Com pouco se diz muito!
Chegada a Cannes
Cannes à noite
A chegada a Cannes já à noite, fez com que logo se procura-se o lugar para a pernoita. Fomos procurar um local já nosso conhecido, onde tínhamos estado noutra anterior visita a Cannes. Esse local, no cais de recreio junto ao Casino/discoteca Palm Beach, encontrava-se vedado ao estacionamento.

Resolvemos então ir procurar outro local, que felizmente foi encontrado, mesmo ali, por trás do Casino, num enorme parque de estacionamento, à beira mar e vigiado pela polícia, com uma vista magnifica para a Île Sainte-Marguerite, onde esteve preso o “Homem da Máscara de Ferro”, num terreno a beijar a baía.

Cannes é a "estrela" da Riviera francesa, famosa pelo Festival Internacional de Cinema, pelos hotéis de luxo e carros, como Maseratis, Porsches, Lamborghinis e Ferraris, praias a perder de vista e inúmeros turistas por ela atraídos em qualquer altura do ano.
Apesar de ser provavelmente o oposto das opções turísticas que preferem a calma e o sossego, seria impensável visitar o sul de França, sem conhecer a cidade de Cannes e por isso queríamos mostra-la à nossa filha.

Parámos no fim de La Croisette, a avenida à beira-mar com palmeiras, que se estende em torno da baía. Esta famosa avenida é conhecida pelas suas praias pitorescas de areia fina, pelos inúmeros restaurantes, cafés e boutiques de alta-costura, galerias de arte e joalharias.
Para Oeste fica o bairro de La Suquet, a parte antiga da cidade, que nos proporciona uma boa visão sobre a zona nova da cidade e de La Croisette.
De Cannes do século XIX, ainda podem ser vistas as inúmeras mansões inspiradas, em castelos medievais e até em vilas romanas e construídas para reflectir a riqueza permanente dos seus proprietários. Esta zona marginal ao Mediterrâneo, também conhecida como “Quartier des Anglais”, é a mais antiga área residencial de Cannes e onde se encontram os melhores cafés da cidade.


Uma caminhada por Arles
Arles

A partir desta antiga porta, seguimos em frente, pela rue Cavalerie, até atingirmos a Place Voltaire, cheia de esplanadas e a abarrotar de turistas. Ali parámos para nos sentarmos durante o tempo suficiente para se sentir o lugar, admirando com pormenor os passantes, bem como os seus hábitos e costumes.


Comprámos bilhetes e entrámos. O Anfiteatro é avassalador e obviamente inspirado no Coliseu de Roma. Tem a forma oval medindo 136 m de comprimento e 109 m de largura, possui 120 arcadas e 60 galerias no total, rede de drenagem em muitos corredores e escadas de acesso para uma saída rápida da multidão. Datando do séc. I a.C., tinha a capacidade para 20.000 espectadores e foi construído para proporcionar entretenimento na forma de corridas e sangrentos encontros entre feras e gladiadores ou lutas entre gladiadores. Hoje, ainda ali se podem assistir a touradas e espectáculos de Verão.

Nesta praça, desde logo se vêem os muros e as vedações do Teatro Romano. Também construído no final do século I a.C., um século antes de seu vizinho e famoso Anfiteatro, o Teatro Romano de Arles está muito menos bem conservado. Data da primeira fase de urbanização da colónia romana, fundada por César em 46 a.C. sendo construído sobre a colina de Hauture. Ao lado do Teatro Romano, temos o bonito Jardin D’ Eté.

O edifício do Hôtel de Ville (Câmara Municipal), encontra-se à direita e a Igreja de St. Trophime, à esquerda. Há entrada, um casamento. Esta Igreja foi anteriormente uma catedral e é sem dúvida uma bela e importante obra de arquitectura românica. Possui um bonito portal, que é considerado um dos melhores exemplos da arte e escultura românica, representando o Juízo Final. Também se deve visitar o claustro, assim como as colunas adjacentes.

