Arles

A chegada a Arles, já por volta das 02h00 da madrugada, depois de uma longa estirada pelas auto-estradas do Sul de Espanha e França, fez-nos desde logo procurar o lugar de pernoita, pois o cansaço já era grande.

A pernoita foi num lugar calmo à entrada da cidade amuralhada, num parque de estacionamento junto de uma rotunda, na margem esquerda do rio Ródano, a dois passos da porta na muralha, por onde se acede à cidade antiga.

Arles é uma cidade situada no Sudeste de França, mergulhada na cultura provençal em pleno vale do rio Ródano e rodeada de paisagens de enorme beleza, pertencentes à Camargue, que desde ali se entende até ao mar.

Arles fica numa colina, onde dois ramos do rio Ródano, partem em direcção ao mar. Possui vários dos mais importantes monumentos romanos fora da Itália e está classificada desde 1981 como Património Mundial da Unesco.

A cidade foi fundada pelos gregos no séc. VI a.C., ainda que provavelmente houvesse assentamentos anteriores. Numa colina entre o Ródano e o Crau, no ex-delta do rio Durance, que nestes tempos fluía directamente no mar Mediterrâneo, deve ter sido uma localização óbvia para se fundar uma povoação.

Os celtas conquistaram-na em 535 a.C. e denominaram-na “Arelate”. A antiga Arles era mais perto do mar do que é hoje e serviu como um grande porto comercial fenício, antes de ser tomada pelos romanos. Mais tarde tornou-se num famoso centro cultural e religioso já durante o final do Império Romano.

Na Idade Média, Arles foi gravemente afectada pelas várias invasões da Provença, por muçulmanos, francos e vikings. Depois de ser governada por vários senhores feudais até ao séc. XII, tornou-se numa cidade livre, até à Revolução Francesa, quando foi integrada na França.

Arles manteve-se economicamente importante por muitos anos, como um importante porto no Ródano. No entanto, com a chegada da ferrovia, no séc. XIX o comércio fluvial decaiu, levando a cidade a tornar-se mais sossegada, tornando-a numa espécie de remanso provençal.

Isso fez de Arles um destino até hoje, muito atraente para os pintores, como Vincent van Gogh e Paul Gauguin. van Gogh chegou a Arles, em 21 de Fevereiro de 1888 e ficou fascinado com as paisagens provençais, produzindo mais de 300 pinturas e desenhos durante sua estadia em Arles. Muitas de suas pinturas mais famosas foram lá concluídas, inclusive “O Café Night”, a “Sala Amarela”, “Noite Estrelada Sobre o Ródano” e “L'Arlésienne”.

Paul Gauguin visitou van Gogh em Arles. No entanto, a saúde mental de van Gogh deteriorou-se rapidamente, tornou-se demasiado excêntrico, culminando com o infeliz incidente, quando corta a sua orelha, em Dezembro de 1888, sendo internado no hospício vizinho de Saint-Rémy-de-Provence.

Na Arles dos dias de hoje, a água está em toda parte, seja ao longo do cais, onde Van Gogh pintou e onde os barcos de cruzeiro atracam e nas terras da Camargue que se estendem desde a cidade até ao mar, ao longo dos 50 km de praias de areia branca, que separam as saídas em delta, do Petit e do Grand Rhone (Ródano), para o mar.

Arles é hoje um dos destinos turísticos favoritos na Provença. A sua localização, a presença do belo rio Ródano, os seus maravilhosos monumentos romanos, (como a sua maravilhosa Arena, usada ainda hoje para as touradas), as muralhas, a Place de la Republique, a Catedral de Saint-Trophime, a impressionante Câmara Municipal, e o refazer dos passos de van Gogh, fazem desta cidade uma das principais atracções turísticas de França.

Fonte: Wikipédia
Os Passos de van Gogh

Nenhum comentário: