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Humildade


“Meus pais não eram cientistas. Eles não sabiam quase nada sobre Ciência. Mas ao motivarem-me simultaneamente para o ceticismo e para o saber, ensinaram-me os dois modos de pensamento coexistentes e essenciais para o método científico.”

Carl Sagan


Carl Sagan foi durante toda a sua vida um grande defensor do ceticismo e do uso do método científico, promovendo a busca por inteligência extraterrestre através do projeto SETI, instituindo o envio de mensagens a bordo de sondas espaciais, destinados a informar possíveis civilizações extraterrestres sobre a existência humana, na Terra e na Galáxia Via Láctea.

Mediante as suas observações da atmosfera de Vénus, foi um dos primeiros cientistas a estudar o efeito estufa em escala planetária. Também fundou a organização não-governamental Sociedade Planetária e foi pioneiro no ramo da ciência exobiologia.

Mas Sagan é também considerado um dos divulgadores científicos mais carismáticos e influentes da história, graças à sua capacidade de transmitir as ideias científicas e os aspetos culturais ao público não especializado.

Este vídeo é uma prova disso!...



Fontes: http://obiroska.blogspot.pt/2013/03/carl-sagan-video-humility-humildade.html; https://www.youtube.com/watch?v=HRlQ1_KRCCw

Deus, o Universo e Tudo o Resto


“Deus, o Universo e Tudo o Resto” é um colóquio de ensino, na tentativa de descobrir uma grande teoria unificada das leis que governam o Universo.

Este programa esclarecedor aprofunda-se em temas como: a Teoria Unificadora, a Teoria do Big Bang, a Expansão do Universo, o Tempo Imaginário, os Buracos Negros, a Inteligência Extraterrestre, o Conjunto de Mandelbro, as Origens da Criatividade e ainda Marte e Deus.

O documentário, produzido em 1988, revela ainda as esperanças em torno da exploração do espaço, as expectativas quanto ao lançamento do telescópio Hubble e a preocupação com as armas atómicas.

Mas também aqui encontramos três das maiores mentes científicas do planeta - Stephen Hawking, Carl Sagan e Arthur C. Clarke.

Stephen Hawking é um físico teórico britânico, que dedicou grande parte de sua vida a investigar as leis do tempo e do espaço, descrito pela Teoria da Relatividade de Einstein. Stephen Hawking, o genial físico de Cambridge, é considerado o sucessor de Galileu, Newton e Einstein.

Carl Sagan já falecido em 1996, foi como se sabe, um astrónomo norte-americano que desempenhou um papel muito importante no desenvolvimento do programa espacial americano, bem como suas contribuições à ciência planetária. Aqui revemos Carl Sagan no auge de sua saúde e da sua perspicácia intelectual.

Arthur C. Clarke também já falecido em 2008, foi um autor britânico de obras de divulgação científica, como por exemplo, “2001: Uma Odisseia no Espaço” e o premiado Encontro com Rama”, bem como pela sua visão otimista, relativa à possibilidade de exploração da nossa Galáxia.


Fontes: http://www.youtube.com/watch?v=kebRmXSi_UU; http://pt.wikipedia.org/wiki/Arthur_C._Clarke

Quem pode salvar a Terra?



No passado dia 21 de maio, comemorou-se o Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento.

A data foi criada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 2001, mesmo ano em que foi feita a Declaração Universal da Unesco sobre a Diversidade Cultural.

Em 2005, a Assembleia Geral da Organização adotou a Convenção sobre a Proteção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais. A convenção foi promulgada no Brasil em 2007 e, até agora, 109 países já ratificaram o documento.

É um dia que serve a causa nobre da aceitação e respeito pela diversidade cultural de cada um de nós, não estabelecendo diferenças entre “povos indígenas”, ou povos ditos “culturalmente evoluídos”.

Este dia deve ser encarado também por todos, como uma chamada de atenção para a forma como nos relacionamos no dia-a-dia, a fim de darmos uma oportunidade para aprofundarmos a compreensão sobre os valores da Diversidade Cultural e para se aprender melhor sobre como “viver juntos” e em harmonia.

Fontes: http://www.cultura.gov.br/¸ http://www.acidi.gov.pt/  

Neste último episódio da série Cosmos, Carl Sagan fala-nos precisamente sobre a necessidade de nos entendermos pacificamente, numa troca de culturas e experiências de vida, como cimento para o bem comum, dizendo-nos que no passado, guerreamo-nos uns aos outros, e raramente apreciámos as semelhanças de todas as culturas e povos da Terra. Mas agora o Mundo encontra-se no meio de uma devastadora revolução de nível mundial, conforme se vai encaminhando para uma única comunidade global, e será necessário um esforço de respeito válido para nos encontrarmos.



“Eu conclamo céu e terra hoje, para testemunharem contra ti, eu coloquei vida e morte perante ti, bênção e maldição, e escolherás vida para que vivas tu e teus descendentes.”

Há mais de 200 anos no Golfo do Alasca, num lugar chamado Baía de Lituya, duas culturas que não se conheciam tiveram um primeiro encontro.

