Visita ao Real Mosteiro de Santa Maria de Poblet - Parte I


Mosteiro de Poblet I

Passada a estrada que separa o parque de estacionamento, chega-se ao Passeio de São Bernardo, à entrada da Abadia de Poblet.

Todo o conjunto monástico está conformado por três recintos bem diferençados e que comunicam entre si por portas de acesso.

A Porta de Prades é o nome da entrada para o mosteiro. Esta porta é de arco de volta perfeita e sobre esta encontra-se um nicho com uma imagem da Virgem Maria, como orago do mosteiro. Mostra também o escudo do Abade Fernando de Lerín (1531-1545), a jarra com açucenas ou lírios (símbolo de pureza) e as iniciais PO que se referem a Poblet.

Neste primeiro recinto havia um espaço onde estavam as habitações dos lavradores, operários, leigos e demais “família” do mosteiro. Ali se encontra um poço, um bebedouro e umas conduções de água. Ainda subsiste a casa do monge porteiro que foi edificada na época do Abade Fernando Lerín.

Após passar uma alameda chega-se à porta de acesso ao segundo recinto. É chamada de "Porta Dourada”, fazendo alusão às pranchas de bronze que a recobriam e que foram douradas por vontade de D. Filipe II em 1564, quando passou a Semana Santa neste mosteiro.

Atravessando a Porta Dourada chega-se ao segundo recinto. Ante esta porta tinha lugar a cerimónia de boas-vindas aos reis que visitavam Poblet. Entravam no 2º recinto através da Porta Dourada e na capela de Santa Catarina voltavam a parar para orar antes de entrarem definitivamente no recinto da clausura.

Ali também se encontra a capela de São Jorge, que é de planta quadrada, com uma porta gótica e uma abóbada em estrela. A fachada ostenta os escudos reais de D. Afonso V de Aragão e de Nápoles. Uma vez passada a Porta Dourada, chega-se a uma grande praça central de pavimento irregular, onde se conservam algumas ruínas de edifícios antigos. Em linha recta com a porta e ao fundo, vê-se a porta de acesso ao átrio da Igreja do Mosteiro, aberta na muralha que rodeia o terceiro recinto.

É uma porta barroca do século XVII, mandada edificar pelo duque de Cardon, em 1670. De ambos os lados da porta estão colocadas as estátuas de São Bento e São Bernardo, e num nicho a imagem da Virgem. Em ambos os lados vê-se muita ornamentação barroca e colunas salomónicas.

Fonte: Wikipédia

Poblet


A Caminho de Poblet

Depois de sairmos de Madrid, pusemo-nos a caminho de Poblet, já na Catalunha, uma vez que queríamos fazer o maior número de quilómetros possíveis. Já chegámos tarde e o lugar de pernoita foi no parque de estacionamento, destinado aos visitantes do Mosteiro de Poblet, um lugar muito sossegado, que nos proporcionou uma reparadora noite de descanso.
No dia seguinte pretendíamos visitar o Real Mosteiro de Santa Maria de Poblet, um dos mosteiros medievais mais bem conservados no mundo, fundado em 1151, localizado no município de Vimbodí, na província de Tarragona, Catalunha.

A etimologia do termo “Poblet”, deriva do latim Populetum (alameda). O lugar foi sempre muito rico em vegetação, possuindo uma floresta de álamos, que esteve na origem do nome.

O Mosteiro de Poblet foi fundado pelo conde de Barcelona, Raimundo Berenguer IV, que por volta de 1150, doou as terras do Populetum, à Abadia francesa de Fontfroide, uma filial do Mosteiro de Claraval, que se encontrava em Narbonne.

As terras pertencentes a este mosteiro cisterciense, têm como pano de fundo as Montanhas de Prades e à sua volta estendem-se os vinhedos que produzem as uvas, que dão origem aos excelentes vinhos vendidos na abadia.


O enclave tinha as condições recomendadas pela Ordem de Cister, para a fundação de um mosteiro: devia estar isolado, ter água abundante e possuir extensas terras, boas para a agricultura.

Ao longo do tempo o Mosteiro foi enriquecido com diferentes doações e alcançou o seu máximo esplendor no século XIV. O Mosteiro de Poblet esteve desde a sua fundação, sob a protecção e o patronato dos reis de Aragão e a Igreja do Mosteiro foi usada como panteão real da Coroa de Aragão, desde finais do século XIV até à extinção da Casa real de Aragão, no século XV. Ao extinguir-se a Casa Real de Aragão começou a sua grande decadência, embora alguns abades tentassem no Renascimento, dotá-lo de novas obras.

