Visita a Padova - Parte VI




No final da Piazza Antenore virámos à esquerda, deixando a Riviera Tito Livio e avançando pela Via San Francesco. Logo no início observa-se do lado direito o Palazzo del Bo, o antigo e histórico edifício da Universidade de Padova.

O Palazzo del Bo em Padova é o lar da Universidade desde 1493, e deve seu nome a uma história bastante curiosa. A Universidade de Padova, fundada por professores e alunos de Bologna e publicamente reconhecida desde 1222, estava originalmente localizada em diferentes locais da cidade, que foram gradualmente reunidos num grupo de edifícios da Via 8 de Febbraio. Este grupo de prédios, em seguida, passou para a posse de um açougueiro, por doação de Francesco I da Carrara, senhor de Padova, em 1405, como agradecimento por este ter fornecido carne durante o cerco da cidade. O açougueiro tinha aberto nesses edifícios uma estalagem (o Hospitium Bovis) cujo simbolo era um crânio de um boi, o "Bo". A propriedade passou em seguida para a Universidade, e esta manteve o mesmo crânio de um bovino como emblema, dai o nome "Bo" até agora.
Actualmente, o Palazzo del Bo apenas alberga a casa do reitor, a Faculdade de Direito e as salas de aula das faculdades de representação. As cerimónias oficiais e de graduação ainda são realizadas numa das salas do edifício.


Logo a seguir chega-se à Piazza delle Erbe, uma das praças históricas da cidade de Padova. Foi construída em 1930 e nela podemos admirar o Palazzo della Ragione, hoje destinado ao recinto ferial.


O Palazzo della Ragione é um edifício com uma grande varanda com nove arcos, do arquitecto Camillo Boito (1873). Está hoje destinado às feiras temáticas e exposições temporárias e foi outrora a antiga sede do governo e dos tribunais da cidade de Padova. Foi construído a partir de 1218 e em 1306 tomou a forma actual, com um telhado em forma de um casco de um navio invertido.

O piso superior é ocupado pela maior sala do mundo, chamada de "Feira" (medindo 81 metros por 27 metros e uma altura de 27 metros) com tecto de madeira em forma de um casco de um navio. Possui frescos relacionados com a astrologia. Os frescos originais atribuídos a Giotto, foram destruídos por um incêndio em 1420.

O grande salão abriga um gigantesco cavalo de madeira, uma cópia da estátua equestre do monumento renascentista de Gattamelata, de Donatello e duas esfinges do Egipto. Recentemente, num canto da feira foi colocado um pêndulo de Foucault, para enfatizar a ligação inseparável entre Padova e a Ciência.


O Palácio de Exposições separa duas das mais emblemáticas Piazzas da cidade, a Piazza delle Erbe (a Praça das Flores) e Piazza della Frutta (a Praça da Fruta). As duas praças, como no passado, ainda são o lar de 2 dos mais pitorescos mercados ao ar livre de Padova, com barracas de "scariolanti" que cobrem a maior parte da superfície das Piazzas, além da linha de lojas no rés-do-chão do palácio ferial. Todas as manhãs em redor da fonte, que foi instalada em 1930, as barracas coloridas e o colorido das flores enfeitam a Piazza delle Erbe, e o colorido dos frutos e legumes, a Piazza della Frutta.
Existe uma passagem coberta entre as duas praças que é chamada de Volto della Corda. O nome deriva dos "tratos de corda" que, na Idade Média ali eram administrados aos comerciantes que tentavam enganar nas medidas. A pena consistia em levantar o réu pelos pulsos ligados atrás das costas até uma altura de 3 a 4 metros e depois deixá-lo cair.Frente à fachada Oeste do Salone surge o Palazzo delle Debite, que estava ligado ao próprio Salone por uma passagem elevada, através da qual eram trazidos ao Palazzo della Ragione os devedores condenados, uma vez que o Palazzo delle Debite era, precisamente, a prisão dos devedores insolventes.