O povo Tlingit vivia mais ou menos como seus ancestrais há milhares de anos, eles eram nómadas viajando sempre de canoa entre inúmeros locais de acampamento, onde pescavam muitos peixes e ostras, trocando-os com as tribos vizinhas.

O criador a que veneravam era o “deus Corvo”, a quem eles representavam como uma enorme ave preta de asas brancas e, num dia de julho de 1786 o deus Corvo apareceu. Os Tlingit ficaram apavorados, eles sabiam que quem olhasse diretamente para o deus, transformar-se-ia em pedra.

Do outro lado do planeta decorria uma expedição liderada pelo explorador francês Jean-François de La Pérouse. Esta foi na verdade a viagem cientifica mais elaboradamente planejada do século XVIII, que foi enviada para circundar o mundo, reunindo conhecimento sobre Geografia, História Natural e povos de terras distantes.

Mas para os Tlingits, cujo mundo estava confinado às ilhas e enseadas do sul do Alasca, esse grande navio só podia ter vindo dos deuses. Entre eles, houve um homem que ousou olhar mais profundamente e de perto a aparição. Era um velho guerreiro que estava quase cego, dizendo que sua vida estava quase no fim, e para o bem comum, ele se aproximaria do corvo para saber se o deus iria realmente transformar seu povo em pedra. Então partiu para sua própria pequena viagem de descoberta, para poder confrontar o fim do mundo. O velho olhou fixamente para o corvo e viu que ele não era um grande pássaro do céu, mas o trabalho de homens como ele mesmo.

Este primeiro encontro revelou-se pacífico, pois os homens da expedição de La Pérouse tinham ordens estritas para tratar com respeito qualquer povo que pudessem descobrir, numa política excecional para sua época e, depois dela, La Pérouse e os Tlingits trocaram bens, e logo após, o estranho navio zarpou para jamais voltar.

Nem todos os encontros entre nações foram tão pacíficos. Antes de 1519, os Astecas do México jamais tinham visto uma arma, e também acreditavam a princípio que seus visitantes tinham vindo do céu. Os espanhóis comandados por Cortez não estavam limitados por nenhuma ordem formal contra a violência, e as suas verdadeiras naturezas e intenções logo ficaram claras.

Ao contrário da expedição de La Pérouse, os conquistadores não buscavam conhecimento, mas ouro. Eles usaram suas armas superiores para pilhar, e matar, e na sua loucura eles destruíram uma civilização. Em nome da devoção, zombando da religião dos conquistados, os espanhóis destruíram totalmente uma sociedade, que tal como nós, tinha obtido o conhecimento artístico, astronómico… e que fazia arquitetura tal como na Europa.

Nós hoje, desprezamos os conquistadores espanhóis por sua crueldade e miopia, por terem preferido escolher a morte, e admiramos La Pérouse e os Tlingit, por sua coragem e sabedoria, por escolherem a vida.

A escolha ainda é nossa, mas a civilização agora em risco, é a humanidade toda. Como os antigos criadores de mitos sabiam, nós somos filhos igualmente da Terra e do céu, e na nossa ocupação deste planeta, nós acumulamos uma bagagem evolutiva perigosa, com grande propensão para agressão como ritual, submissão aos líderes, hostilidades com forasteiros e pessoas diferentes, e tudo isso põe a nossa sobrevivência em dúvida.

Mas nós também adquirimos compaixão pelos outros, amor por nossos filhos, desejo de aprender com a história e com a experiência, e uma grande, elevada e apaixonada inteligência, que são as ferramentas claras para nossa contínua sobrevivência e prosperidade.

Qual o aspeto da nossa natureza que vai prevalecer é incerto, particularmente quando as nossas visões e perspetivas estão presas a uma pequena parte do pequenino planeta Terra. Mas lá em cima no Cosmos, uma perspetiva inevitável aguarda.

As nossas fronteiras nacionais não são evidentes quando observamos a Terra do espaço. As identificações fanáticas, étnicas, religiosas ou nacionais, são um tanto difíceis de apoiar quando vemos o nosso planeta como um frágil crescente azul, encolhendo para se transformar num insignificante ponto de luz contra o bastião e a cidadela das estrelas.

Carl Sagan leva-nos depois a bordo da sua nave interestelar e diz-nos que ainda não há sinais óbvios de inteligência extra terrestre e, isto faz-nos imaginar se civilizações como a nossa correm inevitável e precipitadamente para a destruição, dizendo-nos que sonha com isso… e que às vezes estes são pesadelos…

Diz-nos que todas as pessoas que pensam temem uma guerra nuclear, e que todas as nações tecnológicas a planejam. Todos sabemos que ela é uma loucura, mas todos os países têm uma desculpa.

Sagan conta-nos um dos seus sonhos, e faz em seguida uma série de reflexões acerca da utilização militar da energia atómica, para referir que as máquinas de destruição se tornaram capazes de arrasar a nossa civilização, e talvez, até mesmo a nossa espécie.

No final diz-nos que a promessa de uma grande civilização científica já foi uma vez destruída pela ignorância e pelo medo, quando no séc. V uma multidão de fanáticos destruiu por completo a grande Biblioteca de Alexandria.

