Visita a Padova - Parte XII




Através da Via Milano o autocarro turístico passa a ponte e a Porta Molino, para a margem direita do rio Brenta. Da Ponde Molino observa-se quer do lado direito, quer do lado esquerdo, a Riviera dei Mugnai com as suas casas em tons pastel que beijam o rio, alinhando-se equilibradamente nas duas margens do canal.A Ponte Molino é uma antiga ponte com cinco arcos de origem romana, que remonta a 30 ou 40 a.C., embora tenha sido várias vezes reconstruída com parte do seu material original. A Ponte Molino e a Pontecorvo são as únicas pontes de estrutura totalmente romana ainda em uso na cidade de Padova.


O autocarro vira à esquerda e segue a Riviera San Benedetto, que acompanha o rio no seu percurso a Oeste. No cruzamento com a Via Euganea e na ponte que liga à Via del San Martino, começa a Riviera Paleocapa, que segue a mesma direcção da Riviera anterior. As Rivieras em Padova, correspondem aos caminhos, estradas ou edifícios que margeiam os canais onde correm os rios da cidade.

No início da Riviera Paleocapa encontra-se a Ponte de S. João, que corresponde ao antigo porto onde os barqueiros ancoravam os navios, barcos ou botes, para o transporte de lã. A ponte tem três arcos de origem romana, mas em 1200 foi reconstruída várias vezes, mantendo no entanto o seu tamanho original.


Sobre a ponte, observa-se a Riviera Mussato, do lado esquerdo do rio Brenta, ao longo da qual podem ser encontradas algumas secções das antigas muralhas da cidade, até se chegar à Ponte de Tadi, que deve seu nome a uma família poderosa e antiga de Padova.

Já no final da Riviera Paleocapa, na margem esquerda do rio, observa-se o antigo Castelo de Torlonga Carrara, com e a sua bonita torre de menagem, uma imponente estrutura medieval defensiva. Esta torre que foi outrora prisão, tomou mais tarde o nome de Torre della Specula (Torre do Observatório), por ter sido usada como observatório astronómico.


A Torre della Specula, é um dos símbolos mais representativos da cidade. Originalmente fez parte de um castelo com duas torres do séc. XIII, dominado na época por Ezzelino III da Romano de 1237 a 1256, um cruel tirano que mantinha e torturava os seus prisioneiros nesta torre.
Sucessivos governantes de Padova usaram o castelo como residência e mais tarde os senhores de Carrara, governantes da República de Veneza, transformaram-no num enorme palácio fortaleza, construindo-o sobre as ruínas do velho castelo, sendo a torre transformada em Observatório Astronómico, quando em 21 de Maio de 1761, o Senado da República de Veneza emitiu um decreto que obrigava à existência de um observatório para a Universidade de Padova, para que fosse utilizado na formação de futuros astrónomos, o que só ocorreu em 1767.


No lado Oeste abre a terceira porta das antigas muralhas medievais, que dava acesso ao palácio acastelado do séc. XIX, que é ocupado agora pelo Departamento de Astronomia e esconde uma parte importante das antigas muralhas, que reaparecem, não muito longe e continuam para Norte, com várias interrupções acompanhando o todo o troço do canal. Fonte: http://www.padovamedievale.it / http://www.flickr.com / http://www.padovanet.it

Há pouco tempo, a minha filha comentava comigo as elações que tirava das relações de amizade/conhecimento entre os jovens da sua idade, dizendo que nos dias de hoje importa mais Parecer, do que Ser! Dizia ainda que o velho ditado, “mais vale cair em graça do que ser engraçado”, está cada vez mais em voga.

Será que cada vez mais interessa Parecer do que Ser?

Esta pergunta é uma daquelas que nos perseguem desde os primeiros momentos enquanto seres conscientes. A essência do que somos e a aparência que temos são inegavelmente dimensões importantes nas nossas relações sociais e até na nossa individualidade, mas afinal de contas fica a pergunta: Qual dos dois importa mais? Ser ou Parecer?

