Entender, mais pelo Sentir que pela Razão

Uma verdade só o é quando sentida - não quando apenas entendida. Ficamos gratos a quem no-la demonstra para nos justificarmos como humanos perante os outros homens e entre eles nós mesmos. Mas a força dessa verdade está na força irrecusável com que nos afirmamos quem somos antes de sabermos porquê.

Assim nos é necessário estabelecer a diferença entre o que em nós é centrífugo e o que apenas é centrípeto. Nós somos centrifugamente pela irrupção inexorável de nós com tudo o que reconhecido ou não - e de que serve reconhecê-lo ou não? - como centripetamente provindo de fora, se nos recriou dentro no modo absoluto e original de se ser.

Só assim entenderemos que da «discussão» quase nunca nasça a «luz», porque a luz que nascer é normalmente a de duas pedras que se chocam. Da discussão não nasce a luz, porque a luz a nascer seria a que iluminasse a obscuridade de nós, a profundeza das nossas sombras profundas.


Decerto uma ideia que nos semeiem pode germinar e por isso as ideias é necessário que no-las semeiem. Mas a sua fertilidade não está na nossa mão ou na estrita qualidade da ideia semeada, porque o que somos profundamente só se altera quando isso que somos o quer - e não quando nós o deliberamos. Assim nasce um desencontro quantas vezes entre a mecânica dos nossos raciocínios e a verdade que em nós já é morta. No hábito dos gestos, as mãos tecem ainda na exterioridade de nós a plausibilidade do que em nós já não é plausível. Então nos é necessário substituirmos toda a aparelhagem de que nos serviríamos e já não serve. Surpresos olhamos quem fomos porque já nos não reconhecemos.

Atónitos perguntamos como foi possível?, quando, onde, porquê?, ao espanto da nossa transfiguração, ao incrível da cilada que nós próprios nos armámos, mesmo quando foi a vida que a armou; porque tudo quanto é da vida, e dos outros, e dos mil acontecimentos que quisermos, só existe eficaz e real quando abre em evidência na profundidade de nós. Como aceitar assim a força da razão, se a força dela está onde ela não está?



Vergílio Ferreira, in 'Invocação ao Meu Corpo'

Os Mesmos Erros



Mesmo um exame superficial da história revela que nós, seres humanos, temos uma triste tendência para cometer os mesmos erros repetidas vezes. Temos medo dos desconhecidos ou de qualquer pessoa que seja um pouco diferente de nós. Quando ficamos assustados, começamos a ser agressivos para as pessoas que nos rodeiam. Temos botões de fácil acesso que, quando carregamos neles, libertam emoções poderosas. Podemos ser manipulados até extremos de insensatez por políticos espertos. Dêem-nos o tipo de chefe certo e, tal como o mais sugestionável paciente do terapeuta pela hipnose, faremos de bom grado quase tudo o que ele quer - mesmo coisas que sabemos serem erradas.

Carl Sagan, in "O Mundo Infestado de Demónios"

A Maldade como Poderoso Elemento do Progresso Humano

Os sentimentos fixos e de forma constante qualificados de paixões constituem, também, possantes fatores de opiniões, de crenças e, por conseguinte, de conduta. Certas paixões contagiosas tornam-se, por esse motivo, facilmente coletivas. A sua ação é, então, irresistível. Elas precipitaram muitos povos uns contra os outros nas diversas fases da história. As paixões podem excitar a nossa atividade, porém, alteram, as mais das vezes, a justeza das opiniões, impedindo de ver as coisas como realmente são e de compreender a sua génese. Se nos livros de história são abundantes os erros, é porque, na maior parte dos casos, as paixões ditam a sua narrativa. Não se citaria, penso eu, um historiador que haja relatado imparcialmente a Revolução.

O papel das paixões é, como vemos, muito considerável nas nossas opiniões e, por conseguinte, na génese dos acontecimentos. Não são, infelizmente, as mais recomendáveis que têm exercido maior ação. Kant reconheceu a grande força social das piores paixões. A maldade é, no seu juízo, um poderoso elemento do progresso humano. Parece, infelizmente, muito certo que, se os homens tivessem seguido o preceito do Evangelho “Amai-vos uns aos outros”, ao invés de obedecerem ao da Natureza, que os incita a se destruírem mutuamente, a humanidade vegetaria ainda no fundo das primitivas cavernas.

Gustave Le Bon, in 'As Opiniões e as Crenças'

Visita a Valencia - 2º Dia - Parte II

Depois da visita ao Mercado Central de Valencia foi feita uma paragem para o almoço numa pequena esplanada do Bar de la Lonja, um pequeno café/restaurante, situado na Plaza del Mercado.
O que deu o nome a este pequeno bar foi a proximidade da La Lonja de la Seda de Valencia, que se encontra à sua frente. La Lonja é um belo edifício de cor ocre e uma obra-prima do gótico civil, onde outrora no rés-do-chão se fazia o mercado do peixe.

La Lonja encontra-se localizada no início da Praça do Mercado, no nº 31, em frente à Igreja de São João. Por ser considerado um edifício histórico do séc. XV, da Idade do Ouro de Valencia, quando foi alcançado um desenvolvimento social de grande prestígio pela burguesia Valencia.
Caminha-se agora em direção à Plaza del Ayuntamiento, deixando para trás a Plaza del Mercado. Ao virar da esquina do mercado, vê-se ao longe do lado direito a fachada simples de Igreja de Santos Juanes.

A Igreja de Santos Juanes, também conhecida como Igreja de San Juan del Mercado em frente da Lonja de la Seda, o antigo Mercado da Seda e ao lado o Mercado Central, construído sobre a antiga mesquita em 1240.
É uma igreja originalmente gótica, mas que adquiriu características barrocas, quando foi reconstruída no XIV e XVI, devido a incêndios. Do lado de frente para a Plaza do Mercado fica uma escultura central de Nossa Senhora do Rosário e acima, vê-se a torre do relógio.

Mais à frente e numa estreita rua direita que desce levemente, encontra-se a Plaza Redona, uma típica e surpreendente praça valenciana, onde podemos encontrar muitas lojinhas de artesanato.
A Plaza Redona (Praça Redonda) é um daqueles cantinhos de Valencia que têm um charme especial e é por isso muito apreciada pelos turistas, visitantes e residentes. Também chamada de El Clot (o buraco) pelos moradores, é uma praça térrea, perfeitamente circular e formada por prédios com três pisos de habitação, construídos em círculo, com lojas de comércio no piso térreo. Foi construída no primeiro terço do século XIX, mantendo ainda hoje o seu sabor tradicional. Foi concebida com grande sentido comercial e ali podem ser comprados, bordados, têxteis, cerâmicas de Valencia, artigos de retrosaria… No centro da praceta destaca-se uma fonte instalada em 1850.

Deixa-se a Plaza Redona e caminha-se para a Plaza del Ayuntamiento que se encontra logo ao virar da esquina com o Carrer de San Vicente Mártir. Nas imediações encontram-se muitos restaurantes e bares de pinchos.

Fonte: Wikipédia.org / http://www.comarcarural.com

Visita a Valencia - 2º Dia - Parte I

No segundo dia e após o acordar e do pequeno-almoço, lá pelas 10h00 da manhã, pegámos nas bicicletas e fomos até ao centro da cidade de Valencia, para assistirmos aos “mascletàs”, que durante o Festival de las Fallas, ocorrem às 14h00 na Plaza del Ayuntamiento de Valencia.
Pelo Carrer d’Alacant, que corre ao lado do caminho-de-ferro, pedala-se a caminho do centro da cidade. Deixam-se as bicicletas junto da Praça de Touros, porque a partir dali a policia já não deixa que se passe, a não ser a pé.

A Plaza de Toros de Valencia é um edifício espetacular situado mesmo junto à estação de comboios, construído sobre um antigo anfiteatro romano. A maior parte do ano a Plaza de Toros é usada para vários concertos e outros eventos culturais, bem como as tradicionais corridas de touros, que três vezes por ano: Durante a temporada de primavera, durante “Las Fallas”, em março; A temporada de verão durante a “Feria de Julio”, em julho; a temporada de outono, em outubro.

