Chegada a Palencia - 1º Dia


A viagem foi iniciada após as 16:00, sem grandes paragens pelo caminho, uma vez que queríamos fazer naquele primeiro dia o máximo de quilómetros possíveis. Foram feitas no entanto 2 paragens, a primeira foi realizada em Coimbra, “para alguns retoques no véu e grinalda” da autocaravana “e catecismos de última hora”, uma vez que esta foi a sua viagem inaugural.

Foi também na Mealhada foi comprado o leitão que ali mora, reservando espaço na bagagem até à chegada da hora mais conveniente para o jantar. Inquietação que não tardaria a chegar,… e poucos quilómetros depois, com uma vista “panorâmica” sobre Penela, na talvez única área de repouso do IP3.

Depois inicia-se o caminho rumo a Espanha, não se parando mais até se chegar a Palencia. A chegada foi realizada pelas 3:00 da madrugada, mas pelo caminho enquanto um de nós conduzia, o outro dormia. Como já era muito tarde fomos logo em direção à estação de serviço de autocaravanas, situada em lugar muito sossegado, nas traseiras do hospital da cidade e com vigilância durante toda a noite.

Palencia é geralmente uma paragem técnica quase obrigatória para quem como nós passa em transito por Espanha a caminho de paragens ainda mais distantes.

A noite passou rápida, não só por ser já bastante tarde quando se consolidou o sono, mas também por estarmos muito cansados da viagem de esticão até esta cidade, no interior do território espanhol.

Palencia é uma cidade espanhola da comunidade autónoma de Castela e Leão, capital da província do mesmo nome. Está localizada nas planícies de Tierra de Campos, às margens do rio Carrión. Situada no norte do planalto central espanhol, na chamada Meseta Ibérica, espalhando-se num vale perto da confluência deste do rio Carrión com o rio Pisuerga, que atravessa a cidade, criando quatro pequenas ilhas dando à cidade uma natural comunhão com a água.

Duas colinas cercam a cidade na área a nordeste da cidade, o Monte "A Cabra" e o Monte "El Viejo", e é numa delas que se On the closest stands the 30 metre high statue of Christ known as El Cristo del Otero , the fourth tallest statue of Christ in the world. [ 1 ]encontra a estátua de 30 metros de altura de um Cristo, conhecido como El Cristo del Otero.
 

Fonte: http://en.wikipedia.org/ http://www.netmaps.es/ http://espacoerrante.blogspot.pt/

Os Velhos e os Novos Pecados


Os sete pecados capitais da lista consagrada são uma espécie de tratado do comportamento humano. Durante séculos, serviram de guia para o enquadramento dos indivíduos em padrões morais do certo e do errado.

A vida contemporânea ampliou e resinificou estas disposições. A vaidade passou a ser vista como autoestima e a avareza como própria de pessoas previdentes. O pecado da traição dos superiores (felonia) que Dante condenou ao mais profundo dos círculos do Inferno, seria visto hoje como mais leve do que a luxúria, que a Divina Comédia coloca entre os menos pesados.

Assim, a ascensão de valores e o dinamismo da pós-modernidade, trabalham esta base moral antiga e colocam um novo homem que, necessariamente deve produzir novos pecados.

Esta é mais uma excelente palestra realizada pelo filosofo e historiador Leandro Karnal, para o “Café Filosófico” e exibida pela CPFL Cultura do Brasil.


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=dNVhp98SCbs

A Aposta de Ser Homem

Há no nosso linguajar diário coisas realmente curiosas. E uma delas é essa expressão tão comum com que comentamos qualquer falha de alguém: “Isso é muito humano”.


Há trapaças num exame ou num concurso e dizemos: “É muito humano”. Alguém defrauda o fisco e rematamos: “É humano”. Um homem ciumento faz a vida impossível à sua mulher e sussurramos: “É muito humano”. Após um fracasso, vem o desânimo e a amargura e justificamos tal atitude com um “é humano”.

Curiosamente, chamamos humanos apenas aos nossos vícios e defeitos. Inclusive, esse “humano” converte-se, às vezes, em sinónimo de “animal”. Dá impressão de que o rasteiro, o caduco, o que nos afasta das alturas é que é próprio do homem. Mas … justamente é o humano que nos diferencia do animal! Sim, humana é a nossa razão, a vontade, a consciência, o esforço, a santidade. Isso é que é verdadeiramente humano.
  • Humana é a inteligência, que faz do homem um permanente investigador da verdade, um ser ansioso de clareza, uma alma faminta de profundidade.
  • Humana é a vontade, a coragem, o afã de lutar, o saber enfrentar o infortúnio, a capacidade de esperar contra toda a esperança.
  • Humana é a consciência, que nos impede de enganar-nos a nós mesmos, a voz interior que nos desperta para continuar escalando, a exigência que não nos deixa adormecer.
  • Humana é a preocupação de sermos melhores, saber que ainda estamos a meio caminho, propormo-nos como meta a perfeição, embora saibamos que nunca chegaremos à meta total.
     
