A caminho da Itália - Parte I


Estrada Maritima - Riviera
No dia seguinte à pernoita em Cannes, partimos a caminho da Itália, sendo o caminho escolhido, a estrada marítima, que se faz muito lentamente devido ao trânsito.

Queríamos visitar todas as povoações litorais e observar de perto as praias da costa. Primeiro as estâncias de Antibes, Juan-les-Pins e Theoule-sur-Mer, praticamente coladas umas às outras e depois Nice.
Antibes é uma antiga vila de pescadores, com um burgo antigo dentro de muralhas, encostado ao mar. A zona nova estende-se pelo litoral, num avenida florida e cheia de casas antigas e prédios modernos.

A seguir aparece-nos de imediato a povoação de Juan-les-Pins, que se estende pelo litoral dentro de um enorme pinhal manso, com muitos prédios de apartamentos encostados às praias.

Depois Theoule-sur-Mer, já situada na bonita Corniche D’ Or, aninhada numa bonita baía, com uma praia de areia branca e com as suas casas semeadas pela encosta, formando um bonito anfiteatro.

Em seguida e depois de se percorrerem alguns quilómetros de praias repletas de banhistas, aparece-nos a importante cidade de Nice (uma das maiores cidades da França, e a mais popular estância de férias à beira-mar do país).

Em Nice destaca-se a Promenade des Anglais, um passeio largo, que separa a praia da estrada, ao longo de todo o litoral de Nice. O passeio vai do extremo leste de Nice, ao longo da cidade velha e todo o caminho até o aeroporto, com cerca de seis quilómetros de distância.

A Promenade des Anglais, foi construída em 1844 depois do reverendo Lewis Way ter notado que muitos Ingleses que ali viviam, gostavam de passear para cima e para baixo, no caminho junto à praia. Foi alargado consideravelmente desde então, cumprindo ainda hoje o mesmo papel que à quase 200 anos atrás.

Na segunda metade do século XIX, vinham para a cidade muitos ingleses passar o inverno no clima menos severo da Riviera Francesa. Nos dias de hoje neste grande passeio, podem ser vistos corredores, caminhantes, ciclistas, patinadores… Mas continua a ser um lugar muito popular para pessoas de todas as idades e níveis de aptidão, muitos deles passeando os seus cães.

É um local longe da azáfama da cidade, cheio de enormes palmeiras, onde se pode caminhar junto ao mar Mediterrâneo, tendo do outro lado um desfile espectacular de hotéis, casinos, restaurantes e lojas de luxo. Ali se encontram os grandiosos hotéis de Nice, que foram construídos no virar para o séc. XX, sendo o mais famoso deles todos, o famoso Hotel Negresco.
Fonte: www.vrcotedazur.com

A Riviera até Itália

No dia seguinte o acordar junto à baia de Cannes, com o som de leves ondulações batendo nas rochas de protecção ao parque de estacionamento e com a próxima Île Sainte-Marguerite a dominar o horizonte.

O dia estava quente e bastante ensolarado. Sentados nas rochas, com os pés descalços dentro de água, fomo-nos refrescando até nos pormos a caminho da cidade de Nice, pois naquele dia iriamos percorrer toda a Riviera até San Remo, já na Itália.

O nome Côte d'Azur, torna-se evidente logo que se chega ao litoral do Sul de França. A Côte d'Azur é assim todo o litoral, onde um mar azul-celeste, bate contra as praias de pedra e areia fina e onde nas várias marginais as roxas buganvílias, trepam pelas paredes sem cor de encantadoras casas antigas.

Ali ao longo do tempo, foram prosperando cidades como Cannes, Nice com sua abundância de museus e Marselha, fazendo moda a partir do início do séc. XIX, devido ao clima e à presença do mar Mediterrâneo.

Até hoje com o seu clima mediterrânico, a Côte d'Azur atrai gente de longe e de perto, que não perdem por nada alguns dias de sol na praia, nem o observar das gentes do jet-set, que chegam com seus barcos aos portos da fantasia, onde a vida se desenrola à volta do ver e de ser visto.