Os mercados das flores e das frutas são realizados todos os dias (de segunda a sexta-feira das 7h30 às 13h30 e sábado 7,30-20,00). O Mercado das Frutas onde os agricultores vão vender uma enorme quantidade de vegetais e frutos, é composto por 70 barracas. A Piazza delle Erbe, é também um lugar de encontro para os jovens estudantes da Universidade de Padova, especialmente à quarta-feira à noite, que é a noite da universidade, quando a praça se enche de jovens para o “ritual de spritz”, a bebida de Padova. É quase impossível encontrar dois bares ou clubes que sirvam da mesma maneira um Spritz. Cada proprietário guarda a sua receita para o Spritz.
A receita para a preparação do Spritz di Padova é a seguinte: 02/01 Prosecco; 02/01 Água mineral com gás ou água seltzer; 1 golpe de Aperol, Gin, Campari ou Cynar…; 1 rodela de limão ou laranja.O autocarro turístico deixa a Piazza della Erbe e do outro lado do Palazzo della Ragione aparece a Piazza della Frutta, um pouco mais estreita que a anterior. Diante de nós aparece o outro lado do Palazzo della Ragione do lado direito, e uma esplanada ocupa parte da praça.

Fonte: http://www.padovanet.it / Wikipédia.org / http://www.villabettini.it/it/palazzo-bo

Visita a Padova - Parte V





Era nossa intenção conhecer a cidade de bicicleta, uma vez que Padova é uma cidade plana, à beira rios, sendo por isso muito aprazível pedalarmos por ela. Como as bicicletas já não estavam na nossa posse, resolvemos conhecer a cidade de autocarro turístico, uma solução prática, fácil e cómoda, não sendo contudo a da nossa preferência.Assim sendo, apanhámos o autocarro turístico na Piazza del Santo e fomos conhecer o resto da cidade de Padova. O autocarro encaminhou-se a partir da Piazza del Santo, para a zona ribeirinha ao rio Brenta, seguindo pela Riviera del Businello.


Padova possui dois rios, o Bacchiglione, que a atravessa e o rio Brenta, que a circunda. É importante falar dos rios da cidade pois era através deles que a população viajava até Veneza e vice-versa.Desde 1500, no verão, quando a cidade se tornava demasiadamente quente, as famílias ricas de Veneza deixavam os seus palácios no Grande Canal e navegavam com elegantes gôndolas, para as suas residências de verão situadas ao longo do Rio Brenta. Quando chegavam a Fusina, na zona de aluvião no lado continental da Laguna de Veneza, trocavam de embarcação usando a partir dai “o Burchiello”, um típico barco da Riviera do rio Brenta e subiam o rio em direcção a Padova. Como se navegava contra a corrente, os barcos eram puxados com velas e cavalos, na sua navegação ao longo do rio.


Chegando assim às suas casas de verão, construídas por arquitectos de renome da época, como Andrea Palladio e Scamozzi Vincenzo, passavam o verão no campo, como era costume na época. Além de acompanharem as colheitas e a preparação das terras para um novo cultivo, organizavam festas e danças, bem como peças teatrais, até chegar o Outono.Ao longo dos séculos muitos homens famosos como Goethe, Casanova, D’Annunzio, Lord Byron, músicos, pintores e cantores famosos daquele período, passavam as férias nestas casas, entretendo-se de festa em festa. Ainda hoje existem mais de duzentas moradias antigas com seus parques, que foram construídos entre os 1500 e 1800, sobre as margens do Canal do Brenta, de Padova até Fusina.


