Retemperadas as forças faz-se o caminho de volta à autocaravana pelo vale onde
nasce e começa a correr o rio Arado.
Com muita pena se deixa a meio caminho a Cascata
do Arado e desce-se em direção à ponte para se fazer a partida para a
penúltima etapa do percurso planejado para aquele último dia, desta feita já a
caminho de casa.
Segue-se então pelo caminho inverso em terra batida até ao entroncamento,
que nos levou até Ermida.
Ermida é uma aldeia serrana
de vocação pastoril e muito típica,
situada num vale alto e fértil, a leste de Caldas
do Gerês e rodeada de terras de cultivo. Oferece lindas vistas sobre o vale do Cávado e merece bem uma visita.
Parámos
para observar a comunidade. Vimos casas de pedra com uma traça bem típica rodeadas de paisagem
despoluída, que fez brotar em nós um sentimento de bem-estar... Como deve ser bom habitar num lugar
como aquele!…
Depois
começa-se a descer a serra até ao vale do rio
Cávado, e pelo vale se segue até à aldeia de Fafião. Fafião
é a aldeia vizinha de Ermida e por
isso também situada na zona leste do Parque
Nacional da Peneda-Gerês, na margem direita do rio Cávado e é das comunidades do PNPG que melhor tem conseguido
preservar a genuinidade do seu património e das tradições culturais.
Uma
vez em Fafião, seguimos o caminho por entre ruas estreitas, com casas baixas em granito e cheias de ar puro e
tranquilidade e saímos da povoação como entrámos: sem dar nas vistas,
com muita paz.
Segue-se depois por um antigo caminho irregular de
pastores, mas de grande beleza (pouco recomendável a automóveis convencionais) até
onde está situada uma armadilha ancestral, o “fojo do lobo”, uma
obra-prima do engenho popular, usada por certo em tempos em que os lobos
abundavam, fazendo perigar a vida de rebanhos e animais de capoeira.
Percorremos
um serpenteado de estrada por entre
muros e campos de uma verdura forte e intensa, observando os lodos e as
vides, com os seus ramos cheios de jovens rebentos verdes claros, que
rebentaram no início da Primavera.
É
em plena serra que se encontra a armadilha ancestral do Fojo do Lobo. A antiga armadilha é feita em pedra e consiste num poço profundo ao qual conduzem
duas altas paredes de granito que, começando muito afastadas, vão estreitando
progressivamente até quase se juntarem no final. Os pobres lobos eram acossados
por meio de uma batida até à entrada da armadilha, a partir da qual não tinham
outro remédio senão seguirem em frente, até ao buraco onde acabavam por cair. Este foi talvez o início da extinção dos lobos na Serra do Gerês.
Lobos e Fojo representam marcas do nosso Património. Natural para os
primeiros; Cultural e/ou Etnográfico para o segundo. Mas ambos têm um
denominador comum, o homem, enquanto predador dos outros ou presa de si
próprio...
Desce-se
depois a serra por estrada sinuosa a caminho de Rio Caldo. Lá em baixo um dos braços da Albufeira da Caniçada que pertencente à bacia hidrográfica
do rio Cávado, espera por nós em terras mais baixas.
Pelo
caminho ainda se para, para se fazer um lanche na autocaravana, na berma da
estrada e junto de uma fonte com o seu nome escrito numa tabuleta com a marca
do Parque da Peneda-Gerês. É a Fonte da Soalheira e como ela existem dezenas de outras fontes de águas límpidas e frescas ao ar livre, onde se podem
provar as águas ricas da Serra do Gerês.
Depois do lanche continua-se viagem. Acaba de se
descer sempre acompanhados por belas paisagens, onde as águas azuis da
albufeira sobressaem, envoltas por encostas escarpadas da serra.
A estrada vai descendo sempre até se encontrar o vale e depressa se chega às pontes brancas da Albufeira da Caniçada, que nos dão
acesso ao Rio Caldo.
Fonte:
http://www.lifecooler.com/ ; http://www.aaeum.pt/ ; http://www.serradogeres.com/
; http://www.serra-do-geres.com/ ; http://www.igogo.pt/
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