Aldeia da Luz


Após a saída da Herdade do Esporão, dirigimo-nos para a Aldeia da Luz, onde existe uma estação de serviço para ACs, lugar onde queríamos pernoitar. O parque para autocaravanas fica junto à Praça de Touros e ao jardim da vila, vizinha de terras de cultivo e dos vários armazéns agrícolas.

A nova Aldeia da Luz é rodeada por campos cerealíferos, tendo uma importante área com novos olivais e vinhas que foram implementados no âmbito do projecto de Alqueva.

A Aldeia da Luz é um lugar sossegado e por isso mesmo, óptimo para a pernoita. Só se ouve de vez em quando, o latir dos cães ou o sino da igreja. De manhã continua o silêncio, só por vezes entrecortado pelo barulho de algum motor de tractor ou do disparar de algum sistema de rega por aspersão.

Só existe em funcionamento um único café em toda a aldeia e poucas pessoas se vêem deambulando pelas ruas, dando a sensação de algo artificial, talvez por ser tudo tão novo, pois a aldeia é toda de construção recente...

A Nova Aldeia da Luz, como é chamada, foi inaugurada no ano de 2002 e construída de raiz a dois quilómetros da aldeia antiga, com as mesmas características de ruralidade da anterior aldeia e para onde se mudaram todos os habitantes da Luz. A antiga aldeia foi desmantelada e maioritariamente submersa pela albufeira de Alqueva.

A antiga Aldeia da Luz, cuja origem remontava ao período Paleolítico e Neolítico, foi considerada o impacto social mais significativo da construção da Barragem do Alqueva, cuja albufeira ocupa agora uma área de cerca 2.040 hectares.

A Nova Aldeia foi construída com a preocupação da manutenção dos traços e bens patrimoniais anteriores, sendo também construído um Museu com vista a perpetuar a memória da antiga aldeia e suas gentes.

O Museu possui uma colecção etnográfica da Aldeia e muitas peças arqueológicas, estando também dotado de uma sala de exposições temporárias.

A Aldeia está igualmente dotada de uma Praça de Touros, de um lavadouro público que tem também a função e Miradouro com uma bonita vista sobre a Barragem do Alqueva, contando igualmente com a Igreja Paroquial do Sagrado Coração de Jesus, e uma réplica da Fonte Santa presente na antiga aldeia, que se dizia brotar águas milagrosas.

Em toda a área encontram-se diversas estações arqueológicas de diferentes períodos, muitas delas dadas a conhecer através da construção da Barragem.

Fonte: www.guiadacidade.pt

Herdade do Esporão

A meio da tarde, partimos de Monsaraz a caminho da Herdade do Esporão, que pertendíamos visitar e ali ficar até ao final da tarde.

A cerca de 2 km de Reguengos de Monsaraz, situa-se a Herdade do Esporão, uma das mais conceituadas produtoras de vinho e azeite do Alentejo. Depois de se percorrerem vários quilómetros já dentro da propriedade, encontrámos um local abençoado pela natureza, com uma típica e idílica paisagem Alentejana.

A Herdade conta com 550 hectares de área plantada de vinha, dividida em cinco castas ou qualidades diferentes: Esporão, Perdigões, Rusga, Palmeiras e Monte, repartidas em castas tintas e brancas.

De modo a armazenar água para alimentar o sistema automático de rega computorizado instalado na totalidade da vinha foi mesmo construída uma barragem na Ribeira da Caridade.

A Herdade do Esporão é de facto, um local histórico, tendo os seus limites fixados desde 1267, contando ainda hoje com Património edificado que foi sobrevivendo à passagem do tempo, do qual a sua Torre do Esporão, também conhecida como Castelo de Esporão ou Solar da Herdade do Esporão (construída entre os anos 1457 e 1490), é o símbolo máximo, fazendo mesmo parte do logótipo desta herdade.

A Herdade organiza diversos serviços de enoturismo, com restauração e degustação da produção, organização de cursos vínicos e, claro está, visita a este interessante Património, com várias opções ao dispor do visitante.