Deixando a margem esquerda do rio Brenta, o autocarro segue pela Riviera Tito Livio até à Piazza Antenore, do lado direito. À direita da praça fica o Palazzo della Prefettura di Padova e sede della Provincia (sede do tribunal), com sua fachada neo-renascentista. O edifício está localizado na área que era antes ocupada pela igreja e o mosteiro dos monges beneditinos de Santo Stefano (874) e, mais tarde incorporada pela Chiesa di San Lorenzo, suprimida em 1809 por vontade de Napoleão Bonaparte. Todos os objectos pertencentes a essa igreja foram vendidos a um particular com a obrigação, no entanto, de ser preservada a tumba de Antenor (um lendário herói troiano que, segundo Virgílio, fundara Padova em 1184 a.C.), que estava naquele tempo encostado a um muro. Após a demolição da igreja, o túmulo esteve em diferentes zonas de Padova, até voltar novamente a esta praça, onde se pode admirar hoje. No entanto a bela lenda das origens de Pádua foi posta em causa por testes recentes a um fragmento ósseo, que demonstraram que este pertencia a um guerreiro, provavelmente alemão ou húngaro, que viveu entre o terceiro e quarto século d.C., um período que exclui para sempre a lenda do príncipe de Tróia.
Fonte: http://www.padovanet.it / Wikipédia.org / http://www.capriuli.it

Visita a Padova - Parte IV





Após a visita à Basílica di Santo Antonio, dirigimo-nos para o Oratório de San Giorgio e Scuola del Santo. O Oratório de San Giorgio, no lado sul da praça ao lado da Basílica di Sant'Antonio é uma pequena capela, possuidora de bonitos frescos, que se encontra geralmente com poucos ou nenhuns turistas.

Os seus frescos foram feitos por dois alunos de Giotto, e embora não sejam tão magníficos como os da Capella degli Scrovegni (situada a norte do centro da cidade, com frescos que são a obra prima de Giotto), podemos estar sentados a olhar para eles sem se ser perturbado, o tempo que se quiser.

A Scuola del Santo ou Scoletta, é uma pequena casa histórica, destinada às reuniões no Salão do Priorado dos membros do Arco de Santo Antonio, situada ao lado do Oratorio di San Giorgio. A Scoletta, é uma sala espaçosa que foi erigida pela Irmandade em 1427, com um tecto em caixotões, segundo o costume da época, esculpido por G. Cavaleiros e pintado por D. Bottazzo, entre 1506 e 1510. As cenas pintadas nas paredes são divididas em painéis de madeira com molduras douradas, que foi decorada com um ciclo de frescos pintados, onde entre 1510 e 1511 trabalhou o jovem Ticiano. Do lado direito da Scuola del Santo, existe ainda uma pequena igreja.

Cá fora na Piazza del Santo são muitas as barraquinhas com artigos religiosos, onde a figura de Santo António está sempre presente. É caso para dizer que na cidade de Padova, respira-se a devoção por "il Santo".

Esta cidade construída em volta da basilica tem como ponto de referência, Santo António, que começou por ser de Lisboa e que os italianos, e muito bem adoptaram como "il Santo de Padova", o padroeiro de toda a Itália. Apesar da presença de muitos monumentos de grande importância, a cidade jamais assumiu um aspecto monumental e o seu desenho urbano é abundantemente irregular, alternando largas praças e pequenas ruazinhas porticadas e pitorescas, especialmente na zona velha central à volta da basílica, actualmente restaurada onde existem galerias de arte, lojas de antiguidades e cafés.


Fonte: http://www.padovanet.it / Wikipédia.org / http://www.basilicadelsanto.org / www.initalytoday.com

Visita a Padova - Parte III




A visita à cidade continuou após a perda de tempo dos transmites relativos ao roubo das nossas bicicletas. Caminhando a pé dirigimo-nos pela Piazza Prato della Valle até se encontrar a Via Beato Luca Belludi, no início da qual se vislumbram as grandes cúpulas bizantinas e minaretes da Basílica di Sant’Antonio.Caminha-se pela Via Beato Luca Belludi e no final abre-se a grande Piazza del Santo, o espaço em frente da Basílica.

A grande Piazza del Santo é limitada no trecho do lado direito pelo Oratório di S. Giorgio, a Scuola del Santo e o Museu Cívico. Em frente à Basílica del Santo, no alto de seu pedestal, destaca-se um dos monumentos equestres mais famosos da Itália e do mundo, a estátua de um chefe de mercenários, Gattamelata (por Donatello), que durante a sua vida prestou grandes serviços a Veneza.

Entrámos na Basílica di Santo Antonio, que impressiona desde logo. É um lugar imponente e um monumento à beleza e espiritualidade. É também o local turístico mais conhecido em Padova, que traz milhões de peregrinos à cidade por ano.