No entanto, em 1835 o mosteiro sofreu grande decadência, sendo em seguida abandonado, como consequência da desapropriação das suas terras pela regente D. Maria Cristina de Bourbon, em 1836. Mais tarde foi iniciada a sua restauração, de modo que em 1935, a sua Igreja, pôde ser novamente dedicada ao culto e em 1940, retornavam à sua abadia alguns monges.

Desde a sua fundação, o Mosteiro teve o propósito de ter uma zona de cultivo exemplar, encontrando-se dentro da propriedade, granjas, água abundante e terras de floresta para explorar. Cada uma das granjas era governada e dirigida por um monge, que à sua vez estava à frente da “família” composta por leigos, guardas rurais, hortelãos, etc. No fim do século XII, o mosteiro era dono de 17 granjas.
Poblet tal como qualquer das abadias da Ordem de Cister, chegou a reunir tudo o que era necessário para a sua subsistência, sem ter de sair do recinto das suas terras. Além das dependências óbvias e primárias de qualquer mosteiro, Poblet contou com uma enfermaria, uma farmácia, um cemitério, jardim de plantas aromáticas e medicinais, moinhos, padarias, e mesmo um calabouço, já que o abade tinha a poder de um senhor feudal.

Deve-se ainda acrescentar, que o Mosteiro de Poblet é o mais importante dos três mosteiros irmãos, conhecidos como o triângulo de Cister, que ajudaram a consolidar o poder na Catalunha, no séc. XII e que se encontram nas proximidades. Os outros dois são o Mosteiro Real de Santes Creus, o pioneiro de Cister na Catalunha e que foi fundado em 1150 e o Mosteiro de Vallbona de les Monges, que tem a particularidade de abrigar uma comunidade de monjas cistercienses.

Fonte: Wikipédia

A caminho de Espanha - El Escorial


Caminho de Espanha - Portagem, Marvão - slideshow dvd

A saída de casa já se fez ao fim da tarde. Pelo caminho parámos para jantar ainda em Portugal, mas já bem perto da fronteira com Espanha. O lugar escolhido para o jantar de despedida do país, foi um dos locais de nossa preferência, que fica situado na Portagem, no sopé do monte que suporta a linda vila de Marvão.

É um pequeno bar, óptimo para uma boa petisqueira, que fica junto ao rio Sever, mesmo junto da ponte romana que outrora servia de fronteira entre Espanha e Portugal. O petisco degustado, "Leitão frito".
A chegada aos arredores de Madrid, fez-se já bem tarde. Procurámos para a pernoita, um local perto da cidade de El Escorial. No dia seguinte pretendíamos visitar o Real Sitio de San Lorenzo, mas a entrada para o complexo encontrava-se fechado, pelo que tivemos de dormir num parque de estacionamento à entrada da cidade.

O Real Sitio de San Lorenzo de El Escorial fica localizado perto da cidade de El Escorial, a cerca de 41kms a Noroeste do centro de Madrid e perto da Serra de Guadarrama.

O nome da cidade de El Escorial, deve-se a uns antigos depósitos de escória procedentes de uma antiga ferraria da zona, pelo que se tomou o topónimo da aldeia situada nas proximidades do lugar. Ali perto, no lugar de San Lorenzo de El Escorial, foi construído o Mosteiro/Palácio, que na actualidade pertence ao município da hoje cidade de El Escorial, que se foi desenvolvendo ao longo do tempo.

Embora o Palácio/Mosteiro de "San Lorenzo", tenha sido já há alguns anos atrás, objecto de uma visita nossa, queríamos rever o complexo, que sem dúvida merece uma visita detalhada, pois possui grande interesse histórico e cultural. No entanto na manhã seguinte, verificámos que a entrada estava fechada, uma vez que se encontrava em restauro completo, pelo que não podemos visitá-lo e embora pesarosos, resolvemos seguir viagem.

A Itália


A Itália é o quinto país que recebe mais turistas no mundo e ao lado da Grécia, é considerada um dos berços de diversos movimentos artísticos e intelectuais que se espalharam pela Europa e pelo mundo. Possui por isso, 3 mil anos de tradição cultural, que se mostra presente em cada um dos milhares de museus e palácios do país.

A contribuição italiana na pintura, escultura, arquitectura, literatura, ciência, música e filosofia são indiscutíveis, sendo enorme o número de obras de grande valor, que ao longo dos tempos imortalizaram os grandes homens que as criaram.
É um país em forma de bota e banhado pelas águas do Mediterrâneo e do Adriático, que se encontra dividido em 20 regiões. Possui ainda os estados independentes de San Marino e do Vaticano, que são enclaves no interior da Península Itálica.

A Itália que conhecemos hoje, foi formada pela unificação destas regiões, que outrora tinham sido independentes, começando aqui uma das características marcantes deste país, sendo comum, que alguém nascido em terras italianas, se definia como siciliano ou piemontês, em vez de simplesmente italiano.

E os seus habitantes têm uma certa razão, uma vez que a realidade histórica e cultural de cada uma dessas regiões, para além das suas diferentes características, continua a distingui-las de forma marcante.

A Itália moderna é uma república democrática e um país desenvolvido, com a oitava melhor classificação no índice de qualidade de vida. O país goza de um alto padrão de vida, sendo o 18º país mais desenvolvido do mundo. Foi um dos membros fundadores do que é hoje a União Europeia, tendo assinado o Tratado de Roma, em 1957.

O idioma oficial é o italiano, falado por quase toda a população. O italiano padrão, é uma língua derivada do dialecto da Toscana, sobretudo aquele que é falado na região de Florença. Há no entanto vários dialectos, falados em algumas regiões do país, bem como algumas línguas, como o francês, o alemão ou o esloveno, em cidades ou regiões próximas dos países de origem dessas mesmas línguas.

A economia da Itália era baseada outrora na agricultura. Porém, após a 2ª Guerra e depois de ter passado por grandes mudanças, o país tornou-se primordialmente industrial. A Itália possui grandes diferenças socioeconómicas entre a região norte e a região sul do país. O norte da Itália é altamente industrializado, sendo Milão o seu centro financeiro. Porém o sul é ainda predominantemente agrícola.

A simpatia do seu povo, faz-nos sentir como que em casa, sendo mais fácil encontrarmos pessoas respeitadoras, amáveis e prontas a ajudar, do que no nosso próprio país. Dei muitas vezes por mim a pensar, que não é por acaso que o seu cinema é dos mais polémicos, criativos, mordazes e críticos da sociedade contemporânea, sendo este uma espécie de espelho de uma sociedade que facilmente se autocritica, crescendo por isso positivamente.

Na Itália o autocaravanismo itinerante está muito desenvolvido. Vêem-se muitíssimos italianos e casais jovens de autocaravana, as áreas para autocaravanas existem em todas as cidades com interesse turístico e são boas. Os parques de campismo são de muito boa qualidade, têm bastantes sombras, mas são caros, ficando a diária acima dos 60 euros. Vendem a internet caríssima, sendo em média a 3 euros à hora, à excepção do parque de campismo de Florença, que a vendia a 1 euro - 12 horas.

O custo de vida é comparável ao nosso, em especial na alimentação, roupa, sapatos (mais baratos e de melhor qualidade), restauração e espectáculos, mas as entradas nos museus e palácios, bem como as auto-estradas são caras.

A culinária italiana tem várias características específicas, conhecidas mundialmente. No entanto, dentro da própria Itália, a culinária não só é regional, como também sazonal. As regiões têm características próprias, que as diferenciam umas das outras. Utilizam diferentes ingredientes, receitas e até modos de preparo.

Na antiga Itália, as refeições podiam ter até cinco pratos servidos, com mais três achegas depois de terminada a refeição. As refeições duravam horas e, em dias de festividades, podiam durar até o dia inteiro. Hoje em dia, esta tradição só é utilizada em feriados especiais e, mesmo assim, não de forma tão exagerada. No entanto os cardápios nos restaurantes, permitem uma enorme escolha, inclusive todas as hipóteses abaixo incluídas.

As refeições seguiam a seguinte regra:

1. Antipasti - tiragostos quentes ou frios.
2. Primo - um prato quente como pasta, risoto, gnocchi ou polenta.
3. Secondo - o prato principal. Normalmente, composto por peixe, carne bovina ou suína ou aves.
4. Contorno - uma guarnição, normalmente de salada ou legumes cozidos. Servido com o prato principal.
5. Formaggio e frutta - queijo e frutas, a primeira sobremesa.
6. Dolce - a sobremesa em si, com bolos e biscoitos.
7. Caffè - Café e/ou expresso.
8. Digestivo - licores ou vinhos que, tradicionalmente, encerravam as refeições.

A culinária italiana que conhecemos hoje não é verdadeiramente italiana. A culinária de cada região da Itália difere bastante da das outras e não existe uma culinária própria para o país inteiro. Neste caso, costuma-se dizer que a culinária italiana é mundial, pois todos os países adicionam o seu toque especial às receitas italianas.

No entanto, as várias regiões presenteiam-nos com belíssimos pratos que resultam de uma evolução de séculos de mudanças sociais e políticas. As suas raízes encontram na Idade Média e mostram a influência dos árabes e normandos. Essas influências ajudaram a moldar o que hoje é conhecido como culinária italiana, adicionando itens como: batatas, tomates, pimenta e milho.

Na gastronomia do norte da Itália predominam produtos de influência francesa, austríaca e húngara, com o emprego de muitos produtos derivados do leite, enquanto que no sul, predominam os de influência árabe, com o uso de muito molho de tomate, pouca carne bovina e muita carne de coelho, ovina, caprina e suína.

Nos bosques e montanhas predominam os famosos “funghi” (cogumelos) e muita caça. Já no litoral, encontra-se diversos tipos de peixe, com destaque para o atum e o peixe-espada, além muitos outros frutos do mar e bacalhau.

Salames, queijos e vinhos de primeira linha completam a riquíssima cozinha tipicamente regional de todas as partes da Itália.

Fonte: Wikipédia / reismagos.com.br / mundi.com.br/Turismo

Verão na Itália

A nossa escolha para as férias deste último Verão, recaiu na bela Itália, um dos países que mais influência teve e tem na cultura europeia e mundial, em todas as áreas da arte e da cultura.


A Itália pode assim vangloria-se de uma longa tradição cultural das artes às ciências e tecnologia, e uma forte tradição de excelência em todas as formas de arte, cultura, literatura e ciências.


Assim sendo é naturalmente um País com um riquíssimo património cultural, arquitectónico e artístico, factores que reconhecidamente o transformaram, num dos grandes destinos turísticos no mundo.


É um País extenso, que nos maravilha ao longo de toda a viagem percorrida de Norte a Sul, por ser constituído por uma enorme variedade de ecossistemas e de paisagens, que nos proporcionam muitos momentos emocionantes durante os vários percursos realizados.


Afamada pelas suas extraordinárias cidades históricas, a Itália oferece imensos atractivos naturais e urbanos, que nos mereceram uma viagem mais lenta e atenta, por muito haver que ver.

É nela que encontramos Roma, a terceira cidade mais visitada da União Europeia, sendo constantemente considerada como uma das mais belas cidades antigas do mundo. Florença, com lindas praças e um enorme número de monumentos religiosos e civis, que testemunham a rica história artística da cidade e Veneza também considerada a cidade mais bonita do mundo, segundo o New York Times, que a descreve como, "sem dúvida a mais bela cidade construída pelo homem", além de um sem número de outras cidades de grande beleza e riqueza histórica e artística.

Depois da escolha feita com o acordo de toda a família, foram realizados os preparativos para a viagem, que começaram com bastante antecedência, pois entre tantos e bons locais a visitar, teria que ser feita uma escolha criteriosa e cuidada, para se realizar um roteiro adequado ao tempo que se tinha para a viagem, incluindo a ida e a volta.

O roteiro escolhido foi:

- Partida de casa/El Escorial (Madrid);

- Madrid/Poblet;

- Poblet; Monteblanc; Arles;

- Arles/Cannes;

- Cannes/Nice/Monte-Carlo (Mónaco)/San Remo;

- San Remo/ Alassio/Savona/Génova;

- Génova;

- Génova/Rapallo/Portofino/Cinque Terre/Pisa;

- Pisa/Firenze (Florença);

- Firenze;

- Firenze /Siena;

- Siena/Orvieto;

- Orvieto/Roma;

- Roma;

- Roma/Assisi (Assis);

- Assisi;

- Assisi/San Marino/Rimini;

- Rimini/Bologna (Bolonha);

- Bologna;

- Bologna/Padova (Pádua);

- Padova/Verona;


- Verona;


- Padova/Venezia (Veneza);

- Venezia;

- Venezia/Murano/Burano/Torcello/Venezia;

- Venezia/Verona;

- Verona;

- Verona/Bergamo/Leco/Lago Como/Bellagio/Como/Milano;

- Milano (Milão);

- Milano/Turino (Turin);

- Turino/Alpes Italianos/Alpes Franceses/Briançon;

- Briançon/ Alpes-de-Haute-Provence /lago de Gap/Canal de Sisteron/Narbonne;

- Narbonne Plage;

- Narbonne/Andorra;

- Andorra/Andorra la Vella/Aldeia de Sauca;

- Sauca/Chegada a casa.

