Igreja do Mosteiro de Santa Maria de Poblet.


Visita à Igreja, Museu e outras dependências do Mosteiro de Poblet

Desde a porta barroca aberta no muro Oeste da muralha, acede-se ao átrio da igreja (nº 1) que foi construída em finais do séc. XIII, o mesmo que a rosácea aberta no parede Oeste, que proporciona luz à nave central.

Após algum tempo de espera, um guia veio mostrar-nos os interiores, que só se visitam em grupo, e ao longo da visita foram-nos sendo explicadas, as funções da cada sala visitada. Há muitas salas em redor do claustro, que continuam a ser utilizadas e que por isso, só nos é permitida uma espreitadela, para não prejudicar o normal funcionamento do Mosteiro.

Passamos pelo refeitório, pela biblioteca, pela Sala do Capítulo onde estão os belíssimos túmulos dos reis e rainhas de Aragão. Pelo salão onde os monges se aqueciam junto a uma grande lareira e por uma cozinha, de onde saia um bom cheirinho. Uma porta fechada dá acesso à clausura. Tudo é grande e austero e só por vezes se avistam alguns dos trinta e dois monges que habitam o complexo.

Quanto à igreja, os túmulos dos reis e rainhas de Aragão, entre as quais D. Leonor de Portugal, e o belíssimo altar-mor em alabastro, são obras de arte requintadas que não se podem perder. Depois uma visão final do claustro, de onde se levantam ciprestes gigantescos e um precioso fontanário, a visita termina num passeio sobre uma passagem superior, que começa junto à bela torre-lanterna da igreja.
Voltando à Igreja, o átrio é coberto com abóbadas em cruzaria. Tinha dois altares, um do século XVI dedicado ao Santo Sepulcro que se conserva restaurado e outro oferecido à Virgem dos Anjos, do qual não ficou nenhum vestígio e no seu lugar há um calvário gótico.

A construção da Igreja, foi projectada durante os reinados de Raimundo Berenguer IV de Barcelona e Afonso II de Aragão, em estilo românico, por volta de 1166.

A Igreja tem planta basilical com três naves e cruzeiro; as duas laterais são bem mais estreitas que a central. A nave Norte, encostada ao claustro, (nº 3) é românica com abóbada em cruzaria; a nave central (nº 2) é também românica, mas a sua abóbada é de canhão apontado; a nave Sul é gótica, reconstruída por volta de 1330, ao mesmo tempo em que se mandaram abrir as sete capelas (nº 4). Ao redor do presbitério (nº 7), abrem-se cinco capelas radiais. As duas absidais das esquinas têm comunicação com o cruzeiro (nº 5).

Conserva-se no presbitério a mesa de altar antiga que consiste numa grande pedra apoiada em quatro pares de colunas românicas. O edifício actual guarda no seu interior dois grandes tesouros, o retábulo renascentista e os sepulcros reais (nº 6).

O retábulo em alabastro, é uma obra do escultor Damià Forment, que o executou entre 1527-1529, por ordem do abade Caixal, durante o reinado de Carlos I. É uma obra realmente excepcional cujo custo foi tão elevado que provocou a sublevação dos monges contra o seu abade, a quem condenaram à reclusão perpétua, com os cargos de dilapidação e falta de observância.

O claustro fica a Norte da Igreja e com ele se comunica por meio de uma porta românica. Foi construído em fases sucessivas, sendo concluído entre 1162 e 1163, a julgar pela estrutura das abóbadas lisas e apontadas, próprias do primeiro período de Cister.

Pelo claustro pode aceder-se à sala capitular, que é de proporções bastante consideráveis e coberta com uma magnífica abóbada em cruzaria. Ali também se encontra o refeitório, que ainda hoje é usado pelos monges, enquanto que a cozinha (restaurada) é um lugar que se visita e que serve como exemplo para conhecer os usos e costumes cistercienses.

No pátio à frente do refeitório, pode ver-se, tal como em Alcobaça, o pavilhão do lavabo, cuja arquitectura é já do séc. XIV, possuindo belos arcos bem proporcionados.

Existem ainda outros claustros menores. O claustro de Santo Estevão ou da enfermaria (nº 3), encontra-se no extremo Este, dentro do recinto monástico e é de planta quase regular, possuindo nos seus lados curtos 4 e 5 arcos de volta perfeita e nos longos, 8 e 9 pilares que carecem de capitéis. A ornamentação é muito simples com motivos vegetais. Este claustro já existia em 1228 e foi reconstruído no séc. XV. O claustro do locutório está do lado da parede Leste da sala capitular. Tem capitéis de tradição românica, embora as molduras dos arcos sejam já góticas.

O Mosteiro de Poblet e de Santes Creus, são na Catalunha os possuidores dos panteões reais dos reis da Coroa de Aragão. Foi Pedro IV, o Cerimonioso, juntamente com o abade Copons em 1340, quem decidiu tornar reais os desejos de Afonso II, ao construir um panteão real. As obras foram encomendadas aos mestres Aloi, Jaume Cascalls e Jordi de Déu em 1380.

Após a visita guiada, foi a vez da visita ao Museu, onde se encontram inúmeras obras de arte sacra, peças de mobiliário e muitos quadros representando a evolução do mosteiro ao longo dos tempos.

Já a caminho do exterior, foi a vez da visita à Adega do Mosteiro, cujo edifício é uma típica construção rural do séc. XIX, que além de adega é também loja de venda, exposição e prova de vinhos. Os vinhos resultantes da variedade Pinot Noir, são suaves, muito finos e elegantes e são comercializados com o nome "Clos de Poblet".

Fonte: Wikipédia

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