A área da nave aparece bastante espaçosa e marcada por dois arcos solenes em ambos os lados. Acima destes e à esquerda há uma varanda, que acompanha a nave central, entrando no transepto. Depois todo o interior é um lugar de encantos, com a riqueza das decorações e pinturas que cobrem os pilares e outros espaços, originários dos séculos XV-XVII. Construída após a morte de Santo António de Lisboa, "il Santo" (como é chamado em Padova), no ano de 1231, para abrigar os restos mortais do santo e as notáveis relíquias. Embora tenha sido um homem simples, discípulo de San Francesco de Assisi, que rejeitou todos os bens materiais, os cidadãos de Padova construíram em sua honra um dos templos mais sumptuosos da Cristandade.

A Basílica di Sant'Antonio di Padova é a maior igreja de Padova e embora receba peregrinos de todo mundo, não é a catedral da cidade, sendo administrada pelos Frades Franciscanos Conventuais.A Basílica actual é em grande parte o resultado de três diferentes reconstruções, que tiveram lugar durante um período de cerca de 70 anos (1238-1310).

A construção da basílica deve ter começado em 1238, sete anos após a morte de Santo Antonio de Padova, e foi concluída em 1310. O santo, de acordo com seu testamento, foi enterrado na pequena igreja de Santa Maria Mater Domini e perto de um convento fundado por ele em 1229. Essa igreja foi incorporada na actual Basílica, com o nome de Cappella della Madonna Mora (Capela da Madonna Negra ou Morena).

A construção do primeiro núcleo da Basílica, uma igreja franciscana, com apenas uma única nave e um transepto curto, começou em 1238. A esta igreja foram adicionadas mais duas naves laterais, que a transformaram na estrutura incrível que hoje admiramos.

A Basílica é um edifício gigante sem estilo arquitectónico definido. No interior, há numerosos monumentos funerários. A Cappella del Santissimo Sacramento é o túmulo de um famoso "condottiero" (mercenário), Gattamelata e seu filho Giannantonio.

As relíquias de Santo Antonio são encontradas na Cappella delle Reliquie (Capela das Relíquias). O corpo do santo, que estava na Capela Madonna Mora, tem hoje uma capela especial, criada por Tullio Lombardo, com esculturas de Tiziano Aspetti.

Na Basílica há também diversas imagens importantes da Madonna. Outras obras importantes são o magnífico candelabro de Páscoa, de 1515, por Andrea Briosco; as seis estátuas de santos no altar, de Donatello; e a "Crucificação", de Altichiero da Zevio, uma das obras mais importantes do final do século XIV.

Fonte: http://www.padovanet.it / Wikipédia.org / http://www.basilicadelsanto.org

Visita a Padova - Parte II



A Basilica de Santa Giustina, na sua posição lateral e assimétrica em relação ao Piazza Prato della Valle, faz dela uma visão extraordinariamente fascinante, para quem entra do lado sul da cidade. O grande e famoso templo, que alguns estudiosos dizem ter sido construído sobre as ruínas de um templo pagão, é uma das obras mais importantes da arquitectura de Padova e um dos mais antigos lugares de culto da cidade.

Foi fundada por volta do século V, em memória da mártir Santa Giustina, no lugar onde estava enterrada. Santa Giustina foi uma jovem aristocrata da cidade, que foi martirizada em 304, na perseguição aos cristãos pelo imperador romano. Segundo a tradição, o pai da mártir, Vitaliano, um alto funcionário imperial, que aparentemente terá sido convertido ao cristianismo por São Prosdocimo, primeiro bispo de Padova, no séc. V, construiu com este o primeiro núcleo da igreja, que viria a ser a primeira igreja cristã da cidade. Foi reconstruída após o terramoto de 1117, e demolida em 1502, para abrir caminho para a grande igreja actual, construída entre 1532 e 1579 por vários arquitectos, e em particular por Andrea Moroni e Andrea Valle. É coroada por 8 cúpulas (domos) e tem 14 capelas laterais. A fachada, que era para ser coberta com mármore, provavelmente branco, nunca foi concluída.