Pelas 13h00 todos caminham em direção à Plaza del Ayuntamiento, onde milhares de pessoas se reúnem ali para testemunharem um evento único, que não se deve desperdiçar, pelo menos por quem pretende experimentar a atmosfera genuína das Fallas. Quando lá chegámos já era difícil passar, uma vez que os valencianos não perdem o mascletà. E ali ficámos a assistir ao acontecimento, num sentimento misto entre espanto, admiração, interesse e respeito por esta tradição valenciana.

O mascletà (pronunciam-se maskletà) é um momento famoso em toda a região valenciana e realizado todos os dias entre 1 e 19 de Março. São uma sessão alargada de queima de fogo pirotécnico, de foguetes e murteiros ininterruptos, formando um momento muito barulhento e ritmado, com duração de 15 a 20 minutos. Todos os dias os valencianos param e ocorrem em massa à Plaza del Ayuntamiento, para assistirem diariamente a este estranho e repetitivo acontecimento, típico da comunidade valenciana, durante os dias das festas da cidade.  

Os mascletàs são uma espécie de um concerto feito por um rebentamento pirotécnico de pólvora, com um ritmo realizado pelas sequências de lançamentos, assobios e rebentamento de fogo-de-artifício, num crescendo rítmico, supostamente espetacular.

Ao contrário dos fogos-de-artifício que procuram estimulação visual, os mascletás visam estimular o corpo humano através de barulhos rítmicos de rebentamento dos masclets, que alguns parecem considerar como sons "musicais", mas como são de dia, não têm grande efeito visual, pois só se vê a fumaça resultante da queima dos masclets

O que distingue o mascletá de uma sucessão de explosões de foguetes é a cadência e regularidade da explosão dos "masclets", sendo essencial que a força das explosões passe de menos a mais, com uma apoteose final que resulta do “terramoto”, que é constituído por centenas de mascletás explodindo no chão ao mesmo tempo.

Quando o mascletà acabou e enquanto se dava a debandada do povo valenciano, dirigimo-nos para o Mercado Central de Valencia. O Mercado Central é o paraíso da cidade. Os mercados sempre foram o meu fraco, não nego, mas este é especialmente charmoso. Amplo, magnificamente iluminado pelo sol, que atravessa seus vitrais com um colorido digno de uma cidade vibrante e mediterrânea como Valencia.

O edifício atual é um esplêndido exemplar Art Nouveau em ferro forjado, vidro e cerâmica, nascido das pranchetas modernistas da Escola de Arquitetura de Barcelona. Foi inaugurado em 1928, mas a sua história começa lá bem atrás, na Valencia governada por árabes, quando a mesquita era cercada por ruelas dedicadas ao comércio, de tudo o que se produzia na região.

Mas a antiga Praça do Mercado era mais do que o centro comercial da cidade. Foi palco de celebração de bodas reais, corridas de touros, onde não faltavam os espetáculos da forca, com os enforcamentos de traidores da coroa. Mas também ali decorriam bailados, torneios, festas cívicas e até desfiles de cavaleiros dispostos a conquistar os favores das damas.

Hoje este belo Mercado Central de Valencia possui um premanente clima festivo, onde o caminhar entre as 350 bancas de frutas, verduras, ovos, pescados, carnes, paellas variadas e já confecionadas, flores, ervas aromáticas e sobretudo os famosos jamóns espanhois. A visita a este mercado é uma das mais belas experiências que os visitantes podem ter em Valencia. Ele cheira ao frescor de uma cidade que, há dois mil anos, se renova para seguir encantadora.

