Expo 08 - Zaragoza


“Corre-se a cidade a duas rodas pelos arcanjos jardins do Parque da Água que animaram a Exposição Internacional e lá se acaba num manancial de sensações, resultado de reprovações que nascem do abandono do potencial.” *

Em 2008 a cidade acolheu a Exposição Internacional, “a Expo'08” que decorreu entre 14 de Junho e 14 de Setembro. A importância do rio Ebro foi o principal motor do projecto, cujo conceito se fixou nas novas formas de aproveitamento da água, com o tema "Água e Desenvolvimento Sustentável".

A localização da exposição ocupa uma zona de mais de 200 hectares junto ao rio Ebro, onde 125 dos quais foram destinados ao novo Parque Metropolitano da Água.

A localização dos pavilhões destinados aos mais de 90 países participantes e que foram agrupados por zonas ecogeográficas, ainda ali estão sem utilização aparente. Podem ver-se ainda todos os edifícios colectivos, que também se encontravam fechados e sem utilização aparente.
No entanto a visita vale sempre a pena, mais que não seja pelos edifícios específicos e as construções emblemáticas como o Aquário Fluvial, a Torre da Água, um edifício com 73 metros de altura em forma de gota concebido pelo arquitecto Enrique de Teresa e o Pavilhão Ponte, concebido pela prestigiosa arquitecta iraquiana Zaha Hadid, além do Parque da Água, área verde com 1.260.000 m2, que se encontrava cheio de gente.

Depois de pedalarmos alegremente por toda a Expo e já ao final da tarde, rumamos novamente à zona centro de Zaragoza.

Como o dia estava a acabar e tínhamos muitos quilómetros ainda por percorrer, pedalámos até à autocaravana, para nos pormos a caminho de Barcelona.

*(in CoaBreca)

Praça de las Catedrales


Estacionada a autocaravana em lugar recatado e seguro, do outro lado do rio Ebro, iniciámos a visita à cidade com vigorosas pedaladas que nos permitiram o vento fresco do andamento, ficando tudo mais fácil e depressa chegámos à Plaza de las Catedrales que se encontrava cheia de gente de todas as partes.

A visita a esta bela praça começou num dos seus topos, com a observação detalhada de La Seo ou Catedral de San Salvador, com um belo e harmónico conjunto de estilos arquitectónicos, onde se destaca o românico de seu abside, o mudéjar de toda a parede lateral exterior, o gótico do seu retábulo, o barroco da sua elegante torre e o neoclassicismo da sua fachada principal.

Atrás de La Seo, o museu de tapeçarias, um dos melhores do mundo, esperava por turistas que se quisessem ali refugiar do calor excessivo, mas nós preferimos a sombra e os granizados que nos oferecia uma esplanada da Plaza de San Bruno, por trás de La Seo.

Com mais uma refrescada na fonte do Fórum, em frente de La Seo, a nossa seguinte paragem foi a Basílica del Pilar, um grande templo com 11 coloridas cúpulas de azulejos. Uma vez no recinto interior da basílica podemos mais uma vez admirar a magnífica cúpula Regina Martirum, obra do pintor Francisco de Goya.

Ainda no interior da basílica, temos a Santa Capela, de Ventura Rodríguez, onde se vê a pequena estátua da Virgem del Pilar, com um manto que é mudado todos os dias. Depois é obrigatória a passagem por trás da capela, afim de beijar ou simplesmente tocar a zona exposta do pilar dos milagres.(1)

Dentro da basílica podemos visitar ainda o Museu Pilarista (séc. XVI–XX), onde contemplamos a sua afamada colecção de mantos e jóias, doados à Virgem del Pilar.

À saída podemos passear pela Plaza de las Catedrales, onde se observa a seguir à Catedral La Seo e do mesmo lado da Basílica do Pilar, o Palácio Episcopal e La Lonja, esplêndido edifício do séc. XVI que foi convertido em espaço de exposições temporárias e ainda antes da basílica, o edifício da Câmara Municipal.

Esta praça é muito animada, com cafés, esplanadas "actores de rua", lojas de "recuerdos", geladarias e muitos turistas… No topo poente da praça encontra-se uma fonte/lago/cascata, onde nos podemos voltar a refrescar antes de continuarmos a visita à cidade.