Ao lado da igreja estende-se o famoso Mosteiro dos Beneditinos, que data do séc. IX. No séc. XV, a partir deste importante centro de vida monástica, o Abade Ludovico Barbo, fez os movimentos necessários à grande reforma da Congregação Beneditina de Santa Giustina. O complexo actual (cinco claustros além da Basílica), é o resultado de um trabalho de reconstrução quase total, que ocorreu em 1600. O interior é amplo e luminoso, uma das maiores obras-primas da arquitectura renascentista, é uma cruz latina e está dividido em três naves por enormes colunas. A luz entra através de janelas e cúpulas. No tamanho (122 metros) Santa Giustina é a nona maior entre as igrejas do mundo.

A majestosa Basílica preserva muitas obras de arte. Na igreja há dois altares interessantes, o Altar de San Luca, do séc.XIV na nave esquerda, e o Altar de San Prosdocimo do séc. V, na nave direita. Este último é o monumento cristão mais antigo de Padova. Estes dois altares reflectem a longa história desta igreja. Há também um trabalho maravilhoso, "O Martírio de Santa Giustina" de Paolo Veronese (1575), juntamente com obras do barroco por Luca Giordano e Sebastiano Ricci. A partir do corredor direito, atrás da Arca da San Matthias abre-se uma passagem marcante para o Bem dos Mártires (1566), onde estão todas as relíquias dos mártires de Padova. Daí chegamos ao Santuário de São Prosdocimo (uma pequena capela votiva), com uma decoração rica de mosaico e mármore, construído no final do séc. VI.

O Mosteiro, que foi suprimido por Napoleão em 1810 e transformado em quartel, foi reaberto em 1919. Hoje é ainda em parte ocupado por quartel e outra parte por mosteiro que comunica com os claustros.
Fonte: http://members.virtualtourist.com / http://www.padovanet.it

Visita a Padova - Parte I

No dia seguinte à nossa chegada a Padova e após uma noite calma e silenciosa, pegámos nas bicicletas e fomos conhecer a cidade. Lembro-me de pensar enquanto pedalava, de quanto gostava da leveza da minha simples bicicleta de cidade e de como era bom e refrescante, percorrer as ruas de novas cidades no absoluto equilíbrio dinâmico por ela proporcionado.


Do parque de autocaravanas até à Basílica de Santa Giustina, é um pulinho e uma vez lá chegados, amarrámos as bicicletas umas às outras e entrámos na basílica. Após a visita à basílica ainda as vimos pela última vez, mas enquanto tomávamos um “gelatto”, na esplanada de um pequeno quiosque ao lado da basílica, alguém as roubou à molhada, pois foram as três só de uma vez. A causa provável do crime foi a bicicleta de montanha caríssima da minha filha. Procurámos a polícia, mas disseram-nos que era pouco provável encontra-las. Muito pesarosa, a senhora italiana proprietária do quiosque foi amavelmente connosco no seu carro, até à esquadra mais próxima, para realizarmos formalmente a queixa, mas lá a resposta foi a mesma. E nem Santo António nos valeu!… A Basílica de Santa Giustina faz parte de um grande complexo de edifícios que constituem a grande Abbazia di Santa Giustina (Abadia de Santa Justina). A Abadia e a Basílica de Santa Giustina, em Padova, são dedicadas à santa padroeira da cidade, sendo o complexo fundado no séc. V, no local onde se encontrava o túmulo de Santa Giustina, tornando-se um dos mosteiros mais importantes na área, até que foi suprimido por Napoleão em 1810, que o transformou em quartel. O complexo tal como hoje o vemos, foi só foi reaberto em 1919.


