Na manhã seguinte o acordar foi muito calmo e embora estivéssemos a cerca de 150 m do centro histórico, durante a manhã viam-se muito poucas pessoas na rua.
A
autocaravana ficou estacionada junto a um varandim, próximo do Quartel dos
Bombeiros com vista sobre as belas paisagens serranas, numa sucessão de leves encostas
rasgadas em socalcos, que os homens desenharam ao longo do tempo com o seu
labor e que surpreendem pela perfeição e grandeza da paisagem. Para além das belíssimas
paisagens com vinhedos como marca dominante, não faltam por ali em especial na
Páscoa, as amendoeiras e os laranjais em flor.
O
tempo também melhorou para o final da manhã o que favoreceu uma visita tranquila
ao núcleo histórico de São João da
Madeira, situado ali bem próximo e que se desenvolve à volta da bonita e
silenciosa Praça da Republica.
Caminha-se
então para o centro histórico e logo ao virar à esquerda pela rua Francisco José Bernardes
encontramos logo mais à frente a Praça
da República. Nesta praça podemos contemplar um harmonioso conjunto de
património histórico monumental, recuperado a nível de fachadas e pavimento.
Destaca-se ali a belíssima Capela da
Misericórdia com uma fachada barroca revestida com dois painéis de azulejos
representando “Cristo e a Samaritana” e
“Cristo curando um enfermo”.
É à volta do terreiro da Praça da República que encontramos a Capela da Misericórdia de fachada barroca, o Arco, encimado pela Torre do Relógio (no local da torre medieval da cerca defensiva), e a Arcada ou Arcaria (séc. XVIII) que serviu de mercado noutros tempos.
A
Capela da Misericórdia foi outrora
privativa da família ilustre de D. Luís
Alvares de Távora, senhor da vila, que a ofertou mais tarde e como o
próprio nome indica, à Misericórdia local. Outro dos atrativos é também o Arco, a Torre do Relógio e a Arcada
do séc. XVIII, que serviu de mercado.
Do
lado oposto à capela encontra-se o edifício dos antigos Paços do Concelho e da Cadeia (onde está atualmente
instalado o interessante Museu Eduardo Tavares),
cuja frontaria é emoldurada com o brasão das quinas e, por baixo, observa-se
uma placa oval alusiva à construção da casa da Câmara, Cárcere e Torre do Relógio e Arcada, pela rainha D. Maria
I, em 1794. Atualmente este edifício serve de Posto de Turismo e alberga o Museu Eduardo Tavares.
Ali
na Praça da República fica também
situada, numa esquina com a rua Doutor
Paradena de Oliveira, a Casa Alves, que além de ter uma
simpática esplanada a olhar o espaço monumental, é um sossegado café e lugar de
venda de produtos da região, onde se compra vinho do Porto tinto do produtor de excelente qualidade.
Depois da compra do vinho do Porto tinto, caminha-se pela rua do Arco até à Travessa dos Gatos e nela se acede à rua dos Gatos.
A
Rua dos Gatos foi a rua onde nasceu
a antiga povoação de São João da
Pesqueira. Pensa-se que teve origem numa inicial ocupação árabe e é, hoje,
um autêntico ex-libris da vila medieval. Possui uma estruturação do espaço que
remonta àquela época e que outrora incluía uma judiaria (local onde viviam os
judeus, que eram desligados da população e que na sua grande maioria eram
negociantes) e um arruamento onde viviam judeus e cristãos novos.
São João da Pesqueira é uma terra que se orgulha de deter o Foral mais
antigo de que há memória, anterior à criação da Nacionalidade Portuguesa, e nos vários forais que recebeu ao longo do tempo, é mencionada a
pesca como atividade fundamental das suas gentes.
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