A chegada a Zaragoza

Depois de se percorrem as estradas de Castela e Leão a caminho de Aragão, por vinhedos, planícies com restolho e colinas, com paragem para o almoço, chegámos a Zaragoza.

A chegada a Zaragoza fez-se sob um calor abrasador. A cidade que para nós já foi tantas vezes ponto de paragem, nunca nos cansa e temos sempre vontade de a revisitar, até porque nos reserva sempre algo por descobrir.

E como em sítios assim, revelar mais seria igual a conhecer o final de um filme que ainda está no início, partimos à sua descoberta, como temos feito sempre que a visitamos.

Situada nas margens do rio Ebro, no centro de um grande vale com grande variedade de paisagens, desde desertos (Las Bardenas), a bosques densos, prados e montanhas.

No passado foi cidade romana, ostentando o nome completo de seu fundador, o Imperador César Augusto (chamando-se então Caesar Augusta de onde deriva seu actual nome), no século I a.C.

No século VIII converteu-se num importante centro muçulmano chamado Medina Albaida Sarakosta, apenas passando a mãos cristãs em 1118, quando Afonso I a tomou e converteu em capital do reino de Aragão.

A partir do final do século XIX, tornou-se foco de imigração rural, atraída pela industrialização da cidade. Actualmente, Zaragoza é a quinta maior cidade da Espanha em número de habitantes e a capital da Comunidade Autónoma Aragonesa.

Fonte: Wikipédia

Sória



O início da viagem a caminho de Espanha, foi iniciado após o almoço como já é nosso costume, tendo como pressuposto fazer o maior número de quilómetros possíveis, só com paragem para o jantar. A chegada já bastante tarde a Sória, fez com que não nos apetecesse procurar com esmero o lugar de pernoita.

Assim fomos direito ao parque de campismo da cidade que como é óbvio já se encontrava fechado e ali dormimos perto da sua entrada. De manhã e após o pequeno-almoço partimos a caminho de Zaragoza, uma vez que antes de seguirmos caminho até Barcelona pretendíamos passar lá toda a tarde, para revisitarmos a cidade.

Sória é a mais pequena capital provincial de Espanha que fica nas margens do rio Douro. A cidade tem um património monumental pouco significativo, mas as planícies em volta, banhadas pelo Douro são magníficas. Tão magníficas que foram cantadas em verso pelo inesquecível poeta Antonio Machado que escreveu sobre a cidade.

Entre os poucos edifícios mais notáveis podemos observar o Palácio de los Condes de Gomara e a Concatedral de San Pedro, do séc. XVI. A Norte de Sória podem ser visitadas as ruínas da cidade romana de Numantia.

A Suiça

A Suíça encontra-se no cruzamento de diversas das principais culturas europeias, que influenciaram profundamente as línguas e práticas culturais do país.

Já foi dito que a Suíça é politicamente um anacronismo, economicamente um paradoxo e socialmente uma mistura. Com toda a verdade aparente da afirmação, esse pequeno país, situado bem no centro da Europa, é um verdadeiro continente por sua variedade e por sua complexidade.

A cultura do país é sobretudo marcada pela diversidade linguística, onde são oficiais quatro línguas de origens diferentes. Vizinha da França, Itália, Áustria, Liechtenstein e da Alemanha, na Suíça fala-se alemão, francês, italiano e romanche (considerado com algumas restrições como língua oficial a nível federal e é falado apenas no cantão dos Grisões, onde ele tem status oficial).

A Suíça é uma confederação, constituída por comunidades pequenas, repúblicas confederativas que possuem limites e autonomias próprias, mas que se harmonizam em Conselhos.

A ideia que tinha da Suíça era bastante boa, não só pelo lado paisagístico, mas pela ideia que tinha da sua sociedade cultural e civicamente avançada (a forma como respeitam a lei, a forma como tratam o ambiente, a sua forte cidadania e consciência social...), mas todo esse avanço tem um preço, um nacionalismo e um proteccionismo estranho e exacerbado!