A resposta a esta pergunta não está nem no sexo da pessoa e nem na posição social que ela ocupa, mas sim na relação que esta cria entre si mesma e o mundo. Neste sentido cabe indicar que, aqueles que possuem uma vivência consciente da sua dimensão interior, de seus valores éticos, filosóficos e estéticos geralmente tendem a atribuir à sua essência maior importância. Já os que não possuem esta vivência de conhecimento interior e de reflexão profunda, geralmente tendem a atribuir um maior valor à aparência e à opinião que os outros têm deles, pois sem exercitar seus mecanismos de avaliação de si próprios confiam quase que exclusivamente no conceito que os demais têm deles.

Embora a meu ver os valores internos e a vivência constante do autoconhecimento devam ser encarados como prioridade sempre e sobretudo em tempos como os de hoje, o que me é dado observar é que cada vez mais, (pelo menos para a sociedade que me é mais próxima), é que os parâmetros de julgamento das aparências têm cada vez mais importância. Começa a ser moda falar-se com muita regularidade sobre o que se adquire, como roupa, carros, casas, esquecendo que muitas vezes essas compras sendo a crédito, não são deles, mas sim de quem lhes empresta o dinheiro para essas aquisições.

Será que com isso aumentam a sua auto-estima? Será que com isso serão melhor aceites pelos outros? Pelo menos parace que sim! A expressão “uma imagem vale mais do que mil palavras” parece também estar aqui em sintonia com esta nova forma de vivências.

Sobre este assunto, cito a comparação que Jesus Cristo faz entre o homem prudente e o insensato, no sentido de dizer que o homem prudente edifica a sua casa sobre a rocha e o insensato sobre o pântano. Vem uma tromba de água e adivinhem qual é a casa que é levada pela enxurrada? Em meu entender, aquele que dá mais valor ao que é, em termos de virtudes, qualidades e valores, é como o homem que edifica a casa sobre a rocha, assim podem vir as mudanças que vierem que não abalarão a consciência do próprio valor. Assim sendo, sem sombra de dúvida a ideia de Ser é muito mais importante do que Parecer.

Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities / http://carlinhos5834.blogspot.com/2010/10/ser-ou-parecer-eis-questao.html

Visita a Padova - Parte XI






O percurso por Padova mostra-nos uma cidade cheia de história que merece ser desvendada passo a passo, a partir dos vestígios cronologicamente marcados em vários pontos desta cidade ancestral.
As velhas muralhas com as suas torres medievais, imponentes e belos casarões antigos de traça medieval, catedrais e igrejas, bem como outros lugares de culto cristão ou não, edifícios simbólicos do poder civil, e os templos da cultura, como o Palazzo del Bo e o Orto Botanico (Jardim Botânico), o mais antigo da Europa. Tudo isto faz com que o interesse por Padova vá crescendo naturalmente, empolgando com facilidade quem a visita, convidando à sua real descoberta.

Percorre-se todo o Corso Garibaldi a partir da Piazza Eremitani até à Piazza della Stazione, onde está situada a estação de comboios “Padova Central”, que serve a importante ferrovia electrificada Milano-Venezia.O autocarro dá a volta à rotunda e segue o seu percurso pelo Corso del Popolo, fazendo o caminho oposto ao anterior. No cruzamento com a Via Matteotti, vira à direita percorrendo a Via Giotto.

A meio do percurso do Corso del Popolo, passa-se a Ponte del Popolo sobre o rio Brenta e do lado direito destaca-se na paisagem, uma simbólica caixa vertical de vidro, construída sobre um espaço verde que confina com a margem esquerda do rio Brenta. Este monumento de expressão arquitectónica avant-garde, de Daniel Libeskind, não é mais do que um monumento em homenagem às vítimas do 11 de Setembro de 2001, no inferno dantesco ocorrido com a queda do Word Trade Center, das Torres Gémeas de Nova Iorque e uma das maiores tragédias da nação americana. Na ponte, observa-se ao longe a Chiesa del Carmine, que se destaca na paisagem lacustre com sua grande cúpula azulada e a sua torre minarete.


