3º Dia de visita a Sevilha

Ao terceiro dia na cidade, já o condutor do autocarro nos conhecia, pelo que gentilmente parou o autocarro à porta do parque de campismo, para nos levar até Sevilha, poupando-nos a caminhada até à paragem e o tempo de espera pelo autocarro seguinte, que seria de uma hora.

Assim chegámos ao Prado, mais sedo do que o esperado e resolvemos dar mais uma volta no autocarro turístico, uma vez que tínhamos bilhete para três dias, afim de conhecermos melhor os bairros mais emblemáticos da cidade.

O primeiro, o Bairro de Triana é um dos mais importantes bairros de Sevilha. Encontra-se junto ao rio Guadalquivir, ao lado do Bairro de los Remedios. O seu nome provem do Imperador romano Trajano, que nasceu em Itálica, embora existam outras teorias acerca da toponímia deste popular bairro sevilhano.

Desde sempre que o Bairro de Triana ocupou uma posição privilegiada, nas margens do rio Guadalquivir, facto que lhe deu um estatuto muito particular, como cruzamento de caminhos e chave da cidade, embora esta proximidade em relação ao rio tenha feito com que tenha sido este o bairro que mais sofreu com as inundações que ocorreram ao longo do tempo na cidade.

Há séculos que a zona é famosa pelas suas cerâmicas, sendo a mais conhecida a Cerâmica de Santa Ana no nº 31 da rua de San Jorge.

Triana é um bairro tradicionalmente associado aos ciganos, mas hoje é raro encontrá-los no bairro, que se tornou um dos locais mais caros e exclusivos da cidade. Bairro de gentes ligadas ao mar, de toureiros, de dançarinos de flamenco, de cantores e também autores, bem como de futebolistas...

É um bairro no qual se destacam a Igreja de Santa Ana, o Convento de San Jacinto e a rua Betis. Deste bairro sevilhano, saíram artistas como Antonio Canales, Chiquetete, Los Morancos, Isabel Pantoja, Remedios Amaya, Paz Vega e Marujita Díaz.

Em seguida visitamos o Bairro de la Macarena, que é um dos mais modernos bairros de Sevilha. Está situado junto à zona histórica da localidade. O seu património mais valioso é o seu arco de entrada, que no seu tempo, foi um pórtico almohade.

A zona mais bonita deste bairro é a que se situa junto à Alameda de Hércules. O Palácio de Dueñas, os lugares dos mercadozinhos, as igrejas da zona e os bares de tapas, são outros locais que vale a pena visitar, sendo o ponto turístico mais importante, a Basílica de la Macarena, de onde sai o ícone da cidade na semana santa, La Virgem de la Macarena.

Acabámos a tarde no centro histórico da cidade, que se concentra em redor do Bairro de Santa Cruz, onde se encontram a maioria dos monumentos de Sevilha. Um passeio pelas suas ruas é um verdadeira viagem no tempo...

Ali os principais pontos turísticos em termos de edifícios, são a Catedral e a sua Giralda, antigamente um minarete ou torre de uma antiga mesquita e o Alcázar, o palácio real. O Arquivo das Índias, ali perto, alberga todos os mapas e documentos sobre a Espanha e da conquista do Novo Mundo, está actualmente a ser restaurado e por isso, não está aberto ao público.

O Bairro de Santa Cruz, na zona centro da cidade, está rodeado de grandes casas, de palácios e de pátios brancos ou ocres, replectos de aromas de flores. As suas origens remontam ao momento da conquista da cidade por parte de Fernando III, que expulsou os Judeus que o ocupavam.

Citações históricas, poemas e livros, foram inspirados nessas ruas, propositadamente estreitas e labirínticas. A sua função é clara, servindo para evitar o sol do forte verão sevilhano.

Quanto a mim, esta é a mais pitoresca e encantadora zona da cidade, com ruas estreitas e sinuosas, com casas caiadas de branco, de antigas judiarias, repletas de esplanadas e bares, onde nos podemos sentar e desfrutar de algumas tapas, vendo passar os transeuntes.

Ainda para nos refrescarmos temos as suas inúmeras praças, entre elas a Plaza de los Venerables, a Plaza de Santa Cruz, ou a Plaza de Doña Elvira, decorada com azulejos.