Leva-nos de novo à Biblioteca de Alexandria, para nos dizer como o poder centralizado da Igreja teve um papel decisivo na destruição do acervo desta biblioteca, apresentando-nos também e mais uma vez, a vida de uma das últimas grandes filósofas conhecidas da Antiguidade: Hipácia de Alexandria.

Leva-nos a fazer uma viagem pela história da vida no nosso planeta, para nos dizer que como há 400 anos ainda não fazemos ideia do nosso lugar no Universo, e que a longa jornada para esse entendimento só é possível quando houver um respeito absoluto pelos factos e o encanto pelo mundo natural.

Diz-nos ainda todos nós somos descendentes de astrónomos e que o direito hereditário de cada criança, encontrar o Cosmo renovado em cada cultura e cada Idade. Quando isto acontece connosco experimentamos um profundo senso de admiração, e os mais afortunados entre nós, são guiados por professores que através do seu encorajamento e seu exemplo canalizam esta alegria.

Nós nascemos para nos deliciarmos no mundo, e somos ensinados a distinguir os nossos preconceitos da verdade. Então novos mundos são descobertos enquanto estudamos o cosmo.

Mas a nossa sobrevivência não se deve apenas a nós próprios, aos nossos antepassados, ou aos nossos descendentes, mas também a esse Cosmos, antigo e enorme, do qual despontamos.

Termina a série com um vibrante apelo à Paz, em nome da nossa dignidade humana e do respeito ao Universo do qual fazemos parte. 

A não perder!...

Fontes: http://www.youtube.com/watch?v=xh0RHQzjZKU http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_epis%C3%B3dios_de_Cosmos; http://www.opapagaioabusado.com.br/?p=540
Mais informações em:
http://www.carlsagan.com/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cosmos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_Sagan
http://www.documentarios.org/serie/de...
http://www.aeroespacial.org.br/educac...

Enciclopédia Galáctica



Neste penúltimo episódio da série Cosmos, Carl Sagan dedica-o à possível vida extraterrestre, o grande fascínio de sua vida, dizendo-nos que os relatos de encontros com extraterrestres terão por certo mais a ver com religião e superstição, do que com ciência.
Examina os relatos persistentes de visitantes extraterrestres à Terra, que foram sendo registados desde 1947, e refuta alguns dos mais famosos casos de abdução, em especial o de Betty e Barney Hill, argumentando que não se encontram, entre todas as histórias de OVINS, alguma prova física convincente.
Decifrar vestígios de um "outro mundo" parece então ter um papel crucial para a investigação desses casos, e isso leva Carl Sagan a contar a história de Jean-François Champollion, que desde menino tinha uma especial facilidade para os vários idiomas e entendimentos vários, e que mais tarde se tornou um eminente linguista.
Diz-nos que Champollion estudou avidamente a expedição de Napoleão ao Egipto, onde cada ilustração era uma charada do passado para o presente, e entre elas estava a Pedra de Roseta e fotos do povo que vivia entre as ruinas dos antigos faraós. A partir desse momento o Egipto tornou-se a terra dos sonhos de Champollion e dedicou-se à descoberta e descodificação da escrita egípcia.
Mas foi apenas em 1928 que Champollion foi pela primeira vez ao Egipto. Então com os seus companheiros fretou barcos e navegou rio acima, dando início à sua expedição e redescoberta da antiga cultura egípcia.

Jean-François Champollion já tinha descodificado os hieróglifos do antigo Egipto, quando empreendeu a sua viagem exploratória ao Egipto, tendo-a descrito com minúcia, dando-nos a possibilidade através do tempo de podermos conhecer os seus magníficos pormenores. Mas essa viagem ao Egipto foi também para Champollion, uma expedição através do tempo e uma viagem através dos séculos, para um outro mundo anterior.