A partir de Cannes, começa a Riviera francesa, com setenta quilómetros de costa entre Cannes e Menton, até à fronteira com a Itália. Outrora foi uma terra inóspita, com poucos portos naturais, e pequenas comunidades locais a poucos metros acima do mar, algumas com castelos feudais.

No séc. XIX os aristocratas, alguns deles estrangeiros, começaram a escolher esta bela região para passar o Inverno devido ao seu clima ameno. Mas a verdadeira transformação foi realizada por volta de 1950, quando o turismo de massa assaltou a região.

Hoje em dia, a Riviera francesa é constituída por um passeio quase ininterrupto, alinhado por palmeiras e inúmeros hotéis, e uma estrada costeira repleta de carros esportivos e uma costa de águas azuis cheia de iates, com transatlânticos atracados em cada porto.

Com pouco se diz muito!

Não Simples, que mente.

Simplesmente se devia viver sem que a vaidade nos tirasse esse modo de fazer. Simples. Sem medo.
Causa dessa coisa, à humanidade…Vestida e Crua à procura de algo para subir mais, nem que para isso faça mal ao muito próximo de si.
Para quê condenarem-se à morte ainda em vida? Não são eles mesmos, fingem.
A Tumba destes não terá flores devido aos horrores?
Terá. São esses que prosperam. Os que passam e ultrapassam os demais sem sentimentalismos mais.
Pela simplicidade se alcança a maioridade... que não se vê, mas concretiza a felicidade, mesmo que para isso se julgue a maldade como um bem complementar à verdadeira Natureza do Homem. O viver em Amizade.
Porquê usar máscara?
Esconde o que não se é?
Também…ninguém pediu para ser fora do que lhe pertence.
O que não lhe pertence é roubo à imaginação, sendo esta Cão desobediente, que mais do que aos outros, ao seu dono mente.
Postado por CoaBreca no 10/21/2010 06:05:00 PM 1 Bocas Links para esta postagem

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Chegada a Cannes


Cannes à noite

A chegada a Cannes já à noite, fez com que logo se procura-se o lugar para a pernoita. Fomos procurar um local já nosso conhecido, onde tínhamos estado noutra anterior visita a Cannes. Esse local, no cais de recreio junto ao Casino/discoteca Palm Beach, encontrava-se vedado ao estacionamento.

Resolvemos então ir procurar outro local, que felizmente foi encontrado, mesmo ali, por trás do Casino, num enorme parque de estacionamento, à beira mar e vigiado pela polícia, com uma vista magnifica para a Île Sainte-Marguerite, onde esteve preso o “Homem da Máscara de Ferro”, num terreno a beijar a baía.

Embora cansados da viagem, resolvemos ir viver durante algumas horas a noite de Cannes. Deixámos a AC, no parque de estacionamento, ao lado de um outro companheiro autocaravanista da Hungria e fomos de autocarro até ao Quartier des Anglais, a zona mais badalada da cidade.

Cannes é a "estrela" da Riviera francesa, famosa pelo Festival Internacional de Cinema, pelos hotéis de luxo e carros, como Maseratis, Porsches, Lamborghinis e Ferraris, praias a perder de vista e inúmeros turistas por ela atraídos em qualquer altura do ano.

Apesar de ser provavelmente o oposto das opções turísticas que preferem a calma e o sossego, seria impensável visitar o sul de França, sem conhecer a cidade de Cannes e por isso queríamos mostra-la à nossa filha.

Parámos no fim de La Croisette, a avenida à beira-mar com palmeiras, que se estende em torno da baía. Esta famosa avenida é conhecida pelas suas praias pitorescas de areia fina, pelos inúmeros restaurantes, cafés e boutiques de alta-costura, galerias de arte e joalharias.

Para Oeste fica o bairro de La Suquet, a parte antiga da cidade, que nos proporciona uma boa visão sobre a zona nova da cidade e de La Croisette.

De Cannes do século XIX, ainda podem ser vistas as inúmeras mansões inspiradas, em castelos medievais e até em vilas romanas e construídas para reflectir a riqueza permanente dos seus proprietários. Esta zona marginal ao Mediterrâneo, também conhecida como “Quartier des Anglais”, é a mais antiga área residencial de Cannes e onde se encontram os melhores cafés da cidade.