Fonte: http://valencia.visitalltheworld.com/  Wikipédia.org / http://www.valenciavalencia.com

Visita a Valencia - 1º Dia - Parte V

O nosso passeio ciclístico continuou e já ao anoitecer deixa-se definitivamente a Cidade das Artes e das Ciências, deixando para trás as suas belas obras brancas, estranhamente orgânicas, que se espelham nos lagos que as circundam e se integram na perfeição com o azul intenso do céu de Valencia.
Deixam-se também para trás o Parque Jardín del Turia e o Parque Gulliver a caminho do centro de Valencia. Os Jardines del Turia são lindos e compõem um parque que circunda a cidade antiga e têm uma extensão de 9 Km. Ocupam hoje o lugar onde corria outrora o rio Túria, que antigamente compunha a geografia valenciana.

As pontes que interligavam a zona antiga da cidade e a zona nova, continuam preservadas e misturam-se harmoniosamente com o verde do parque.  Passa-se novamente a Ponte Angel Custodio, agora em sentido inverso, a caminho do centro histórico. Pedalando vigorosamente percorrem-se as ruas movimentadas por transeuntes, alegremente iluminadas pelos letreiros e montras de lojas que aquela hora ainda laboravam.
A sensação do vento no rosto e de descobrir as cidades pelos nossos próprios caminhos é uma experiência sempre incomparável e gratificante. Mas naquele dia a orientação foi-nos proporcionada pela Torre Micalet, que de longe nos guiou as pedaladas até ao centro. É uma torre belíssima que leva o nome do sino colocado no seu topo e que é dedicada a São Miguel.


O centro da cidade de Valencia fica situado na margem direita do rio Túria e nele se encontra o bonito e antigo bairro d'El Carmen. A maioria dos monumentos podem ser descobertos num simples passeio a pé pela Plaza del Ayuntamiento.
Na Plaza del Ayuntamiento, paramos para um aperitivo numa esplanada do centro, a ver a Catedral. Deixam-se as bicicletas amarradas por cadeados e caminha-se até à catedral que ainda se encontrava aberta. Espreita-se para o seu interior, mas como a hora já é tardia, destina-se o dia seguinte para a visita.


O jantar foi na típica e central La Taberna de la Reina, onde a dieta mediterrânica está bem presente, mas o prato com maior destaque é mesmo a paella. Semelhante ao nosso arroz à valenciana, os legumes, peixe, marisco e carnes são os reis e senhores neste canto do país vizinho. Para a acompanhar da melhor forma possível, é a “orxata”, uma bebida típica de Valencia, que mistura espumante e sumo de laranja.
La Taberna de la Reina é um bom lugar para a qualquer hora do dia se comerem bons “pinchos” (tapas) no centro da cidade. Possui uma grande variedade de pinchos, que são servidos sob uma pequena fatia de pão.


É no bairro antigo da cidade, onde se encontram os melhores bares de tapas, restaurantes e cafés, que oferecem qualidade a preços honestos. A cervejaria Los Toneles é também um desses locais. Outro sítio que também merece destaque é a cervejaria 100 Montaditos numa das zonas mais modernas da cidade, onde cada pincho custa só 1 euro.
Após o jantar faz-se uma caminhada pela Plaza del Ayuntamiento, onde se podiam degustar ainda várias sobremesas, por se encontrarem abertas, pastelarias, geladarias e bancas próprias das festas da cidade, que vendiam churros com chocolate e a famosa bebida da cidade, a orxata.

No centro da Plaza del Ayuntamiento, destacava-se a Falla de Lope de Veja, que estava relacionada com o Circuito de Fórmula 1 de Valencia. As Fallas são obras esculturais feitas de cartão, que muitas vezes são caricaturas de figuras conhecidas e que ardem na noite de 19 de Março em Valencia, para celebrar as festas da cidade, dedicadas a San José.
Fonte: Wikipédia.org / http://joaoterra.com.br/ http://members.virtualtourist.com/

O Poder da Intuição - Parte II

A intuição influencia o raciocínio. De que forma a intuição se distingue do pensamento mais racional?