A história da Herdade do Esporão, tem algum interesse, pois está interligada com a própria história do nosso País.

A Herdade do Esporão foi adquirida pela Finagra em 1973, com o principal objectivo de produzir vinhos de grande qualidade. Em 1975, após o 25 de Abril, a Herdade é intervencionada pelo Estado e só em 1979 é devolvida, permitindo à Finagra prosseguir a plantação das vinhas, primeira etapa do seu ambicioso projecto.

A sua moderna adega é construída em 1987, cumprindo-se assim uma nova etapa. Em 1989 é lançado o primeiro vinho Esporão, sendo considerado um dos melhores vinhos portugueses e três anos depois são lançados os vinhos Monte Velho.

Em 1995, depois dos seus vinhos já estarem entre os melhores, novos investimentos são efectuados: planta-se uma nova área de vinha, renova-se a existente, instala-se um sistema de rega gota-a-gota em toda a vinha e constrói-se uma barragem com 100 ha de área submersa.

A compra da Herdade dos Perdigões com 190 ha de vinha, a construção da Casa do Enoturismo, a expansão da adega e a aquisição de um moderno lagar para a produção dos Azeites Virgens Herdade do Esporão, são as mais recentes apostas de da herdade, na dinâmica do seu desenvolvimento, cujas raízes parecem remontar aos tempos da ocupação romana.

Fonte: www.guiadacidade.pt

Estadia em Monsaraz

A nossa chegada à pequena e encantadora vila fronteiriça de Monsaraz, já foi feita à noite e após o jantar, que decorreu em Reguengos de Monsaraz, a alguns quilómetros de distância.

Ao longe destaca-se Monsaraz no horizonte, como que um farol, toda iluminada. Depois de se trilhar uma longa estrada pela planície alentejana, que a liga a Reguengos de Monsaraz e depois de uma curva na estrada, começamos a subir a estrada empedrada e íngreme, que nos leva lá acima.

Assim chegados a esta vila fortificada, situada no cimo de uma colina, que tem mantido a sua traça medieval ao longo do tempo, estacionamos a A.C. no parque à entrada da vila, uma espécie de varanda em socalco, com um piso de seixos rolados e de vistas magníficas sobre a planície alentejana.

Após um longo passeio nocturno, foi hora de regressar para a pernoita, onde um silêncio verdadeiramente sentido e a sensação de leveza de ser, transmitida pela altura e vistas abrangentes, nos embalaram num sono reparador.


No dia seguinte o passeio pela vila!... Atravessando a grande porta da velha vila de Monsaraz e enveredando por uma longa caminhada pelas ruas e ruelas da vila, com as suas casas caiadas, paredes de pedra e um céu de azul intenso, deu-nos a real ambiência mágica deste lugar, que possui uma aura quase surreal. Possivelmente por isso, a cidade tenha um charme de um velho mundo maravilhoso.

O almoço no afamado restaurante “Casa do Forno”, onde se pratica uma cozinha regional de alta qualidade e com vários prémios gastronómicos no seu historial, onde foi degustando um inesquecível ensopado de borrego, que foi servido numa sala muito simples e agradável, mesmo ao nosso gosto.

Naquele dia e num largo ao fundo da rua Direita, que é ladeada de casas dos séculos XVII e XVIII, que exibem brasões de armas e em frente à Igreja Matriz, decorria uma, tão do meu agrado, Feira de Antiguidades, que foi por nós longamente visitada e apreciada.

Depois foi a vez de visitar a Igreja Matriz do século XVI, com altares em talha dourada e colunas pintadas. Ali no largo, também se encontra a antiga Casa da Câmara, que aloja agora o Museu de Arte Sacra, com colecções de escultura e de livros e paramentos religiosos.

Subindo as antigas muralhas, os passos são íngremes e os degraus em ruínas sem grades, levam-nos a ver a magnífica vista, que parece todo o Mundo alcançar e de onde se admira a beleza da albufeira da Barragem do Alqueva.

