5º Dia - Visita ao Parque Natural de Montesinho

No último dia, domingo, após o acordar foi tempo de beber do rio de Onor. Lentamente caminhou-se pelo vale do rio de Onor, avançando lenta e calmamente, ao som do murmurar das suas águas, apreciando profundamente os odores, os sons, como o cantar das cigarras e o cachoar das rãs.
Depois o almoço, e a partida a caminho da última etapa da visita à zona Oeste do Parque Natural de Montesinho e já a caminho de casa. Saindo de Bragança, deparamo-nos com a paisagem rural da região, diversificada e de uma enorme riqueza paisagística.

É um território que foi sabiamente administrado ao longo de séculos pelo homem, que representa na realidade a identidade cultural dos povos brigantinos, onde as populações vivem ainda em equilíbrio real com a natureza.É um caminho que mais parece conduzir ao outro lado do Éden... A vegetação é densa e muito verde. Nas povoações o medieval irrompe com todo o seu esplendor e um pouco por todo o lado surgem pelourinhos, capelas, castelos, entre outros…

A estrada atravessa uma região de orografia marcadamente agreste, subindo lentamente pelas vertentes. A primeira aldeia que encontramos no caminho, é Grandais.

Passados mais alguns quilómetros a subir, aparece-nos a povoação de Portela, que se estende do lado direito da estrada e que está cercada por uma vegetação onde podemos observar, o carvalho negral, a esteva, as giestas, o pinheiro, castanheiros e ainda carrascos.

Portela é uma pequena aldeia que é atravessada pelo rio Baceiro, e tempos houve em que os moinhos construídos junto ao rio e hoje abandonados, serviam para moer farinha para os animais e pessoas da aldeia.

A partir daí a serra impõe-se e percorre-se uma estrada sinuosa, sempre a subir, com alguns escaparates de estrada para se poder apreciar a belíssima vista dos vários vales, que se vão encontrando pelo caminho. Os riachos e rios que aqui e ali correm, vão embelezando ainda mais a paisagem.

No trajecto, podem ser adquiridos produtos da região, como frutas, enchidos, doces, licores e vinhos, em pequenas bancas à borda da estrada. Depois numa espécie de planalto, entre campos cultivados, cerejeiras e castanheiros encontramos Vila Verde. Ali a paisagem é aberta, e a aldeia encontra-se harmoniosamente envolvida por pequenos bosques de castanheiros e terras de cultivo, com bordos de vinha.

Depois e um pouco mais a diante, chegamos a Vinhais. Fundada no século XIII, a vila de Vinhais jaz na chamada «Terra Fria», zona de escassa população, serras austeras, florestas de carvalhos e vales onde cresce a urze, os amieiros e os salgueiros. Nos miradouros de Vinhais, ali mesmo do lado esquerdo da estrada, podem ver-se ao longe, pequenas aldeias de aspecto medieval que se aninham nas pregas das serranias.

A vila situada em terrenos de encosta, formando uma espécie de varanda, com vista para o vale lá no fundo, possui alguns antigos solares, como o das Casas Novas, o da Corujeira ou o palacete brasonado do Arrabalde, além de um velho castelo em ruínas e um bonito fontanário do século XVII.

Porém, vale sobretudo a pena admirar a extraordinária paisagem que se observa do alto do monte da Cidadela ou do miradouro da Capela de Santo António, que abrange também parte do Parque Natural de Montesinho, cuja beleza agreste está ali bem patente.

O Castelo de Vinhais é um lugar surpreendente, pois além de dali se observar uma vista deslumbrante, no seu interior foi disponibilizado espaço para se construírem habitações, as mais antigas muito rudes e castiças e as mais recentes, mais modernas.

A muralha de formato oval é reforçada com algumas torres. Ao lado da porta principal está a torre de menagem. Desta antiga cerca apenas restam alguns troços erguidos do lado nascente. Os antigos muros foram destruídos no séc. XVIII para ser edificada a Igreja de Nossa Senhora da Assunção e foram também utilizados nos edifícios que se iam construindo à volta do Castelo.
A paragem na vila demorou cerca de uma hora. Depois a partida a caminho de Chaves, para se apanhar a estrada de volta a casa.

Fonte: viajar.clix.pt

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