O percurso continua até ao final da Via Giotto, que culmina na Piazza Mazzini, uma praça recatada cheia de antigos prédios com arcadas. Da Piazza Mazzini vira-se à esquerda e percorre-se a Via San Giovanni da Verdara, com coloridos prédios baixos de um e dois andares em tons pastel. No final da rua vira-se à esquerda e encontra-se a Piazza Petrarca.

No centro da Piazza Petrarca destaca-se a estátua de Petrarca, que dá nome à praça. Frencesco Petrarca (1304-1374), juntamente com Dante e Bocaccio, foi um dos três grandes escritores de lingua italiana do séc. XIV, que passou parte de sua vida em Padova, na corte Carrara.

Bem na frente desta estátua de Petrarca observa-se a Basílica di Santa Maria del Carmine, desenhada por Lorenzo da Bolonha a partir de uma antiga igreja do séc. XIV. O edifício foi reformado várias vezes ao longo dos séculos e a fachada actual foi concluída no séc. XVIII. Após deixarmos a Piazza Petrarca atravessa-se novamente para a margem esquerda do rio Brenta e toma-se a Via Dante, onde somos sempre acompanhados por prédios com antigos pórticos. Vira-se à direita e segue-se pelo Corso Milano e numa travessa observa-se a meia-lua formada pelo belo edifício cor-de-rosa do Teatro Verdi. O Teatro Verdi situado numa esquina da Via dei Livello, nº32, é o principal teatro de Padova. O edifício do teatro foi encomendado por uma sociedade de nobres da cidade e projectado pelo arquitecto Giovanni Reggio em 1751, sendo inaugurado como sala de ópera e chamado "Teatro Novo da Nobreza". Sofreu várias remodelações, sendo a actual de 1884.

Atravessa-se mais uma ponte sobre o rio Brenta, dominada Porta Molino, que dá o nome à ponte, Ponte Molino. A Porta Molino foi a principal porta a Norte das muralhas do séc. XIII, e deve o seu nome aos muitos moinhos que ali trabalhavam até o início do século XX.

A Ponte Molino é uma das 19 portas que coincidiam com os 19 portos comerciais que se encontravam nas várias entradas abertas na muralha da antiga cidade medieval, sendo também nos dias de hoje, uma das mais bem preservadas. Esta porta é dominada por uma torre, onde segundo reza a história, Galileu Galilei observou as luas de Júpiter, com um telescópio feito por ele, tal como como indica a placa com uma inscrição de Carlo Leoni (1812-1874).


Fonte: Wikipédia.org / http://members.virtualtourist.com / http://www.spritz.it / http://www.padovanet.it/

Visita a Padova - Parte X





Novamente no autocarro segue-se pelo Corso Garibaldi e após passar-se o rio Brenta para a outra margem, vira-se à direita pela Via Trieste. No cruzamento de estradas perto da Stazione Autocorriere (Estação de Autocarros), volta-se à direita pela Via Porciglia até encontrar e seguir pela Via Giambattista Morgagni que nos leva até à Piazzetta Ippolito Nievo.É na Via Giambattista Morgagni que se encontra a Faculdade de Medicina de Padova e o próprio nome desta rua corresponde ao fundador da Anatomia Patológica (uma das principais fundações da medicina moderna), que foi professor de Anatomia na Universidade de Padova durante 56 anos.
No final da Via Morgagni aparece o nó de vias da Piazzetta Nievo, onde é encontrada a Chiesa di Santa Sofia, situada no cruzamento com a Via Santa Sofia Altinate. Nestas vias que se desembocam na Piazzetta Ipolito Nievo, são encontrados a maioria dos hotéis da cidade.A Chiesa di Santa Sofia é a igreja mais antiga da cidade de Padova, sendo conhecida e famosa por sua estrutura original, que no último século foi objecto de estudos por muitos especialistas. A conversão para lugar de culto cristão, parece ser devido a San Prosdocimo, no início da era cristã.

