O parque de campismo Villa Doria, (GPS: N 44° 25' 52'' - E 8° 48' 48'', Tel./Fax +39 010 6969600), foi o escolhido por nós. É um parque situado dentro das matas pertencentes ao Parque Villa Doria, em local montanhoso, na encosta que cai até ao Mediterrâneo e rodeado de intenso arvoredo, que nos propiciou a tranquilidade necessária ao retemperar de energias para uma nova etapa de viagem.
Embora longe da cidade tem boas comunicações por comboio e urbanas para o centro da cidade. O primeiro dia em Génova foi passado no parque de campismo a ler e a relaxar, para descanso da viagem e o segundo dia foi destinado à visita da cidade de Génova.
No segundo dia, a saída do parque foi realizada pela hora do almoço. Descemos a pé pela Via Andrea Vochieri, o caminho pedestre através do Parque/jardim do Palácio Villa Doria, que encontrámos mais abaixo à direita e passando o portão, logo encontrámos a estação de caminho-de-ferro, à esquerda.
Numa geladaria debaixo de arcos, uma taça de gelado serviu de sobremesa tardia e de refresco para o dia de calor que se fazia sentir. Era nossa intenção fazer a visita recomendada pelo Guia da American Express, e começamos por observar detalhadamente a imponente Piazza de Ferrari.
A Piazza de Ferrari, situada em pleno coração da cidade, entre o histórico e o moderno centro da cidade, é conhecida pela sua enorme fonte em bronze, rodeada de fontes luminosas que brotam de pavimentação moderna. Esta fonte construída em 1936, foi restaurada nos últimos anos, juntamente com uma nova estilização desta importante da praça.
A Piazza, está rodeada de vários edifícios Art nouveau, como a antiga Bolsa de Valores, a torre do Teatro Carlo Felice e em frente ao Palácio do Governo Regional da Ligúria, a Academia de Belas Artes. São também inúmeros os edifícios de escritórios, sedes de bancos, seguradoras e outras empresas privadas, fazendo deste bairro o centro financeiro e empresarial de Génova, de modo que genoveses popularmente se referem a ela, como a "Città" de Génova.
Génova está situada no cento litoral da Ligúria e é dotada de um importante porto no golfo de Génova, que rivaliza com a cidade portuária de Marselha, na disputa pelo lugar de melhor porto de mar no Mediterrâneo.
A cidade remonta segundo os historiadores, à presença dos gregos no território, mas provavelmente o porto terá tido uma utilização mais antiga. A cidade foi destruída pelos cartagineses em 209 a.C., sendo posteriormente reconstruída pelos romanos, que a usaram como base durante a guerra que travaram com a Ligúria.
A partir de 1257, Génova, uma cidade governada por mercadores e banqueiros, aprendeu a lidar com reis e papas, envolvendo-se em conflitos que resultaram em divisões internas. Esta disputa pelo poder gerou grupos rivais que não se inibiram de pedir auxílio a forças externas.
O doge Andrea Doria restaurou a estabilidade de Génova com a ajuda do sacro imperador romano em 1528. A cidade era dominada pela França e o Piemonte, no entanto, só perdeu a sua independência em 1797, com a chegada de Napoleão Bonaparte, que integrou Génova na República da Ligúria, uma província depois absorvida pelo Império Francês em 1805. Dez anos depois Génova foi integrada no reino da Sardenha.
Nos últimos vinte anos a cidade de Génova conheceu um incessante processo de renascimento cultural e urbanístico, até obter também o papel anual de Capital Europeia da Cultura. Provando esta fase de reconstrução, temos o restauro de toda a zona do porto, incluindo o novo Aquário projectado por Renzo Piano, a reconstrução do Teatro Carlo Felice, de Aldo Rossi e a reorganização dos mais importantes museus da cidade.
Pelo litoral estende-se a área balnear, com uma grande praia de banhos, mas também por ali abundam pequenas e discretas praias e falésias, que são livremente acessíveis e onde se pode ouvir a voz do mar.
Foi uma cidade edificada na Idade Média, quando os habitantes do vale começaram a descer para o mar para pescar. Segundo a lenda, o seu nome deriva do nome de Adelasia, filha do Imperador Otto I, rei dos Germanos e primeiro Sacro Imperador Romano, coroado pelo Papa João XII, em 962.
A partir de Alassio e por já ser tarde, decidimos ir pela auto-estrada para procurarmos o parque de campismo, em Génova, onde chegámos ao cair da noite.
É um prazer constante esta travessia da Ligúria, uma zona povoada desde a antiguidade e situada na costa tirrena, numa faixa de terra com poucos quilômetros de largura, espremida entre as montanhas dos Alpes, os Apeninos e o mar, um território quase totalmente montanhoso, caindo abruptamente sobre o mar.