A intuição é rápida, não requer esforço e, muitas vezes, embora nem sempre, é a melhor opção para orientar o comportamento quotidiano. Pelo contrário, o raciocínio, com o nosso sistema racional e analítico, é demasiado lento e desgastante para nos servir sempre no dia-a-dia. Por isso, a intuição pode muitas vezes ser mais útil em decisões onde a experiência é mais importante que a lógica, em situações de emergência onde não há tempo para raciocinar com mais cuidado ou, por exemplo, em situações em que temos de apreciar uma obra de arte. É também mais eficaz em situações que envolvam relações humanas. Em situações que não envolvam pessoas, o sistema racional/analítico tende a ser mais ativado. É por isso que uma espécie tão brilhante como a nossa, capaz de ir à Lua, curar doenças, ver criaturas invisíveis ao microscópio ou vislumbrar galáxias distantes, não consegue viver em harmonia e continua a resolver problemas internacionais com guerras.

A intuição e o raciocínio não se confundem?

Muitas vezes. A intuição influencia quase todos os comportamentos, incluindo o raciocínio. Por outras palavras, a influência do pensamento intuitivo é ubíqua. Conduz a nossa vida quotidiana, mas também influencia a capacidade de uma pessoa raciocinar logicamente. Uma vez que exerce essa influência automaticamente, fora da consciência das pessoas, estas atribuem muitas vezes o seu comportamento a um raciocínio consciente quando, na verdade, foi causado pelo seu pensamento intuitivo, baseado na experiência. A única forma de contornar esta influência é conhecer bem o nosso sistema intuitivo, para poder tê-lo em conta.

Os humanos são, ao mesmo tempo, intuitivos e racionais, mas se tivesse de escolher entre um dos sistemas, qual escolheria?

Não conseguiríamos sobreviver apenas com um sistema racional ou analítico, porque não seríamos capazes de tomar as decisões quotidianas sem ter estas sensações intuitivas que nos ajudam a decidir o que queremos. Não haveria paixão e existiria muito pouca motivação nas nossas vidas e, na rara hipótese de sobrevivermos, seríamos como robôs. Já sobreviver apenas com um sistema intuitivo seria possível, mas não teríamos linguagem e seríamos apenas ligeiramente mais espertos do que um chimpanzé.

Entrevista a Seymour Epstein, in Revista Única de 10 de Abril

(Seymour Epstein é um dos peritos em "Intuição" e Professor Emérito de Psicologia da Universidade de Massachusetts, EUA)

Visita a Valencia - 1º Dia - Parte IV

Depois da visita ao L'Oceanogràfic e mais uma vez de bicicleta fomos dar mais um passeio pela Cidade das Artes e das Ciências, antes de nos encaminharmos para a zona mais antiga de Valencia.
O caminho de volta fez-se pelo Jardim del Túria, situado no antigo leito do rio Túria, que foi construído quando se desviou o rio do seu curso natural, e se reutilizou o seu espaço como área lúdica, é nos dias de hoje o maior parque da cidade.

O Parque Jardín del Turia é um grande parque linear que corta a cidade de Valencia. O rio Turia, que outrora cruzava a cidade, era um filete de água que cruzava um largo canal de cimento no centro da cidade, como qualquer outro rio europeu. Depois de uma grande inundação gigantesca em 1957, em que muita gente morreu e muito se perdeu, optou-se por desviar o rio antes que ele chegasse a malha urbana valenciana. Agora o rio Turia passa um pouco mais ao sul da cidade, de novo por um canal de cimento, mas agora com a localização apropriada para que não cause danos à cidade.

Valencia, também conhecida como la ciudad de las flores” (a cidade das flores), conta com muitos parques e zonas ajardinadas, mas o Jardín del Turia (conhecido como el Rio) de mais de 6,5 km de espaços verdes é o maior deles. Projetado por Ricardo Bofil, foi apelidado de Rio Cultural, pois ao longo de suas “margens” há uma infinidade de atividades e centros culturais, a começar pelo Zoológico que está numa de suas extremidades, passando pelo Jardim Botânico, Palau de la Música, Cidade das Artes e das Ciências, Oceanogràfic (o maior da Europa) e terminando na zona portuária, onde desagua o rio Turia.

É ali que encontramos muitas atividades de lazer e desportivas, como campos de ténis, rampas para skate, parques infantis, pistas de caminhada, ciclovias, mas também uma infinidade de áreas de estar com fontes e muitas árvores, arbustos, palmeiras e canteiros floridos plantados ao longo de quase 10km.

