Após a visita à zona da Casa Museu de Cristóvão Colombo, voltámos para trás. Seguimos pela Via Dante e fomos descansar junto das fontes da Piazza Ferrari. A partir desta praça podemos aceder à qualquer das zonas antigas da cidade de Génova.
A zona antiga é caracterizada por um compacto núcleo de antigos bairros, entre o porto e a Via S. Lorenzo e entre a Piazza de Ferrari e Via Garibaldi, que são famosos pelo elevado número de estreitas ruelas, as “caruggi”, que não chegam a ter os dois metros de largura, repletas de estreitas casas altas que podem ter até 8 andares.
A Via Garibaldi, anteriormente conhecida como Strada Nuova, é famosa por seus vários palácios barrocos. Uma outra característica destes velhos bairros, são os prédios com arcos, do período de 1200, com a pintura de decoração exterior imitando mármores e mosaicos bicolores.
Depois enveredámos pelas ruelas da cidade antiga, a caminho do Porto Velho da cidade. Perto da Piazza de Ferrari, tem início a descida até o velho porto reurbanizado, passando pela Basílica de San Lorenzo, uma igreja gótico-românica erigida a partir do século XIII. A fachada é listrada, feita de mármores cinza e rosa em camadas alternadas.
É ali que a cidade guarda o seu centro medieval, bem conservado e situado à volta do Porto de Génova, com ruas e ruelas empedradas e escuras onde o sol mal entra. Este é o verdadeiro núcleo da cidade velha, organizado num labirinto de ruas estreitas, com becos de origem medieval, que se desenvolve de leste a oeste, a partir das Colinas de Carignano, até à estação ferroviária da Piazza Principe, perto daquele que foi o Palácio do Príncipe, a residência do grande Almirante Andrea Doria.
Este velho quarteirão da cidade de Génova, é o local onde esteve outrora instalado o porto primitivo, engrandecido nos alvores dos tempos modernos. No coração deste velho quarteirão estão situados os mais simbólicos edifícios da história da cidade portuária de Génova.
Depois uma caminhada até ao Porto Velho, hoje totalmente remodelado. O início dessa modificação foi iniciada em 1992, com as comemorações dos 500 anos da viagem de Colombo à América, continuada a partir de 2004, quando a cidade foi escolhida para Capital Europeia da Cultura. Foi o início da mudança para a geografia urbana da cidade, dando origem à modificação da antiga e degradada zona portuária, hoje totalmente modernizada.
Essa regeneração esteve a cargo de um dos mais festejados arquitectos europeus da actualidade, o genovês Renzo Piano. Esta reformulação urbana capitaneada por Renzo Piano demoliu velhos armazéns e, conservando os prédios significativos, fez uma revolução cultural no ancestral Porto Antigo.
Um dos melhores aquários da Europa surgiu nessa área, projectado pelo norte-americano Peter Chermayeff, o mesmo que concebeu o Oceanário de Lisboa.
A restauração fez surgir eventos anuais como a Notte Bianca (Noite Branca), que ocorre em Setembro. Nesse encontro, os italianos passam a noite em branco assistindo a shows musicais e a espectáculos de teatro.
E é nessa praça à beira-mar, agora cercada de igrejas e de prédios públicos restaurados, caso do multicolorido Palácio de San Giorgio, que Génova passeia, festeja e recebe os seus turistas. Foi ali que passámos parte do último dia em Génova. Decorria o "Genova Guitar Festival" e os espaços encontravam-se cheios de belos cartazes anunciando os vários shows.
Ali estivemos, percorrendo todo o Porto Velho, desfrutando da animação constante deste lugar magnífico, em bares flutuantes onde se degustaram os aperitivos e por fim o jantar, uma bela fritada de peixes e mariscos, no típico "Ristorante Caravelle 92", situado perto da Piazza Príncipe, onde no final da noite, apanhamos a urbana a caminho da Estação Ferroviária de Brignole, onde apanharíamos o comboio para Pegli.
No entanto, como já só nos restava um último comboio à 1h00 da madrugada, resolvemos ir de táxi até ao Camping Villa Doria, em Pegli, a cerca de 6 Kms de distância da cidade de Génova.
Fonte: / www1.folha.uol.com.br