A área central é delimitada pela rua Mateos Gago, cheia de lojas de recordações, cafés e bares de tapas, onde lanchámos, e pelas ruas de Santa Maria La Blanca, San José, os Jardins de Murillo e do Alcázar. Antigamente era o bairro judeu, onde algumas das igrejas foram originalmente sinagogas.
A passagem coberta fora do Patio de Banderas (parte do Alcázar), foi a Judería que vale a pena visitar. Ao entrar neste Pátio, temos uma vista inesquecível da Catedral de Sevilha.

Este bairro, incrivelmente pitoresco e cheio de história, com muitos e antigos palácios, igrejas e passagens escondidas, tem muito para nos oferecer. Ali além das melhores casas de tapas, existem muitas lojas que vendem “recuerdos” encantadores, como a cerâmica de Sevilha, vestidos de estilo flamenco, aventais sevilhanos, T-shirts…

Passear pelas suas ruas e praças revestidas com laranjeiras, que exalam o seu característico perfume, perdemo-nos pelo labirinto de ruelas estreitas, admirando os frondosos pátios de mansões particulares através dos seus portões de ferro forjado, é uma das melhores experiências da visita a Sevilha.

Este é um bairro que esconde encantadoras surpresas e por isso devemo-nos guiar pela nossa intuição, fazendo assim o nosso próprio roteiro…

Sites: dreamguides.edreams.pt / costasur.com

A bela Praça Maior de Sevilha

À saída dos jardins do Parque María Luiza, encontramos a Praça de Espanha, um dos símbolos da Sevilha actual. Majestosa, foi projectada para a Exposição Ibero-Americana de 1929 por Anibal González, um dos arquitectos mais célebres da cidade do século passado.

Construída em tijolo e cerâmica, em forma semicircular, rematada por uma torre em cada ponta, parece estar de braços abertos, como que acolhendo todos os que por lá passam, para que de perto observem os seus bancos, revestidos por painéis de azulejaria, dedicados a cada uma das províncias espanholas.

A praça foi construída num estilo arquitectónico teatral, inspirado pelo estilo renascentista espanhol, com elementos típicos da cidade, como por exemplo, tijolos expostos, azulejos cerâmicos de Sevilha e ferro forjado.

A sua planta é semicircular e os edifícios foram construídos formando uma grande meia circunferência, que é dominada por duas torres, uma de cada lado da área fechada, que estruturam todo o edifício tendo uma grande fonte localizada ao centro.

Entre as duas torres o edifício gere uma enorme galeria, formando uma grande varanda de arcos semicirculares, levando a várias saídas em diferentes partes da praça. Estes edifícios contêm actualmente escritórios governamentais.

Representante da arquitectura regional, esta magnífica construção destaca-se principalmente por milhares de azulejos policromáticos que revestem grande parte da superfície da construção.

A praça tem um diâmetro de 200 metros e o grande edifício em tijolo, tem na base, cinquenta e oito bancos decoradas com magníficos painéis de azulejo, que representam episódios históricos, de cada província de Espanha.

Esta é provavelmente a principal atracção da praça. Os bancos cobertos de mosaicos de azulejos cerâmicos representam alegorias importantes e tem cada um deles, os escudos de armas de cada província espanhola e um mapa da região no chão de cada banco.


Um canal semicircular cercado por uma grade dá à praça uma ambiência muito especial e romântica, que permite hoje a nomeação de Sevilha, de a Veneza da Andaluzia. Mesmo no centro podemos observar uma fonte, desenhada por Vicente Traver, que é iluminada à noite com mil luzes e que cria um espectáculo e luz e cor, de incomparável beleza.

Site: rotas & destinos

O Parque María Luiza

Na década de 1920, enquanto se redireccionava o rio Gudalquivir e a construção do novo porto, e se construíam as fábricas que são hoje a base do crescimento da cidade, os sevilhanos decidiram colocar numa exposição universal, todo o seu empenho e labor.

Os terrenos do Parque foram doados a Sevilha pela infanta Maria Luísa Fernanda de Orleans, em 1893, tendo sido recuperado e planeado pelo arquitecto francês Jean Forestier, director do Bois de Boulogne, que criou um ambiente verdejante para a Exposição Ibero - Americana de 1929.
Estes terrenos faziam parte do Palácio de San Telmo, construído em 1682 como universidade, para formar pilotos de navios, navegadores e oficiais de alta patente e hoje é sede do governo regional.

