O caminho de Fez

O caminho para Fez, foi feito sob um sol abrasador, com temperaturas a rondar os 45ºC. A viagem iniciou-se percorrendo todo o planalto de Tadla, até avistarmos Beni Mellal, um dos principais centros agrícolas do país.

Beni Mellal situada no sopé do monte Tassemit (2247m), é uma cidade agrícola, com muralhas que datam de 1688, e em redor destas estendem-se olivais e pomares de laranjeiras que se prolongam até ao monte onde se encontra uma pequena fortaleza sobranceira, da qual se desfruta de uma belíssima vista sobre a cidade e o planalto Tadla.

É uma cidade que nasceu da fusão de duas pequenas aldeias antigas, Soumaa e Zawiya, e onde nasceu Ibn Zayyat Tadili, o maior biógrafo do misticismo marroquino.

Considerada como uma das mais importantes cidades do centro de Marrocos, Beni Mellal, é também uma cidade histórica. Seu Kasbah, Bel Kush, construído no séc. XVII por Moulay Ismail, foi restaurado no século XIX.

Pela sua situação, a cerca de 45Km de Marrakech e também devido ao seu potencial agrícola, esta região tornou-se um íman para os amantes do turismo de montanha e de aventura.

Azrou, aldeia berbere e um conhecido centro de artesanato, foi a paragem seguinte, uma vez que o calor insuportável fez com que a água do depósito do nosso carro a gasóleo, entrasse em ebulição, bem como o da gasolina do carro dos nossos acompanhantes. Esta paragem obrigatória foi pretexto para um lanche ajantarado, num restaurante à beira da estrada, onde um prato de ensopado de borrego, nos deixou demasiado saciados.

Azrou é uma simpática aldeia situada 89 km ao sul de Fez. É um bom lugar para parar e descansar. Azrou tem uma antiga tradição na indústria de tecelagem, uma vez que era um antigo mercado do povo nómada. Tecidos, tapetes e cobertores podem ser encontrados nas vendas de artesanato locais. A cidade é famosa pelas telhas de cor verde nos telhados.

A região é excepcionalmente bela. As florestas de cedros, com muitos macacos, o cone vulcânico Jbel Hebri, que fica a cerca de 15 Km, e o mirante d'Ito, nas proximidades, de onde se pode desfrutar uma vista magnífica sobre as montanhas, são lugares a não perder.

A paragem seguinte, e já ao cair da tarde, foi Ifrane. Ifrane é uma estação de esqui no meio da cordilheira do Atlas. A palavra Ifrane significa caverna, numa das línguas berberes. Ifrane é uma agradável e interessante cidade pseudo-alpina, com moradias com telhados inclinados próprios de zonas de neves intensas.

Desenvolvida pelos franceses durante a sua administração, a partir de 1929, é provavelmente uma das cidades mais limpas, em Marrocos. Devido a seu agradável clima, esta cidade tem um aspecto notavelmente europeu, como se fosse uma aldeia alpina. Por causa de sua elevação, a cidade experimenta neve durante os meses de Inverno, e um clima fresco durante o verão.

Em Ifrane também foi registrada a temperatura mais baixa de África, -23 °C, em 1935. Lá podem ser encontrados, o macaco de barbary, o urso, e o tigre-da-neve, alces e raposas, e ainda uma fauna exuberante. Possui bosques semelhantes aos europeus e cerejeiras, típicas das regiões de clima frio.

A cidade também tem uma casa de verão do rei do Marrocos, a Universidade Al-Akhawayan e uma universidade privada de língua inglesa. É uma cidade poliglota e cheia de vida, com turismo todo o ano, de idosos, estudantes estrangeiros, franceses e muitos americanos.

O seu clima, a sua natureza selvagem, as águas límpidas de montanha e as quedas de água, permitem que os visitantes, sejam eles caminhantes, ciclistas, pescadores ou escaladores, tenham um mundo de opções para o desafio e a aventura.

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