Pela rue de l’Hotel de Ville, fomos até à Place du Forum, onde se encontram vários restaurantes e cafés, entre os quais o célebre Café Terrace, pintado por van Gogh, intitulado “Café Terrace à Noite”, que o proprietário pintou de amarelo (a cor do quadro), para satisfazer os turistas, uma vez que na realidade o café tinha cor bege, mas que à noite, devido à iluminação da época, ficava amarelado, sendo por isso pintado dessa cor.
É um local onde para além de se observar as paisagens naturais, com suas cores vibrantes, pode ainda ser feita, a observação da vida das pessoas simples de Arles, que por nós passam, a caminho de suas casas ou das suas vivências mais comuns.

Fonte: Wikipédia / Mapa de Arles
Arles


Arles é uma cidade situada no Sudeste de França, mergulhada na cultura provençal em pleno vale do rio Ródano e rodeada de paisagens de enorme beleza, pertencentes à Camargue, que desde ali se entende até ao mar.
Arles fica numa colina, onde dois ramos do rio Ródano, partem em direcção ao mar. Possui vários dos mais importantes monumentos romanos fora da Itália e está classificada desde 1981 como Património Mundial da Unesco.


Arles manteve-se economicamente importante por muitos anos, como um importante porto no Ródano. No entanto, com a chegada da ferrovia, no séc. XIX o comércio fluvial decaiu, levando a cidade a tornar-se mais sossegada, tornando-a numa espécie de remanso provençal.

Isso fez de Arles um destino até hoje, muito atraente para os pintores, como Vincent van Gogh e Paul Gauguin. van Gogh chegou a Arles, em 21 de Fevereiro de 1888 e ficou fascinado com as paisagens provençais, produzindo mais de 300 pinturas e desenhos durante sua estadia em Arles. Muitas de suas pinturas mais famosas foram lá concluídas, inclusive “O Café Night”, a “Sala Amarela”, “Noite Estrelada Sobre o Ródano” e “L'Arlésienne”.
Paul Gauguin visitou van Gogh em Arles. No entanto, a saúde mental de van Gogh deteriorou-se rapidamente, tornou-se demasiado excêntrico, culminando com o infeliz incidente, quando corta a sua orelha, em Dezembro de 1888, sendo internado no hospício vizinho de Saint-Rémy-de-Provence.

Na Arles dos dias de hoje, a água está em toda parte, seja ao longo do cais, onde Van Gogh pintou e onde os barcos de cruzeiro atracam e nas terras da Camargue que se estendem desde a cidade até ao mar, ao longo dos 50 km de praias de areia branca, que separam as saídas em delta, do Petit e do Grand Rhone (Ródano), para o mar.
Arles é hoje um dos destinos turísticos favoritos na Provença. A sua localização, a presença do belo rio Ródano, os seus maravilhosos monumentos romanos, (como a sua maravilhosa Arena, usada ainda hoje para as touradas), as muralhas, a Place de la Republique, a Catedral de Saint-Trophime, a impressionante Câmara Municipal, e o refazer dos passos de van Gogh, fazem desta cidade uma das principais atracções turísticas de França.
Monteblanc
Monteblanc

Construída no topo de uma colina, como uma protecção contra as inundações dos dois rios próximos, Montblanc mantém a sua atmosfera de velho mundo, dentro da sombria protecção das suas altas muralhas medievais.
Montblanc foi fundada em 1163 (séc. XI), e no século XIV, foi construída a Muralha de Montblanc que é um dos motivos de grande atracção turística, pois é considerada a mais bela obra de arquitectura catalã. A muralha abarca quase por completo toda a povoação e tem quase 2 km de perímetro.


Passada a Porta de San Jordi, as ruas e vielas medievais muito bem conservadas, levam-nos ao centro medieval onde encontramos a Igreja de Santa Maria, uma obra típica do gótico catalão e que foi construída nos séculos XIV e XV.

É um majestoso edifício construído no mais puro estilo gótico, com uma fachada barroca, que ostenta um dos melhores órgãos antigos da Catalunha e um altar de pedra dedicada aos santos Bernardo e Bernabé.
Nas vielas encontramos muitas lojas de artesanato e pastelarias com os doces típicos, os montblanquins (amêndoas recheadas) ou os merlets (elaborados com amêndoa e açúcar).

