Cruzeiro ao Sol da Meia-Noite e Fiordes da Noruega

Julho foi o mês escolhido por nós, e depois de uma busca criteriosa a várias ofertas turísticas para a Noruega, decidimo-nos por um Cruzeiro abordo do espectacular navio Century, pertencente à companhia de navegação grega, Celebrity Cruises. Assim, sob o comando do Capitão Nicholas Pagonis, foi iniciado o cruzeiro, no porto da cidade de Amesterdão – Holanda, aos Fiordes de Noruega e Sol da Meia Noite.
Nesta viagem que decorreu desde 9 a 20 de Julho de 2007, foi percorrido o seguinte rumo:
9, 10 e 11 de Julho - Amesterdão, Holanda - Alesund, Noruega.
11, 12 e 13 de Julho - Alesund - Alta, Noruega.
13 e 14 de Julho - Alta - Honningsvag, Noruega.
14 e 15 de Julho - Honningsvag - Tromso, Noruega.
15, 16 e 17 de Julho - Tromso - Molde, Noruega.
17 e 18 de Julho - Molde - Olden, Noruega.
18 e 19 de Julho - Olden - Bergen, Noruega.
19 e 20 de Julho - Bergen - Amesterdão, Holanda.
Para nós, no entanto, o início desta viagem resultou bastante atribulado, e diria até, de autêntica aventura, o que ao contrário do que se possa imaginar, me agradou particularmente.
Na madrugada do dia 9 de Julho, partimos no nosso carro para Lisboa, afim de apanharmos o avião com destino a Amesterdão, onde estava previsto embarcarmos a bordo do Century. No entanto, quando chegámos ao aeroporto, as diligências necessárias afim de deixarmos o nosso veículo em segurança, fez-nos atrasar o nosso embarque, a tal ponto que quando estávamos prontos a despachar a bagagem, já não o pudemos fazer, tendo o voo de ser adiado para o dia seguinte.
No dia seguinte já o Century, não estaria no porto de Amesterdão, pois já teria partido, e o voo fez-se para Oslo, capital da Noruega, durante a manhã do dia 10 de Julho. De Oslo, tivemos de apanhar um outro voo, ao final da tarde, para Alesund, junto ao litoral da Noruega, onde iríamos apanhar o barco no dia seguinte. O avião com destino a Alesund, das Linhas Aérias Escandinávas, era muito antigo, com grandes motores nas asas, (igual, e pertencente às mesmas linhas aérias, ao avião que cerca de um mês depois, aterrou sem trem de aterragem), e os pilotos tinham cara de velhos "lobos do mar"ou talvez "bacalhoeiros"...
Quando chegámos ao aeroporto de Alesund, não havia táxis, mas sim um autocarro que nos levou do aeroporto para a linda cidade de Alesund, deixando-nos no porto, junto ao caís de embarque, uma gentileza do motorista do autocarro, para que visse-mos onde embarcar no dia seguinte.
A procura de hotel para se pernoitar foi difícil, uma vez que, os hotéis eram poucos e os que havia estavam completos. No entanto depois de alguma indagação, um estrangeiro em férias na cidade, aconselhou-nos uma pousada de acolhimento a visitantes pouco endinheirados, baratinha e aonde até se tinha de alugar a roupa de cama. No entanto era tudo bastante limpinho e o banho reconfortante. Em Alesund tivemos pela primeira vez, a oportunidade de observar a luz "diurna", durante toda a noite.
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Verão 2007 - Noruega (Sol da Meia-Noite)
Algeciras/Final da viagem


Devo ainda acrescentar, que a descrição desta viagem, me saiu com bastante fluidez, e que um sem números de cheiros, sabores, rostos, conhecimentos, sons, tactos, medos, comportamentos e cenários, foram sendo recuperados, para surpresa minha, levando-me a concluir que afinal a minha "memória de elefante" está em forma.
Algeciras é uma cidade portuária do sul de Espanha, na província de Cádiz, comunidade autónoma da Andaluzia. Localiza-se perto da cidade Gibraltar, ligeiramente mais a norte do que Tarifa, que é a cidade mais a sul da província. Ambas as cidades estão situados no Estreito de Gibraltar e de frente para o Mediterrâneo.
O moderno porto de Algeciras é um dos mais movimentados do mundo, com bastante tráfego de e para África. Devido a esses transportes, existem bastantes hotéis e estalagens na cidade.
