com 19 km de perímetro e 202 torreões, de fortes tons rosados, e com o minarete da Mesquita Koutoubia, de 70 m de altura, séc.XII, a porta Bab Aguenaou, contemporânea da Koutoubia, vizinha da porta Bab er Rob, sendo a primeira, um belo exemplo da porta monumental almóada.
Nas fábricas de curtumes do souk, vemos os gestos ancestrais dos curtidores de peles, onde há séculos nada muda... Por entre as peles estendidas ao sol, sobre palha, perto das vasilhas, os artesãos utilizam em permanência, o açafrão para obter o amarelo, a papoila para o vermelho, o indigo para o azul e o antimónio para o preto... Tendo aqui um olhar indispensável sobre o passado.
A viagem de caleche pelo palmeiral, embalados pelo trote vigoroso do cavalo; sentindo a brisa que corre ligeira; admirando as palmeiras que se desenham, abraçando o céu; dando a volta ao palmeiral, ao pôr-do-sol, é momento a não perder.
O Mausoléu do Soberano e a universidade religiosa de Ben Youssef, que é a maior do Maghreb, (séc.XVI); a mesquita El-Mansour, séc. XII, com seu grande minarete. À direita da mesquita, uma rua estreita conduz à entrada dos túmulos Sádidas, pequeno cemitério com esplêndidos mausoléus, onde repousam os membros desta dinastia, que foram construídos no séc.XVI.
A El Badia foi edificada no final do séc. XVI, encontrando-se hoje em ruínas. No interior deste palácio existe um laranjal. O Parque Ménara (a cerca de 2 km para oeste de Bab Jdid), enorme reservatório de água do séc. XII (que servia para regar um extenso laranjal, e que está aberto todos os dias até ao pôr-do-sol), onde o rei se passeava num barco que lá afundou; a mansão de Yves Saint Laurent com o seu soberbo jardim, (onde recentemente, depois da sua morte, foram lançadas as suas cinzas), e ainda muito, muito mais para ver da cidade mais pitoresca e procurada de Marrocos…


Berrechid, a primeira cidade que encontrámos no caminho é uma cidade industrial, que fica a 30 km ao sul de Casablanca.
A cidade seguinte, Settat, é uma cidade situada na região centro-norte de Marrocos com cerca de 120000 habitantes, sobre a Chaouia, planície costeira, e que fica a cerca de 57 km de Casablanca.
Settat foi a maior zona de paisagem agrícola, vista por nós. É uma zona onde se produz muito algodão, o que deu origem a uma excelente indústria de produção de tecidos e roupas de algodão. Settat está bem conectada com outros centros urbanos através do transporte ferroviário e rodoviário, em especial com as cidades de Casablanca e Marrakech, o que facilita o escoamento das suas produções. É uma das cidades mais ricas de Marrocos, o que se reflecte na sua atraente arquitectura e na existência de uma universidade.
Marrocos é um país predominantemente agrícola, e mais de metade da população vive do cultivo da terra. Nas montanhas criam-se grandes rebanhos de gado ovino e caprino. Apesar de tudo, profundas diferenças separam os níveis de vida da população e existe muita pobreza. A maioria dos agricultores possui apenas uma pequena parcela de terra do qual extrai o sustento para si e para os seus familiares.
