Na Idade Média, Montblanc experimentou um esplendor notável, com a sua própria feira e mercados medievais, bem como uma notável comunidade judaica. Possui até hoje, um dos mais bem preservados conjuntos medievais da Catalunha, com dois terços da muralha primitiva, torres e os portões de Sant Jordi e Bover, sendo designada como monumento de valor histórico e artístico em 1947.
Depois da visita a Monteblanc, a viagem seguiu rumo ao Sul de Espanha, passando por Barcelona, onde passámos de raspão. Depois pelo Sul de França, cruzando a Provença em direcção a Arles, onde queríamos ir pernoitar.
Fonte: festival-of-sant-jordi-at-monteblanc / Guia da catalunha
Igreja do Mosteiro de Santa Maria de Poblet.
Visita à Igreja, Museu e outras dependências do Mosteiro de Poblet
Após algum tempo de espera, um guia veio mostrar-nos os interiores, que só se visitam em grupo, e ao longo da visita foram-nos sendo explicadas, as funções da cada sala visitada. Há muitas salas em redor do claustro, que continuam a ser utilizadas e que por isso, só nos é permitida uma espreitadela, para não prejudicar o normal funcionamento do Mosteiro.


A construção da Igreja, foi projectada durante os reinados de Raimundo Berenguer IV de Barcelona e Afonso II de Aragão, em estilo românico, por volta de 1166.

Conserva-se no presbitério a mesa de altar antiga que consiste numa grande pedra apoiada em quatro pares de colunas românicas. O edifício actual guarda no seu interior dois grandes tesouros, o retábulo renascentista e os sepulcros reais (nº 6).

O retábulo em alabastro, é uma obra do escultor Damià Forment, que o executou entre 1527-1529, por ordem do abade Caixal, durante o reinado de Carlos I. É uma obra realmente excepcional cujo custo foi tão elevado que provocou a sublevação dos monges contra o seu abade, a quem condenaram à reclusão perpétua, com os cargos de dilapidação e falta de observância.
O claustro fica a Norte da Igreja e com ele se comunica por meio de uma porta românica. Foi construído em fases sucessivas, sendo concluído entre 1162 e 1163, a julgar pela estrutura das abóbadas lisas e apontadas, próprias do primeiro período de Cister.
Pelo claustro pode aceder-se à sala capitular, que é de proporções bastante consideráveis e coberta com uma magnífica abóbada em cruzaria. Ali também se encontra o refeitório, que ainda hoje é usado pelos monges, enquanto que a cozinha (restaurada) é um lugar que se visita e que serve como exemplo para conhecer os usos e costumes cistercienses.
No pátio à frente do refeitório, pode ver-se, tal como em Alcobaça, o pavilhão do lavabo, cuja arquitectura é já do séc. XIV, possuindo belos arcos bem proporcionados.

Existem ainda outros claustros menores. O claustro de Santo Estevão ou da enfermaria (nº 3), encontra-se no extremo Este, dentro do recinto monástico e é de planta quase regular, possuindo nos seus lados curtos 4 e 5 arcos de volta perfeita e nos longos, 8 e 9 pilares que carecem de capitéis. A ornamentação é muito simples com motivos vegetais. Este claustro já existia em 1228 e foi reconstruído no séc. XV. O claustro do locutório está do lado da parede Leste da sala capitular. Tem capitéis de tradição românica, embora as molduras dos arcos sejam já góticas.
O Mosteiro de Poblet e de Santes Creus, são na Catalunha os possuidores dos panteões reais dos reis da Coroa de Aragão. Foi Pedro IV, o Cerimonioso, juntamente com o abade Copons em 1340, quem decidiu tornar reais os desejos de Afonso II, ao construir um panteão real. As obras foram encomendadas aos mestres Aloi, Jaume Cascalls e Jordi de Déu em 1380.
Após a visita guiada, foi a vez da visita ao Museu, onde se encontram inúmeras obras de arte sacra, peças de mobiliário e muitos quadros representando a evolução do mosteiro ao longo dos tempos.
Já a caminho do exterior, foi a vez da visita à Adega do Mosteiro, cujo edifício é uma típica construção rural do séc. XIX, que além de adega é também loja de venda, exposição e prova de vinhos. Os vinhos resultantes da variedade Pinot Noir, são suaves, muito finos e elegantes e são comercializados com o nome "Clos de Poblet".
Fonte: Wikipédia
Visita ao Real Mosteiro de Santa Maria de Poblet - Parte II
Mosteiro de Poblet II