As Férias

Para que possamos entender um pouco o foco distorcido que muitos dão a este tema, é preciso fazer uma viagem no tempo, quando tínhamos uma vida bem mais rotineira que nos dias de hoje.

O pai em geral, salvo algumas excepções, era o único que trabalhava, era o provedor do sustento da família. A mãe cuidava do lar e da educação dos filhos em casa, e estes tinham aulas de Outubro até fim de Junho.

O ritmo era bem diferente do de hoje, e poucas empresas faziam pontes nos feriados ou entre o Natal e Ano Novo. O mês consagrado era o Agosto, quando a família completa escolhia um local único para ir e ficar praticamente o período integral de férias, isto é um mês inteiro de férias.

A motivação maior não era o descanso do trabalho, mas o momento de passar um longo tempo desfrutando o prazer de ter a família unida. A maioria das pessoas trabalhava naquilo que gostava, e os picos de stress no trabalho não sofriam um agravamento com questões externas críticas, como trânsito e a segurança.

A flexibilidade era extraordinária, pois se não dava para se sair de férias em Agosto, saía-se em Julho ou em Setembro.

As opções eram bastante limitadas, e ia-se geralmente para a praia mais perto de casa. Ir para o estrangeiro era pouco comum. Havia poucas auto-estradas e as viagens eram por isso muito penosas. A tecnologia engatinhava. O resultado das fotografias via-se, apenas, umas duas semanas após o regresso das férias.

Mas, este retrato mudou radicalmente nos dias de hoje. Os filhos já não querem acompanhar os pais e estes para os desculparem, dizem que se tornaram bem sedo independentes ou autónomos, quando a verdade é só uma, na realidade não há o gosto por estar em família, pois os pais esqueceram-se de o fomentar. As famílias já não escolhem os locais de férias de comum acordo com os seus filhos, e por isso eles não os acompanham.

Hoje todos se preocupam em fazer férias em lugares entusiasticamente vendidos pelas agencias de viagens ou pelos média, para acrescentarem no seu currículo um lugar da moda, onde estão por vezes uma só semana, até porque o dinheiro de um mês de férias de antigamente, só lhes dá hoje para oito dias.

Claro que todos gostariam de passar como antigamente um mês fora de casa, mas a falta de humildade não os deixa dizer isso e dizem simplesmente que não aguentam estar fora de casa mais de 15 dias (que é na realidade, o máximo que todos podem gozar fora de suas casas, pois mais do que isso é insuportável para a sua economia).

Por outro lado há quem prefira férias em locais que lhes proporcionam alguns dias de sossego, uma fuga ao trânsito caótico das cidades onde vivem, uma oportunidade de meditação e isolamento, entre tantos outros motivos bastante centrados no EU.

"A função das férias é quebrar a rotina do trabalho, fazendo com que o funcionário se descontraia e se revigore". Esta é a moderna definição de férias para todos.

Cabe no entanto aqui uma profunda reflexão. Não será melhor quebrar a rotina do trabalho e das nossas actividades de uma maneira geral, no nosso dia-a-dia, para nos descontrairmos e nos revigorarmos permanentemente?

Devíamos por isso tentar ser felizes com o que fazemos, descontraindo-nos, revigorando-nos, quebrando a rotina, sempre que podermos. Buscando novos caminhos, e principalmente aprendendo a dizer NÃO.

Não aos excessos, sejam eles quais forem, inclusive aqueles que levam a um excesso de informação e comunicação exacerbada. Não ver televisão, não ligar o telemóvel, sempre que se possa. Fazer uma distribuição adequada do nosso tempo em actividades alinhadas com as nossas motivações internas, certamente minimizará o nosso stress, seja ele qual for.

