No final da noite, e já bastante cansados, fomos a pé até à zona marginal para apanharmos um táxi para o Prado, onde havíamos de apanhar o autocarro de volta ao parque de campismo de Dos Hermanas, e eis que neste percurso fomos novamente apanhados por mais uma procissão, o que nos obrigou a desviar caminho.
Site: folhaonline.com.br
O passeio turístico proporcionado por estes autocarros é muito agradável, embora de curta duração. Mostrando o essencial da cidade, permite que os turistas saiam ou entrem quando quiserem, facilitando assim a visita à cidade. O bilhete tirado por 3 dias é o recomendado, não só por ficar mais em conta, mas também porque proporciona ao visitante maior mobilidade.
Ali nos terrenos da Expo 92, como é mais conhecida actualmente esta zona, encontra-se o Parque Tecnológico e o parque de diversões La Isla Mágica. Ali passa-se novamente uma ponte para a margem direita. Esta ponte junto à Expo 92, a Ponte do V Centenário, foi construída por ocasião da Exposição Universal e dá um toque de modernidade à cidade.
Ali há paragens para uma visita a pé da Catedral e do Alcazar. No entanto na Páscoa, só se pode visitar estes locais no domingo de Páscoa. Para quem quizer fazer a volta completa, visitará em seguida o bairro de Santa Cruz e após este, voltamos novamente ao ponto de partida, o Prado de San Sebastian.
No Prado, estamos perto quer da belíssima Plaza Mayor, quer do lindo Parque Maria Luiza, um dos pulmões da cidade, que originariamente fazia parte dos jardins que rodeavam o Palácio de San Telmo.
Apesar de um ditado popular afirmar, que "em Sevilha, o ano inteiro é como se fosse Semana Santa", esta sensação olfactiva é única e inesquecível e acompanha quem caminha pelas ruas e ruelas ao longo desses dias.
Ao caminharmos pelas ruas da cidade, ainda nos primeiros momentos da tarde, cruzamo-nos com vários penitentes já vestidos de túnica e com o capuz posto, que se dirigiam para a igreja de onde sairia a procissão da sua confraria.
Alguns vestidos inteiramente de negro, com cilício de corda por cima da túnica, outros de branco, ou com o capuz e o escapulário de distintas cores. Bom número deles caminhavam descalços, outros apenas com umas simples sandálias e assim, iriam caminhar durante horas, até que a sua procissão acabasse...
Site: sevillacard
Os romanos latinizaram o nome da cidade (Sevilha) e chamaram-lhe Hispalis. Durante este período foi um dos conventos jurídicos da Bética, o Hispalense.
"Embora Sevilha tenha tido grandes e sumptuosos templos, circos e anfiteatros, tudo acabou por desaparecer...", afirmava Rodrigo Caro já no século XVII. Depois dos romanos, os árabes conquistaram Sevilha, em 713, e governaram-na até à reconquista cristã.
As inúmeras esplanadas, bares e cafés, não devem ser esquecidos, uma vez que é ali que se pratica a mais arraigada de todas as tradições, o "Tapeo" (refeições ligeiras, feitas de uma prova de várias tapas saborosíssimas).
Site: sevillacard / esalgarvivo.com
*Mais sobre Sevilha em: Sevilha
Um terço da população participa nas confrarias como irmãos da luz, também designados de "costaleros" ou simplesmente como membros de uma banda que acompanha a procissão.
Sevilha conta com 59 irmandades, das quais muitos sevilhanos fazem parte, percorrendo a cidade, ano após ano, acompanhando as imagens. Procissões, imagens, andores, pequenas capelas, nazarenos, todos eles, entre outros, constituem o conjunto da Semana Santa de Sevilha, que decorre entre a Paixão, as "saetas" e, sobretudo, o respeito pelas imagens dos Santos.São 8 dias de procissões, a partir de Domingo de Ramos terminando no Domingo de Ressureição (Domingo de Páscoa), em que o dia mais importante é a Sexta-Feira Santa, dia no qual se vive a "Madruga", quando as procissões duram toda a noite até de manhã, fazendo dela uma noite especial. A "Madruga" é na noite de passagem da Quinta-Feira Santa para a Sexta-Feira Santa, sendo o ponto alto da Semana Santa de Sevilha.
Nesta noite, algumas das mais veneradas imagens fazem o seu caminho pelas ruas da cidade, tais como Jesús del Gran Poder, a Virgem de la Macarena, la Esperanza de Triana e el Cristo de los Gitanos.
As ruas da cidade enchem-se de turistas, e sevilhanos que se vestem de luto, uma vez que se celebra a morte e ressurreição de Jesus Cristo, e que com devoção e emoção vivem toda a noite até à manhã seguinte. No entanto é necessário ter muita paciência, porque a espera para admirar estas confrarias em procissão e as belas imagens dos seus padroeiros, tendem a ser longas...