Numa tremenda explosão de energia, Sevilha transformou todo o seu extremo sul, numa área de jardins e grandes avenidas. O centro do Parque de María Luiza, transformou-se numa paradisíaca meia milha de palmeiras, laranjeiras, olmos e pinheiros mediterrânicos, não esquecendo os inúmeros canteiros cobertos com flores e pontilhado com escondidos lagos e pavilhões.
Agora que as árvores e arbustos, atingiram a sua maturidade, o génio de quem o imaginou pode ser apreciado, o que faz dele um dos mais belos parques da Europa. Passear no tranquilo Parque María Luiza, o pulmão da cidade, é uma alternativa deliciosa ao alvoroço das artérias que passam, quase por milagre, mesmo ali ao lado.
Este majestoso parque de grande valor cultural, tem além de uma ampla variedade de vegetação, apresenta muitas espécies de patos, cisnes e pavões. Nestes jardins de origem romântica, com mais de 400 mil metros de superfície, a luz entra filtrada pelo ondular ao vento da folhagem verde, de centenas de árvores, algumas centenárias e várias espécies de flores e plantas de todas as regiões do mundo.
Talvez este seja o mais belo de todos os jardins de Sevilha, mas não é o único. Esta cidade proporciona em vários recantos momentos floridos: os Jardins Murillo que dão para o Alcázar, o Valle na zona histórica, o Parque dos Príncipes no bairro da Triana, ou a margem direita do Guadalquivir toda ajardinada por ocasião da Expo 92.

Afinal, Sevilha é a cidade das laranjeiras, onde os árabes que aí se estabeleceram, do século VIII ao XIII, deixaram entre vários legados o culto pela natureza, evidente nos seus jardins, repletos de cascatas e canais, jasmins e buganvílias…
Sites: andalucia.com / rotas & destinos

2º Dia de Visita a Sevilha

Conhecer Sevilha é penetrar nos seus bairros e nos seus magníficos museus. Além disso, passear pela cidade é um autêntico prazer, e aqueles que o fazem ficam eternamente apaixonados por esta cidade, pelo que é denominada de Cidade Universal...

No segundo dia de visita à cidade, resolvemos visitar alguns dos seus mais emblemáticos bairros e lugares de Sevilha. Começamos por alugar um coche no Prado e fazer a visita a zonas não visitáveis através de autocarro turístico.

O condutor do coche, fez-nos uma visita guiada, apresentando-nos os principais locais visitados, entre eles: O Consulado Português, a Fábrica de Tabacos e Charutos, hoje convertida em Universidade, o Parque Maria Luiza, e dentro deste, os edifícios construídos para a Exposição Ibero Americana de 1929, onde se encontram, o Museu Arqueológico e o Museu de Arte e Costumes Populares. À saída do Parque Maria Luiza, o condutor levou-nos até à Plaza Mayor, onde ficámos, para uma visita mais pormenorizada ao local.

Após a visita e estes locais fomos novamente até à Catedral, para ver mais um pouco das festividades. Era 6ª Feira Santa, e as procissões continuavam... Por todo o lado se viam encapuçados, que ou vinham ou iam, para as procissões.

O centro histórico de Sevilha é dominado por dois símbolos de poder e riqueza, o Real Alcázar e a Catedral, com sua emblemática Giralda, a torre de tijolos ricamente trabalhada.

Perto dali, a herança mourisca e judia de Sevilha que se mantém ardilosamente viva nas ruas estreitas do Bairro Santa Cruz, a leste da catedral, onde se concentram os mais finos bares e tabernas de tapas. A hora de jantar aproximava-se e o jantar foi numa destas tabernas típicas, a Meson de la Infanta, que ficava próximo da praça da Catedral.

Após o jantar, fomos até à zona mais animada e badalada da noite de Sevilha, a Alameda de Hercules, zona de bares da preferência da juventude de Sevilha. Ali, o café Habanilla e o café Central, são os locais mais boémios, que oferecem uma esplêndida esplanada fresquinha e reconfortante, para qualquer caminhante estafado.