No entanto o maior senão da Suíça é o facto de levarem muito a sério a triagem do que é bom e mau para o país, não havendo uma abertura real ao exterior, como acontece com a maioria dos países da Europa.

Não há praticamente franchising, não há abundância de comércio alimentar como o conhecemos, isto é, não há talhos ou peixarias abertas nas vilas e aldeias, não há muitos hipermercados e só os podemos encontrar nos grandes centros urbanos e o resto da população tem que se abastecer em minimercados com escassez de alimentos, sendo quase todos os produtos embalados, mesmo os frescos.

Estes minimercados, que existem em todas as estações de serviço, bem como os escassos hipermercados ou centos comerciais, pertencem somente a três cadeias nacionais, a Migros, a maior rede de supermercados da Suíça, a Coop e a Manora.

As cidades suíças são cheias de charme, cultura, atracções e surpresas. A Suíça tem a vantagem de num pequeno território, ter como em poucos lugares no mundo, tantos e bons centros culturais a curtas distancias uns dos outros.

A diversidade do país vê-se nas suas próprias cidades, cosmopolitas como Zurique, internacionais como Genebra, tradicionais como Berna, bonitas como Lucerna ou alpinas como Interlaken.

São incontestáveis os encantos das mais agitadas cidades suíças, a rusticidade e o tipicíssimo das cidades de montanha ou das vilas e aldeias, junto dos lagos menores. As cidades suíças não são muito grandes e a maioria são praticamente planas, estendendo-se nas margens dos lagos, sendo os seus centros históricos de uma beleza diversificada e muito diferentes umas das outras, consoante a cultura da região onde se situam.

Com uma natureza abundante, a Suíça oferece inúmeras experiências ao ar livre e actividades para todo o verão. Nadar nos seus belos lagos como o grande Lémam, ou num lago nas montanhas, passar a noite ao ar livre cercados por picos, ou para os amantes das escaladas, escalar uma das 48 montanhas de mais de 4 mil metros de altura, ou mesmo subir num dos mais de 600 teleféricos para conhecer os Alpes, são opções possíveis neste belo País.

Uma boa opção é descobrir os seus encantos utilizando a bicicleta ou em caminhadas, uma vez que há mais de 60 mil quilómetros de trilhos para caminhadas que cortam todo o País, com caminhos bem demarcados e bem cuidados, com vários níveis de dificuldade.

A Suíça tem desde museus a céu aberto, galerias de arte, museus de arte internacional, castelos, artesanato, museus de relógios... Os museus suíços são uma delícia e estão recheados de grandes obras de arte surpreendentes que espantam qualquer visitante, com inúmeros trabalhos famosos de grandes mestres do impressionismo, cubismo, surrealismo, que sem dúvida nos surpreenderam.
O Museu dos Transportes de Lucerna, absolutamente espantoso é o mais visitado no país e o mais variado do seu tipo na Europa. O Museu de História Natural de Genebra, que por falta de tempo não visitámos, com 3.500 mamíferos e que é um dos mais modernos da Europa.

Além de museus sobre arte, técnica, natureza, antropologia ou história, existem também os dedicados a temas específicos como hotelaria, gastronomia, instrumentos musicais, roupas folclóricas, bonecas, brinquedos, sapos, cavalos, gatos e coelhos.

Além disso a Suíça também tem museus especiais para escritores e intelectuais como Jean-Jacques Rousseau, Jeremias Gotthelf, Hermann Hesse ou Thomas Mann.

A sua gastronomia não é das melhores, e a melhor forma de a encarar é separando-a por regiões. As montanhas no inverno são o local para especialidades como a "raclette", peças de queijo especial, grelhados em fogo de lenha ou em modernos fornos eléctricas, servidas com batatas cozidas com casca, (como os locais dizem, "tal como vieram ao mundo") e às vezes, com peras em calda e pepininhos em conserva. O "rosti" é uma espécie de tortilha espanhola, feita com batatas raladas fritas em manteiga e amassadas num bolo, que é por sua vez frito de ambos os lados.

Os vários "fondues", preparadas de várias formas, sendo o mais popular o “moitié-moitié”, com porções iguais de queijo Vacherin e Gruyère, dois dos muitos queijos disponíveis nas regiões de montanha.