Embora a planta do Forte de São Bento tivesse sido desenhado em forma estrelada, a morfologia do terreno onde se implanta, levou a algumas alterações da planimetria. O forte/castelo, com três baluartes, parapeito e uma cortina artificial, estendia-se outrora em volta de toda a povoação, integrando no pano de muralhas a Ermida de São Bento.

A partir do século XIX, quando a sede de concelho foi transferida para Reguengos de Monsaraz, a fortificação ficou votada ao abandono, o que originou que alguns dos seus elementos ruíssem. No entanto, a estrutura amuralhada continua a predominar na paisagem urbanística da vila de Monsaraz.

Entrar em Monsaraz, percorrer as suas ruas estreitas, visitar as suas igrejas, a Cisterna da Vila, os Paços da Audiência com os seus frescos, visitar o seu Castelo e deixarmo-nos invadir pela cultura e pela história deste lugar tão antigo, é sem dúvida uma experiência que vale bem a pena ser vivida.

Monsaraz

Monsaraz é uma muito antiga vila portuguesa, vizinha do rio Guadiana e dos braços da enorme albufeira do Alqueva, plantada no cimo de uma colina, destacando-se na planície alentejana e que possui uma enorme riqueza histórica e arquitectónica.

O seu Castelo, ergue-se sobre o monte Monsaraz, dominando a vila medieval e a fronteira com a Espanha. Considerada uma das mais antigas povoações de Portugal, Monsaraz regista indícios de povoamento desde os tempos pré-históricos, sendo inicialmente um castro fortificado.


Este primitivo castro pré-histórico foi, mais tarde romanizado, e com o decorrer dos tempos, Monsaraz passa para a esfera do domínio do Islão, passando a designar-se de Saris ou Sarish, pertencendo então ao reino de Badajoz, importante foco da cultura árabe.

A partir de então foi sendo sucessivamente ocupada até ao período de formação da nacionalidade, sendo conquistada pela primeira vez aos muçulmanos em 1157, por Geraldo Sem Pavor.

Voltando ao domínio dos almôadas, depois de D. Afonso Henriques ter sido derrotado em Badajoz, a povoação viria a ser reconquistada por D. Sancho II (1232), com a ajuda dos Templários, fazendo a sua doação à Ordem do Templo.

Em 1263, é já uma importante povoação fortificada. No entanto, o repovoamento cristão de Monsaraz só iria efectivar-se no reinado de Afonso III, quando o monarca lhe concedeu o primeiro foral, fixando os limites do concelho. A população era então constituída por cristãos, moçárabes, árabes e judeus.

Nos anos seguintes foi edificado o núcleo primitivo do castelo, incluindo a Torre de Menagem, a Igreja Matriz e o Tribunal Gótico, cujo interior alberga o fresco de “O Bom e o Mau Juiz”. Ao longo do século XVI e com a reforma manuelina do foral, a povoação foi crescendo, instituindo-se localmente uma Irmandade da Misericórdia.

Fonte: Wikipédia

Reguengos de Monsaraz


A chegada a Reguengos de Monsaraz, foi realizada ao final da tarde e ali parámos para jantar, no restaurante do Café Central, na praça principal da cidade, com vista para a Igreja de Santo António. Queriamos experimentar o famoso ensopado de borrego, mas como já não havia, tivemos que esperar pelo dia seguinte, ao almoço em Monsaraz.

Reguengos de Monsaraz é um concelho predominantemente agrícola e célebre pelos vinhos da sua região demarcada, mas tem muito mais a oferecer ao visitante, pois está rodeado pela beleza dos seus olivais e prados, bem como os lagos a perder de vista da albufeira da Barragem do Alqueva.

A sede do concelho, Reguengos, ergue-se rodeada de vinhas no coração do Alentejo e exibe a imponente Igreja de Santo António, construída no século XIX em estilo neogótico.

Porém, o local mais apreciado da região é Monsaraz, antiga sede do concelho e vila medieval rodeada de muralhas que se ergue ao longe, no alto de um monte sobre o rio Guadiana e exibe um castelo do século XIII, construído para defender a zona dos ataques de Espanha. Era lá que queríamos pernoitar e para lá nos dirigimos após o jantar.