Santa Giustina de Padova é uma santa cristã que foi martirizada e morta em 304 d.C., durante a perseguição imposta pela diarquia de Diocleciano e Maximiano aos cristãos. Santa Giustina terá sido martirizada por não querer renunciar à sua fé e oferecer sacrifícios aos deuses romanos. Diz a lenda que ela era muito bonita e que um nobre romano queria casar-se com ela, mas foi recusado por ser pagão. Então como represália, o procônsul mandou que a martirizassem para que ela renunciasse à sua fé. Os relatos dos “Actos do Martírio” eram feitos por escribas romanos, que tinham a orientação de descrever o martírio com detalhes e não dar muita ênfase à pessoa que era supliciada. A ideia era assustar os cristãos, visto que os “Actos do Martírio” eram públicos e ficavam expostos nas bibliotecas da cidade, onde ocorria o martírio e em Roma. Depois de ser martirizada sem sucesso, amarram Santa Giustina a um poste no pátio do anfiteatro de Padova e, derramaram sobre ela uma espécie de resina ateando fogo de seguida, mas a jovem continuou a cantar louvores a Jesus. Soltaram então dois tigres famintos, e estes deitaram-se a seus pés. Então o procônsul enfurecido ordenou que Santa Giustina fosse decapitada.


A história medieval descreve-a como uma seguidora das doutrinas do Apóstolo São Pedro. Assim, São Prosdocimus, o primeiro bispo de Padova, terá sido o pai espiritual de Santa Giustina, uma vez que teria sido baptizada por ele, em 300 d.C..
Fonte: http://www.cademeusanto.com.br / Wikipédia.org

A chegada a Padova






A manhã acordou muito sombria e chuvosa e foi nestas condições que viajamos até Padova (Pádua), onde chegámos ainda de dia. À entrada da cidade parámos logo no parque destinado às autocaravanas, situado ao lado de uma grande praça elíptica, ao sul de Padova, designada de Prato della Valle, que, além de ser a principal Piazza da cidade, é a maior praça da Europa e, provavelmente, uma das mais belas do Mundo. Como o dia tinha decorrido chuvoso, estavam só meia dúzia de autocaravanas e o enorme parque estava praticamente vazio. O jantar foi confeccionado na autocaravana e após a refeição fomos dar uma volta pelo Prato della Valle.

O princípio de noite adivinhava-se e o céu apresentava uma tonalidade cinza-azulada, onde a luz do sol tentava a todo o custo entrar, sem contudo o conseguir, proporcionando o cenário ideal para a realização de belas fotos. O passeio foi lento e demorado, uma vez que o Prato della Valle, tem 90,000 m2 e embora no coração de Padova, está rodeado de verde e silêncio, que nos dá um imenso bem-estar.

Historicamente foi um teatro romano e mais tarde um parque de diversões, tomando o aspecto actual em 1775. Possui um canal de forma oval por onde corre um bom veio de água, e uma ilha central, com uma grande área relvada, que é atingida por quatro pontes e nas bordas do canal, alinhamentos com 78 estátuas de personalidades famosas do passado, como bispos, escritores, filósofos e artistas imortais. Era sexta-feira, e para sábado preparava-se um concerto para toda a tarde e noite, seguido de fogo-de-artifício. Fora da praça, um grande palco negro fazia adivinhar a festa que se aproximava. A área em redor da praça é usada por corredores, ciclistas, patinadores… Ali e acolá, jovens sentados na relva ou junto ao canal liam, relaxavam, conversavam ou simplesmente viam o mundo passar.


O arranjo foi inspirado na grande tradição aristocrata do jardim veneziano, de acordo com os conceitos neoclássicos, numa solução para o planeamento urbano e qualificação ambiental. Fora da praça a Leste, e ao longo de um dos lados do Prato della Valle, avista-se, a Basílica de Santa Giustina, com as suas oito cúpulas, dando um toque abençoado ao local.

Fonte: http://www.padovanet.it / http://wikitravel.org

História de Bologna, entre o mito e a lenda

Bologna está situada numa localização central, que desde os tempos antigos, a fazia favorável ao tráfico comercial com o resto da península. A cidade está delimitada pelos rios Reno e Savena, no sopé dos Apeninos.

Existem várias lendas sobre o nascimento de Bologna, alguns atribuem a sua fundação, aos umbros, que se puseram em fuga aquando da invasão etrusca, e que fundaram uma aldeia onde agora está situada Bologna, e posteriormente ocupada pelos etruscos.