Carl Sagan numa recriação da decifração da Pedra da Rosetta, conduz-nos numa viagem ao Egipto, fazendo-nos viajar no tempo e assistir à chagada ao cair da noite de Champollion a Dendera, e à sua visita noturna ao complexo do Templo de Dendera, que contém o Templo de Hátor, um dos templos mais bem preservados de todo o Egipto. Foi ali que Jean François Champollion verificou que a sua descodificação das mensagens hieroglíficas deixadas por aquela antiga civilização estavam certas.
Ali em Dendera, Champollion teve a oportunidade pela primeira vez de observar a grandiosidade daquela antiga cultura, que com a sua sublime arquitetura e escrita hieroglífica, fizeram a união de graça e majestade do mais alto grau.
Leva-nos depois até Carnac, onde Champollion escreveu a seu irmão, dizendo que estava orgulhoso da sua decifração da Pedra de Roseta. A decifração rápida, habilitou-o a evitar os erros sistemáticos que surgem invariavelmente da reflexão prolongada. Do mesmo modo, também na busca e especulação desenfreada pela inteligência extraterrestre, por parte de muitos amadores nos dias de hoje, serviu para assustar muitos profissionais.
Mostra-nos então uma réplica da Pedra de Roseta, dizendo-nos que ela possui o mesmo texto escrito em três línguas, sendo a última delas o grego antigo. Champollion conhecia bem essa última escrita, uma vez que era um linguista soberbo. Nela conseguiu verificar que esta pedra tinha sido feita para comemorar a coroação e subida ao poder do faraó Ptolomeu V, na primavera do ano 196 a.C..
Carl Sagan explica-nos depois como Champollion, fez a comparação do grupo de hieróglifos que representam o nome de Ptolomeu, e de Cleópatra, para descodificar facilmente este tipo de antiga escrita.
No final, diz-nos que hoje, nós estamos também à espera de descodificarmos uma linguagem de uma civilização, não no tempo, mas no Espaço. Possivelmente os seres extraterrestres serão muito diferentes de nós biologicamente, culturalmente e linguisticamente, então como será possível entender as suas mensagens? Poderá haver uma “Pedra de Roseta” cósmica? Carl Sagan responde que deve haver a possibilidade de todos os seres se poderem comunicar entre si, com uma linguagem comum, numa língua chamada Ciência.
Diz-nos então que as leis da Natureza são as mesmas nos mais variados lugares, e as mesmas leis da mecânica quântica são as mesmas em toda a parte. Então seres de outro mundo qualquer, terão que lidar com leis idênticas da Natureza, mostrando-nos que no Cosmos, os padrões são os mesmos que na Terra. Por isso, talvez em breve, possa chegar uma mensagem do espaço ao nosso pequeno mundo, mas se quisermos entendê-la, teremos primeiro que entender a Ciência.
Fala-nos de um método, fácil, barato, óbvio e rápido de receber essas mensagens, dizendo-nos que esse método já existe, e que se chama radioastronomia. Mostra-nos o maior radiotelescópio do mundo, o Observatório de Arecibo, na Ilha de Porto Rico, que está apto a ser capaz de receber mensagens rádio enviadas por civilizações estranhas de qualquer ponto da Via Láctea. Será que algum ser extraterrestre está neste momento a olhar para nós ou para o nosso Sol, a fazer alguma especulação corajosa?
Diz-nos em seguida, que poderá no Cosmos haver muitas civilizações extraterrestres, e mesmo que muito distante, poderá uma qualquer civilização estar bem próxima de nós. No entanto, se houver poucas civilizações extraterrestres, a mais próxima, poderá estar bem longe de nós. Mas quantas civilizações serão capazes de ter também radioastronomia na Galáxia Via Láctea?
Explica-nos então a equação matemática que nos dá a possibilidade de o descobrirmos, dizendo-nos que alguns cientistas acham que o caminho dos trilobitas até aos radiotelescópios ou equivalentes, é como um tiro em todos os planetas dos sistemas planetários, e que apenas 10% dos planetas habitados terá a possibilidade de desenvolver uma civilização técnica.
Retomando o estudo da vida extraterrestre, Carl Sagan demonstra a importância dos radiotelescópios, em especial no caso da “Mensagem de Arecibo” e do programa SETI.
Na nave espacial da imaginação de Carl Sagan, leva-nos pelo cosmos, e permite-nos uma rápida viagem através de um "computador galáctico", leva-nos a pesquisar na “Enciclopédia Intergaláctica”, na possibilidade de fazermos o repositório de dados de um mínimo de planetas de outras estrelas… Se isto fosse possível, como seria bom!

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A Persistência da Memória


 
O cérebro humano é ponto de embarque de todas as nossas viagens cósmicas. É um repositório de informação, como são os genes que evoluíram muito mais cedo e os livros que despontaram muito mais tarde.

No início deste 11º episódio da série Cosmos, Carl Sagan caminha por um campo, para nos dizer que a superfície da Terra é muito mais bonita e complexa do que qualquer mundo sem vida. É precisamente a grande complexidade de vida na Terra, que se desenvolveu ao longo de 4 biliões de anos de seleção natural, que nos mostra a nossa verdadeira riqueza.

Compara depois uma rocha a um ser vivo, para nos dizer que é preciso muito mais informação para caracterizar uma coisa viva. Fala-nos então do Bit, a menor unidade de informação que pode ser armazenada ou transmitida, dizendo-nos que com 20 perguntas habilmente escolhidas poderemos obter as informações desejadas e até reduzir o Cosmos a um simples dente de leão.

Em seguida, abordo da sua nave espacial intergaláctica, diz-nos que deveremos fazer as perguntas certas para conhecermos o Cosmos. Mas para desvendarmos a sua ordem básica, não serão apenas necessárias 20 perguntas, mas sim bilhões de perguntas, feitas com um propósito sério, a que se chama Ciência.

Sagan parte da noção de bit e passa para a análise da inteligência na vida marinha, em especial o caso dos cetáceos.

Leva-nos a visitar um possível mundo exótico habitado, com uma extensa superfície composta por um líquido e nele podemos procurar a inteligência dominante existente por baixo da sua superfície liquida. É ai que vemos uma enorme variedade de organismos vivos, que parecem violar a fronteira entre o reino animal e vegetal. Este é o mundo subaquático do planeta Terra, desconhecido por tantos de nós.

Depois, Carl Sagan abordo de um navio de pesquisa oceânica, leva-nos a examinar uma das outras espécies inteligentes que connosco partilham o planeta... as grandes baleias, para constatarmos que com elas temos muito em comum.