É necessário ter tempo e vontade para fazer um pouco de tudo que gostamos, além de trabalhar. Dormir bem, comer bem, conhecer novos lugares e pessoas, dançar, tirar fotos, fazer jardinagem, cortar relva, consertar coisas, pescar, namorar, visitar velhos e bons amigos que não se vêem há muito tempo e até procurar parentes, se forem pessoas com quem nos damos bem. Enfim divertirmo-nos! O que pode ser feito sem a necessidade de férias programadas.

Fonte: adaptação para a nossa realidade , de um texto de Dieter Kelber, editado no portal rhportal.com.br

5º Dia - Visita ao Parque Natural de Montesinho

No último dia, domingo, após o acordar foi tempo de beber do rio de Onor. Lentamente caminhou-se pelo vale do rio de Onor, avançando lenta e calmamente, ao som do murmurar das suas águas, apreciando profundamente os odores, os sons, como o cantar das cigarras e o cachoar das rãs.
Depois o almoço, e a partida a caminho da última etapa da visita à zona Oeste do Parque Natural de Montesinho e já a caminho de casa. Saindo de Bragança, deparamo-nos com a paisagem rural da região, diversificada e de uma enorme riqueza paisagística.

É um território que foi sabiamente administrado ao longo de séculos pelo homem, que representa na realidade a identidade cultural dos povos brigantinos, onde as populações vivem ainda em equilíbrio real com a natureza.É um caminho que mais parece conduzir ao outro lado do Éden... A vegetação é densa e muito verde. Nas povoações o medieval irrompe com todo o seu esplendor e um pouco por todo o lado surgem pelourinhos, capelas, castelos, entre outros…

A estrada atravessa uma região de orografia marcadamente agreste, subindo lentamente pelas vertentes. A primeira aldeia que encontramos no caminho, é Grandais.

Passados mais alguns quilómetros a subir, aparece-nos a povoação de Portela, que se estende do lado direito da estrada e que está cercada por uma vegetação onde podemos observar, o carvalho negral, a esteva, as giestas, o pinheiro, castanheiros e ainda carrascos.

Portela é uma pequena aldeia que é atravessada pelo rio Baceiro, e tempos houve em que os moinhos construídos junto ao rio e hoje abandonados, serviam para moer farinha para os animais e pessoas da aldeia.

A partir daí a serra impõe-se e percorre-se uma estrada sinuosa, sempre a subir, com alguns escaparates de estrada para se poder apreciar a belíssima vista dos vários vales, que se vão encontrando pelo caminho. Os riachos e rios que aqui e ali correm, vão embelezando ainda mais a paisagem.

No trajecto, podem ser adquiridos produtos da região, como frutas, enchidos, doces, licores e vinhos, em pequenas bancas à borda da estrada. Depois numa espécie de planalto, entre campos cultivados, cerejeiras e castanheiros encontramos Vila Verde. Ali a paisagem é aberta, e a aldeia encontra-se harmoniosamente envolvida por pequenos bosques de castanheiros e terras de cultivo, com bordos de vinha.

Depois e um pouco mais a diante, chegamos a Vinhais. Fundada no século XIII, a vila de Vinhais jaz na chamada «Terra Fria», zona de escassa população, serras austeras, florestas de carvalhos e vales onde cresce a urze, os amieiros e os salgueiros. Nos miradouros de Vinhais, ali mesmo do lado esquerdo da estrada, podem ver-se ao longe, pequenas aldeias de aspecto medieval que se aninham nas pregas das serranias.

A vila situada em terrenos de encosta, formando uma espécie de varanda, com vista para o vale lá no fundo, possui alguns antigos solares, como o das Casas Novas, o da Corujeira ou o palacete brasonado do Arrabalde, além de um velho castelo em ruínas e um bonito fontanário do século XVII.

Porém, vale sobretudo a pena admirar a extraordinária paisagem que se observa do alto do monte da Cidadela ou do miradouro da Capela de Santo António, que abrange também parte do Parque Natural de Montesinho, cuja beleza agreste está ali bem patente.

O Castelo de Vinhais é um lugar surpreendente, pois além de dali se observar uma vista deslumbrante, no seu interior foi disponibilizado espaço para se construírem habitações, as mais antigas muito rudes e castiças e as mais recentes, mais modernas.

A muralha de formato oval é reforçada com algumas torres. Ao lado da porta principal está a torre de menagem. Desta antiga cerca apenas restam alguns troços erguidos do lado nascente. Os antigos muros foram destruídos no séc. XVIII para ser edificada a Igreja de Nossa Senhora da Assunção e foram também utilizados nos edifícios que se iam construindo à volta do Castelo.
A paragem na vila demorou cerca de uma hora. Depois a partida a caminho de Chaves, para se apanhar a estrada de volta a casa.