Tudo isso é humano. E dificilmente chegaremos a ser verdadeiros homens se começamos a autodesculpar os nossos erros sob o pretexto de que “são humanos”.
Ser homem é, por certo, uma aventura muito ambivalente.

Pascal definia o homem como: “Juiz de todas as coisas; estúpida minhoca da terra; depositário da verdade; montão de dúvidas; glória e desperdício do universo”. Sim é tudo isso e muito mais. E por isso a verdadeira aventura e glória dos homens é, precisamente, escolher entre essas coisas, sabendo que podemos ficar-nos naquilo que Baroja dizia do homem – “um ser um milímetro acima do macaco, quando não um centímetro abaixo do porco” – ou ser precisamente essa “glória do universo”.
E quais são as chaves da aposta? Literalmente: apostar naquilo que o homem tem de animal ou naquilo que ele tem de racional. Apostar no egoísmo ou na generosidade. Optar por uma vida vivida ou por uma vida arrastada. Escolher entre um viver vigilante ou simplesmente vegetativo. Empenhar-se em viver os nossos melhores sonhos ou ruminar os nossos piores desejos. Passar os anos envelhecendo sem amadurecer, ou esforçarmo-nos por amadurecer sem envelhecer. Saber que – como dizia A. Dumas – “o homem nasce sem dentes, sem cabelo e sem sonhos, e a maioria morre sem dentes, sem cabelo e sem sonhos”, ou levantar galhardamente a bandeira das ilusões e saber que podemos perder tudo menos o entusiasmo.

O grave é que todos têm de fazer estas opções, e cada um tem de fazer a sua, sem buscar as desculpas de que o mundo ou as circunstâncias não o permitiram.
Viver é, efetivamente, apostar e manter a aposta. Não apostar ou deixar a aposta na primeira esquina da rua é, simplesmente, morrer antes do tempo.
S. Agostinho, para dar aos homens o melhor elogio dizia que o homem é “capax Dei”, – capaz de Deus. Na verdade, o que define a grandeza da alma é ser “capaz de … ” Capaz nada menos que de Deus, mas também capaz de um vazio que, precisamente por causa dessa grandeza, seria quase infinito. Haverá no universo tragédia maior que a duma alma que morra sem chegar a existir? Que gemidos não dará a natureza sempre que é obrigada a prostituir-se na estupidez e no vazio?! É tanto o que podemos alcançar! É tanto o que podemos perder! Assusta-me ser homem. Entusiasma-me e assusta-me. Mas não estou disposto a enganar-me, a pensar que isto é uma brincadeira sem importância, que os anos são umas fichas de cartolina que nos deram para nos irmos entretendo enquanto a noite não vem!

José Luis Martin Descalzo (1930-1991, jornalista, sacerdote e escritor espanhol)

O Fim da Terra

A Terra segundo diferentes paleontólogos já passou por diversas extinções em massa, algumas de proporções devastadoras, levando ao desaparecimento completo de diversas espécies, nas quais foram extintos somente alguns grupos de seres vivos.
Essas extinções em massa, por sua vez, aceleraram a evolução da vida da Terra, e cada um desses eventos de extinção eliminou antigos grupos dominantes e abriu espaço para novos grupos evoluírem e dominarem a Terra. Nós somos um desses grupos.
Entre as causas mais citadas, destacam-se teorias de impactos de asteroides, erupções vulcânicas de basaltos continentais, alterações climáticas, mudanças na forma dos continentes por causa dos movimentos tetónicos das placas, mudanças no nível do mar, explosões de estrelas que lancem radiação nociva para a Terra, como a nossa própria estrela, o Sol entre outras…
Atualmente parece improvável que cada fator atue como fator geral para a extinção em massa. As causas para as extinções em massa têm variado de evento para evento, se bem que haja normalmente fatores em comum entre eles, o que sugere que sejam resultado não de um, mas de uma combinação de fenómenos.
Quanto ao problema dos meteoritos que chocam contra a Terra, sabe-se que além dos impactos enormes que acontecem a cada dezena de milhões de anos, existem muitos impactos menores que acontecem com muito maior frequência, mas que deixam traços correspondentemente menores.