A caminhada pela famosa "La Croisette", a avenida e a praia que se estende em torno da baía, a leste do porto, na protegida "Rade de Cannes", passando pelo Casino e após as fotos da praxe na red carpet da escadaria do Grande Auditório, a sala de espectáculos onde decorre o Festival de Cannes e as fotos com George Clooney, foi a vez de deambular pelos cafés do Boulevard Jean Hibert que corre ao longo da costa, a Oeste, com mais praias de areia fina.
Depois foi a vez da Rue d'Antibes, a rua principal de nos leva de leste a oeste pelo centro da cidade, tornando-se na Rua Félix Faure, na extremidade inferior, após a Allée de la Liberté e do porto. Para Norte fica o Boulevard Carnot, que corre para o Norte da cidade, através das áreas comerciais e residenciais.
Já bastante cansados, resolvemos voltar à AC para a pernoita, mas como já era tarde apanhámos um táxi, que nos levou até lá.
Fonte: villages/cannes-provence-france

Uma caminhada por Arles


Arles
No dia seguinte, o acordar em plena Place de la Liberation, mais movimentada e barulhenta do que de noite. Esta praça encontra-se na margem esquerda do rio Ródano, e bem perto da gare ferroviária de Arles.

Depois de tomarmos o pequeno-almoço tardio, numa esplanada de café, bem perto da Gare, fomos visitar a bela cidade de Arles. Caminhando para Sul, logo encontramos a antiga porta da cidade, aberta no que resta da velha muralha da cidade.

A partir desta antiga porta, seguimos em frente, pela rue Cavalerie, até atingirmos a Place Voltaire, cheia de esplanadas e a abarrotar de turistas. Ali parámos para nos sentarmos durante o tempo suficiente para se sentir o lugar, admirando com pormenor os passantes, bem como os seus hábitos e costumes.

Seguimos pela rue Voltaire, cheia de comércio e com muitas lojas de artesanato. Logo no início da rua, podemos observar já no seu final, a imponente e bela Arena Romana, que nos espreita, enchendo os espaços e limitando o horizonte.

Chegados à praça, impõe-se, no cimo de uma escadaria em semicírculo, o enorme Anfiteatro Romano que é provavelmente a maior atracção turística da cidade de Arles e que é testemunho da sua próspera e longínqua época romana.

Comprámos bilhetes e entrámos. O Anfiteatro é avassalador e obviamente inspirado no Coliseu de Roma. Tem a forma oval medindo 136 m de comprimento e 109 m de largura, possui 120 arcadas e 60 galerias no total, rede de drenagem em muitos corredores e escadas de acesso para uma saída rápida da multidão. Datando do séc. I a.C., tinha a capacidade para 20.000 espectadores e foi construído para proporcionar entretenimento na forma de corridas e sangrentos encontros entre feras e gladiadores ou lutas entre gladiadores. Hoje, ainda ali se podem assistir a touradas e espectáculos de Verão.

Após a visita à Arena, seguimos subindo a rua do lado direito e paralela ao Anfiteatro. As lojas de “souvenirs”, os cafés e os restaurantes sucedem-se do lado direito, até ao final da rua. Do lado esquerdo o gradeamento, que a separa da área do Anfiteatro.

Um pouco antes de chegarmos ao topo da rua, encontramos do lado direito o edifício que guarda trabalhos de vários artistas plásticos que homenageiam van Gogh. Entrámos e observámos com atenção as obras presentes, de onde se destaca um Botero e uma maqueta do quarto de van Gogh, na casa amarela. Depois de sairmos da galeria/museu, continuamos a subir a rua, intercalando com algumas paragens para a compra de várias lembranças. No topo da rua, encontramos uma praça na colina de Hauture.

Nesta praça, desde logo se vêem os muros e as vedações do Teatro Romano. Também construído no final do século I a.C., um século antes de seu vizinho e famoso Anfiteatro, o Teatro Romano de Arles está muito menos bem conservado. Data da primeira fase de urbanização da colónia romana, fundada por César em 46 a.C. sendo construído sobre a colina de Hauture. Ao lado do Teatro Romano, temos o bonito Jardin D’ Eté.