Foi "Portus Albus" em tempos de Roma, e seus fornos de cerâmica em "El Rinconcillo" testemunham a sua existência no séc. I da nossa era. Logo desapareceu para renascer com nome mouro, o mesmo que conserva, "Al-Yazirat Al-Jadra" (A ilha Verde), Algeciras, como hoje o pronunciamos.
Aquí nasceu Almanzor, em 939, o grande capitão do exército árabe, que levou a fronteira muçulmana até aos Pirinéus, vencendo cinquenta campanhas seguidas sem perder uma única batalha.
Alfonso XI conquistou a praça em 1342, depois de vinte meses de duro cerco, entrando triunfalmente en Algeciras no dia 28 de Março de 1344, que era domingo de ramos. Em recordação a esta festividade religiosa, o rei mandou consagrar a mesquita da cidade, dando-lhe o nome de igreja de Santa María de la Palma.
A conquista de Algeciras foi para os reis espanhóis tão importante como a conquista do Algarve para os reis portugueses. E a partir daí, uniram o nome de Algeciras à coroa, intitulando-se desde então, "Reis de Espanha e Algeciras".
No entanto, transcorridos vinte e cinco anos, novamente os mouros, capitaneados por Mohamed V de Granada, sabendo que a cidade estava desguarnecida e em represália pelo assassinato de D. Pedro I, seu aliado e amigo, atacam a grande praça de Algeciras em 1369, e poucos anos depois, pensando que não a poderiam conservar em seu poder, incendiaram-na não restando pedra sobre pedra. Assim a que foi "a praça mais importante da Andaluzia", nas palavras de Guichot, se viu convertida a um monte de ruínas fumegantes. Os seus habitantes foram para outras cidades, e aqui ficaram só alguns humildes pescadores...Só alguns restos de muralhas eram testemunho do seu passado grandioso.
A conquista de Gibraltar em 1462, por D. Alonso de Arcos, alcaide de Tarifa, fez com que Henrique IV, então reinante, concede-se diversos privilégios a fim de estimular o repovoamento da praça de Algeciras. Um destes privilégios foi a entrega aos habitantes do rochedo de Gibratar, as terras de Algeciras, e estes transformaram as ruínas da cidade em numerosas hortas, quintas e pomares.
Passou o tempo... Frente às ruínas de Algeciras, Gibraltar vive a sua plácida existência... De nada se suspeita, mas aquela pedra gigantesca irá ser separada violentamente da geografia espanhola, deixando amargurados seus habitantes. Assim, no dia 4 de Agosto de 1704, como consequência da guerra de sucessão, a esquadra anglo-holandesa ataca Gibraltar, com tal fúria, que a praça se rende ao arquiduque Carlos. Mas só umas horas depois é hasteada a bandeira inglesa, e Gibraltar fica a pertencer à rainha Ana de Inglaterra.
Os seus habitantes saem de Gibraltar, não querem viver sob o jugo estrangeiro, abandonando bens e partindo para os campos...O núcleo maior destes gibraltinos, refugia-se junto à ermida de São Roque, de onde depois nasceria a cidade com o mesmo nome. Outro grupo junta-se num oratório, que mais tarde daria lugar à povoação de Los Barrios, e outro pequeno grupo foi para o lugar da antiga Algeciras, situando-se em volta de uma ermida, propriedade da família Gálvez, a actual capela de Nossa Sra. da Europa, onde hoje é a Plaza Alta, dando assim lugar ao ressurgimento da histórica cidade.
A partir deste momento, Algeciras cresce rapidamente, seu futuro vislumbra-se venturoso, e a sua beleza cresce, confirmando uma vez mais o sobrenome de "A Cidade da Bela Baía".
Os seus habitantes saem de Gibraltar, não querem viver sob o jugo estrangeiro, abandonando bens e partindo para os campos...O núcleo maior destes gibraltinos, refugia-se junto à ermida de São Roque, de onde depois nasceria a cidade com o mesmo nome. Outro grupo junta-se num oratório, que mais tarde daria lugar à povoação de Los Barrios, e outro pequeno grupo foi para o lugar da antiga Algeciras, situando-se em volta de uma ermida, propriedade da família Gálvez, a actual capela de Nossa Sra. da Europa, onde hoje é a Plaza Alta, dando assim lugar ao ressurgimento da histórica cidade.
A partir deste momento, Algeciras cresce rapidamente, seu futuro vislumbra-se venturoso, e a sua beleza cresce, confirmando uma vez mais o sobrenome de "A Cidade da Bela Baía".