A região demarcada de Reguengos de Monsaraz produz alguns dos melhores vinhos tintos do país, os quais combinam na perfeição com uma gastronomia local baseada na carne de porco e de borrego e em saborosas sopas com substanciais naturais, como o pão, azeite e ovos, e as ervas aromáticas.

Fonte: viajar.clix.pt

Palácio Ducal de Vila Viçosa





O Palácio de Vila Viçosa foi durante séculos a sede da sereníssima Casa de Bragança, uma importante família nobre fundada no século XV, que se tornou na Casa Reinante de Portugal, quando a 1 de Dezembro de 1640, D. João IV, o 8º Duque de Bragança foi aclamado Rei de Portugal.

O palácio foi construido no início do século XVI, quando D. Jaime I, 4º Duque de Bragança, decidiu edificar um novo paço para si e sua família em Vila Viçosa.
Situado na Horta do Reguengo, fora dos muros do aglomerado urbano medieval, o novo palácio tem a fachada principal toda revestida de mármores da região e inspira-se na arquitetura italiana renascentista. Possui três andares, cada um deles correspondendo, desde o rés-do-chão ao piso superior, a uma das ordens clássicas: dórica, jónica e coríntia. O Palácio apresenta uma grande coleção de obras de arte (pinturas a fresco em paredes e tetos, tapeçarias flamengas, ourivesaria, pintura, mobiliário de estilo, porcelanas orientais, portuguesas, italianas e de outras origens, escultura, etc..), sendo particularmente nobres as salas do primeiro piso, de que são exemplos a Sala da Medusa e Sala dos Duques (com retratos de todos os duques até ao século XVIII, no teto) e de Hércules, muitas delas enobrecidas com belíssimos fogões de sala em mármore esculpido.
Permanecem particularmente vivas no palácio as memórias dos dois últimos reinados, fruto da especial predileção que por ele tiveram os soberanos de Portugal, como se pode observar nos aposentos régios e nos inúmeros exemplares da obra artística do rei D. Carlos, como aguarelas e pinturas em pastel. A cozinha apresenta uma das maiores coleções de peças de cozinha, em cobre. São ainda de realçar a biblioteca (com exemplares bastante preciosos) e a armaria. Nas antigas cocheiras está instalada uma secção do Museu Nacional dos Coches, onde entre outras carruagens, se pode admirar o landau que transportava a família real no dia do regicídio.
Com efeito, foi neste palácio que o rei D. Carlos I dormiu a sua última noite antes de ser assassinado, em 1 de Fevereiro de 1908, tendo sido conservandos intactos os seus aposentos.
Após a proclamação da república, em 1910, o Palácio de Vila Viçosa, bem como todos os bens da Casa de Bragança, permaneceram na posse do rei D. Manuel II, segundo filho de D. Carlos, por serem bens familiares do rei e não do Estado.


Em 1933, na sequência das disposições testamentárias de D. Manuel II o palácio integrou a Fundação da Casa de Bragança, que abriu as suas portas ao público, como museu. Nessa época o Paço recebeu ainda grande parte dos bens móveis, obras de arte e a preciosa biblioteca do rei exilado, provenientes da sua residência no exilio, em Londres.Fonte: Wikipédia / http://www.guiadacidade.pt

Vila Viçosa


Após o almoço deixámos Terrugem e partimos rumo a Vila Viçosa, onde queríamos parar para uma visita ao seu belíssimo Palácio Ducal e à vila.

Chegados a Vila Viçosa, depois de percorridos alguns quilómetros de estrada em que os campos de oliveiras a perder de vista apenas são interrompidos pelas inúmeras extracções de mármore, a céu aberto, chegamos a Vila Viçosa, uma terra que parece ter parado no tempo.

Com uma arquitectura tradicionalmente portuguesa, esta pequena cidade (berço de figuras de relevo da cultura portuguesa como Florbela Espanca ou Bento de Jesus Caraça), apresenta-se ao visitante com a Praça da República, em que o mármore predomina, e onde dezenas de laranjeiras ilustram o cenário.