No final da noite, e já bastante cansados, fomos a pé até à zona marginal para apanharmos um táxi para o Prado, onde havíamos de apanhar o autocarro de volta ao parque de campismo de Dos Hermanas, e eis que neste percurso fomos novamente apanhados por mais uma procissão, o que nos obrigou a desviar caminho.


Site: folhaonline.com.br

1º Dia de Visita a Sevilha


O primeiro dia em Sevilha, acordou com sol radioso. Após o acordar, fomos de imediato para o parque de campismo para apanharmos ainda alguns lugares vagos, uma vez que se adivinhava a chegada de muitos visitantes a Sevilha e sabíamos que nesta época os parques ficam completos.

O parque de campismo escolhido, foi o Parque Wilson, em Dos Hermanas, que ficava a 12 Km de Sevilha. Embora longe de Sevilha este parque de campismo é bem servido de transportes públicos, havendo autocarros de hora a hora. O parque é um lugar tranquilo e bem frequentado, tendo havido algum e são convívio, entre nós e outros utentes do parque, na ocasião.

Após a saída do parque de campismo, apanhamos o autocarro para a cidade de Sevilha. A chegada a Sevilha, na zona do Prado, fez com que facilmente toma-se-mos um dos autocarros turísticos, afim de se fazer a habitual visita de reconhecimento à cidade. A volta pela cidade, feita por nós já várias vezes, noutras anteriores visitas, continua sempre a surpreender-nos. Sevilha é uma cidade maravilhosa!...

O passeio turístico proporcionado por estes autocarros é muito agradável, embora de curta duração. Mostrando o essencial da cidade, permite que os turistas saiam ou entrem quando quiserem, facilitando assim a visita à cidade. O bilhete tirado por 3 dias é o recomendado, não só por ficar mais em conta, mas também porque proporciona ao visitante maior mobilidade.

Após a partida, no Prado, o autocarro turístico tomou o sentido Sul, para nos mostrar os edifícios construídos para a Exposição Ibero Americana de 1929. Ali há paragens para a visita aos pavilhões e mais adiante podemos ver a porta de entrada do principal parque da cidade, o Parque Maria Luiza, visitado por nós mais tarde.

Depois o autocarro voltou para Norte e passou a ponte para a outra margem, onde se encontra o lindo bairro da Triana. Depois de se percorrer este bairro, o autocarro encaminha-se para a zona da Exposição Universal de Sevilha, de 1992. Ali podemos encontrar ainda, alguns dos mais emblemáticos pavilhões dessa exposição.

Ali nos terrenos da Expo 92, como é mais conhecida actualmente esta zona, encontra-se o Parque Tecnológico e o parque de diversões La Isla Mágica. Ali passa-se novamente uma ponte para a margem direita. Esta ponte junto à Expo 92, a Ponte do V Centenário, foi construída por ocasião da Exposição Universal e dá um toque de modernidade à cidade.

A zona que a seguir se visita, é la Macarena. Ali se pode ver a bela porta amarela e branca, do bairro de la Macarena, o Arco de Nuevo e mesmo ali ao lado, a Igreja de la Macarena, também pintada de branco e amarelo vivo. É dali que nas festividades da Páscoa, sai o grande ícone de Sevilha, la Virgem de la Macarena.

Depois o autocarro toma o rumo da avenida marginal, na margem direita do rio Guadalquivir, mostrando-nos a famosa zona de la Campana e logo a seguir a Torre del Oro, que deve o seu nome à cor dourada da pedra empregada na sua construção, e que outrora serviu para vigiar as entradas e saídas dos barcos que navegavam pelo rio Guadalquivir. Daqui também se vê por trás do casario, a Torre Giralda, da Catedral de Sevilha.

Ali há paragens para uma visita a pé da Catedral e do Alcazar. No entanto na Páscoa, só se pode visitar estes locais no domingo de Páscoa. Para quem quizer fazer a volta completa, visitará em seguida o bairro de Santa Cruz e após este, voltamos novamente ao ponto de partida, o Prado de San Sebastian.

No Prado, estamos perto quer da belíssima Plaza Mayor, quer do lindo Parque Maria Luiza, um dos pulmões da cidade, que originariamente fazia parte dos jardins que rodeavam o Palácio de San Telmo.