Descendo pela rue de la Calade, cruzamos com a rue de l´Hotel de Ville e virando à esquerda, deparamo-nos com a bela Place de la Republique, que possui no centro um alto obelisco egípcio. Ela é o verdadeiro coração da cidade e ali encontramos alguns dos mais emblemáticos edifícios de Arles.

O edifício do Hôtel de Ville (Câmara Municipal), encontra-se à direita e a Igreja de St. Trophime, à esquerda. Há entrada, um casamento. Esta Igreja foi anteriormente uma catedral e é sem dúvida uma bela e importante obra de arquitectura românica. Possui um bonito portal, que é considerado um dos melhores exemplos da arte e escultura românica, representando o Juízo Final. Também se deve visitar o claustro, assim como as colunas adjacentes.

Na Idade Média, esta praça estava reduzida a um pátio estreito entre a Igreja de St. Trophime e a Igreja de St. Anne. Desde a construção do Paço Municipal, no século XVII, o local foi profundamente alterado e a sua área actual encontra-se mais alargada e ocupada lateralmente por vários blocos habitacionais.

Pela rue de l’Hotel de Ville, fomos até à Place du Forum, onde se encontram vários restaurantes e cafés, entre os quais o célebre Café Terrace, pintado por van Gogh, intitulado “Café Terrace à Noite”, que o proprietário pintou de amarelo (a cor do quadro), para satisfazer os turistas, uma vez que na realidade o café tinha cor bege, mas que à noite, devido à iluminação da época, ficava amarelado, sendo por isso pintado dessa cor.

Depois caminhámos até à margem esquerda do rio Ródano, caminhando calmamente pelo Quai M. Dormoy. Subimos por escadas até ao cimo do paredão feito em pedra, que segue contornando todo o cais. Ali encontramos as magníficas paisagens do rio e da cidade que nos acompanham durante muitos metros de andamento.

É um local onde para além de se observar as paisagens naturais, com suas cores vibrantes, pode ainda ser feita, a observação da vida das pessoas simples de Arles, que por nós passam, a caminho de suas casas ou das suas vivências mais comuns.

Depois, já novamente na Place de la Liberation, fomos ao encontro da AC, que no estacionamento nos esperava, para o início de uma nova etapa, a caminho de Cannes, onde no final do dia, iriamos pernoitar.

Fonte: Wikipédia / Mapa de Arles

Arles

A chegada a Arles, já por volta das 02h00 da madrugada, depois de uma longa estirada pelas auto-estradas do Sul de Espanha e França, fez-nos desde logo procurar o lugar de pernoita, pois o cansaço já era grande.

A pernoita foi num lugar calmo à entrada da cidade amuralhada, num parque de estacionamento junto de uma rotunda, na margem esquerda do rio Ródano, a dois passos da porta na muralha, por onde se acede à cidade antiga.

Arles é uma cidade situada no Sudeste de França, mergulhada na cultura provençal em pleno vale do rio Ródano e rodeada de paisagens de enorme beleza, pertencentes à Camargue, que desde ali se entende até ao mar.

Arles fica numa colina, onde dois ramos do rio Ródano, partem em direcção ao mar. Possui vários dos mais importantes monumentos romanos fora da Itália e está classificada desde 1981 como Património Mundial da Unesco.

A cidade foi fundada pelos gregos no séc. VI a.C., ainda que provavelmente houvesse assentamentos anteriores. Numa colina entre o Ródano e o Crau, no ex-delta do rio Durance, que nestes tempos fluía directamente no mar Mediterrâneo, deve ter sido uma localização óbvia para se fundar uma povoação.

Os celtas conquistaram-na em 535 a.C. e denominaram-na “Arelate”. A antiga Arles era mais perto do mar do que é hoje e serviu como um grande porto comercial fenício, antes de ser tomada pelos romanos. Mais tarde tornou-se num famoso centro cultural e religioso já durante o final do Império Romano.