Outro aspecto curioso é a história de Vila Viçosa. Vila Viçosa foi ocupada pelos romanos e muçulmanos até ser conquistada em 1217, durante o reinado de D. Afonso II.

No entanto realmente tudo começou em 1270, data do foral dado por D. Afonso III que lhe atribuiu a categoria de vila e de sede de concelho, vendo o seu nome mudado de Vale Viçoso para Vila Viçosa.

O foral é bastante idêntico ao de Monsaraz, Estremoz e Santarém, atribuindo grandes regalias a Vila Viçosa. No século XIV, D. Dinis manda erigir o Castelo de Vila Viçosa.

Anos mais tarde, em 1297, a povoação foi oferecida como dote de casamento a D. Brites, noiva de D. Afonso IV. Já em 1372, D. Fernando doou-a a D. Leonor Teles e, passados 13 anos, nove dias após a Batalha de Aljubarrota, D. João I ofereceu os destinos da vila a D. Nuno Álvares Pereira.

Durante o domínio filipino, Vila Viçosa, era sede da maior corte ducal da Península Ibérica. Data memorável para a localidade é também o ano de 1640, quando um grupo de conspiradores convenceu o então João II, Duque de Bragança a aceitar o trono de Portugal, tornando-se a 1 de Dezembro de 1640, D. João IV (1640-1656) dando início à Dinastia de Bragança.
Em 1755, Vila Viçosa foi fortemente abalada pelo Terramoto de 1755. No início do séc. XIX, Vila Viçosa foi saqueada durante as Invasões Francesas.

Com a Proclamação da República a 5 de Outubro de 1910, Vila Viçosa caiu em decadência, devido ao objectivo dos republicanos em apagar todos os vestígios da monarquia. Contudo, na década de 1930, com a exploração dos mármores e abertura do Paço Ducal de Vila Viçosa para turismo, Vila Viçosa começou a modificar-se até aos dias de hoje.

Actualmente, como acontece com muitas cidades alentejanas, sua população encontra-se em diminuição, cujo principal factor responsável é a emigração para outras regiões de Portugal ou mesmo do estrangeiro.

Hoje Vila Viçosa é uma povoação escrupulosamente limpa, cheia de flores e de ruas ladeadas de laranjeiras, orgulhosa dos seus monumentos, como o Castelo do séc. XIII, a Igreja dos Agostinhos ou o Convento das Chagas renascentista, actualmente uma pousada nacional. Pela vila podemos ainda observar várias casas senhoriais decoradas com mármore, o «ouro branco» local.

Fonte: Wikipédia / Rotas & Destinos-Lugares com história.

Mais palavras para quê?


"Vejo a multidão fechando todos os meus caminhos, mas a realidade é que sou eu o incómodo no caminho da multidão".
Chico Buarque ("Estorvo")


Segundo o dicionário, a inveja é o desgosto, ódio ou pesar pela prosperidade ou alegria de outrem. Já despeito é o desgosto causado por uma ofensa leve ou desfeita. E a cobiça é o desejo veemente de conseguir algo que é dos outros. Mas até que ponto podem chegar estas três coisas à vida de uma pessoa?

Nos dias actuais, é cada vez mais difícil encontrar seres humanos que não se deixem atrair pela ganância, dando espaço tanto à inveja, como ao despeito ou mesmo à cobiça.

É cada vez mais fácil encontrar: Quem deseje algo pertencente a outro semelhante! Quem fale mal de alguém, mesmo que não tenha motivos reais e verdadeiros para isso! Quem se deixe levar por opiniões de terceiros sobre determinadas coisas ou pessoas! Quem sem um conhecimento de forma abrangente, afirme não gostar de algo ou de alguém! E fechando com chave de ouro, quem crie uma mentira para prejudicar a imagem de alguém!