O interior é composto por três naves, que apoiam em pilares irregulares, feitos de material heterogéneo de ruínas romanas e medievais. A parede interna do hemiciclo é atravessada por nichos semelhantes aos de fora, e num deles existe um belo fresco que representa a Virgem e o Menino, atribuído a Giovanni da Gaibana, enquanto o fresco na luneta acima do acesso à capela, retrata a “Madona in Trono” que é atribuído à escola de Giotto. O altar simples mas singelo é adornado com um retábulo de Andrea Mantegna, de 1448.Restos de fundações romanas são visíveis na cripta e a descoberta de uma pedra sacrificial sobre as ruínas testemunha a existência anterior naquele local de um templo pagão, provavelmente dedicado ao deus Mithras, um deus de origem persa, cujos vestígios datam de 1300 a.C.. A primeira grande renovação da igreja remonta ao séc. IX, durante o período carolíngio. O actual edifício, estilisticamente semelhante ao tipo comum na costa do Adriático, foi construído a partir da área da abside, entre 1106 e 1110, e concluída em 1127.


Seguindo pela Via Belzoni, onde se encontra o polo universitário de Ciências e Matemática, e depois pela Via Ognissanti aproximamo-nos das muralhas da cidade, junto da margem esquerda do rio Brenta.
O autocarro vira à esquerda e percorre primeiro a Via Gradenigo, depois a Via Leonardo Loredan, sempre acompanhado à esquerda pelo que resta das antigas muralhas da cidade e pela margem esquerda do rio Brenta.

No cruzamento da Via Gradenigo com a Via del Portello observa-se do lado direito a Ponte del Portello e a Porta Portello que dá passagem naquele ponto, para a outra margem do rio Brenta, sendo também outrora uma importante porta das muralhas da cidade.


As muralhas que ali observamos não são apenas uma obra de grande interesse arquitectónico, pois nelas trabalharam ao longo de 35 anos milhares de homens, mas também representam uma ferramenta valiosa para entender melhor a evolução desta parte das muralhas de Padova. As muralhas foram construídas durante a era romana e a Idade Média e o seu percurso corresponde a um meandro do rio Brenta (outrora o rio Medoacus), que circunda a cidade, no qual se desenvolveu o primeiro centro urbano da Padova medieval.

A Porta Portello e a sua ponte formavam outrora o ponto fulcral de um complexo portuário e monumental, que correspondia ao porto fluvial mais importante da cidade de Padova, durante a dominação veneziana. Situada entre o rio Brenta a norte e do rio Bacchiglione a sul, Padova já foi um marco do tráfego comercial por meio de sua rede de mais de 590 canais escavados nos tempos medievais. Em 1209 toda a rede de canais foi concluída, sendo a hidrovia principal de Padova constituída por 10 km de comprimento. Dentro da cidade velha os canais correm junto dos principais bairros da cidade, onde se juntam as águas do rio Brenta e do rio Bacchiglione que conectam directamente no Canal Brenta, seguindo depois para Veneza.

No final da rua deixa de haver vestígios de muralhas, e o autocarro encaminha-se novamente para a Via Porciglia, dando a volta pelo complexo da Piazza Eremitani, já anteriormente visitado, onde está situada a Chiesa degli Eremitani, o Museu Cívico, Museu Arqueológico e o Museu de Arte Medieval e Moderna, que estão alojados nos claustros do convento dos Frades Eremitas, bem como o Giardini dell’Arena, o Palazzo Zuckermann e a Capela Scrovegni. Fonte: Wikipédia.org / http://www.magicoveneto.it/ http://www2.regione.veneto.it/ http://www.laviadelbrenta.it

Visita a Padova - Parte IX




A partir da Piazza Garibaldi o autocarro turístico segue o seu percurso de visita à cidade pelo Corso Garibaldi. Rapidamente se chega ao Largo Europa, que se observa do lado esquerdo. O Largo Europa embora esteja situado na área da cidade velha possui muitos prédios de construção moderna. Do lado direito destaca-se a bela Piazza Eremitani, onde está situada a Chiesa degli Eremitani e o Museu Cívico sediado no Palazzo Zuckermann, e ainda a entrada para o parque verde pertencente ao Palazzo Zuckermann, onde está situada a Cappella degli Scrovegni e o Giardini dell Arena.