O lugar também não nos pareceu o mais adequado, uma vez que os inúmeros "arrumadores", não nos pareceram ser os vizinhos mais seguros, o que não é de estranhar porque nos dias que correm nem em nossa casa estamos seguros. Segurança é coisa de outros tempos...
À noite em Sevilha não se deve pernoitar em qualquer lado e em especial em lugares escuros e não vigiados. Assim e depois de darmos várias voltas ao local, passámos sem querer pelos portões ainda abertos da zona do Parque Tecnológico de Sevilha, que logo de seguida foram fechados. Mais uma vez a sorte esteve do nosso lado, uma vez que encontrámos o lugar mais fortemente vigiado e seguro para a primeira pernoita em Sevilha.
A zona dentro do vedado Parque Tecnológico, na ex-expo, fechado e guardado 24 horas por polícia e gratuito, tem um único senão..., entre as 24h00 e as 8h00 da manhã, só se pode entrar e sair a pé.
Depois de se petiscar qualquer coisita, deixámos a autocaravana num dos parques de estacionamento automóvel do Parque Tecnológico e fomos a pé até à cidade. A hora já era tardia, mas mesmo assim muitos jovens deambulavam pela cidade e entre eles alguns encapuçados provenientes das procissões. Sentámo-nos ainda durante algum tempo na avenida junto ao rio Guadalquivir, mas já cansados, resolvemos voltar para a autocaravana.
Quando chegámos à portaria do Parque Tecnológico, e depois de passarmos as suas cancelas, vimos um casal de espanhóis autocaravanistas que estavam estacionados numa rua junto à portaria, e que com trajes de dormir, inspeccionavam por fora o seu veículo.O homem estava aterrado com medo, por certo devido ao trauma de alguns roubos já sofridos. Dizia ter sofrido, ali mesmo, uma tentativa de roubo da sua bateria automóvel, o que em nosso entender seria praticamente impossível, uma vez que o seu carro se encontrava mesmo em frente da portaria, cheia de seguranças.
Vivem-se hoje tempos difíceis, vive-se uma crise de segurança generalizada, em que tudo parece ser permitido como se “consumir objectos de desejo” fosse o mesmo que “satisfazer desejos” (Freire Costa, 1999)."... o respeito a regras sociais, na crença secreta de que estas não se aplicam a eles. Gananciosos, no sentido de que os seus desejos, não têm limites. Não acumulam bens e provisões para o futuro, como faziam os gananciosos individualistas da economia do século dezanove, mas exigem para si uma imediata gratificação e vivem em estado de desejo, desassossegado e perpetuamente insatisfeito", com diz Lasch (1983, p.15).
Resta-lhes por isso, a "liberdade" de exigir para si o alheio, sem consideração pelos outros!...
Na Plaza de San Pedro, pela rua Pozo de la Nieve que vai dar à entrada da gruta e noutros locais de Aracena, encontram-se espalhadas várias obras de arte contemporânea, pertencentes ao Museu de Arte Contemporânea da Andaluzia, formando um autêntico museu ao ar livre. Entre muitos outros artistas, ali são encontradas obras de vários artistas plásticos espanhóis, como Teno, Alberdi, Abigail Varela e Pepe Noj.
Este conjunto de obras destaca-se pela beleza e movimento das figuras e segundo a ideia original do promotor deste museu, o escultor aracenense Pepe Noja, cada uma das esculturas cumpre a função de memória de um acontecimento histórico.
A Gruta das Maravilhas é uma fonte inesgotável de beleza, forjada pelo tempo sobre a natureza, com a ajuda de elementos simples como água e as rochas. A vastidão dos seus lagos, a abundância e variedade de formações, bem como o comprimento do seu desenvolvimento, tornam este um complexo enterrado de grandes e belas paisagens subterrâneas.Descoberto nos finais do século XIX foi em 1914 que é aberto ao público pela primeira vez, sendo a primeira gruta turística de Espanha.
O acesso à gruta é feita a partir da Plaza de San Pedro e percorrendo a Calle Pozo de la Nieve. É uma rua muito movimentada, ocupada maioritariamente por esplanadas de restaurantes e cafés, subindo sempre até ao ponto onde se encontra a entrada para a Gruta de las Maravillas. Junto à entrada da Gruta ainda podemos visitar várias lojas de "requerdos".
A primeira referencia histórica sobre a sua existência data de 1886 e foi aberta ao público em 1914, sendo uma das primeiras cavidades naturais do mundo a serem visitáveis.