Na Idade Média, Arles foi gravemente afectada pelas várias invasões da Provença, por muçulmanos, francos e vikings. Depois de ser governada por vários senhores feudais até ao séc. XII, tornou-se numa cidade livre, até à Revolução Francesa, quando foi integrada na França.

Arles manteve-se economicamente importante por muitos anos, como um importante porto no Ródano. No entanto, com a chegada da ferrovia, no séc. XIX o comércio fluvial decaiu, levando a cidade a tornar-se mais sossegada, tornando-a numa espécie de remanso provençal.

Isso fez de Arles um destino até hoje, muito atraente para os pintores, como Vincent van Gogh e Paul Gauguin. van Gogh chegou a Arles, em 21 de Fevereiro de 1888 e ficou fascinado com as paisagens provençais, produzindo mais de 300 pinturas e desenhos durante sua estadia em Arles. Muitas de suas pinturas mais famosas foram lá concluídas, inclusive “O Café Night”, a “Sala Amarela”, “Noite Estrelada Sobre o Ródano” e “L'Arlésienne”.

Paul Gauguin visitou van Gogh em Arles. No entanto, a saúde mental de van Gogh deteriorou-se rapidamente, tornou-se demasiado excêntrico, culminando com o infeliz incidente, quando corta a sua orelha, em Dezembro de 1888, sendo internado no hospício vizinho de Saint-Rémy-de-Provence.

Na Arles dos dias de hoje, a água está em toda parte, seja ao longo do cais, onde Van Gogh pintou e onde os barcos de cruzeiro atracam e nas terras da Camargue que se estendem desde a cidade até ao mar, ao longo dos 50 km de praias de areia branca, que separam as saídas em delta, do Petit e do Grand Rhone (Ródano), para o mar.

Arles é hoje um dos destinos turísticos favoritos na Provença. A sua localização, a presença do belo rio Ródano, os seus maravilhosos monumentos romanos, (como a sua maravilhosa Arena, usada ainda hoje para as touradas), as muralhas, a Place de la Republique, a Catedral de Saint-Trophime, a impressionante Câmara Municipal, e o refazer dos passos de van Gogh, fazem desta cidade uma das principais atracções turísticas de França.

Fonte: Wikipédia
Os Passos de van Gogh

Monteblanc


Monteblanc

A partida de Poblet, fez-se sob chuva intensa. O destino seguinte, Monteblanc, está situada a poucos quilómetros de distância de Poblet e é a capital de comarca catalã de La Conca de Barberá, também na província de Tarragona.

Nomeada Montblanc (Montanha Branca), inicialmente, devido à falta de vegetação verde, a vila medieval está hoje, situada entre vinhedos e abundantes campos verdejantes.

Construída no topo de uma colina, como uma protecção contra as inundações dos dois rios próximos, Montblanc mantém a sua atmosfera de velho mundo, dentro da sombria protecção das suas altas muralhas medievais.

Montblanc foi fundada em 1163 (séc. XI), e no século XIV, foi construída a Muralha de Montblanc que é um dos motivos de grande atracção turística, pois é considerada a mais bela obra de arquitectura catalã. A muralha abarca quase por completo toda a povoação e tem quase 2 km de perímetro.

A grandeza medieval de Montblanc reside não só nas suas belas e fortes muralhas, mas também no seu interior, tendo como principal atracção a lenda que refere que foi na Porta de San Jordi (uma das portas de entrada da vila medieval), que São Jorge matou o dragão.

A lenda conta, como um dragão malvado de um lago próximo da aldeia, aterrorizava tudo e todos, devorando os animais até não haver nenhum. O dragão então exigiu um dos moradores, com a condição de depois deixar a cidade. Os moradores concordaram e após um sorteio, a filha do rei foi escolhida como a vítima sacrificial.
Apenas alguns minutos antes da princesa, vestida de branco, estar prestes a ser comida pelo dragão, um jovem cavaleiro apareceu a cavalo e matou o dragão com sua espada, salvando a princesa. Ainda segundo a lenda, no local onde o dragão caiu, logo brotou uma roseira cheia de rosas vermelhas, a cor do sangue do dragão. O cavaleiro colheu uma das rosas e deu-a à princesa, antes cavalgar em direcção a um dos portões, saindo da cidade ao pôr-do-sol.