Ali, depois de visitarmos o belo jardim, podemos visitar ainda os museus que dentro dele se encontram, o Museu Arquiológico, situado num antigo Pavilhão da Exposição Ibero-americana de 1929, sendo um edifício que por si só já vale a visita.

Ainda ali, mesmo em frente, encontramos o Museu de Arte e Costumes Populares, situado no Pavilhão Mudéjar da Exposição Ibero-Americana de 1929. Este museu expõe colecções de carácter etnográfico, denominado "Artes Pomposas", onde se encontram cartazes para anunciar as Festas Primaveris, amostras de ourivesaria, cerâmica, bordados, mobiliário,...

Após sairmos do autocarro turístico, fomos caminhar pela cidade, até à Catedral, afim de assistirmos à entrada na Catedral das procissões. O doce perfume das laranjeiras em flor, pairava no ar e era levado pelo espírito do vento, por toda a cidade.

Em algumas ruas e esquinas, este perfume primaveril misturava-se com o cheiro a incenso e cera quente, que se elevava no ar, derramado pelos milhares de velas dos andores, carregados por penitentes que nas procissões desfilam.

Apesar de um ditado popular afirmar, que "em Sevilha, o ano inteiro é como se fosse Semana Santa", esta sensação olfactiva é única e inesquecível e acompanha quem caminha pelas ruas e ruelas ao longo desses dias.

Ao caminharmos pelas ruas da cidade, ainda nos primeiros momentos da tarde, cruzamo-nos com vários penitentes já vestidos de túnica e com o capuz posto, que se dirigiam para a igreja de onde sairia a procissão da sua confraria.

Como são cerca de sete ou oito confrarias, com milhares de penitentes a cada dia, o movimento é contínuo e chega a causar uma rara impressão, o esperar num semáforo para atravessar uma rua, tendo ao lado dois ou três personagens encapuçados que mais parecem saídos de uma outra época longínqua no tempo.

Alguns vestidos inteiramente de negro, com cilício de corda por cima da túnica, outros de branco, ou com o capuz e o escapulário de distintas cores. Bom número deles caminhavam descalços, outros apenas com umas simples sandálias e assim, iriam caminhar durante horas, até que a sua procissão acabasse...

Site: sevillacard

Sevilha e a sua História

Sevilha está situada no Sudeste da Península Ibérica. É a capital da Andaluzia e a quarta cidade de Espanha. É a capital das tapas, do flamenco, dos palácios mouros e das praças ornamentadas com laranjeiras. Sevilha é também conhecida pelas suas festividades.

As celebrações associadas à Semana Santa têm fama universal. Já no século XVI se comemorava a Paixão e Ressurreição de Jesus Cristo com procissões realizadas pelas confrarias ou irmandades.
Os seus primeiros povoadores, os Tartéssicos, além de possuírem uma cultura muito elevada era um povo pacífico e culto e a sua existência chegou até nós através de crónicas gregas ou de achados arqueológicos. Com 2.500 anos de história, Sevilha guarda até hoje as influências dos povos que a dominaram: mouros, judeus, cristãos e mudéjares (árabes convertidos ao cristianismo).

Júlio César, converteu os sevilhanos em cidadãos romanos de pleno direito, denominando a cidade Julia Romula Hispalis. As origens obscuras deram lugar às lendas, que atribuem a Hércules a fundação de Sevilha.

As tropas romanas entram em Sevilha no ano 206 a.C., comandadas pelo general Escipio, derrotam os cartagineses, que habitavam e defendiam a região, e convertem-se em seus sucessores no Sul peninsular.
O general não tinha confiança na cidade pelo carácter agressivo e violento dos cartagineses, e dicidiu fundar uma cidade num local próximo e ao mesmo tempo afastado para evitar beligerâncias, e é assim que nasce Itálica, actualmente em ruínas. Itálica foi o lugar de nascimento dos imperadores romanos Trajano e Adriano.

Os romanos latinizaram o nome da cidade (Sevilha) e chamaram-lhe Hispalis. Durante este período foi um dos conventos jurídicos da Bética, o Hispalense.

"Embora Sevilha tenha tido grandes e sumptuosos templos, circos e anfiteatros, tudo acabou por desaparecer...", afirmava Rodrigo Caro já no século XVII. Depois dos romanos, os árabes conquistaram Sevilha, em 713, e governaram-na até à reconquista cristã.