Tenho no entanto que dizer que não gostei de nenhuma destas especialidades, sendo os fondues de queijo muitíssimo enjoativos e de difícil digestão. No entanto recomendo os belos pratos de saladas, inúmeras e deliciosas. Os bifes de vitela com molhos variados também são de recomendar, sendo os meus preferidos os apimentados com champignons.

As carnes de boi, porco e vitela são as mais consumidas. O picadinho de carne e rim de vitela com champignons e creme, uma especialidade do cantão de Zurique, o "brasato di manzo", carne de boi cozida por longas horas em vinho tinto do Ticino, cantão de língua italiana e o "rôti de porc", um assado de carne de porco muito parecido com os encontrados nos países vizinhos, servido com frutas.

Do lago Léman, que engloba os cantões de Genebra e Vaud, é de onde vem o peixe como a perca e o omble chevalier, ambos de sabor delicado e preparados de maneira simples, fritos ou pôchés, servidos em terraços sombreados à beira do lago.

As sobremesas são muitas, mas as tartes com frutos silvestres são as que se encontram com maior facilidade. A "engadiner nusstorte" é uma tarte recheada com nozes aos pedaços misturadas com caramelo e mel.

No Verão os gelados são muito consumidos e na região de Fribourg temos como principal sobremesa o "crème double", um creme de leite fresquíssimo e espesso, para comer com morangos e framboesas frescas.

Os vinhos brancos e tintos são muito bons, são geralmente vendidos ao copo nos restaurantes e quem se aventura a pedir uma garrafa de vinho, está sujeito a pagar de 40 a 50 euros.

Contudo, no dizer dos locais, o melhor da gastronomia Suíça está na comida simples, que lembra a comida de mãe e de avó, que fala directamente ao coração, combinando com os vinhos simples e de consumo local, que dificilmente se encontra, porque há muito poucos restaurantes de comida caseira. A maioria dos restaurantes são para turistas, servem mal e são muito dispendiosos, sendo a refeição por pessoa em média de 50 euros.

Fontes: arteviagens.com/Wikipédia

Verão na Suiça

A nossa escolha para as férias do Verão deste ano, recaiu num pequeno e belo País, onde a protecção à natureza e ao património cultural, bem como a segurança, são factores que reconhecidamente o transformaram, num dos grandes destinos turísticos no mundo.

É sabido que os Alpes Suíços atraem os amantes dos desportos de Inverno de toda a Europa. Acontece porem que o Verão pode ser uma época tão ou mais aprazível para visitar as montanhas da Suíça.

Afamada pelas suas extraordinárias montanhas e belas e históricas cidades, a Suíça oferece imensos atractivos naturais e urbanos no Verão, que nos mereceram uma viagem atenta.

A moderna e cosmopolita Genebra, a singela Lausanne, a pitoresca Berna, a pacata e atraente Neuchâtel, a luxuosa e promíscua Zurique, os Alpes Suíços e a região de Interlaken (entre os lagos de Thun e Birenz) e a Riviera suíça, onde reinam as cidades de Vevey, Montreaux e o castelo de Chilon, constituíram razões mais do que suficientes para uma desejada e tranquila viagem à Suíça, no coração da Europa Central.

Os preparativos para a viagem começaram com alguma antecedência, sendo feito o roteiro provável para a viagem de ida e volta, que por vezes sofreu alterações.

1º Dia - Partida de casa/Sória;

2º Dia - Sória/Zaragoza/Barcelona;

3º Dia - Barcelona;

4º Dia - Barcelona/Girona/Figuerres;

5º Dia – Figuerres/Avingon;

6º Dia - Avignon/Genebra;

7º Dia - Genebra/Lausanne;

8º Dia - Lausanne;

9º Dia – Lausanne/Neuchâtel;

10º Dia - Neuchâtel/Berna;

11º Dia - Berna;

12º Dia - Berna/Zurich;

13º Dia – Zurich/Lucerne;

14º Dia - Lucerne;

15º Dia – Lucerne/Brienz;

16º Dia - Brienz;