Meknès









Na sua produção industrial, predominam a industria alimentar - transformação de frutas e verduras, a elaboração de azeite de palma, as fundições de metal, as destilarias, a elaboração de cimento e o artesanato (tapetes e lã).
A agricultura nesta região, dedica-se ao cultivo de cereais e frutas. A cidade está rodeada por uma tripla fila de muralhas que abriga o palácio do sultão e uma cidadela Almóadas.
Ao norte, encontram-se as ruínas romanas de Volúbilis e a cidade santa de Moulay-Idriss, fundada em 788 d.C.
Ao norte, encontram-se as ruínas romanas de Volúbilis e a cidade santa de Moulay-Idriss, fundada em 788 d.C.
Meknès foi construída há mais de 350 anos e continua a abrigar mesquitas, palácios, e jardins. A cidade histórica é rodeada por uma enorme muralha, de 40km de ameias e torres. Meknès já foi a antiga capital de Marrocos. Uma das principais atracções é o Palácio de Dar El Kebira, mandado construir pelo sultão Moulay Ismail no séc. XVII.
A visita à cidade deve começar fora da Medina, na Ville Nouvelle, onde estão localizados os hotéis e restaurantes, circulando-se para se verem as grandes muralhas e suas portas de entrada na Medina, as "babs".
O Palácio Real, com seus estábulos imensos e bonitos, que segundo os guias abrigava 12.000 cavalos e todas as infra-estruturas para os cavaleiros, tratadores, inclusive os silos para os alimentos secos e palhas, o reservatório de água com um mecanismo engenhoso para alimentar de água, tanto o palácio quanto a "Medina", além dos jardins suspensos com oliveiras.
A Mesquita, com interior ricamente ornado, é uma das poucas visitáveis por não muçulmanos.
O Mausoléu de Moulay Ismail, sultão marroquino que reinou de 1672 e 1727, teve 500 esposas, 548 filhos e 340 filhas. Ele ordenou que os palácios em Fez e Marrakech fossem destruídos para que nenhuma cidade fosse mais bonita que Meknés, escolhida por ele para sua capital. Considerado um tirano, Ismail reinou durante 55 anos e é apontado como responsável pela morte de 30 mil pessoas.
O Aquedal, imenso reservatório de água, foi construído apenas para regar os jardins reais e divertir suas 500 esposas. Por essas realizações, este sultão é venerado na cidade, como seu rei eterno. Mulheres muçulmanas passam o dia a rezar no mausoléu, onde estão depositadas as suas cinzas.
Em Meknès tal como em Fez, existem muitos artesãos de primeira, que se dedicam à arte decorativa marroquina: São uma beleza..., a carpintaria, os mosaicos cerâmicos decorativos com desenhos geométricos e composições impressionantes, o estuque (a caligrafia cursiva com versos do Corão em árabe escrito nas paredes) e as delicadas filigranas sobre metal. Um choque visual exótico, belo e inesquecível. Espero um dia lá voltar...
O caminho de Fez
O caminho para Fez, foi feito sob um sol abrasador, com temperaturas a rondar os 45ºC. A viagem iniciou-se percorrendo todo o planalto de Tadla, até avistarmos Beni Mellal, um dos principais centros agrícolas do país.
Beni Mellal situada no sopé do monte Tassemit (2247m), é uma cidade agrícola, com muralhas que datam de 1688, e em redor destas estendem-se olivais e pomares de laranjeiras que se prolongam até ao monte onde se encontra uma pequena fortaleza sobranceira, da qual se desfruta de uma belíssima vista sobre a cidade e o planalto Tadla.
É uma cidade que nasceu da fusão de duas pequenas aldeias antigas, Soumaa e Zawiya, e onde nasceu Ibn Zayyat Tadili, o maior biógrafo do misticismo marroquino.
Considerada como uma das mais importantes cidades do centro de Marrocos, Beni Mellal, é também uma cidade histórica. Seu Kasbah, Bel Kush, construído no séc. XVII por Moulay Ismail, foi restaurado no século XIX.
Pela sua situação, a cerca de 45Km de Marrakech e também devido ao seu potencial agrícola, esta região tornou-se um íman para os amantes do turismo de montanha e de aventura.
Azrou, aldeia berbere e um conhecido centro de artesanato, foi a paragem seguinte, uma vez que o calor insuportável fez com que a água do depósito do nosso carro a gasóleo, entrasse em ebulição, bem como o da gasolina do carro dos nossos acompanhantes. Esta paragem obrigatória foi pretexto para um lanche ajantarado, num restaurante à beira da estrada, onde um prato de ensopado de borrego, nos deixou demasiado saciados.