Pois é, o despeito, a inveja e a cobiça, rondaram à minha volta nos últimos dez anos da minha vida e a todo o momento os sentia. No entanto, embora sentisse a sua presença constante, ela de início não tinha rosto, mas sem saber o porquê, aumentava progressivamente.

Aos poucos transformou-se num autêntico exército “fantasma” de conluio nojento, a maioria das vezes protagonizada por indivíduos que eu nunca tinha visto e que por isso não conhecia de lado algum. Era sentida nos supermercados, na rua, em reuniões sociais e mais tarde até no próprio ambiente de trabalho.

A vida, nas mais variadas oportunidades, foi-me fazendo descobrir esses rostos, entre pessoas que eu julgava amigas, entre pessoas que conhecia mal ou só conhecia de vista e até algumas embora poucas, pessoas da família e outros em maior número, entre pessoas que eu não conhecia de todo.

Essa descoberta foi lenta, mas tudo se ligava como numa grande teia, tecida pela saliva de linguas afiadas. O conhecimento real desses rostos, foi sendo descoberto por mim, quase através de códigos, por olhares, sinais entre as pessoas que comigo dialogavam ou ao pé de mim estavam, por indirectas, comentários maliciosos, muitíssimos episódios de violação de privacidade, expressões de desdém e até de ódio, pessoas que de repente me deixavam de falar, sem que houvesse qualquer motivo para isso, atitudes de antagonismo inexplicado, afrontas à minha dignidade pessoal e até situações de assédio moral e interferência no trabalho.

Esses códigos, foram sendo aos poucos apanhados e decifrados por mim e ligados entre si. As pessoas envolvidas iam desde “amigos”, familiares, conhecidos, muitíssimos indivíduos desconhecidos e até alguns colegas de trabalho...
No entanto, ninguém se devia esquecer que se existe um instinto que faz parte da nossa espécie, certamente esse é a autodefesa. Se não fosse por ele, nós seres humanos certamente não estaríamos aqui.

Mesmo a pessoa mais tímida, ao se sentir ameaçada, manifesta algum desejo de poder reverter a situação na qual se encontra, mesmo que não se sinta atraída para exercer essa defesa de forma verbal ou física.

Um meio muito utilizado, para não dizer o principal, quando alguém quer destruir a reputação de uma pessoa, é a maledicência. Um comentário maldoso é capaz de destruir uma pessoa e por mais que ela tente, talvez nunca consiga reconstruir a imagem que perdeu por causa de um acto de despeito.
Um invejoso é capaz de ir até ao fim para ver a sua vítima chegando ao “fundo do poço”. Para esses eu gostaria de dizer apenas uma simples frase que me acompanha desde sempre: No fundo do meu poço existe uma mola, e por mais que se tente deixar-me lá no fundo, ela irá sempre trazer-me novamente para a superfície.

Já para aqueles que gostam de cobiçar as coisas alheias, daria a sugestão, de não perderem o seu tempo com atitudes pouco dignas e trabalhem arduamente, para conseguirem ter aquilo que desejam. Será mais realizador conseguir triunfar através dos seus próprios meios, do que tentar iludir alguém ou ter que passar por cima de alguém para conquistá-los.

Apenas observo o mundo à minha volta e tenho percebido que é cada vez mais comum a tentativa de “puxar o tapete” de outra pessoa.

Não podemos parecer felizes, pois lá vem um abutre pronto para acabar com a nossa alegria num piscar de olhos. Não podemos fazer algo e logo vem alguém dizendo que estamos plagiando determinada coisa. Enfim, NÃO PODEMOS VIVER SEM TER ALGUÉM PRONTO PARA TENTAR DESTRUIR-NOS!

Finalizando, a única forma que eu encontro para rebater tanta irracionalidade e toda esta energia negativa vinda de invejosos/gananciosos/despeitados, é a defesa com a verdade. Se nos atirarem uma pedra, temos que atirar a "Pedra do Guilhim" de volta. Se nos mantivermos calados e não fizermos nada para reverter a situação, certamente continuaremos sendo alvo fácil para todos aqueles que na realidade são extremamente infelizes e que por isso não suportam ver os outros felizes...