Fonte: viajar.clix.pt

Abade de Baçal (1865-1947)

Sacerdote secular, arqueólogo e historiador português, de seu nome Francisco Manuel Alves (Baçal, 9.4.1865 - Bragança, 13.11.1947), filho de Francisco Alves Barnabé e Francisca Vicente. Ficou vulgarmente conhecido por Abade de Baçal, embora por vezes assine também Reitor de Baçal.

Nascido na aldeia de Baçal, no concelho de Bragança, cursou preparatórios no Liceu e teologia no Seminário de Bragança, sendo ordenado sacerdote em 13 de Junho de 1889 e desde então, até a sua morte, tornou-se pároco da sua aldeia natal.

Nunca paroquiou outra freguesia, vivendo uma vida entregue aos cuidados dos paroquianos, à sua lavoura e à investigação arqueológica e histórica, para a qual teve um singularíssimo instinto, sem necessidade de estudos científicos prévios.

Dedicou por isso a sua vida a recolher testemunhos arqueológicos, etnológicos e históricos respeitantes à região de Trás-os-Montes e, especialmente ao distrito de Bragança. Autodidacta erudito, independente, modesto e sóbrio, os críticos apontam-lhe, contudo, a sua falta de sistematização e poder interpretativo.

Embora absorvido na arqueologia, não descurou os interesses da Igreja, participando nas polémicas que perturbaram a diocese no princípio do século XX, em defesa do seu bispo.

A sua obra principal são as “Memórias Arqueológicas-Históricas do distrito de Bragança” (1909-1947), em onze volumes, fonte incontornável para o estudo da vida, história e valores do nordeste transmontano.

Em 1925 foi nomeado director-conservador do Museu Regional de Bragança, que desde 1935 é designado por Museu do Abade de Baçal, em sua homenagem.

A cidade de Bragança comemorou condignamente o seu centenário em 1965.

Fonte: montalvoeascinciasdonossotempo.blogspot.com

4º Dia - Visita a Bragança (Parte II)




No final da nossa visita à cidade, foi a vez do passeio pelo local dos novos arranjos da cidade, junto ao rio Fervença. Os jardins junto ao rio e todo o enquadramento paisagístico da zona, foi resultado de uma excelente intervenção do programa Polis, que tornou as margens do rio num lugar muito aprazível, quer para os da terra, quer para os visitantes.


Este parque veio dignificar e beneficiar o rio Fervença na sua passagem pela cidade, tornando-o mais visível e acessível a todos os cidadãos e, em particular, a todos os residentes da zona ribeirinha.

Ao longo da sua curta existência, para além do uso intensivo que dele fazem a população da cidade e os visitantes, em especial durante a Primavera e o Verão, tem também sido utilizado para feiras e exposições, actividades desportivas e de ar livre.

Este espaço verde configura-se num corredor ribeirinho, que se desenvolve em dois troços. O primeiro situa-se entre a Ponte do Fervença e a rua dos Batoques tendo sido concebido como um espaço verde formal, com vegetação plantada e intervencionada.

Numa abordagem mais detalhada e devido às suas características é possível dividir o primeiro troço em duas partes: o corredor ribeirinho e a encosta do Senhor da Piedade. O segundo troço, inicia-se no último açude do primeiro troço, desenvolve-se seguindo o rio ao longo do seu percurso pela zona dos Batoques, terminando nas imediações da entrada leste do Castelo e do Parque de Merendas, junto à ponte do Jorge.

O corredor ribeirinho corresponde ao espaço que acompanha o rio Fervença na sua passagem pelo centro da cidade. Começa na rotunda da Flor da Ponte, na entrada da rua Alexandre Herculano, e segue em direcção ao centro, terminando em frente ao Jardim Doutor António José de Almeida, junto ao último açude deste trecho do rio.

Este espaço possui vários acessos possíveis a partir das duas margens do rio, desde a rotunda da Flor da Ponte e do Jardim José de Almeida, ao longo da rua Alexandre Herculano e desde a rua do rio Fervença, por escada, rampa, caminhos em gravilha ou empedrados.