17º Dia - Brienz/Interlaken;

18º Dia – Interlaken;

19º Dia – Interlaken/Thun/Fribourg/Vevey;

20º Dia – Vevey/Montreaux/Tohonon-les-bans/Genebra;

21º Dia – Genebra/Grignan;

22º Dia - Grignan/Collioure;

23º Dia – Collioure/Port-Vendres/Banylus-sur-Mer/El Port de la Selva/Cadaqués;

24º Dia – Cadaqués/Monstserrat;

25º Dia – Monstserrat/Cuenca;

26º Dia – Cuenca/Toledo;

27º Dia – Toledo/Chegada a casa.

Nada mais a propósito...

Há coisas que sentimos mas não somos capazes de exprimir. No entanto e para bem de todos nós, pessoas há, que por um sentir maior ou por maior engenho e alma, nos revelam e transmitem aquilo que há tanto tempo esperávamos.
Este recente post, publicado no Blog Coabreca (http://ghettodacoabreca.blogspot.com/), tomou as medidas dos meus desejos e aqui fica, para que o maior número de humanos, pseudo-humanos ou extraterrestres o leia.


“O difícil não é imitar a grandeza com desmesura. O difícil é que a alma não seja anã.”

Vergílio Ferreira

"Todo o Homem tem os seus pontos negros mesmo que os oculte, por vergonha ou petulância.
Relembro nos dias que tenho do passado, as escondidas de um hediondo maior através de hostilidades de menor, as exigências desmedidas a outrem para que lhes não caiba nas suas medidas, a crítica da sua alma decadente.
E porque a ignorância é absolutamente neles evidente, pelo absurdo dos cânones desumanos, mais estreitos assim são, que desconhecem os limites dos seus irmãos humanos. Tão mais ignorantes que aquela vítima que escolhem, do seu desdém ou inveja, e enganados continuarão, pois em vão lutam por uma razão, sendo esta não mais que um escape do espelho que tão ingenuamente usam, não se afirmando em nada mais que isso no seu ataque.
O próprio Deus teve declínios. Ele criou o homem quando estava fatigado tendo por isso sugestões do Diabo, o que não tira ao sexto dia a esperança numa continuidade que vai além da marcação do nosso pecado."
Postado por CoaBreca em 8/30/2009 / 02:49:00 AM
Tipo: devaneio

Até ao nosso pequeno mundo

Ao final da tarde regressámos à autocaravana para nos pormos a caminho de Portugal, uma vez que no dia seguinte o trabalho nos esperava.

O caminho, uma longa linha recta a perder de vista, deslizando entre a imensidão melancólica das terras planas de Castela, com pequenos povoados adormecidos, observados à distância, sob uma enorme abóbada de um céu incendiado por laivos de luz dourada e massas de nuvens pintadas pelo pôr-do-sol, com relevos quase palpáveis, fazem da viagem de volta, desde Valladolid a Vilar Formoso, com passagem rasante por Salamanca, um autêntico prazer.

O vento quente, já com alguns sopros frescos ao final da tarde, fez mais uma vez com que esta estrada encantada, nos proporciona-se como sempre um regresso a casa, algo nostálgico mas ao mesmo tempo poético, continuando a ser para nós um percurso de eleição, por nós já tantas vezes trilhado.

A ligação desde Vilar Formoso até ao nosso pequeno mundo, foi feita já noite serrada e quase sob anestesia, até à real chegada para o obrigatório e merecido repouso…

Igreja de Santa María la Antigua

Também situada na Praça Portugalete tal como a Catedral de Valladolid, mas no topo oposto da praça, encontra-se a Igreja de Santa Maria la Antigua. Em estilo românico, foi erigida por ordem do Conde Ansurez, repovoador da cidade, no séc. XI.

Esta igreja destaca-se pela sua bonita torre românica, rematada por um capitel em forma de pirâmide, que se destaca ao longe, chamando os visitantes que não lhe resistem. Belo também é o seu pórtico, também românico, que foi realizado numa época posterior (séc. XIII).