Diz-nos que as baleias durante dezenas de bilhões de anos, não tiveram predadores naturais, até que apareceu uma criatura alienígena e mortal, na plácida superfície do oceano, para as chacinar e quase as ameaçar de extinção. Essa criatura é o Homem.

Fala-nos depois das canções das baleias, para nos dizer que elas não têm órgãos manipulativos, não podendo por isso fazer grandes obras de engenharia, mas são criaturas sociais e tal como nós, passeiam, nadam, brincam, caçam, pescam, acasalam, divertem-se e fogem de predadores, e podem como nós, ter muito o que conversar.

Mas somos nós que assassinamos as baleias!... Usamos muitas vezes a palavra monstro para definir animais diferentes, ou maiores do que nós, e por isso para nós assustadores. Mas o que na realidade é um monstro? As baleias, ou os humanos que as dizimaram, levando-as quase à extinção? Andamos interessados em comunicar com inteligência extraterrestre, mas não seria melhor preocupar-nos em comunicar verdadeiramente com os seres terrestres que nos rodeiam?

Carl Sagan fala-nos depois no DNA, a molécula cuja função é armazenar e copiar informação. Na realidade o DNA é linguagem mais antiga que existe, é o idioma da vida.

Leva-nos depois por uma caminhada pelo cérebro humano para que testemunhemos a arquitetura do pensamento. Sagan penetra então na "Biblioteca Cerebral", onde estão armazenados bilhões de bits de informação.

O cérebro humano é ponto de embarque de todas as nossas viagens cósmicas, o córtex cerebral, onde a matéria é transformada em consciência. Aqui, ocupando mais de 2/3 de massa cerebral, é o reino da intuição e da análise critica. É também aqui que temos ideias e inspirações, é aqui que lemos e escrevemos, é aqui que fazemos matemática e música. O córtex regula a nossa vida consciente, ele é a distinção da nossa espécie, o local da nossa humanidade. A arte e a ciência vivem no córtex cerebral e a civilização é um seu produto.

Os lóbulos frontais são os locais onde podemos antecipar factos, onde imaginamos o futuro. Mas se podemos apercebermo-nos de um futuro desagradável, podemos também tomar medidas para o evitarmos. Nos lóbulos frontais poderão estar os meios para assegurarmos a sobrevivência humana, se tivermos sabedoria para prestar atenção.

A informação armazenada no nosso cérebro, reside nos neurónios, onde se faz o repositório de informação. O que sabemos está codificado nos neurónios, conectados entre si, formando uma grande tecelagem encantada. Cada um de nós tem no seu cérebro o mesmo número de neurónios, do que estrelas na nossa galáxia Via Láctea.

O mundo do pensamento é dividido em dois hemisférios. O hemisfério direito do córtex cerebral é o principal responsável pelos padrões de reconhecimento, intuição, sensibilidade, perceções criativas, e o hemisfério esquerdo está destinado ao pensamento racional, analítico e critico. São estes os opostos essenciais que caracterizam o pensamento humano, e à nossa volta, estão os meios para avaliar ideias, como para testar a sua validade.

A criatividade e a análise são os dois elementos essenciais, para conseguirmos entender o mundo, e a paixão pela aprendizagem é a chave para a nossa sobrevivência.

O córtex cerebral é uma liberação, que nos liberta dos padrões de comportamento das outras espécies, relativos ao território, agressão e hierarquias de dominação. Somos largamente responsáveis pelo que é colocado no nosso cérebro, e temos a liberdade de nos mudarmos a nós mesmos.

Carl Sagan faz uma analogia do cérebro com uma grande cidade, uma biblioteca e um computador.

Compara depois o cérebro humano com a cidade de Nova York, explicando-nos o seu crescimento, para nos dizer que o cérebro é muito mais conservador do que a cidade. No entanto, há medida que o conhecimento foi avançando, tivemos que começar a armazenar o conhecimento fora do nosso corpo. Nasceram assim as bibliotecas, e com elas a memória pública.

Diz-nos que escrever talvez seja a maior das invenções humanas, unindo pessoas estranhas que jamais se conheceram, quer em épocas, quer em distâncias. Os livros rompem os grilhões do tempo e são também a prova de que os humanos são capazes de fazer mágica.

Carl Sagan leva-nos a uma sala de biblioteca cheia de livros antigos e mágicos, para nos contar a história da escrita, desde a escrita coniforme até ao tempo atual, unindo genes, cérebros e livros.

A própria informação evolui, alimentada pela informação aberta e pela pesquisa livre. As unidades de informação biológica são os genes, e as unidades de evolução cultural são as ideias, que são transportadas por todo o planeta, e reproduzem-se através da comunicação.

A informação nos últimos anos tem crescido drasticamente devido aos computadores e à Internet. Os computadores podem armazenar e processar uma quantidade imensa de informação de modo extremamente rápido, dando origem a uma grande revolução da informação. É o potencial para poder unir todos os cérebros da Terra, para uma consciência planetária.
 