Em cada uma das margens há um corredor pedonal que acompanha o rio em toda a sua extensão até ao espelho de água, junto à rua Doutor António José de Almeida. As zonas pedonais em madeira, gravilha ou pedra, partem dos corredores principais e divergem em várias direcções.

No vale do rio Fervença, por onde caminhámos muito tempo, somos envolvidos por uma paisagem muito natural, de carácter pitoresco, que sem dúvida valorizou as margens do rio criando um bonito e singelo arranjo paisagístico da envolvente. Ao longo do percurso é possível passar de uma margem para a outra por meio de pontes de ferro, num total de quatro.

A vegetação acompanha as margens do rio, e está também instalada em canteiros, organizados em socalcos, alguns apresentando declive apreciável. As zonas das margens assim como as dos canteiros encontram-se relvadas ou cobertas de vegetação herbácea espontânea. Espécies arbóreas e arbustivas de porte, folhagem e estrutura bastante diversificada estão isoladas, organizadas em linhas ou em grupos, formando manchas que se distinguem atendendo a vários critérios, tais como: porte, persistência ou caducidade das folhas, tonalidade de cascas e folhagem, floração ou frutificação.

Uma esplanada, um parque infantil, um parque de manutenção física para a terceira idade, as instalações da Casa do Mel (edifício em arquitectura tradicional), um antigo moinho de água recuperado e exposto de forma pedagógica e didáctica, bem como algum equipamento simultaneamente decorativo e recreativo, são pólos de interesse do corredor. Para além disso, o próprio rio, a vegetação instalada ao longo das margens, as aves que aí encontram abrigo, e outro tipo de fauna, como as ocasionais lontras, constituem um atractivo para os visitantes.

Na margem esquerda, ao longo da zona pedonal que conduz ao Jardim Doutor António José de Almeida, e principalmente, nos trajectos planos e mais afastados do leito do rio, foi utilizada alguma vegetação arbustiva de porte rasteiro que reveste o espaço e que forma intenso contraste com os relvados através da cor da folhagem ou da presença de frutificações abundantes.

A encosta da capela do Senhor da Piedade configura um espaço com declive acentuado, organizado em patamares e socalcos, e que ocupa maioritariamente a margem direita do rio Fervença. Toda a área é percorrida por vários caminhos empedrados e em gravilha, rasgados segundo as curvas de nível.

Na maioria da sua extensão, os taludes encontram-se relvados, ou pontualmente, cobertos de casca de pinheiro. Nestes taludes foram plantadas espécies arbóreas e arbustivas, em linha, formando pequenos bosquetes, ou pequenos grupos de forma geométrica ou irregular.

No declive do lado leste, contíguo à escadaria que liga o espelho de água à Capela do Senhor da Piedade, existe uma área de olival, que corresponde ao coberto arbóreo e herbáceo inicialmente instalado naquela zona, antes da intervenção. Trata-se de um espaço com bastante interesse pela presença de castanheiros, do olival e da restante flora que lhe está habitualmente associada.

Na base desta pequena colina, o rio faz um cotovelo no qual fica o último dos quatro açudes existentes desde a ponte do Fervença. A comporta encontrava-se encerrada, formando um apreciável espelho de água, que permite a observação dos vestígios do antigo fontanário em pedra.

Para além disso, perto deste local foi também construído um anfiteatro, com vista para o espelho de água e o Jardim António José de Almeida, que circunda uma área empedrada e pedonal com fontes e repuxos interactivos.

Daí, parte a escadaria que termina no cimo da colina, junto à Capela do Senhor da Piedade (1908) e ao Miradouro, locais a partir dos quais se pode apreciar uma agradável panorâmica do jardim, da cidade e do castelo.

No ponto em que a rua do Fervença se encontra com a rua Tomás Ribeiro encontram-se também um bar com esplanada, onde tomámos um refresco e um talhão ajardinado, limitados por uma sebe de fotínias de folhagem bicolor e brilhante, que confina na sua parte superior com a estrada do Turismo.

Após a visita à cidade, foi hora de jantar, mais uma vez no restaurante "O Javali", onde já tínhamos estado anteriormente e onde tínhamos sido muito bem servidos. O jantar foi na esplanada do restaurante, em mesas de ferro e debaixo de cerejeiras, onde se degustou uma "posta mirandesa", tão afamada por aquelas bandas. No entanto, desta vez, o serviço não teve a qualidade da primeira refeição, no dia anterior.


Fonte: cm-braganca.pt