Assim, Sevilha não tem hoje muitos dos vestígios dessas épocas, mas cada rua e praça que compõe o seu casco histórico vibra de um misto de alegria e agitação, e apresenta uma interessante colecção de edifícios históricos, muitos dos quais têm sido declarados Património Mundial.
Espreguiçando-se pelas margens do Guadalquivir, Sevilha tem um dos maiores centros históricos da Europa. A Catedral é uma das maiores da cristandade e a sua torre, a Giralda, e seu Claustro, o Pátio de los Naranjos, fizeram parte da mesquita maior, al-Moharrem.
O seu Alcazar, complexo palaciano de origem árabe, situado perto da Catedral, que começou a ser construído no ano de 720, é um lugar deslumbrante e carregado de história.
Por outro lado, os coloridos bairros com grande sabor popular, como Santa Cruz, a Triana e la Macarena, que tão veementemente participam nas festividades da Páscoa, são o que a cidade tem de mais genuíno.
Museus, centros artísticos, parques temáticos, cinemas, teatros, salas de flamenco, salas destinadas a reuniões e banquetes são apenas algumas das infinitas possibilidades que uma grande cidade como Sevilha proporciona.

As inúmeras esplanadas, bares e cafés, não devem ser esquecidos, uma vez que é ali que se pratica a mais arraigada de todas as tradições, o "Tapeo" (refeições ligeiras, feitas de uma prova de várias tapas saborosíssimas).

Site: sevillacard / esalgarvivo.com

*Mais sobre Sevilha em: Sevilha



Sevilha na Semana Santa


A principal festa de Sevilha é sem dúvida alguma a Semana Santa. As celebrações da Semana Santa foram iniciadas no século XVI e fazem dela uma das mais espectaculares e emocionantes festas de Sevilha.
Misto de devoção religiosa, arte, música e colorido, que se combinam nas procissões para a comemoração da morte de Jesus Cristo, onde os membros das diferentes irmandades, com suas vestes características (nazarenos encapuçados), desfilam pelas ruas transportando imagens religiosas, os "passos", ao som de trompetas e tambores, que ressoam através do vento por toda a cidade, dando origem a cenas inesquecíveis de sóbria e estranha beleza.
Assim os sevilhanos em procissão desfilam pelas suas ruas, saindo dos diversos templos até à "Carrera Oficial" (percurso oficial obrigatório para todas), que começa na calle Campana e finaliza ao sair da Catedral da cidade, onde se realiza a última estação da Via Sacra, a da penitência.

No entanto a procissão volta à sua igreja, numa rota diferente à inicial, a "recogía", percorrida até à Catedral da cidade. No caminho as "saetas" são os momentos mais emocionais das procissões, com canções flamencas e récitas a partir das varandas, em honra das imagens nos andores.

Um terço da população participa nas confrarias como irmãos da luz, também designados de "costaleros" ou simplesmente como membros de uma banda que acompanha a procissão.

Sevilha conta com 59 irmandades, das quais muitos sevilhanos fazem parte, percorrendo a cidade, ano após ano, acompanhando as imagens. Procissões, imagens, andores, pequenas capelas, nazarenos, todos eles, entre outros, constituem o conjunto da Semana Santa de Sevilha, que decorre entre a Paixão, as "saetas" e, sobretudo, o respeito pelas imagens dos Santos.

São 8 dias de procissões, a partir de Domingo de Ramos terminando no Domingo de Ressureição (Domingo de Páscoa), em que o dia mais importante é a Sexta-Feira Santa, dia no qual se vive a "Madruga", quando as procissões duram toda a noite até de manhã, fazendo dela uma noite especial. A "Madruga" é na noite de passagem da Quinta-Feira Santa para a Sexta-Feira Santa, sendo o ponto alto da Semana Santa de Sevilha.

Nesta noite, algumas das mais veneradas imagens fazem o seu caminho pelas ruas da cidade, tais como Jesús del Gran Poder, a Virgem de la Macarena, la Esperanza de Triana e el Cristo de los Gitanos.