Passada a Porta de San Jordi, as ruas e vielas medievais muito bem conservadas, levam-nos ao centro medieval onde encontramos a Igreja de Santa Maria, uma obra típica do gótico catalão e que foi construída nos séculos XIV e XV.

É um majestoso edifício construído no mais puro estilo gótico, com uma fachada barroca, que ostenta um dos melhores órgãos antigos da Catalunha e um altar de pedra dedicada aos santos Bernardo e Bernabé.

Nas vielas encontramos muitas lojas de artesanato e pastelarias com os doces típicos, os montblanquins (amêndoas recheadas) ou os merlets (elaborados com amêndoa e açúcar).

Na Idade Média, Montblanc experimentou um esplendor notável, com a sua própria feira e mercados medievais, bem como uma notável comunidade judaica. Possui até hoje, um dos mais bem preservados conjuntos medievais da Catalunha, com dois terços da muralha primitiva, torres e os portões de Sant Jordi e Bover, sendo designada como monumento de valor histórico e artístico em 1947.

Depois da visita a Monteblanc, a viagem seguiu rumo ao Sul de Espanha, passando por Barcelona, onde passámos de raspão. Depois pelo Sul de França, cruzando a Provença em direcção a Arles, onde queríamos ir pernoitar.

Fonte: festival-of-sant-jordi-at-monteblanc / Guia da catalunha

Igreja do Mosteiro de Santa Maria de Poblet.


Visita à Igreja, Museu e outras dependências do Mosteiro de Poblet

Desde a porta barroca aberta no muro Oeste da muralha, acede-se ao átrio da igreja (nº 1) que foi construída em finais do séc. XIII, o mesmo que a rosácea aberta no parede Oeste, que proporciona luz à nave central.

Após algum tempo de espera, um guia veio mostrar-nos os interiores, que só se visitam em grupo, e ao longo da visita foram-nos sendo explicadas, as funções da cada sala visitada. Há muitas salas em redor do claustro, que continuam a ser utilizadas e que por isso, só nos é permitida uma espreitadela, para não prejudicar o normal funcionamento do Mosteiro.

Passamos pelo refeitório, pela biblioteca, pela Sala do Capítulo onde estão os belíssimos túmulos dos reis e rainhas de Aragão. Pelo salão onde os monges se aqueciam junto a uma grande lareira e por uma cozinha, de onde saia um bom cheirinho. Uma porta fechada dá acesso à clausura. Tudo é grande e austero e só por vezes se avistam alguns dos trinta e dois monges que habitam o complexo.

Quanto à igreja, os túmulos dos reis e rainhas de Aragão, entre as quais D. Leonor de Portugal, e o belíssimo altar-mor em alabastro, são obras de arte requintadas que não se podem perder. Depois uma visão final do claustro, de onde se levantam ciprestes gigantescos e um precioso fontanário, a visita termina num passeio sobre uma passagem superior, que começa junto à bela torre-lanterna da igreja.
Voltando à Igreja, o átrio é coberto com abóbadas em cruzaria. Tinha dois altares, um do século XVI dedicado ao Santo Sepulcro que se conserva restaurado e outro oferecido à Virgem dos Anjos, do qual não ficou nenhum vestígio e no seu lugar há um calvário gótico.

A construção da Igreja, foi projectada durante os reinados de Raimundo Berenguer IV de Barcelona e Afonso II de Aragão, em estilo românico, por volta de 1166.

A Igreja tem planta basilical com três naves e cruzeiro; as duas laterais são bem mais estreitas que a central. A nave Norte, encostada ao claustro, (nº 3) é românica com abóbada em cruzaria; a nave central (nº 2) é também românica, mas a sua abóbada é de canhão apontado; a nave Sul é gótica, reconstruída por volta de 1330, ao mesmo tempo em que se mandaram abrir as sete capelas (nº 4). Ao redor do presbitério (nº 7), abrem-se cinco capelas radiais. As duas absidais das esquinas têm comunicação com o cruzeiro (nº 5).