O Museu Civico é um complexo que abriga vários museus dentro das suas instalações. No primeiro andar fica o Museu d’Arte Moderna e Medieval, com ricas colecções de vidro, cerâmica e artes decorativas. Estas peças ilustram os vários tipos de artefactos feitos e usados em Padova, entre a Idade Média e segunda metade do séc. XIX. Ao lado encontra-se o Museu Bottacin, que tem colecções de moedas antigas da Europa. O terceiro andar abriga uma colecção de armas antigas, pinturas e medalhas do séc. XIX. Todo o complexo é um óptimo local onde se pode testemunhar a tradição e a cultura da Itália e do Imperio Romano.


Na Piazza Eremitani além do bonito e cuidado jardim, observa-se a Chiesa degli Eremitani com o Mosteiro ao lado. A Igreja foi reconstruída sob uma igreja completamente destruída por bombas dos aliados em 1944, a que alguns historiadores consideraram a maior perda de arte da Itália, durante a Segunda Guerra Mundial. Embora tivesse sido notavelmente reconstruída no seu estilo românico original, os magníficos frescos de Andrea Mantegna (nascido em Padova e um dos alunos de Donatelo) jamais poderiam ser recuperados, excepto num canto da capela Ovetari, onde ainda se encontram fragmentos dos frescos que se salvaram dos escombros, pintados entre 1454 e 1457, o que resta da enorme perda de um dos grandes tesouros artísticos da Itália.

A Cappella degli Scrovegni é um dos monumentos mais importantes da cidade de Padova. Também conhecida como Capela Arena, por se encontrar num local ocupado por uma antiga arena romana, cujas ruínas ainda ali se encontram, é famosa pelos seus belos e extraordinários frescos de Giotto e considerada uma das mais importantes obras-primas da arte ocidental. Os 38 frescos pintados nas suas paredes interiores, representam a história de Maria, de Jesus e do Juízo Final, de particular interesse, pintados entre 1303 e 1305, que representam o nascimento da moderna pintura italiana.Esta capela foi dedicada a Santa Maria della Carità, em 1303. O ciclo de frescos de Giotto enfoca a vida da Virgem e celebra o seu papel na salvação humana. O rico banqueiro Enrico degli Scrovegni mandou construir esta capela particular, num local de acesso directo ao Palazzo Zuckermann da sua família, encomendando a Giotto a sua decoração interior. Acredita-se que Enrico degli Scrovegni construiu a capela como penitência por causa dos pecados de seu pai, um famoso e implacável usurário.

Fonte: http://toindoparaaitalia.blogspot.com / http://wcities.com/rest-of-italy/museums-galleries / http://www.turismopadova.it / http://www.brek.com


Visita a Padova - Parte VIII




A partir da Piazza dei Signori, pode passar-se sob o arco do relógio e alcança-se a Piazza Capitaniato. Esta praça corresponde essencialmente ao antigo pátio do palácio da família Carrara, que se transformou no período do domínio de Veneza, no Palazzo del Capitanio, devido a um dos dois governadores de Veneza, que governaram a cidade de Padova. A praça está alinhada com os escritórios da Faculdade de Educação e Humanidades situados no Palazzo del Liviano e nela pode também observar-se uma estátua do dramaturgo Angelo Beolco, de 1958. A parede do átrio é totalmente repleta de frescos, um trabalho de Campigli (1939-1940), que faz uma espécie de "propaganda" dos valores da civilização romana e a sua influência sobre a civilização moderna, através da exaltação dos símbolos de vida, trabalho e estudo. À direita destaca-se uma escultura de Arturo Martini Tito Lívio, que retrata um acto de leitura pensativa.


O autocarro depois de deixar a Piazza dei Signori, segue pela Via Dante e quando chega à Via Giuseppe Verdi vira à direita até ser encontrada a Piazza Garibaldi. Pelo caminho passa-se à Piazza Insurrezione, do lado esquerdo, uma grande praça rectangular, hoje utilizada para parque de estacionamento automóvel.
A Piazza Garibaldi foi um ponto central do tráfego da cidade até aos anos setenta, uma vez que se encontrava no cruzamento de duas estradas norte-sul (entre a estação ferroviária e o Prato della Valle) e oeste-leste (entre a Via del Falcone, agora Via Emanuele Filiberto, e o Porto Altinate). Mas com a expansão progressiva da cidade passou a ser uma área de tráfego limitado e perdeu a característica como encruzilhada, e hoje só é atravessada apenas por quem tem que atravessar a zona antiga da cidade.


