Não Bate a Bota com a Perdigota…


Como se sabe o sistema educativo é, entre outras coisas, um processo de distribuir os jovens por vários tipos diferentes de ocupação.

Mas em que idade se faz o despertar de uma vocação ocupacional?
Uma vez, um professor meu de filosofia disse-me que o despertar vocacional se fazia a partir dos 15 anos. Se assim é, não sei ao certo…
Embora haja alguns casos cuja vocação despertou a partir do final da infância, na realidade esta é na generalidade feita, e isso todos sabemos, entre a adolescência e a fase adulta. Por isso é um processo que a nível de escolaridade é realizado entre o 3º Ciclo e o início da Universidade ou até após esta, para aqueles que não a completam ou que se desiludem com o curso que tiraram.
Ora na passada semana o nosso Ministro da Educação, Nuno Crato, ao visitar uma escola do 2º Ciclo, dizia que por se adivinhar que no futuro os engenheiros no nosso país seriam escassos, era necessário manter EVT, como disciplina fundamental no despertar de vocações técnicas.
Quanto à importância da disciplina de Educação Tecnológica para a formação de base técnica, penso que não haverá qualquer dúvida, até por uma razão histórica, pois esta sempre existiu, embora com outro nome (Área Vocacional/Trabalhos Oficinais), e como disciplina obrigatória, no nosso sistema de ensino.
Se assim é, porque é que no início deste ano letivo este governo retirou do sistema educativo a mesma disciplina no 9º ano (onde se começam a consolidar vocações), colocando-a, quer no 7º ano, quer no 8º, como oferta de escola opcional para o 3º Ciclo, dando a oportunidade a certas escolas com alguma autonomia pedagógica, de varrer simplesmente a disciplina dos currículos destes anos?

Serão as criancinhas de 10 e 11 anos, capazes de ter uma memória de elefante, sobre o pouco “cheirinho” tecnológico que se consegue ministrar no 2º Ciclo?
Realmente não bate a bota com a perdigota!...

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