Conserva-se no presbitério a mesa de altar antiga que consiste numa grande pedra apoiada em quatro pares de colunas românicas. O edifício actual guarda no seu interior dois grandes tesouros, o retábulo renascentista e os sepulcros reais (nº 6).

O retábulo em alabastro, é uma obra do escultor Damià Forment, que o executou entre 1527-1529, por ordem do abade Caixal, durante o reinado de Carlos I. É uma obra realmente excepcional cujo custo foi tão elevado que provocou a sublevação dos monges contra o seu abade, a quem condenaram à reclusão perpétua, com os cargos de dilapidação e falta de observância.

O claustro fica a Norte da Igreja e com ele se comunica por meio de uma porta românica. Foi construído em fases sucessivas, sendo concluído entre 1162 e 1163, a julgar pela estrutura das abóbadas lisas e apontadas, próprias do primeiro período de Cister.

Pelo claustro pode aceder-se à sala capitular, que é de proporções bastante consideráveis e coberta com uma magnífica abóbada em cruzaria. Ali também se encontra o refeitório, que ainda hoje é usado pelos monges, enquanto que a cozinha (restaurada) é um lugar que se visita e que serve como exemplo para conhecer os usos e costumes cistercienses.

No pátio à frente do refeitório, pode ver-se, tal como em Alcobaça, o pavilhão do lavabo, cuja arquitectura é já do séc. XIV, possuindo belos arcos bem proporcionados.

Existem ainda outros claustros menores. O claustro de Santo Estevão ou da enfermaria (nº 3), encontra-se no extremo Este, dentro do recinto monástico e é de planta quase regular, possuindo nos seus lados curtos 4 e 5 arcos de volta perfeita e nos longos, 8 e 9 pilares que carecem de capitéis. A ornamentação é muito simples com motivos vegetais. Este claustro já existia em 1228 e foi reconstruído no séc. XV. O claustro do locutório está do lado da parede Leste da sala capitular. Tem capitéis de tradição românica, embora as molduras dos arcos sejam já góticas.

O Mosteiro de Poblet e de Santes Creus, são na Catalunha os possuidores dos panteões reais dos reis da Coroa de Aragão. Foi Pedro IV, o Cerimonioso, juntamente com o abade Copons em 1340, quem decidiu tornar reais os desejos de Afonso II, ao construir um panteão real. As obras foram encomendadas aos mestres Aloi, Jaume Cascalls e Jordi de Déu em 1380.

Após a visita guiada, foi a vez da visita ao Museu, onde se encontram inúmeras obras de arte sacra, peças de mobiliário e muitos quadros representando a evolução do mosteiro ao longo dos tempos.

Já a caminho do exterior, foi a vez da visita à Adega do Mosteiro, cujo edifício é uma típica construção rural do séc. XIX, que além de adega é também loja de venda, exposição e prova de vinhos. Os vinhos resultantes da variedade Pinot Noir, são suaves, muito finos e elegantes e são comercializados com o nome "Clos de Poblet".

Fonte: Wikipédia

Visita ao Real Mosteiro de Santa Maria de Poblet - Parte II


Mosteiro de Poblet II


No meio da praça e à frente desta porta ergue-se uma grande cruz em pedra, do séc. XVI, sobre um pódio de quatro escalões.

A Norte da praça vê-se uma capela muito austera, que foi dedicada em 1251, a Santa Catarina. Mandada construir pelo conde Raimundo Berenguer IV, era o lugar onde oravam os visitantes de honra, antes de aceder à clausura. Acede-se ao interior do mosteiro por uma porta românica muito simples, coberta por uma abóbada.

Hoje nem todos os espaços do Real Mosteiro de Santa Maria de Poblet, podem ser visitados, por serem dependências de clausura, utilizadas pelos monges cistercienses que ainda hoje ocupam o Mosteiro.
A uns metros da porta barroca de acesso à Igreja do Mosteiro, encontra-se a Porta Real encaixada entre duas torres, que foram outrora torres-cárceres. Uma vez traspassada a porta, o visitante encontra-se à sua esquerda com os vestígios das habitações dos conversos. À direita, umas escadas em pedra conduzem ao palácio do rei Martim I de Aragão, de princípios do séc. XV (destinado ao museu).