Até 800 a praça era conhecida como Piazza Noli e era o nó principal da cidade. Com o advento dos transportes urbanos a praça foi modernizada e no seu centro foi erguido um monumento a Garibaldi e a Piazza Noli passou a ter o seu nome actual.
Mais tarde o monumento a Garibaldi foi transferido para uma outra praça nas proximidades, e em seu lugar no centro da praça está agora uma coluna em estilo romano, que suporta a imagem de Nossa Senhora de Noli, a Virgem de motoristas de táxi em Padova, atribuída ao escultor Fracesco Bonazza. A 8 Dezembro de cada ano é ali realizada uma cerimónia de homenagem à Virgem, feita pelos motoristas de táxi, colocando uma coroa de flores aos pés da imagem.


Ali perto encontra-se o Café Pedrocchi um café de fama internacional, no nº 15, da Via 8 de Fevereiro. Em estilo neoclássico com influência egípcia, este café é uma pequena jóia da história e da arte, além de ser um café aberto há quase dois séculos, que hospeda o Museu do Risorgimento.



Foi um café fundado em 1772 por Francesco Pedrocchi, num ponto estratégico de Padova, não muito longe da Universidade e da Câmara Municipal, perto dos mercados, teatro e praça de Noli (agora Piazza Garibaldi), de onde partiam as diligências e os Correios para as cidades vizinhas. Seu filho Antonio, herdou o negócio florescente de seu pai em 1800, e desde logo mostrou habilidades empreendedoras, decidindo investir os lucros na compra das instalações adjacentes ao seu negócio e, em cerca de 20 anos, encontrava-se já dono do bloco inteiro.


Em 16 de Agosto de 1826 Antonio Pedrocchi apresenta o projecto às autoridades municipais para a construção de uma instalação que inclui instalações para fabricação de cerveja, restaurante e armazém de bebidas. Pediu a Giuseppe Jappelli, engenheiro e arquitecto de fama europeia, para redesenhar todo o edifício dando-lhe uma aparência elegante e única.
Aberto dia e noite, até 1916 e, portanto, também conhecido como “Café sem Portas”, por mais de um século foi um local de encontro e prestígio, distinguido com a participação de estudantes, intelectuais, académicos e políticos. O significado histórico do local é também devido ao facto de no dia 8 de Fevereiro de 1848, ter sido ferido no seu interior, um estudante universitário, o que deu lugar a alguns dos movimentos que caracterizam o “Risorgimento” italiano (Ressurgimento foi um movimento da história italiana, que tentou entre 1815 e 1870 unificar o país, que era na época um conjunto de pequenos Estados submetidos a potências estrangeiras), e que ainda são lembrados no hino oficial da universidade de Padova.


Fonte: http://www.unipd.it/unipdWAR / Wikipédia.org / Google Maps

Visita a Padova - Parte VII




O autocarro continua a visita à cidade de Padova. No final da Piazza della Frutta, vira à esquerda na Via San Clemente e cerca de 100 metros à frente observa-se a bela Piazza dei Signori, do lado direito. É uma praça quadrada no coração nobre de Padova e uma das áreas mais bonitas e vitais da cidade.

A Piazza dei Signori é uma das praças mais históricas da cidade e um símbolo do seu presente vivo e activo, sendo assim chamada porque ali se encontra o "Palazzo della Signoria", o Palácio de Carrara, dos senhores que no Renascimento dominavam Padova (1318-1405). Chegou a ser denominada Piazza della Unità d'Italia, mas voltou ao seu antigo nome.