Além de tudo isto, o grande destaque vai para o Parque Gulliver, no meio do Jardín del Turia. É um parque infantil temático inspirado no romance infantil do escritor irlandês Jonathan Swift, um clássico da literatura inglesa. Baseado na história "As Viagens de Gulliver", este parque é realizado com a figura gigante de Gulliver deitado no chão, e amarrado com cordas. Na realidade é um enorme e multiplo escorrega, onde as crianças podem subir e descer brincando em redor de Gulliver, tal como fariam os liliputianos no conto de Swift.

Esta escultura monumental de Gulliver, tem 70 metros e pode ser escalado pelas crianças através de rampas ou escadas.  O parque Gulliver tem acesso através da Puente del Ángel Custodio e foi encomendado em 1990 pela cidade de Valencia ao arquiteto Rafael Rivera e ao artista Manolo Martín, sendo o desenho de Llobell Sento.
Fonte: Wikipédia.org / http://biolino.blogspot.com/ http://www.web-valencia.com/

O poder da intuição - Parte I

Confiar no nosso instinto pode guiar-nos de forma espantosa ou induzir-nos em erro de forma perigosa? Esta é uma questão respondida no 8º Simpósito da Fundação Bial.

Quantas vezes, quando colocados perante uma escolha, decidimos quase de imediato, sem necessidade de racionalizar uma resposta? E em quantas outras não perdemos demasiado tempo a procurar a resposta certa, apenas para perceber, no final, que deveríamos ter seguido o nosso instinto inicial? Graças à intuição, este "sentimento de saber sem saber porque se sabe", na definição do psicólogo americano Seymour Epstein, navegamos pela vida muitas vezes como num avião comercial, em piloto automático. E, contudo, a intuição está muito longe do funcionamento de uma máquina.

Segundo Epstein - um dos peritos mundiais no estudo da intuição que marcou presença no 8º Simpósio da Fundação Bial (este ano dedicado ao tema "Intuição e Decisão"), que ocorreu no Porto - ela aproxima-nos dos animais. "Quando os humanos desenvolveram a fala, não abandonaram simplesmente o sistema de aprendizagem não-verbal através do qual vinham fazendo a sua adaptação ao meio ambiente. Por isso, operamos segundo dois sistemas: um verbal, que nos permite pensar mais abstractamente e raciocinar logicamente; e outro não-verbal, automático, emocional". O primeiro tem permitido feitos únicos da Humanidade na ciência, na medicina ou na tecnologia; o segundo é fundamental para navegarmos pelo nosso quotidiano.

Mas como funciona, afinal, a intuição? O belga Axel Cleeremans, professor e investigador da Universidade Livre de Bruxelas, nota que ela representa um atalho no normal processamento da informação "Vamos directamente do estímulo à resposta", defende. É o mesmo princípio aplicado na aritmética simples. Qualquer pessoa que conheça a tabuada sabe responder de imediato à questão "Quanto é 8x4?" sem necessidade de raciocinar. "Na intuição, a memória substitui o raciocínio, o que explica porque somos incapazes de justificar as nossas decisões intuitivas: não há nada a explicar, uma vez que recebemos a resposta correcta da nossa memória e não de um raciocínio ou deliberação consciente."

Claro que, apesar de a intuição ter méritos por vezes espantosos, ela pode igualmente induzir-nos em erro de forma perigosa. A melhor maneira de evitar qualquer ratoeira é aplicá-la em áreas onde somos peritos com experiência acumulada. "Por exemplo, um jogador de xadrez experiente pode olhar para um tabuleiro e, de forma intuitiva, perceber qual é a melhor jogada. O mesmo acontece com médicos e mecânicos que podem, muitas vezes, fazer diagnósticos intuitivos", explica o psicólogo americano David Meyers, autor do best-seller "Intuition: Its Powers and Perils" (Intuição: Os Seus Poderes e Perigos), um dos participantes no simpósio da Bial. A intuição pode também ser um bom aliado para escolher uma obra de arte, explorar o nosso lado mais criativo ou, sublinha Epstein, encontrar a solução para um problema demasiado complexo de resolver através de um raciocínio lógico.