Frente à Porta Real vê-se o átrio do claustro (nº 15). À esquerda do átrio estão as adegas (nº 14), edifício que anteriormente foi sala de jantar dos leigos ou conversos. Sobre esta estância construiu-se no séc. XIV, o dormitório de monges jubilados.

À direita deste átrio estão os lagares do séc. XIII (nº 10), que foram na sua origem o dormitório de leigos. O muro Sul está encostado ao lado Norte da igreja. Dentro do átrio ou hall acede-se à esquina de confluência com a zona Norte-Oeste do claustro (nº 8).

As instalações mais antigas, do séc. XII, encontram-se a leste do recinto murado: Capela de Santo Estevão (nº 1. O nº 3 é o claustro desta capela) e enfermaria (nº 2). Também se encontram nesta zona as Câmaras Reais, construídas no séc. XIV sobre a muralha. No ângulo Nordeste construíram-se as habitações modernas dos monges jubilados.

Embora este mosteiro não seja tão grande como o Mosteiro de Alcobaça, tem também grande beleza, apresentando uma arquitectura marcadamente cisterciense. Em 1991 foi declarado pela UNESCO, Património da Humanidade. Em Espanha, os mosteiros de Poblet, Guadalupe, Escorial, San Millán de Yuso e San Millán de Suso, são os únicos mosteiros que conseguiram este título.

Após a visita à Igreja, Claustro, Museu e demais dependências do Mosteiro de Santa Maria de Poblet, partimos rumo à vila vizinha de Montblanc, cuja grandeza medieval, não podia deixar de visitar.
Fonte: Wikipédia

Visita ao Real Mosteiro de Santa Maria de Poblet - Parte I


Mosteiro de Poblet I

Passada a estrada que separa o parque de estacionamento, chega-se ao Passeio de São Bernardo, à entrada da Abadia de Poblet.

Todo o conjunto monástico está conformado por três recintos bem diferençados e que comunicam entre si por portas de acesso.

A Porta de Prades é o nome da entrada para o mosteiro. Esta porta é de arco de volta perfeita e sobre esta encontra-se um nicho com uma imagem da Virgem Maria, como orago do mosteiro. Mostra também o escudo do Abade Fernando de Lerín (1531-1545), a jarra com açucenas ou lírios (símbolo de pureza) e as iniciais PO que se referem a Poblet.

Neste primeiro recinto havia um espaço onde estavam as habitações dos lavradores, operários, leigos e demais “família” do mosteiro. Ali se encontra um poço, um bebedouro e umas conduções de água. Ainda subsiste a casa do monge porteiro que foi edificada na época do Abade Fernando Lerín.

Após passar uma alameda chega-se à porta de acesso ao segundo recinto. É chamada de "Porta Dourada”, fazendo alusão às pranchas de bronze que a recobriam e que foram douradas por vontade de D. Filipe II em 1564, quando passou a Semana Santa neste mosteiro.

Atravessando a Porta Dourada chega-se ao segundo recinto. Ante esta porta tinha lugar a cerimónia de boas-vindas aos reis que visitavam Poblet. Entravam no 2º recinto através da Porta Dourada e na capela de Santa Catarina voltavam a parar para orar antes de entrarem definitivamente no recinto da clausura.

Ali também se encontra a capela de São Jorge, que é de planta quadrada, com uma porta gótica e uma abóbada em estrela. A fachada ostenta os escudos reais de D. Afonso V de Aragão e de Nápoles. Uma vez passada a Porta Dourada, chega-se a uma grande praça central de pavimento irregular, onde se conservam algumas ruínas de edifícios antigos. Em linha recta com a porta e ao fundo, vê-se a porta de acesso ao átrio da Igreja do Mosteiro, aberta na muralha que rodeia o terceiro recinto.

É uma porta barroca do século XVII, mandada edificar pelo duque de Cardon, em 1670. De ambos os lados da porta estão colocadas as estátuas de São Bento e São Bernardo, e num nicho a imagem da Virgem. Em ambos os lados vê-se muita ornamentação barroca e colunas salomónicas.

Fonte: Wikipédia