Acredita-se também que tenha sido fundada pelos etruscos, com o nome de Felsina, por volta de 510 a.C.. Essa é outra história que fala de Felsina, uma descendente de Bianore, o lendário fundador da Pianoro, Parma e Mantua, que deu à cidade o seu nome alterado mais tarde por seu filho Bono, para Bononia.

Talvez haja alguma verdade em todas essas lendas, mas a mais fascinante é definitivamente a que nos fala do rei etrusco Fero que acampou na planície entre os rios Aposa e Ravone. Fero e seus homens começaram a construir cabanas num local de vegetação densa e com óptima localização.

A aldeia foi expandida em torno de um rio (o Aposa que ainda hoje corre no por baixo de alguns locais de Bologna) e um dia, para ligar os dois lados do rio, Fero construiu uma ponte, às vezes erroneamente lembrada como Ponte de Ferro (em vez de Fero), localizada na Via Farini provavelmente onde está situada hoje a Piazza Calderini. Mas um dia Aposa, amante de Fero, foi arrastada por uma inundação do rio quando ele se aproximava de casa. Fero tentou encontrar o seu corpo, mas este nunca foi encontrado. Desde então, o rio tomou o nome de sua mulher, Aposa.

A vila cresceu e Fero decidiu protegê-la com um muro, e apesar de velho, sempre trabalhou na sua construção. Enquanto trabalhava num dia quente de verão, a filha de Fero foi oferecer a seu pai um recipiente com água fresca, pedindo a Fero para que desse o seu nome à cidade. Fero concordou e manteve a sua promessa e a partir desse momento a cidade tomou o nome de sua filha, Felsina.

Bologna é uma das cidades mais antigas da Itália, com quatro milénios de história, quatro mil anos de glórias, de vicissitudes intensas e por vezes adversas, e rica em vestígios da sua história. Como a generalidade das cidades italianas, Bologna dispõe de uma história extremamente rica.

Com os etruscos tinha o nome de Felsina. Depois conquistada pelos gauleses, que fizeram de Bologna a sua capital, adquire o nome de Bononia. Bononia da era imperial romana floresce e desenvolve-se. Marcus Valério Marcial, poeta latino, chamava-a de "Culta Bononia". Os romanos de 189 a.C. nominaram-na como uma colónia, que prosperou com a abertura da Via Emilia.

No século IV a.C., Bologna e os arredores foram conquistados por uma tribo celta. A tribo estabeleceu-se e misturou-se muito bem com os etruscos, povos que viviam na península Itálica. Após a Batalha de Telamon, onde esta tribo e os seus aliados foram violentamente derrotados, os celtas aceitaram com resistência a influência da República Romana. A população céltica acabou então por ser absorvida na sociedade romana, mas a língua sobreviveu até hoje no dialecto bolonhês.

Em 88 a.C., Bologna tornou-se um município com um plano de ruas rectilíneas, com seis a oito cardi decumani (intersecção de ruas), que ainda hoje são visíveis. No seu auge, Bologna foi a segunda cidade de Itália, e uma das mais importantes de todo o Império, com vários templos, um teatro e uma arena.

Depois de um longo declínio, Bologna renasceu no séc. V, ao abrigo do bispo Petronio. Segundo a lenda, San Petronio construiu a Igreja de San Stefano. Após a queda de Roma, Bologna foi uma fortaleza da fronteira do Exarcado de Ravenna, na planície do Pó, e foi defendida por uma linha de muralhas.

Em 728, a cidade foi capturada por lombardos, pelo rei Liutprando, tornando-se parte do Reino Lombardo. Os conquistadores germânicos formaram uma jurisdição chamada "longobarda addizione" perto do complexo de San Stefano.

Bologna é brutalmente saqueada pelos húngaros, em 902, e mais tarde retomada. A recuperação da cidade coincidiu com o nascimento de sua famosa e conhecida universidade, a mais antiga do mundo, cuja fundação remonta a 1088, a que foi dado o apelido de "Dotta" (dotada, erudita), onde estudarem notáveis eruditos da Idade Média como Irnerius, Dante, Boccaccio e Petrarca.