No lugar ocupado por esta igreja, existiu outrora outra igreja primitiva que foi substituída pela actual, em estilo gótico, no séc. XIV. Dessa construção, a igreja actual conserva a bela torre, tendo o seu antigo retábulo, de Juan de Juni, sido transferido para o altar-mor da Catedral de Vallodolid.

Esta torre, é um dos símbolos de Valladolid, sendo conhecida pela sua elegância, pela nobreza das suas proporções e pela atractiva organização de suas janelas, que vão criando uma tensão ascensional que enfatiza ainda mais a sua elegância.

O edifício sofreu múltiplas reformas, devido ao seu carácter de paróquia populosa e pela deficiente cimentação do edifício, construído mesmo ao lado de um dos ramais do rio Esgueva.

Em meados do séc. XVI, o célebre arquitecto Rodrigo Gil de Hontañón, devido à ameaça de ruína do edifício, reestruturou o sistema sapatas do edifício, construindo novos contrafortes, sendo o resto do templo reedificado, segundo o estilo gótico, sendo as últimas reformas neogóticas.

Este novo templo, está interiormente organizado em três naves, rematadas por três absides poligonais. No entanto e com muita pena nossa, o seu interior não pôde ser admirado por nós, uma vez que a igreja se encontrava fechada.

A visita a Valladilid tinha chegado ao fim e depois de se pedalar até á autocaravana, através das belas ruas da cidade antiga e após um pequeno lanche, partimos a caminho de casa.

Site usado: Wikipédia

Catedral de Nuestra Señora de la Asunción de Valladolid

Em seguida e depois de seguirmos pedalando pela rua de Ferrari e rua del Regalado, foi a vez de visitarmos a Catedral de Valladolid, situada junto à rua de Arribas e no início da Plaza de Portugalete. A Catedral, conhecida também com o nome de Nuestra Señora de Asunción, foi desenhada pelo arquitecto Juan de Herrera.

Acostumados a catedrais medievais, a Catedral de Valladolid surpreende e desconcerta um tanto por não o ser. A catedral de Valladolid não é medieval, mas sim um bom exemplo da arquitectura herreriana, isto é, um tipo de arquitectura desenvolvida por Juan de Herrera, no séc. XVI, que influenciou muito a arquitectura espanhola durante os séculos posteriores.

Estas construções de Juan de Herrera são classicistas, buscando uma inspiração na arquitectura do romano antigo, baseando-se nos princípios do arquitecto romano Vitruvio, que são de uma severidade e monumentalidade que nos faz reviver os tempos, da antiga Espanha asturiana.

A actual construção é o último projecto arquitectónico bem sucedido durante séculos e que teve como primeira origem um antigo templo românico, dos tempos da fundação de Valladolid, pelo Conde Ansúrez no séc. XI e depois de uma igreja gótica que também ali existiu e que desapareceu.

Haveria de se esperar até ao ano de 1589, quando Juan de Herrera se encargou do novo templo, de um purismo classicista que abandona toda ostentação decorativa anterior, mas não monumental. Juan de Herrera desenhou um projecto colossal e complexo, que nunca foi acabado, como consequência da marcha lenta das obras.

Durante os séculos XVII ao XIX, foram continuados os trabalhos, mas não foram respeitados completamente os projectos de Herrera. Assim, em 1729 o arquitecto Alberto Churriguera criou um corpo superior da fachada em claro estilo barroco, que alteraria pela primeira vez o estilo herreriano. No séc. XIX, continuaram as modificações ao construir-se a actual torre, que sustituiu a original e que havia caído por defeitos na cimentação.
Embora um tanto austera, ela é "linda", uma vez que o seu monumental interior se destaca por uma sóbria nudez, que de repente se rompe com um fabuloso retábulo na parede do altar-mor de Juan de Juni. É um contraste fabuloso, de uma beleza dificil de esquecer!
A Catedral de Nuestra Señora de la Asunción de Valladolid é assim um amplo edifício de três naves e três absides. O interior está articulado mediante gigantescos arcos que apoiam sobre fortíssimos pilares quadrados.

Como aspecto curioso diremos também que a Catedral de Valladolid, inspirou e influenciou a arquitectura de outras catedrais, como a da cidade do México e da cidade de Lima.
Site usado: Wikipédia