As ruas da cidade enchem-se de turistas, e sevilhanos que se vestem de luto, uma vez que se celebra a morte e ressurreição de Jesus Cristo, e que com devoção e emoção vivem toda a noite até à manhã seguinte. No entanto é necessário ter muita paciência, porque a espera para admirar estas confrarias em procissão e as belas imagens dos seus padroeiros, tendem a ser longas...

No entanto, "a aparente religiosidade das procissões é ultrapassada por um sentimento de alegria pagã em relação à beleza da Virgem. A alegria dos sevilhanos", desde os mais jovens aos mais idosos, que tudo acompanham, até "...à teatralidade das próprias procissões, com as trompetas a soarem bem alto e os inúmeros nazarenos encapuzados, tudo contribuindo para uma sensação mista de religiosidade e paganismo". (Robert Wilson in "O Cego de Sevilha").

Sevilha na Semana Santa, é assim uma época muito particular, em que o aroma da Primavera se confunde com os do incenso e da cera quente, onde se mistura a religiosidade com o paganismo, a alegria com a mortificação e a punição com a redenção...









Sites: Wikipédia / sevilla.costasur.com

Chegada a Sevilha

Depois de deixarmos Aracena, fizemos de esticão a viagem até Sevilha. Chegámos por volta das 21h00 e já todos os parques de campismo estavam fechados. Os parques de campismo de Sevilha são todos longe da cidade, o que dificulta as idas e vindas para a mesma.

Tentámos encontrar lugar para a pernoita num parque de estacionamento automóvel junto à zona da última Expo, mas o parque estava repleto pois a cidade encontrava-se a abarrotar de visitantes.

O lugar também não nos pareceu o mais adequado, uma vez que os inúmeros "arrumadores", não nos pareceram ser os vizinhos mais seguros, o que não é de estranhar porque nos dias que correm nem em nossa casa estamos seguros. Segurança é coisa de outros tempos...

À noite em Sevilha não se deve pernoitar em qualquer lado e em especial em lugares escuros e não vigiados. Assim e depois de darmos várias voltas ao local, passámos sem querer pelos portões ainda abertos da zona do Parque Tecnológico de Sevilha, que logo de seguida foram fechados. Mais uma vez a sorte esteve do nosso lado, uma vez que encontrámos o lugar mais fortemente vigiado e seguro para a primeira pernoita em Sevilha.

A zona dentro do vedado Parque Tecnológico, na ex-expo, fechado e guardado 24 horas por polícia e gratuito, tem um único senão..., entre as 24h00 e as 8h00 da manhã, só se pode entrar e sair a pé.

Depois de se petiscar qualquer coisita, deixámos a autocaravana num dos parques de estacionamento automóvel do Parque Tecnológico e fomos a pé até à cidade. A hora já era tardia, mas mesmo assim muitos jovens deambulavam pela cidade e entre eles alguns encapuçados provenientes das procissões. Sentámo-nos ainda durante algum tempo na avenida junto ao rio Guadalquivir, mas já cansados, resolvemos voltar para a autocaravana.

Quando chegámos à portaria do Parque Tecnológico, e depois de passarmos as suas cancelas, vimos um casal de espanhóis autocaravanistas que estavam estacionados numa rua junto à portaria, e que com trajes de dormir, inspeccionavam por fora o seu veículo.

O homem estava aterrado com medo, por certo devido ao trauma de alguns roubos já sofridos. Dizia ter sofrido, ali mesmo, uma tentativa de roubo da sua bateria automóvel, o que em nosso entender seria praticamente impossível, uma vez que o seu carro se encontrava mesmo em frente da portaria, cheia de seguranças.

Vivem-se hoje tempos difíceis, vive-se uma crise de segurança generalizada, em que tudo parece ser permitido como se “consumir objectos de desejo” fosse o mesmo que “satisfazer desejos” (Freire Costa, 1999).

"... o respeito a regras sociais, na crença secreta de que estas não se aplicam a eles. Gananciosos, no sentido de que os seus desejos, não têm limites. Não acumulam bens e provisões para o futuro, como faziam os gananciosos individualistas da economia do século dezanove, mas exigem para si uma imediata gratificação e vivem em estado de desejo, desassossegado e perpetuamente insatisfeito", com diz Lasch (1983, p.15).

Resta-lhes por isso, a "liberdade" de exigir para si o alheio, sem consideração pelos outros!...