Diz-nos também que um pouco da informação existente nos nossos genes, nos nossos cérebros e nas nossas bibliotecas, foi enviado a bordo da nave espacial interestelar Voyager, no precioso disco dourado, apresentado como um símbolo do conhecimento acumulado pela humanidade ao longo da sua evolução, e que é dirigido a seres de épocas futuras e até de outros mundos…É uma mensagem na garrafa, vagando no oceano Cósmico...
 
A não perder! 
 
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=1keRNllp94g

Mais informações:

O Limiar da Eternidade

 
Neste episódio, Carl Sagan apresenta diferentes teorias acerca da origem e destino do Universo, desde lendas e crenças à astrofísica. Para tanto, Sagan apresenta noções básicas de Física, explicando a questão das 3 dimensões e a possível quarta dimensão (tentando exibir o que seria um Tesseract), bem como o efeito Doppler e sua repercussão para a teoria do universo em expansão, descoberto através das observações esmeradas de Milton L. Humason.
Qual é a origem do Universo? Qual é o seu destino? Continuará o Universo a expandir-se para sempre ou sofrerá um dia um colapso? Carl Sagan explora o tempo em que as estrelas e galáxias se começaram a formar, e mostra como neste século os seres humanos descobriram a expansão do Universo.
Fala-nos da Via Láctea e do movimento dos seus astros, referindo que o Sol tem mudado frequentemente de posição em relação aos braços em espiral da nossa galáxia.
Diz-nos que o estudo de todo o Universo e a chave da cosmologia, que se revelou um lugar-comum de toda a Natureza e uma experiência da vida diária. E dá-nos exemplos disso.
Fala-nos então do Efeito Doppler que é observado nas ondas quando emitidas ou refletidas por um objeto que está em movimento com relação ao observador, dizendo-nos que o Efeito Doppler para ondas de luz é a chave para o Cosmos e que a evidência para isso foi-nos dada por um antigo cocheiro com muito poucos estudos, filho de um banqueiro, e de como ele e seus ajudantes descobriram o big-bang.
Explica-nos em seguida as várias dimensões, para nos dizer por último que nós somos criaturas tridimensionais presas em três dimensões. Diz-nos também que podemos apenas imaginar uma quarta dimensão, sem contudo podermos vivenciá-la, para nos dizer no final, que o Universo poderá ser tanto finito, como sem fronteiras.
Fala-nos ainda da expansão do Universo, dizendo-nos que qualquer astrónomo em qualquer galáxia, veria as outras galáxias a afastarem da sua, e quanto mais longe estiver a galáxia, mais rapidamente ela parece mover-se, como se eles tivessem cometido uma terrível gafe social intergaláctica. Foi isso que foi descoberto pelos observadores do grande telescópio de Los Angeles, que chegaram à conclusão que o Universo, nem tem fronteiras, nem centro.
Fala-nos depois de buracos negros e da possibilidade de existiram tuneis cósmicos, especulando em seguida sobre eles, e sobre a possibilidade do Universo ser “aberto” ou “fechado”. São ainda explorados mundos de duas e quatro dimensões antes do Dr. Sagan desaparecer num buraco cósmico.
Mas como é que foi criado o Universo? Muitos acreditam que foi Deus ou deuses que criaram o Universo do nada. Mas se quisermos perseguir esta questão, com coragem, teremos que fazer a pergunta… E quem criou Deus? O melhor será talvez aceitarmos que estes tipos de perguntas são irrespondíveis. Ou se aceitarmos que Deus sempre existiu, o melhor será admitir que o Universo também sempre existiu.
A cosmologia coloca-nos frente a frente, com os mistérios mais profundos e com questões que eram tratadas apenas na religião e no mito. 
Carl Sagan leva-nos em seguida até à India, onde uma velha cerimónia comemora os ciclos da Natureza. Ao tratar do big-bang, faz uma regressão às explicações cosmológicas do hinduísmo, especialmente a "dança cósmica" do deus Shiva, numa escultura do Império Chola, com os símbolos da criação e da destruição, numa espécie de premonição das teorias modernas.
Tal como os modernos astrofísicos, a mitologia Hindu fala de um Universo velho de biliões de anos e da possibilidade de ciclos eternos de morte e renascimento.
No final, Carl Sagan conduz-nos então às planícies do Novo México, onde 27 radiotelescópios gigantes sondam as mais longínquas fronteiras do espaço, e onde os astrónomos conjeturam sobre qual o destino que aguarda o Cosmos: expansão eterna sem limites ou oscilação sem fim…

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=6KOZ-XOtFy0
Mais informações em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_Doppler
http://www.carlsagan.com/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cosmos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_Sagan
http://www.documentarios.org/serie/de ...
http://www.aeroespacial.org.br/educac ...

A Vida das Estrelas


“Para do nada fazermos uma tarte de maçã, necessitamos antes de inventar o Universo.”
 


O 9º episódio inicia-se com o fabrico de uma tarte de maçã, que depois de feita é apresentada a Carl Sagan que nos diz como é que os átomos e seus componentes se interligam, levando-nos à ideia da grandeza dos valores numéricos, quando se trabalha numa escala tão pequena.