No século XIX a praça era o coração da cidade e sob as arcadas, havia muitos cafés famosos, como o My, o Navio ou o Vitória. Nesta praça no coração do antigo centro da cidade, não devemos deixar que a pressa ou a distracção diminua o bom hábito da observação detalhada da arquitectura de casas ou dos prédios históricos que formam o pano de fundo desta praça. Ela é uma praça fechada ao longo dos dois lados com belas fachadas de casas com arcadas, elegantemente decoradas com terraços antigos e varandas em ferro forjado.


Ao fundo destaca-se a pequena Chiesa di San Clemente, que remonta a 1190 e que se encontra elegantemente incorporada em edifícios de uso residencial. Como parte do processo de reestruturação na Piazza dei Signori, procurado pela República de Veneza no final do século XVI, foi construída a fachada actual, marcada por pilastras, o elemento decorativo vertical que tem a aparência de uma coluna parcialmente embutida numa parede, que culmina com um frontão de grandes dimensões, com imagens de San Clemente, Santa Giustina e San Daniel.


Em frente à Chiesa di San Clemente, ocupa um lugar privilegiado nesta praça o Palazzo del Capitanio, assim chamado porque foi a sede de um dos dois capitães da cidade de Veneza. O antigo e belo Palácio de Carrara é dividido por uma torre central, alterada entre 1427 e 1430. Já em 1426 o edifício sofreu várias remodelações e em 1427 foi realizada a instalação do relógio, seguida da decoração pintada e o douramento da marcação do relógio. O relógio da Piazza dei Signori tem a capacidade de não só marcar as horas e minutos, mas também o mês, dia, as fases da lua e até mesmo o "lugar" astrológico. A construção e operacionalização do relógio foram baseadas no cálculo dos pesos que foram aplicados a um sistema de alavancas e articulações. Este magnífico exemplo ainda trabalha com o seu antigo sistema e as suas engrenagens podem ser visitadas e admiradas.


Na fachada da Torre do Relógio, a entrada foi redesenhada em forma de arco de triunfo, de acordo com o gosto e os cânones clássicos do século XVI. Por baixo da fachada da Torre do Relógio, entra-se num dos pátios do Palácio de Carrara, onde se encontra a sede da Cúria, o Registro e os quartos dos guardas, a partir dali desenvolvem-se os celeiros e estábulos, os jardins e outros pátios. À frente da Torre do Relógio observa-se um Leão de São Marcos encimando uma alta coluna em mármore, que domina a praça e que recorda a memória da República de Veneza, uma obra de Giorgio da Treviso. A Piazza dei Signori na parte da manhã é um verdadeiro ponto de encontro para aqueles que querem fazer compras nas muitas lojas dentro de arcadas ou nas barracas que enchem a praça em cada manhã, deambulando entre as várias mercadorias em exposição. Pela tarde, quando os vendedores ambulantes fecharam seus negócios retirando as barracas, a praça muda de vestido, adequirindo uma maior harmonia, deixando que se vislumbre as belas arcadas.


Os edifícios com vista para a praça, de várias idades, especialmente do século XIX, têm o privilégio de estar na primeira fila, tendo o privilégio de assistirem à festa de cada dia, quando a praça oferece a alternância das cores do mercado tradicional e a outra face com as lojas elegantes, a beleza dos monumentos que a rodeiam e que completam o cenário.A Piazza dei Signori ainda mantém um papel central na vida da cidade, sendo um canto de Padova onde são mantidas e onde se reúnem provas significativas da história, tradições e arte da cidade. No lado sul observa-se a elegante Loggia del Consiglio, ou Guarda Grande, um edifício do séc. XVI, onde esteve sediado o Conselho Maior da cidade, recentemente restaurada.


Fonte: http://www.padovanet.it / http://guide.travelitalia.com/it/guide/padova

E esta Hein!?...



Que fazer? Que esperar? Portugal tem atravessado crises igualmente más: - mas nelas nunca nos faltaram nem homens de valor e carácter, nem dinheiro ou crédito. Hoje crédito não temos, dinheiro também não - pelo menos o Estado não tem: - e homens não os há, ou os raros que há são postos na sombra pela Política. De sorte que esta crise me parece a pior - e sem cura.

Eça de Queirós, in 'Correspondência (1891)'