Ultimamente muito tem sido feito para considerar as previsões bíblicas de um "Armagedon" incluindo um evento de impacto.
No presente momento os astrónomos estão a seguir o rastro do asteroide Apophis, e descobriram que este é 20% maior do que indicavam os cálculos anteriores. Batizado com o nome da divindade da mitologia egípcia do mal e da destruição, Apophis foi detetado em 2004. Os primeiros cálculos sugeriam uma probabilidade de 2,7% de o asteroide atingir a Terra em 2029 - a mais alta de sempre para um asteroide. Mas os astrónomos estão também "de olho" numa outra, que poderá ocorrer em abril de 2036. No entanto, observações posteriores levaram felizmente, a uma redução do risco estimado.
Outra hipótese é o Big Rip (Grande Rutura) que é uma teoria, apresentada inicialmente em 2003, que diz que se a velocidade de expansão do universo atingir uma velocidade acima do nível crítico, isto causará o deslocamento de todos os tipos de matéria, e então as galáxias se isolariam, e depois de alguns bilhões de anos os próprios átomos se desintegrariam. Os autores desta hipótese, entre eles Robert Caldwell do Dartmouth College, calculam que o fim do Universo, tal como conhecemos, ocorreria em aproximadamente 3,5 × 1010 anos (35 bilhões de anos) depois do Big Bang, ou dentro de 2,0 × 1010 anos (20 bilhões de anos).
Embora sabendo que as extinções em massa passadas, ocorreram por causa de fenómenos naturais, é a humanidade que está a causar progressivamente a extinção em massa atual. Se a atual tendência continuar, pelo menos metade de todas as espécies de vida na Terra se extinguirão num curto espaço de tempo.

O Fim da Terra, é 9º Episódio de uma série de 12 documentários relativos ao tema geral “O Universo”.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/ ; http://visao.sapo.pt/ http://www.youtube.com/

Verão 2008 - Bretanha



“Podemos viajar por todo o mundo em busca do que é belo, mas se não o trouxermos connosco, nunca o encontraremos.”

Ralgh Emerson

 

No Verão de 2008, realizamos a nossa primeira viagem em autocaravana. No entanto essa viagem nunca foi aqui recordada por mim, talvez por já a saber recordada e escrita por outrem.

Mas as viagens mesmo que realizadas na companhia de familiares ou amigos, com os mesmos objetivos, e mesmo que sejam vividas de forma idêntica, quando se descrevem, mostram que afinal as sentimos de forma igual, mas também diferente.

Neste caso, uma viagem é sempre um acumular de experiências mútuas, mas também muito pessoais e o ideal é recorda-las “per se”, para que a junção de vivências se conjuguem para um recordar maior, mais sentido e mais exato.

A viagem que aqui recordarei, foi realizada há já cinco anos, a França, e tinha como objetivo principal conhecer a província da Bretanha, uma região de características únicas e um pequeno mundo à parte, nos confins do país.

Esta foi uma viagem inesquecível, a uma Bretanha “secreta”, de marinheiros e lendas, que se revela aos poucos, sobretudo aos amantes da natureza e do autêntico.

Há a Bretanha azul, a do mar, que tem sido inspiração para os artistas, onde a luz é formosa, os cabos escarpados e vertiginosos, as praias de areia fina e onde as angras se pintam de rosa, cinzento ou lilás, facetas que deram às costas bretãs nomes cheios de encanto: a Costa Esmeralda, a Costa Selvagem, a Costa de Granito Rosa ou a Costa das Legendas, na costa do norte Finisterra.

Mas também há a verde, a do interior, a Bretanha do coração, e a mística e a celta, onde os caminhos levam até aos bosques, às fontes de efeitos benéficos, às cidades de arte e de história e também a pequenas cidades interiores e cheias de carácter.

Pelo caminho e como foi sempre nosso uso, o conhecimento dos lugares de passagem, ou outros, que nos surgiram ao olhar o mapa, ou pela leitura do Guia da American Express, e que enriquecem sempre as viagens que fazemos.