Desde a época de Demócrito, no séc. V a.C., que sempre se especulou sobre a existência de átomos, mas só agora na nossa época, é que realmente somos capazes de os ver e estudar a sua constituição. Mostra-nos então um filme que mostra o pulsar aleatório dos átomos de urânio, aumentados cem milhões de vezes, dizendo-nos que Demócrito teria adorado vê-lo.  

Leva-nos a um laboratório em Cambridge, onde o reino do muito pequeno, o átomo, e seus componentes foram descobertos. Fala-nos dos elementos químicos naturais e refere que todo o que nos rodeia é feito de ligações harmoniosas destes mesmos elementos, para nos dizer por último, que a maioria dos átomos dos nossos corpos foi feita no interior das estrelas.

Uma vez apresentadas as noções básicas de física e química, Sagan passa aos modelos explicativos a respeito da vida do sol e de outras estrelas, descrevendo estágios como as gigantes vermelhas, anãs brancas e buracos negros, bem como a possível ocorrência da explosão de uma supernova na Antiguidade, representada em pinturas rupestres do povo Anasazi.

Com animação computorizada e espantosa arte astronómica, é-nos mostrado como as estrelas nascem, vivem e morrem. Carl Sagan persegue a origem e a natureza dos buracos negros, objetos com uma gravidade de tal ordem que a luz não consegue sair deles.

A explicação de Carl Sagan recai depois sobre o «último dia perfeito» da Terra, que poderá ocorrer daqui a 5 biliões de anos, após o Sol, entrando na fase vermelha gigante, reduzirá a Terra a cinzas carbonizadas e o fim da vida na Terra. Serão então engolidos pelo sol, todos os planetas do sistema interno. Será o fim do planeta Terra e os nossos descendentes ter-se-ão aventurado já, para um outro lugar…

Leva-nos depois numa viagem pelo Cosmos, a bordo da sua nave interestelar. Testemunhamos a explosão de estrelas distantes que produzem raios cósmicos que provocam mutações nos seres da Terra. No sentido mais profundo, a origem, evolução e destino da vida do nosso planeta estão relacionados com a evolução do Cosmos, por isso o nosso planeta Terra, a nossa sociedade e nós mesmos, somos todos feitos de material estelar.

Leva-nos a um tubo de lava, uma caverna construída pela saída de lava derretida e com o auxílio de um contador Geiger e de um pedaço de urânio, Carl Sagan, para detetar a energia emanada deste elemento e dos raios cósmicos que entram na caverna. Mostra-nos assim, a importância das estrelas na evolução da vida na Terra, uma vez que os raios cósmicos provenientes de supernovas podem ter atuado nas mutações ao longo do processo evolutivo.

Fala-nos depois da força da gravidade e faz uma analogia interessante com a história da Alice no País das Maravilhas, para nos explicar como funciona esta força, quando se altera, explicando-nos em seguida como ela funciona dentro de um buraca negro, e na possibilidade de viajarmos no espaço mais rapidamente, podendo emergir em locais totalmente desconhecidos e exóticos, onde o bom senso da realidade poderá ser seriamente desafiada.

Põe finalmente a hipótese de nós no futuro ou outras civilizações extraterrestres, poderem viajar no espaço, utilizando o expresso da gravidade, colocando a possibilidade do espaço estar cheio de buracos ou tuneis cósmicos, que nos levariam rapidamente de uns lugares para outros.

Este episódio acaba numa viagem pelas estrelas, numa espécie de viagem ao passado, quando nasceu a via láctea, enumerando todos os corpos celestes que podem existir, ou possam ainda a vir a ser descobertos numa galáxia, para nos dizer mais uma vez que pertencemos ao cosmos e somos filhos das estrelas…
 