Azrou é uma simpática aldeia situada 89 km ao sul de Fez. É um bom lugar para parar e descansar. Azrou tem uma antiga tradição na indústria de tecelagem, uma vez que era um antigo mercado do povo nómada. Tecidos, tapetes e cobertores podem ser encontrados nas vendas de artesanato locais. A cidade é famosa pelas telhas de cor verde nos telhados.
A região é excepcionalmente bela. As florestas de cedros, com muitos macacos, o cone vulcânico Jbel Hebri, que fica a cerca de 15 Km, e o mirante d'Ito, nas proximidades, de onde se pode desfrutar uma vista magnífica sobre as montanhas, são lugares a não perder.
Beni Mellal situada no sopé do monte Tassemit (2247m), é uma cidade agrícola, com muralhas que datam de 1688, e em redor destas estendem-se olivais e pomares de laranjeiras que se prolongam até ao monte onde se encontra uma pequena fortaleza sobranceira, da qual se desfruta de uma belíssima vista sobre a cidade e o planalto Tadla.
É uma cidade que nasceu da fusão de duas pequenas aldeias antigas, Soumaa e Zawiya, e onde nasceu Ibn Zayyat Tadili, o maior biógrafo do misticismo marroquino.
Considerada como uma das mais importantes cidades do centro de Marrocos, Beni Mellal, é também uma cidade histórica. Seu Kasbah, Bel Kush, construído no séc. XVII por Moulay Ismail, foi restaurado no século XIX.
Pela sua situação, a cerca de 45Km de Marrakech e também devido ao seu potencial agrícola, esta região tornou-se um íman para os amantes do turismo de montanha e de aventura.
Azrou, aldeia berbere e um conhecido centro de artesanato, foi a paragem seguinte, uma vez que o calor insuportável fez com que a água do depósito do nosso carro a gasóleo, entrasse em ebulição, bem como o da gasolina do carro dos nossos acompanhantes. Esta paragem obrigatória foi pretexto para um lanche ajantarado, num restaurante à beira da estrada, onde um prato de ensopado de borrego, nos deixou demasiado saciados.
Azrou é uma simpática aldeia situada 89 km ao sul de Fez. É um bom lugar para parar e descansar. Azrou tem uma antiga tradição na indústria de tecelagem, uma vez que era um antigo mercado do povo nómada. Tecidos, tapetes e cobertores podem ser encontrados nas vendas de artesanato locais. A cidade é famosa pelas telhas de cor verde nos telhados.
A região é excepcionalmente bela. As florestas de cedros, com muitos macacos, o cone vulcânico Jbel Hebri, que fica a cerca de 15 Km, e o mirante d'Ito, nas proximidades, de onde se pode desfrutar uma vista magnífica sobre as montanhas, são lugares a não perder.
A paragem seguinte, e já ao cair da tarde, foi Ifrane. Ifrane é uma estação de esqui no meio da cordilheira do Atlas. A palavra Ifrane significa caverna, numa das línguas berberes. Ifrane é uma agradável e interessante cidade pseudo-alpina, com moradias com telhados inclinados próprios de zonas de neves intensas.
Desenvolvida pelos franceses durante a sua administração, a partir de 1929, é provavelmente uma das cidades mais limpas, em Marrocos. Devido a seu agradável clima, esta cidade tem um aspecto notavelmente europeu, como se fosse uma aldeia alpina. Por causa de sua elevação, a cidade experimenta neve durante os meses de Inverno, e um clima fresco durante o verão.
Em Ifrane também foi registrada a temperatura mais baixa de África, -23 °C, em 1935. Lá podem ser encontrados, o macaco de barbary, o urso, e o tigre-da-neve, alces e raposas, e ainda uma fauna exuberante. Possui bosques semelhantes aos europeus e cerejeiras, típicas das regiões de clima frio.
A cidade também tem uma casa de verão do rei do Marrocos, a Universidade Al-Akhawayan e uma universidade privada de língua inglesa. É uma cidade poliglota e cheia de vida, com turismo todo o ano, de idosos, estudantes estrangeiros, franceses e muitos americanos.
O seu clima, a sua natureza selvagem, as águas límpidas de montanha e as quedas de água, permitem que os visitantes, sejam eles caminhantes, ciclistas, pescadores ou escaladores, tenham um mundo de opções para o desafio e a aventura.
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