O itinerário para ir e voltar foi:

1º DiaCasa; Palência (Espanha);

2º DiaPalência; Sain-Jean-de-Luz (Pais Basco - França);

3º e 4º DiaSaint-Jean-de-Luz;

5º Dia - Saint-Jean-de-Luz; Arcachon;

6º Dia - Arcachon; Carcasson; Cap Ferret; Carcans;

7º Dia - Carcans; Talmont Sur Le Gironde; Róyan;

8º Dia – Róyan; Mernes; Brouage; Rocheffort; La Rochelle;

9º Dia – La Rochelle; Niort; Parthenay; Puy de Fou;

10º Dia – Puy de Fou; Nantes; Pornic;

11º Dia – Pornic; Corsic; St. Nazaire; Carnac; Vannes;

12º Dia – Vannes;

13º Dia – Vannes; Concarneau (Vile Close); Brest;

14º Dia – Brest; St. Malo;

15º Dia – St. Malo; Mont Saint Michel (Normandia);

16º Dia – Mont Saint Michel; Fougéres; Rennes;

17º Dia – Rennes; Angers;

18º Dia – Angers; Saumur; Poitier; Futuroscop;

19º Dia – Futuroscop; Magnac;


20º Dia - Magnac; Ségur Le Château; St. Robert; Turenne; Collouges-le-Rouge; Le Roque Gageac;

21º Dia – Le Roque Gageac; Rocamador; Lourdes:

22º Dia – Lourdes; Espanha, numa estação de serviço situada a 300 Km depois de Burgos;

23º Dia – Espanha; Casa.

Fonte: http://pt.franceguide.com/  ; http://pt.franceguide.com/

Não Bate a Bota com a Perdigota…


Como se sabe o sistema educativo é, entre outras coisas, um processo de distribuir os jovens por vários tipos diferentes de ocupação.

Mas em que idade se faz o despertar de uma vocação ocupacional?
Uma vez, um professor meu de filosofia disse-me que o despertar vocacional se fazia a partir dos 15 anos. Se assim é, não sei ao certo…
Embora haja alguns casos cuja vocação despertou a partir do final da infância, na realidade esta é na generalidade feita, e isso todos sabemos, entre a adolescência e a fase adulta. Por isso é um processo que a nível de escolaridade é realizado entre o 3º Ciclo e o início da Universidade ou até após esta, para aqueles que não a completam ou que se desiludem com o curso que tiraram.
Ora na passada semana o nosso Ministro da Educação, Nuno Crato, ao visitar uma escola do 2º Ciclo, dizia que por se adivinhar que no futuro os engenheiros no nosso país seriam escassos, era necessário manter EVT, como disciplina fundamental no despertar de vocações técnicas.
Quanto à importância da disciplina de Educação Tecnológica para a formação de base técnica, penso que não haverá qualquer dúvida, até por uma razão histórica, pois esta sempre existiu, embora com outro nome (Área Vocacional/Trabalhos Oficinais), e como disciplina obrigatória, no nosso sistema de ensino.
Se assim é, porque é que no início deste ano letivo este governo retirou do sistema educativo a mesma disciplina no 9º ano (onde se começam a consolidar vocações), colocando-a, quer no 7º ano, quer no 8º, como oferta de escola opcional para o 3º Ciclo, dando a oportunidade a certas escolas com alguma autonomia pedagógica, de varrer simplesmente a disciplina dos currículos destes anos?

Serão as criancinhas de 10 e 11 anos, capazes de ter uma memória de elefante, sobre o pouco “cheirinho” tecnológico que se consegue ministrar no 2º Ciclo?
Realmente não bate a bota com a perdigota!...

Gerês - Final da Viagem ao Gerês - 3º Dia - Parte IV




Chegados à Barragem da Caniçada, passamos a ponte e seguimos pela N304, a caminho de Braga.

A estrada que vai sempre subindo segue quase paralela ao braço este da Albufeira da Caniçada e mais à frente, torna-se sinuosa à medida que vai vencendo a encosta. Cheia de arvoredo vai convidando a olhar a paisagem que se vislumbra do lado direito, a partir de meia encosta.

O sol brilha como oferta de despedida e acompanha-nos sempre neste início de viagem de regresso a casa.

Um pouco mais a cima, e antes de se encontrar o cruzamento com a estrada alta que nos levará a Braga, encontramos do lado esquerdo o caminho de entrada para os domínios da Pousada de São Bento, uma das Pousadas de Portugal que oferece uma das melhores panorâmicas sobre a Albufeira da Caniçada.

Não resistimos ao chamamento e subimos pelo caminho acima até estacionarmos a autocaravana no parque da Pousada. Com uma localização única no coração do Parque Nacional Peneda-Gerês, esta Pousada tem vista para o rio Cávado e para a Barragem da Caniçada, bem como para o tranquilo e extenso lago formado pela sua albufeira.