Desde Ventimiglia e San Remo, passando por Impéria e Savona até Cervo, na metade oriental da região, as encostas são cobertas de estufas, muitas delas de flores. Por esse motivo, a província de Imperia, que se estende até Cervo, também é popularmente conhecida por “Riviera dei Fiori”, a Riviera das Flores, a província da floricultura da Ligúria. No entanto a paisagem não se traduz num cenário florido, como implica a denominação, mas sim numa paisagem algo industrial, devido à presença constante das estufas.
O Porto Maurizio está situado numa península a Oeste do rio, que se estende ao longo da costa. É um colorido e próspero bairro da cidade, atravessado por ruas estreitas conhecido como carrugi, e sua economia gira em torno da indústria do turismo. Foi uma possessão de Génova a partir do século XIII.
Ali se encontra a Catedral de San Siro, na praça um pouco abaixo de La Pígna, onde podemos também encontrar o Baptistério de San Giovanni Battista, que encerra uma famosa pintura de Orazio de Ferrari, na “comunhão de Maria Madalena”. Em frente à Catedral de San Siro está a Capela da Imaculada Conceição, um notável exemplo da arquitectura barroca.
Da Piazza San Siro e desta é um pulinho até à Piazza Cassini às portas de Cidade velha, La Pígna. Na Piazza Cassini, acede-se ao interior de La Pigna, por uma porta em arco, a Porta di Santo Stefano, que funciona como a real divisão entre a cidade nove e a cidade velha.
Primeiro, o seu nome “La Pigna” (a Pinha) provém do seu crescimento em forma concêntrica em torno da colina, como uma pinha. Nasceu como fortaleza, por volta do ano 1000 d.C. e foi ampliada e reforçada até ao séc. XVI, de modo a protegê-la dos ataques piratas.
A partir da Piazza di Santo Stefano, sobe-se um pouco pela rua homónima, até à Porta de San Sebastiano, caracterizada por belas abóbadas, e a partir dai, segue-se para a esquerda, pela Rivolte San Sebastiano até à Piazza Dei Dolori (Praça da Dor). Esta praça é assim chamada porque antigamente a Irmandade de Nossa Senhora das Sete Dores estava localizada nas proximidades do Oratorio di San Sebastiano.
La Pígna é um local soberbo! É uma espécie de aldeia dentro da cidade de San Remo, onde as casas se desenvolvem em anéis concêntricos com passarelas cobertas, trepando a colina que cai até à cidade nova e ao Mediterrâneo.
O Santuário de Madonna della Costa, que fica no alto, acima de La Pigna, pode ser visto da maioria dos lugares em San Remo e é um autêntico símbolo da cidade. Uma estrada feita em mosaico, datando de 1651, lidera o caminho até ao santuário. O santuário remonta ao séc. XVII e a sua cúpula foi construída entre 1770 e 1775. Lá dentro um belo altar, órgãos e belas pinturas e imagens do séc. XVII e XIX.

No final do século XIX, a ideia de construir a igreja começou a espalhar-se dentro da colónia russa, mas o projecto foi prejudicado durante algum tempo, pela falta de fundos. Em 12 Março de 1912, o czar Nicolau II, emitiu um decreto que aprovou o Comité de San Remo e permitiu uma colecta de fundos em toda a Rússia, tendo ele próprio doado dois mil rublos.
A chegada a San Remo, já de noite fez-nos procurar de imediato a área de serviço para autocaravanas. Esta está situada junto do campo de futebol municipal, à entrada da cidade e é um parque muito grande, mas sem grandes condições, faltando sombras e esgoto químico. No entanto proporcionou-nos uma calma noite de sono e um acordar silencioso.
San Remo é uma cidade situada numa enseada larga entre Cabo Verde e Cabo Negro. A sua cidade antiga chama-se La Pigna e é caracterizada por casas na encosta de traça medieval, pintadas em tons pastel, ruas íngremes e estreitas, becos cobertos e pequenas pracetas, onde se vislumbram ainda os tempos medievais, sendo um verdadeiro prazer explorar os seus lugares mais secretos.
As flores, são também um aspecto importante da economia da cidade. À sua volta, bem como das cidades vizinhas, é feito o cultivo de flores, para o abastecimento do Mercado Internacional de Flores de San Remo. No entanto a cidade está rodeada por olivais, sendo o azeite que ali se cultiva, de excelente qualidade.
San Remo goza de condições climáticas especiais ao longo de todo o ano, devido à sua proximidade com o Mar Mediterrâneo e a presença da Alpes Marítimos situados logo atrás da cidade. O clima da cidade é por isso descrito como uma “Primavera Eterna”, com dias quentes e noites frias e poucas variações de temperatura durante todo o ano.
Os portos turísticos de Porto Vecchio e do moderno Porto Sole acomodam muitas embarcações turísticas, que ali chegam todos os dias. No entanto a sua principal atracção é na realidade o seu famoso Casino de San Remo, construído em 1905, um belo exemplo de arquitectura Art Nouveu.
