4º Dia - Visita a Bragança (Parte II)




No final da nossa visita à cidade, foi a vez do passeio pelo local dos novos arranjos da cidade, junto ao rio Fervença. Os jardins junto ao rio e todo o enquadramento paisagístico da zona, foi resultado de uma excelente intervenção do programa Polis, que tornou as margens do rio num lugar muito aprazível, quer para os da terra, quer para os visitantes.


Este parque veio dignificar e beneficiar o rio Fervença na sua passagem pela cidade, tornando-o mais visível e acessível a todos os cidadãos e, em particular, a todos os residentes da zona ribeirinha.

Ao longo da sua curta existência, para além do uso intensivo que dele fazem a população da cidade e os visitantes, em especial durante a Primavera e o Verão, tem também sido utilizado para feiras e exposições, actividades desportivas e de ar livre.

Este espaço verde configura-se num corredor ribeirinho, que se desenvolve em dois troços. O primeiro situa-se entre a Ponte do Fervença e a rua dos Batoques tendo sido concebido como um espaço verde formal, com vegetação plantada e intervencionada.

Numa abordagem mais detalhada e devido às suas características é possível dividir o primeiro troço em duas partes: o corredor ribeirinho e a encosta do Senhor da Piedade. O segundo troço, inicia-se no último açude do primeiro troço, desenvolve-se seguindo o rio ao longo do seu percurso pela zona dos Batoques, terminando nas imediações da entrada leste do Castelo e do Parque de Merendas, junto à ponte do Jorge.

O corredor ribeirinho corresponde ao espaço que acompanha o rio Fervença na sua passagem pelo centro da cidade. Começa na rotunda da Flor da Ponte, na entrada da rua Alexandre Herculano, e segue em direcção ao centro, terminando em frente ao Jardim Doutor António José de Almeida, junto ao último açude deste trecho do rio.

Este espaço possui vários acessos possíveis a partir das duas margens do rio, desde a rotunda da Flor da Ponte e do Jardim José de Almeida, ao longo da rua Alexandre Herculano e desde a rua do rio Fervença, por escada, rampa, caminhos em gravilha ou empedrados.

Em cada uma das margens há um corredor pedonal que acompanha o rio em toda a sua extensão até ao espelho de água, junto à rua Doutor António José de Almeida. As zonas pedonais em madeira, gravilha ou pedra, partem dos corredores principais e divergem em várias direcções.

No vale do rio Fervença, por onde caminhámos muito tempo, somos envolvidos por uma paisagem muito natural, de carácter pitoresco, que sem dúvida valorizou as margens do rio criando um bonito e singelo arranjo paisagístico da envolvente. Ao longo do percurso é possível passar de uma margem para a outra por meio de pontes de ferro, num total de quatro.

A vegetação acompanha as margens do rio, e está também instalada em canteiros, organizados em socalcos, alguns apresentando declive apreciável. As zonas das margens assim como as dos canteiros encontram-se relvadas ou cobertas de vegetação herbácea espontânea. Espécies arbóreas e arbustivas de porte, folhagem e estrutura bastante diversificada estão isoladas, organizadas em linhas ou em grupos, formando manchas que se distinguem atendendo a vários critérios, tais como: porte, persistência ou caducidade das folhas, tonalidade de cascas e folhagem, floração ou frutificação.

Uma esplanada, um parque infantil, um parque de manutenção física para a terceira idade, as instalações da Casa do Mel (edifício em arquitectura tradicional), um antigo moinho de água recuperado e exposto de forma pedagógica e didáctica, bem como algum equipamento simultaneamente decorativo e recreativo, são pólos de interesse do corredor. Para além disso, o próprio rio, a vegetação instalada ao longo das margens, as aves que aí encontram abrigo, e outro tipo de fauna, como as ocasionais lontras, constituem um atractivo para os visitantes.

Na margem esquerda, ao longo da zona pedonal que conduz ao Jardim Doutor António José de Almeida, e principalmente, nos trajectos planos e mais afastados do leito do rio, foi utilizada alguma vegetação arbustiva de porte rasteiro que reveste o espaço e que forma intenso contraste com os relvados através da cor da folhagem ou da presença de frutificações abundantes.

A encosta da capela do Senhor da Piedade configura um espaço com declive acentuado, organizado em patamares e socalcos, e que ocupa maioritariamente a margem direita do rio Fervença. Toda a área é percorrida por vários caminhos empedrados e em gravilha, rasgados segundo as curvas de nível.

Na maioria da sua extensão, os taludes encontram-se relvados, ou pontualmente, cobertos de casca de pinheiro. Nestes taludes foram plantadas espécies arbóreas e arbustivas, em linha, formando pequenos bosquetes, ou pequenos grupos de forma geométrica ou irregular.

No declive do lado leste, contíguo à escadaria que liga o espelho de água à Capela do Senhor da Piedade, existe uma área de olival, que corresponde ao coberto arbóreo e herbáceo inicialmente instalado naquela zona, antes da intervenção. Trata-se de um espaço com bastante interesse pela presença de castanheiros, do olival e da restante flora que lhe está habitualmente associada.

Na base desta pequena colina, o rio faz um cotovelo no qual fica o último dos quatro açudes existentes desde a ponte do Fervença. A comporta encontrava-se encerrada, formando um apreciável espelho de água, que permite a observação dos vestígios do antigo fontanário em pedra.

Para além disso, perto deste local foi também construído um anfiteatro, com vista para o espelho de água e o Jardim António José de Almeida, que circunda uma área empedrada e pedonal com fontes e repuxos interactivos.

Daí, parte a escadaria que termina no cimo da colina, junto à Capela do Senhor da Piedade (1908) e ao Miradouro, locais a partir dos quais se pode apreciar uma agradável panorâmica do jardim, da cidade e do castelo.

No ponto em que a rua do Fervença se encontra com a rua Tomás Ribeiro encontram-se também um bar com esplanada, onde tomámos um refresco e um talhão ajardinado, limitados por uma sebe de fotínias de folhagem bicolor e brilhante, que confina na sua parte superior com a estrada do Turismo.

Após a visita à cidade, foi hora de jantar, mais uma vez no restaurante "O Javali", onde já tínhamos estado anteriormente e onde tínhamos sido muito bem servidos. O jantar foi na esplanada do restaurante, em mesas de ferro e debaixo de cerejeiras, onde se degustou uma "posta mirandesa", tão afamada por aquelas bandas. No entanto, desta vez, o serviço não teve a qualidade da primeira refeição, no dia anterior.


Fonte: cm-braganca.pt

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