Caminha-se em direção à entrada da Pousada e desta para o terraço do bar/restaurante, de onde se desfruta de uma das mais belas vistas sobre o Gerês.

A Pousada de São Bento situa-se num autêntico miradouro debruçado sobre a Albufeira da Caniçada, em plena bacia hidrográfica do rio Cávado. Ao fundo avista-se o fim do território Português e o começo do território Espanhol.

A paisagem é de tal maneira bela que não apetece mais sair dali. Tomando uma meia de leite quente com torradas, ali ficamos largo tempo no tranquilo conforto da Pousada, a olhar a paisagem, num dos mais belos enquadramentos paisagísticos e de referência de Portugal. 

Aquela pousada e outras que hoje por ali existem, não são mais do que a confirmação dos desejos de Tude de Sousa*, homem de ideias largas e muito à frente no seu tempo, que no ano de 1927 escreveu, “É preciso que o turismo alpestre se crie e se desenvolva, é preciso escalar a montanha e fixar por lá temporadas de dias de pleno ar, de plena luz, de plena natureza. E nenhuma serra convida tanto como o Gerez, onde os homens e as árvores, as pedras e as águas, a sua fauna e a sua constituição própria, nascidas, criadas e irmanadas num admirável conjunto, oferecem ao forasteiro, atrativos sem rival.”

No entanto naquele dia, só ali se encontravam hospedados alguns casais alemães, sendo estas casas nos dias que correm e muito devido aos preços praticados, cada vez de menor usufruto português.

Parte-se depois a caminho de casa. Faz-se só uma paragem, para a compra de uma caixa de cereja, que abundam à venda na beira da estrada, por aquelas bandas na Primavera.

Depois a passagem por Braga e pelo Porto já ao anoitecer, antecedem a estirada final, pois como escreveu um dia José Saramago, “O fim duma viagem é apenas o início de outra”…


Fonte: http://www.booking.com/ http://www.pousadas.pt/ http://www.cm-terrasdebouro.pt/

·        Tude Martins de Sousa foi um famoso Regente Agrícola, jornalista e escritor português, que desde 1904 a 1914 foi "Regente Florestal" da Serra do Gerês e autor de muitas obras sobre o Gerês.

Analisando o Ódio...

A palavra ódio tem origem no latimodiu”, que é a paixão que impele a causar ou desejar mal a alguém.
 
O ódio é pois um sentimento absolutamente negativo, podendo ser definido por raiva intensa. Traduz-se na forma de antipatia, aversão, desgosto, rancor, inimizade ou repulsa, contra uma pessoa (ou algo) mesmo que esta, nada lhes tenha feito, assim como o desejo de evitar, limitar ou destruir o seu objetivo.

O ódio pode também basear-se no medo do objetivo, seja justificado ou não. É descrito com frequência como o contrário do amor, ou da amizade. No entanto para outros, como Elie Wiesel*, o oposto do amor é a indiferença.

O ódio não é necessariamente irracional, e para alguns é razoável odiar pessoas ou organizações que ameassem ou façam sofrer alguém.

Neste Café Filosófico, o historiador, filosofo e professor universitário Leandro Karnal fala-nos do Ódio no Brasil. Mas como o ódio é um sentimento à escala mundial, também nos faz uma análise do ódio como sentimento integrante do ser humano, tratando do tema não só do ponto de vista histórico mas também filosófico.

Esta é mais uma excelente palestra a não perder, apresentada pela televisão brasileira CPFL Cultura.
 



Fonte: http://pt.wikipedia.org/

*Ler mais em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Elie_Wiesel

A Falta de Cultura Ética da Nossa Civilização

 

Creio que o exagero da atitude puramente intelectual, orientando, muitas vezes, a nossa educação, em ordem exclusiva ao real e à prática, contribuiu para pôr em perigo os valores éticos. Não penso propriamente nos perigos que o progresso técnico trouxe diretamente aos homens, mas antes no excesso e confusão de considerações humanas recíprocas, assentes num pensamento essencialmente orientado pelos interesses práticos que vem embotando as relações humanas.

O aperfeiçoamento moral e estético é um objetivo a que a arte, mais do que a ciência, deve dedicar os seus esforços. É certo que a compreensão do próximo é de grande importância. Essa compreensão, porém, só pode ser fecunda quando acompanhada do sentimento de que é preciso saber compartilhar a alegria e a dor. Cultivar estes importantes motores de ação é o que compete à religião, depois de libertada da superstição. Nesse sentido, a religião toma um papel importante na educação, papel este que só em casos raros e pouco sistematicamente se tem tomado em consideração.