Visita ao Real Mosteiro de Santa Maria de Poblet - Parte I
Mosteiro de Poblet I
Todo o conjunto monástico está conformado por três recintos bem diferençados e que comunicam entre si por portas de acesso.
A Porta de Prades é o nome da entrada para o mosteiro. Esta porta é de arco de volta perfeita e sobre esta encontra-se um nicho com uma imagem da Virgem Maria, como orago do mosteiro. Mostra também o escudo do Abade Fernando de Lerín (1531-1545), a jarra com açucenas ou lírios (símbolo de pureza) e as iniciais PO que se referem a Poblet.
Neste primeiro recinto havia um espaço onde estavam as habitações dos lavradores, operários, leigos e demais “família” do mosteiro. Ali se encontra um poço, um bebedouro e umas conduções de água. Ainda subsiste a casa do monge porteiro que foi edificada na época do Abade Fernando Lerín.
Após passar uma alameda chega-se à porta de acesso ao segundo recinto. É chamada de "Porta Dourada”, fazendo alusão às pranchas de bronze que a recobriam e que foram douradas por vontade de D. Filipe II em 1564, quando passou a Semana Santa neste mosteiro.
Atravessando a Porta Dourada chega-se ao segundo recinto. Ante esta porta tinha lugar a cerimónia de boas-vindas aos reis que visitavam Poblet. Entravam no 2º recinto através da Porta Dourada e na capela de Santa Catarina voltavam a parar para orar antes de entrarem definitivamente no recinto da clausura.

É uma porta barroca do século XVII, mandada edificar pelo duque de Cardon, em 1670. De ambos os lados da porta estão colocadas as estátuas de São Bento e São Bernardo, e num nicho a imagem da Virgem. Em ambos os lados vê-se muita ornamentação barroca e colunas salomónicas.

Poblet
A Caminho de Poblet


O enclave tinha as condições recomendadas pela Ordem de Cister, para a fundação de um mosteiro: devia estar isolado, ter água abundante e possuir extensas terras, boas para a agricultura.
Ao longo do tempo o Mosteiro foi enriquecido com diferentes doações e alcançou o seu máximo esplendor no século XIV. O Mosteiro de Poblet esteve desde a sua fundação, sob a protecção e o patronato dos reis de Aragão e a Igreja do Mosteiro foi usada como panteão real da Coroa de Aragão, desde finais do século XIV até à extinção da Casa real de Aragão, no século XV. Ao extinguir-se a Casa Real de Aragão começou a sua grande decadência, embora alguns abades tentassem no Renascimento, dotá-lo de novas obras.
No entanto, em 1835 o mosteiro sofreu grande decadência, sendo em seguida abandonado, como consequência da desapropriação das suas terras pela regente D. Maria Cristina de Bourbon, em 1836. Mais tarde foi iniciada a sua restauração, de modo que em 1935, a sua Igreja, pôde ser novamente dedicada ao culto e em 1940, retornavam à sua abadia alguns monges.

Deve-se ainda acrescentar, que o Mosteiro de Poblet é o mais importante dos três mosteiros irmãos, conhecidos como o triângulo de Cister, que ajudaram a consolidar o poder na Catalunha, no séc. XII e que se encontram nas proximidades. Os outros dois são o Mosteiro Real de Santes Creus, o pioneiro de Cister na Catalunha e que foi fundado em 1150 e o Mosteiro de Vallbona de les Monges, que tem a particularidade de abrigar uma comunidade de monjas cistercienses.