Manancial de beleza inesgotável, a Gruta de las Maravillas tem sido fonte de inspiração inevitável de poetas, escritores, pintores, músicos e artistas...
A Gruta de las Maravillas, é assim uma mostra dos caprichos da natureza. Uma cova longa, escavada pela água em solo calcário durante milhares de anos. Lagos internos e todo o tipo de formações rochosas de origem calcária, fazem possivelmente desta uma visita importante, algo que sem duvida não deixa ninguém insatisfeito, pois é provavelmente uma das grutas mais belas e melhor preservadas do mundo.
Site: sierradearacena.net
Esta viagem é guiada e feita sem pressas, com paragens para visitas pelo caminho, o que resulta num conhecimento razoável da cidade. No final da visita à cidade, fomos visitar a Gruta de las Maravillas e no final desta, ainda houve tempo para comprar "requerdos" e iguarias gastronómicas da região.
Aracena, a maior cidade situada dentro dos limites do Parque Natural Sierra de Aracena e Picos de Aroche é dominada por um morro encimado por um castelo e uma igreja. A sua população tem crescido rapidamente nos últimos anos, mas tem conseguido manter uma elegância digna nas suas ruas.
É dedicada ao culto da Virgen del Mayor Dolor, patrona de Aracena, em estilo gótico, possui três naves de idêntica altura com abóbadas em estrela e no exterior, uma preciosa torre mudéjar.Deixando o castelo e um pouco mais abaixo do lado norte, encontra-se a igreja inacabada do séc. XVI de Nuestra Señora de la Asunción, templo renascentista iniciado no séc. XVI e jamais terminado. Junto a esta igreja encontra-se a Plaza Alta, que foi desenvolvida a partir do centro de Aracena, por volta do século XV, quando a cidade começou a crescer em termos de população e importância regional.
Ali perto está o impressionante e recentemente renovado edifício do Ayuntamiento de Aracena (Câmara Municipal), com o exterior em tijolo vermelho, que foi projectado pelo renomado arquitecto Aníbal González em 1911, que trabalhou na Grande Exposição de Sevilha em 1929.A igreja de Santa Catalina, antiga sinagoga judia, é actualmente um templo conventual das religiosas carmelitas. Outros monumentos de interesse são as igrejas de Santa Lucía e a ermida de São Pedro, antigo templo mudéjar.
Na Praça de São Pedro, na rua Pozo de la Nieve e noutros locais, encontram-se espalhadas várias obras de arte moderna, pertencentes ao Museu de Arte Contemporânea da Andaluzia, formando um autêntico museu ao ar livre. Entre muitos outros artistas, ali são encontradas obras de Teno, Alberdi, Abigail Varela e Pepe Noj.
A cidade é dominada pelo Cerro del Castillo. No interior deste morro corre um labirinto de galerias, caminhos, lagos e alagados, paredes de estalactites e estalagmites, formando aquela que é a magnífica Gruta das Maravilhas.
Sites: sierradearacena.net
Realmente Aracena estendendo-se desde o cimo da sua colina, coroada e protegida pelos restos de um castelo mouro e a presença de uma igreja ali construída pelos cavaleiros templários, descendo suavemente pela encosta até ao vale, resulta numa visão de encantar!
Depois deste encantamento colectivo, decidimos a partir daquele momento ali ficar, e pernoitar na cidade, para no dia seguinte visitarmos a cidade e as sua bela Gruta de las Maravilhas.
O lugar de pernoita foi num parque de estacionamento, junto do Centro Hospitalar da cidade, que tinha mesmo à nossa frente um restaurante, onde na manhã seguinte tomámos o pequeno almoço e onde se serviam bons e baratos almoços.
Aracena é a cidade mais alta na Sierra Morena, a ser encontrada na parte ocidental das cordilheiras que fazem fronteira com Portugal. A cidade fica na extensão da cordilheira, chamada Serra de Aracena, que faz parte do Parque Natural de la Sierra de Aracena y Picos de Aroche, óptima para praticar caminhadas e escaladas.
A gastronomia da região baseia-se nos presuntos pata negra e excelentes enchidos, cogumelos e espargos frescos. Esta é a zona de produção do famoso Jamón Serrano, e perto de Aracena as povoações de Jabugo, Cortegana e Cumbres Mayores são os seus maiores produtores.
Junto à gruta, que fica por baixo da colina que suporta o castelo e parte da cidade, podemos encontrar muitos restaurantes e lojas gourmêt com vários produtos gastronómicos da região.
Pela sua rica gastronomia, pelo seu singular encanto ou pela atracção principal da cidade, a Gruta de las Maravillas, esta pequena localidade no coração da Sierra de Aracena conseguiu ser muito popular entre os adeptos do turismo em geral e em especial do turismo rural.
Site: Aracena Travel Guide