O terrível problema magno da situação política mundial é devido em grande parte àquela falta da nossa civilização. Sem «cultura ética», não há salvação para os homens.
 
Albert Einstein, in 'Como Vejo o Mundo'

Gerês - Da Cascata do rio Arado até Rio Caldo - 4º Dia - Parte III



 
Retemperadas as forças faz-se o caminho de volta à autocaravana pelo vale onde nasce e começa a correr o rio Arado. Com muita pena se deixa a meio caminho a Cascata do Arado e desce-se em direção à ponte para se fazer a partida para a penúltima etapa do percurso planejado para aquele último dia, desta feita já a caminho de casa.
Segue-se então pelo caminho inverso em terra batida até ao entroncamento, que nos levou até Ermida.
Ermida é uma aldeia serrana de vocação pastoril e muito típica, situada num vale alto e fértil, a leste de Caldas do Gerês e rodeada de terras de cultivo. Oferece lindas vistas sobre o vale do Cávado e merece bem uma visita.
Parámos para observar a comunidade. Vimos casas de pedra com uma traça bem típica rodeadas de paisagem despoluída, que fez brotar em nós um sentimento de bem-estar... Como deve ser bom habitar num lugar como aquele!…
Depois começa-se a descer a serra até ao vale do rio Cávado, e pelo vale se segue até à aldeia de Fafião. Fafião é a aldeia vizinha de Ermida e por isso também situada na zona leste do Parque Nacional da Peneda-Gerês, na margem direita do rio Cávado e é das comunidades do PNPG que melhor tem conseguido preservar a genuinidade do seu património e das tradições culturais.
Uma vez em Fafião, seguimos o caminho por entre ruas estreitas, com casas baixas em granito e cheias de ar puro e tranquilidade e saímos da povoação como entrámos: sem dar nas vistas, com muita paz.
Segue-se depois por um antigo caminho irregular de pastores, mas de grande beleza (pouco recomendável a automóveis convencionais) até onde está situada uma armadilha ancestral, o “fojo do lobo”, uma obra-prima do engenho popular, usada por certo em tempos em que os lobos abundavam, fazendo perigar a vida de rebanhos e animais de capoeira.
Percorremos um serpenteado de estrada por entre muros e campos de uma verdura forte e intensa, observando os lodos e as vides, com os seus ramos cheios de jovens rebentos verdes claros, que rebentaram no início da Primavera.
É em plena serra que se encontra a armadilha ancestral do Fojo do Lobo. A antiga armadilha é feita em pedra e consiste num poço profundo ao qual conduzem duas altas paredes de granito que, começando muito afastadas, vão estreitando progressivamente até quase se juntarem no final. Os pobres lobos eram acossados por meio de uma batida até à entrada da armadilha, a partir da qual não tinham outro remédio senão seguirem em frente, até ao buraco onde acabavam por cair. Este foi talvez o início da extinção dos lobos na Serra do Gerês.
Lobos e Fojo representam marcas do nosso Património. Natural para os primeiros; Cultural e/ou Etnográfico para o segundo. Mas ambos têm um denominador comum, o homem, enquanto predador dos outros ou presa de si próprio...
Desce-se depois a serra por estrada sinuosa a caminho de Rio Caldo. Lá em baixo um dos braços da Albufeira da Caniçada que pertencente à bacia hidrográfica do rio Cávado, espera por nós em terras mais baixas.
Pelo caminho ainda se para, para se fazer um lanche na autocaravana, na berma da estrada e junto de uma fonte com o seu nome escrito numa tabuleta com a marca do Parque da Peneda-Gerês. É a Fonte da Soalheira e como ela existem dezenas de outras fontes de águas límpidas e frescas ao ar livre, onde se podem provar as águas ricas da Serra do Gerês.

Depois do lanche continua-se viagem. Acaba de se descer sempre acompanhados por belas paisagens, onde as águas azuis da albufeira sobressaem, envoltas por encostas escarpadas da serra.
 
A estrada vai descendo sempre até se encontrar o vale e depressa se chega às pontes brancas da Albufeira da Caniçada, que nos dão acesso ao Rio Caldo.

Fonte: http://www.lifecooler.com/ ; http://www.aaeum.pt/ ; http://www.serradogeres.com/ ; http://www.serra-do-geres.com/ ; http://www.igogo.pt/