Em sentido inverso está o uso da intuição para descobrir uma mentira - "a maior parte das pessoas não são muito boas a detectar mentiras", sustenta Meyers - ou para contratar alguém através de uma entrevista. "Uma entrevista diz-nos apenas como uma pessoa se comporta quando quer deixar uma boa impressão. Se de um lado estiver o nosso instinto e do outro estiverem resultados de testes, amostras de trabalho e classificações de desempenho em anteriores empregos, esqueça a intuição", aconselha.

Segundo Cleeremans, a nossa intuição pode também ser perturbada quando nos comportamos de acordo com preconceitos (possivelmente inconscientes). "99,9% dos árabes não são terroristas", ilustra o investigador belga. "Devemos confiar nas primeiras impressões, mas é bom desafiá-las de tempos a tempos, para evitar decisões influenciadas pelos estereótipos." Quanto ao mito da intuição feminina, estudos de Judith Hall, da Universidade Northeastern (EUA) confirmam: elas superam os homens.



Nelson Marques (www.expresso.pt)
Domingo, 18 de abril de 2010

Visita a Valencia - 1º Dia - Cidade das Artes e das Ciências - Parte III

No final da nossa visita à Cidade das Artes e das Ciências, fomos até ao Parque Oceanográfico, projetado por Félix Candela, que completa o conjunto. O Parque Oceanográfico é uma autêntica cidade submarina de 80.000 m², com túneis envidraçados e réplicas perfeitas de vários sectores costeiros com águas de diferentes climas, que permitem conhecer os animais representativos de cada zona da Terra. É um lugar imperdível e uma viagem inesquecível a muitos ecossistemas marinhos do globo ali representados.
Conta com uma zona recreativa composta por um restaurante flutuante submarino, uma fonte para espetáculos de luz-som-água, e o maior aquário da Europa. O restaurante é um dos mais surpreendentes restaurantes de Valencia e está localizado dentro do pavilhão mais significativo do Oceanogràfic. A sua cozinha é conhecida pela sua criatividade e sua excelente qualidade. Este é um lugar único para saborear pratos surpreendentes, rodeados por 10.000 peixes. O restaurante submarino e o Edifício de Acesso que recebe os visitantes, destacam-se por causa de suas coberturas espetaculares projetados por Félix Candela.

O Oceanogràfic da Cidade das Artes e Ciências é o maior aquário da Europa e contém os principais ecossistemas marinhos representantes do mundo. Each building is identified with the following aquatic environments: the Mediterranean, Wetlands, Temperate and Tropical Seas, Oceans, the Antarctic, the Arctic, Islands, and the Red Sea, as well as the Dolphinarium with 24 million litres of water and a depth of 10.5 metres. Possui também áreas envidraçadas para observar o trabalho dos mergulhadores e um túnel submarino de 70 m de comprimento.

Cada edifício é identificado com os seguintes ambientes aquáticos: o Mediterrâneo, zonas húmidas, mares temperados e tropicais, oceanos, a Antártida, o Ártico, as Ilhas e o Mar Vermelho, assim como o Dolphinarium com 24 milhões de litros de água e uma profundidade de 10,5 metros. The Underwater Restaurant and the Access Building which welcomes visitors stand out because of their spectacular roofs designed by Félix Candela

Durante o percurso através das várias instalações, os visitantes podem ficar a conhecer em primeira mão o comportamento e modo de vida de mais de 45.000 indivíduos de 500 espécies diferentes, como golfinhos, belugas, morsas, leões-marinhos, focas, pinguins, tartarugas, tubarões, raias, peixe-serra, água-viva, estrelas-do-mar, ouriços-do-mar, crustáceos e outros..., bem como espécies de aves de áreas húmidas, como as que habitam a Albufeira de Valencia e mangues tropicais.
Fonte: http://www.cac.es/oceanografic/ Wikipédia.org