Poblet


A Caminho de Poblet

Depois de sairmos de Madrid, pusemo-nos a caminho de Poblet, já na Catalunha, uma vez que queríamos fazer o maior número de quilómetros possíveis. Já chegámos tarde e o lugar de pernoita foi no parque de estacionamento, destinado aos visitantes do Mosteiro de Poblet, um lugar muito sossegado, que nos proporcionou uma reparadora noite de descanso.
No dia seguinte pretendíamos visitar o Real Mosteiro de Santa Maria de Poblet, um dos mosteiros medievais mais bem conservados no mundo, fundado em 1151, localizado no município de Vimbodí, na província de Tarragona, Catalunha.

A etimologia do termo “Poblet”, deriva do latim Populetum (alameda). O lugar foi sempre muito rico em vegetação, possuindo uma floresta de álamos, que esteve na origem do nome.

O Mosteiro de Poblet foi fundado pelo conde de Barcelona, Raimundo Berenguer IV, que por volta de 1150, doou as terras do Populetum, à Abadia francesa de Fontfroide, uma filial do Mosteiro de Claraval, que se encontrava em Narbonne.

As terras pertencentes a este mosteiro cisterciense, têm como pano de fundo as Montanhas de Prades e à sua volta estendem-se os vinhedos que produzem as uvas, que dão origem aos excelentes vinhos vendidos na abadia.


O enclave tinha as condições recomendadas pela Ordem de Cister, para a fundação de um mosteiro: devia estar isolado, ter água abundante e possuir extensas terras, boas para a agricultura.

Ao longo do tempo o Mosteiro foi enriquecido com diferentes doações e alcançou o seu máximo esplendor no século XIV. O Mosteiro de Poblet esteve desde a sua fundação, sob a protecção e o patronato dos reis de Aragão e a Igreja do Mosteiro foi usada como panteão real da Coroa de Aragão, desde finais do século XIV até à extinção da Casa real de Aragão, no século XV. Ao extinguir-se a Casa Real de Aragão começou a sua grande decadência, embora alguns abades tentassem no Renascimento, dotá-lo de novas obras.

No entanto, em 1835 o mosteiro sofreu grande decadência, sendo em seguida abandonado, como consequência da desapropriação das suas terras pela regente D. Maria Cristina de Bourbon, em 1836. Mais tarde foi iniciada a sua restauração, de modo que em 1935, a sua Igreja, pôde ser novamente dedicada ao culto e em 1940, retornavam à sua abadia alguns monges.

Desde a sua fundação, o Mosteiro teve o propósito de ter uma zona de cultivo exemplar, encontrando-se dentro da propriedade, granjas, água abundante e terras de floresta para explorar. Cada uma das granjas era governada e dirigida por um monge, que à sua vez estava à frente da “família” composta por leigos, guardas rurais, hortelãos, etc. No fim do século XII, o mosteiro era dono de 17 granjas.
Poblet tal como qualquer das abadias da Ordem de Cister, chegou a reunir tudo o que era necessário para a sua subsistência, sem ter de sair do recinto das suas terras. Além das dependências óbvias e primárias de qualquer mosteiro, Poblet contou com uma enfermaria, uma farmácia, um cemitério, jardim de plantas aromáticas e medicinais, moinhos, padarias, e mesmo um calabouço, já que o abade tinha a poder de um senhor feudal.

Deve-se ainda acrescentar, que o Mosteiro de Poblet é o mais importante dos três mosteiros irmãos, conhecidos como o triângulo de Cister, que ajudaram a consolidar o poder na Catalunha, no séc. XII e que se encontram nas proximidades. Os outros dois são o Mosteiro Real de Santes Creus, o pioneiro de Cister na Catalunha e que foi fundado em 1150 e o Mosteiro de Vallbona de les Monges, que tem a particularidade de abrigar uma comunidade de monjas cistercienses.

Fonte: Wikipédia

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