No século XI Bologna começou a crescer novamente, como um município livre, juntando-se à Liga Lombarda contra Frederico Barbarossa, em 1164. A discórdia política, em várias ocasiões, da cidade com a Igreja, fez com que Bologna, em 1513 se tornasse um Estado Papal.

Proclamada capital das Províncias Unidas, em 1831, derrotou os austríacos a 8 de Agosto de 1848. Sede de um governo provisório em 1859, Bologna foi anexada em seguida, após o plebiscito de Março de 1860, ao reino da Itália.

Nos dias de hoje e na nova situação política, Bologna ganhou importância pelo seu papel cultural e tornou-se um importante pólo comercial, industrial e de comunicações. A população desta cidade italiana começou a crescer de novo e no início do século XX, as antigas muralhas foram destruídas, a fim de serem construídas novas casas para a população da cidade.
Bologna é por isso hoje uma cidade orgulhosa da sua antiguidade, cheia de carácter, aberta e tolerante, o que é bem expresso pelos seus epítetos tradicionais, Bologna la dotta (a erudita), la grassa (a gorda), ou ainda la rossa (a vermelha). Bologna a erudita, devido à sua prestigiada universidade fundada em 1088, que hoje oferece 250 programas de graduação para mais de 100 mil alunos e ainda por ser uma das capitais culturais da Europa. Bologna a senhora gorda, porque ela é uma amante dos prazeres da vida, uma cidade onde a comida é arte. Bologna a vermelha, pela cor vermelha de seus edifícios e arcadas, com cerca de 40 Km, mas também pela cor da maioria dos seus governos desde 1945 até à data.

Fonte: http://www.pitoresco.com.br / http://rio-bologna.blogspot.com / http://www.nozio.it/europa/italia/emilia_romagna/bologna/guide_turistiche

Visita a Bologna - Parte VII





Deixamos a Piazza Verdi e a partir do Largo Alfredo Trombetti aparecem de ambos os lados da Via Zamboni, os vários edifícios da Universidade de Bologna (Università di Bologna) que é a universidade mais antiga em funcionamento na Europa e que remonta a cerca de 1088. Actualmente cerca de 100.000 alunos frequentam esta Universidade.O campus está distribuído por vários edifícios, estando os serviços académicos concentrados na sua maioria, no Palazzo dell’Università. Junto da Piazza Antonino Scaravilli, está situada a faculdade de Economia, junto da Piazza Puntoni encontra-se a Academia das Belas Artes e mais à frente, já no final da zona antiga de Bologna e perto da Porta di San Donato, fica o Departamento de Matemática.


A Porta de San Donato, conhecida na cidade como Porta Zamboni por se destacar no final da Via Zamboni, é uma das portas da muralha da antiga cidade medieval. Como todas as cidades medievais, Bologna possui várias portas que parecem grandes arcos, onde cada uma é direccionada para uma outra cidade. Foi construída no séc. XIII, em tijolo, ao lado do alojamento para os guardas e no final do séc. XIV, foi-lhe colocada uma ponte levadiça.

Fechada e reaberta várias vezes entre 1952 e 1959, foi-lhe derrubado mais de um metro das paredes para permitir um melhor fluxo de veículos nas ruas Via Zamboni e Via San Donato. No entanto através do trabalho de restauração realizado entre 2007 e 2009, foi concedida à Porta San Donato a sua antiga glória.


Pela Porta San Donato, saímos em direcção à Via Irnerio onde apanhámos um autocarro que nos levou até à Via dell’ Indipendenza onde apanharíamos o autocarro 68, que nos levaria de volta ao parque de campismo.


Já no parque e como se avizinhava a hora de jantar, fomos para o restaurante, que embora não tivesse uma ementa diversa, servia comida saborosa. Depois o descanso, pois no dia seguinte partia-mos para Pádua.

Fonte: http://www.travelchannel.com / http://www.ricettebolognagrasse.it/storia / Wikipédia.org