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=JQAsX4flmN0
 

Viagens no Espaço e no Tempo



Neste oitavo episódio da série Cosmos, Carl Sagan diz-nos que fomos sempre viajantes dentro da Via Láctea e que as raízes do presente estão enterradas no passado.
O Cosmos é imenso sem limites, e nele há mais estrelas que grãos de areia em todas as praias da Terra. As estrelas que vimos são apenas a menor fração das estrelas que realmente existem.
Se conseguíssemos observar os céus durante milhões de anos, as constelações mudariam de forma conforme as estrelas que as compõem e que ao longo dos tempos se vão movendo e evoluindo. Assim, os nossos antepassados distantes viram constelações diferentes das atuais, e os nossos descendentes no futuro, irão ver formatos também diferentes nos agrupamentos estelares.
Com Carl Sagan, circundamos a Ursa Maior para a vermos sob uma nova perspetiva. Se fossemos habitantes de um planeta noutro sistema estelar, veríamos as estrelas agrupadas também de modos diferentes.
Mostra-nos então, a Constelação de Andrómeda, próxima da constelação de Perseu. Na mitologia grega Andrómeda era uma donzela filha de Cefeu, que estando aprisionada por um monstro marinho enviado por Posídon (rei dos mares), foi libertada por Perseu, que com ela casou. Fala-nos da sua estrela Beta Andrómeda, a segunda estrela mais brilhante da constelação, a 75 anos-luz da Terra, dizendo-nos que se esta estrela explodisse amanhã, nós só o saberíamos daqui a 75 anos.
Como viajando numa máquina do tempo, deduz o que sucederia se pudéssemos alterar o passado e em seguida viajamos até aos planetas de outros sistemas estelares e quando voltamos encontramos uma Terra muito mais velha do que aquela de onde havíamos partido.
Mas será que não conseguiremos viajar a uma velocidade maior do que a velocidade da luz? Carl Sagan para iniciar a explicação da Teoria da Relatividade, começa por nos contar como Albert Einstein chegou às conclusões que o levaram a essa teoria.
Leva-nos então à Toscana, no norte de Itália, que é um lugar intemporal e foi nela que em 1895, um jovem alemão excluído de uma escola alemã se fixou, encontrando ali um reino livre para a sua mente explorar.
Foi este jovem que começou a pensar sobre a luz, e sobre como ela viaja rápido. Mas como todos os corpos estão em movimento constante, pois a própria Terra gira a mais de 1600 Km por hora, era difícil para o jovem poder imaginar um padrão absoluto, contra o qual podia medir todos os outros padrões relativos.
Ele tinha ficado fascinado pelo Livro Popular das Ciências Naturais, escrito por Bernstein em 1869. Logo na primeira página do livro ele encontrou uma descrição sobre a assombrosa velocidade da eletricidade pelos fios e da luz pelo espaço.
Refaz assim o sonho de adolescente de Albert Einstein de viajar num feixe de luz, e explica-nos primorosamente a sua Teoria da Relatividade, e as deduções que preveem que a velocidade da luz produziria estranhos efeitos, mas daria aos exploradores espaciais a possibilidade de, numa só vida, irem até ao centro da galáxia. Mas voltariam, contudo, a uma Terra muito mais velha do que aquela de onde haviam partido.
Carl Sagan ainda em Itália, na cidade de Vinci, fala-nos também de Leonardo da Vinci e da sua paixão por poder um dia voar, que desenhou tantas paisagens aéreas e que fez tantos projetos e protótipos para que o homem pudesse voar, mas que nunca resultaram, porque a tecnologia não estava preparada.
Na mesma sala onde estão algumas das réplicas de protótipos de Leonado da Vinci, Carl Sagan mostra-nos projetos de naves espaciais preliminares (Oríon e Dédalo), que nos poderão levar um dia às estrelas. Diz-nos no entanto que este é um objetivo para mais de mil anos e os motores dessas naves teriam de ser do tamanho de pequenos mundos.
Explica-nos em seguida, os efeitos decorrentes da velocidade da luz e as suas implicações em teóricas viagens no tempo ou em viagens interestelares.
Para isso compara a história, com uma multidão complexa de fios profundamente entrelaçados, representando forças biológicas, económicas e sociais, que não se desembaraçam com facilidade.
Diz-nos que os gregos antigos imaginavam que o curso dos eventos humanos eram constituídos por uma espécie de tapeçaria criada por 3 deusas, as Parcas (Nona, Décima e Morta). Factos menores aleatórios geralmente não têm grandes consequências, mas alguns que ocorrem em conjunturas críticas podem alterar a tecedura da história, podendo até haver casos em que mudanças profundas podem ser feitas por ajustes relativamente triviais.
Diz-nos também que quanto mais um facto está no passado, mais poderosa é a sua influência. Por isso para afetar profundamente o futuro, um viajante no tempo teria que escolher, entre a probabilidade de intervir em vários factos que estão selecionados muito cuidadosamente, para poder mudar a tecedura da história.
Parte então a bordo de uma imaginária Máquina do Tempo de Herbert George Wells, para explorar a fantasia dos mundos imaginários que nunca existiram.
Diz-nos que, se, Paulo, o Apostolo ou Pedro, o Grande, ou mesmo Pitágoras não tivessem existido, o mundo seria muito diferente daquilo que é hoje. Pergunta ainda se algumas das luzes do florescimento da ciência, como a dos antigos jónios, não se tivesse apagado, como estaríamos? E outras perguntas são feitas, para concluir que talvez tivéssemos poupado dez ou vinte séculos e já estivesse-mos indo às estrelas.
No final faz uma viagem imaginária para as estrelas e para os mundos à volta delas que permanentemente nos chamam…
Fala-nos então na evolução do universo e a da vida na terra, falando-nos também de nós humanos, dizendo que enfrentamos um ponto de ramificação critico na história.
O que fazemos neste momento na Terra vai-se propagar pelos séculos e afetar a vida dos nossos descendentes. Os erros que cometermos agora irão comprometer a nossa civilização no futuro.
Se nos deixarmos cair na superstição, na ganância ou na estupidez, poderemos mergulhar o nosso mundo numa escuridão mais profunda do que o intervalo de tempo entre o colapso da civilização clássica e o Renascimento italiano.
Mas também somos capazes de usar a nossa compaixão e a nossa inteligência, a nossa tecnologia e riqueza para fazermos uma vida plena e significativa para todos os habitantes deste planeta que é a nossa casa. Para aumentar enormemente o nosso entendimento do Universo e levar-nos às estrelas…


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=cqfOU_iRl2U http://pt.wikipedia.org/