Sem dúvida, uma bela fotografia


O fotógrafo português Daniel Rodrigues, distinguido hoje pelo júri do World Press Photo, espera que o prémio lhe traga «trabalho», porque, contou à Lusa, está desempregado desde setembro e teve que vender o seu material fotográfico.

Sem dúvida que “algo está errado”.

 

Os asteroides do dia...


Um asteroide de 45 metros de diâmetro - vigiado pela NASA - "roçou" a Terra esta sexta-feira sem fazer estragos, contrariamente ao meteorito que hoje, cerca das 09h00 caiu na Rússia e fez pelo menos de 1200 feridos.

Com um peso aproximado de 135 mil toneladas e batizado como "2012 DA 14", o segundo asteroide passou a cerca de 27 mil quilómetros da Terra, pelas 19h25 TMG, indicou a agência espacial americana (NASA).

A queda do primeiro asteroide que caiu na Rússia foi acompanhada de fortes explosões, segundo testemunhas citadas pela rádio Eco de Moscovo, que num primeiro momento consideraram que um avião havia explodido durante o voo.

O meteorito pesava várias toneladas e poderia ter várias dezenas de metros de comprimento, segundo cientistas consultados pelos meios de imprensa russos.

«Era um meteorito bastante grande, com várias dezenas de metros de comprimento. (...) Os corpos de menos de 50 metros desintegram-se quase sempre na atmosfera, e não se queimam totalmente, chegam à Terra só pequenos fragmentos», disse Nikolai Zheleznov, especialista do Instituto de Astronomia Aplicada.

Sergei Smirnov, cientista do Observatório Astronómico de Pulkovo, afirmou que o objeto «tinha uma massa de várias dezenas de toneladas e que seguramente se pôde ver com clareza no céu».

No entanto, alguns meios de imprensa informaram que sobre os Montes Urais havia caído uma chuva de meteoritos.

«Não foi uma chuva de meteoritos, mas um meteorito que se desintegrou na camadas baixas da atmosfera», disse à agência Interfax a porta-voz do Ministério para Situações de Emergência da Rússia, Elena Smirnij. No entanto a queda do meteorito não influiu nos níveis de radiação, que se mantêm dentro dos parâmetros de normalidade para a região.

Fonte: http://diariodigital.sapo.pt/


Ler e ouvir mais em:
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=628197&tm=7&layout=123&visual=61

Talmont Sur Le Gironde - 6º Dia - Parte III



!

O caminho junto da muralha a beijar Le Gironde, leva-nos mais rapidamente à Igreja, uma joia românica, do séc. XII, construída pelos monges da Abadia de Saint Jean d'Angely. A bela igreja de claro calcário está construída no final da península e envolta por penhascos que caem a prumo sobre as águas de Le Gironde.
Lá chegados, observamos as esculturas do portal, que ali estão disponíveis como um livro aberto, para peregrinos e visitantes de todas as idades. A fachada oeste do edifício da igreja foi reconstruída em estilo gótico no séc. XV, depois de uma falésia ter caído no estuário.
A bela igreja românica tem assim sido ameaçada pela erosão das falésias corroídas por correntes do poderoso estuário, que ali se começa a encontrar com o Oceano Atlântico, mas têm sido feitos trabalhos que ajudaram a restaurar o seu esplendor.
Com vista para a aldeia, a igreja fica no pico São Radegund acima do Gironde e é cercada por um pequeno cemitério selvagem e belo, imbuído de uma poesia impar, pois encontra-se cheio de flores da espécie hollyhocks, que no verão nos mostram uma enorme perfusão de maravilhosos tons. Deste pequeno cemitério a vista sobre o estuário Le Gironde e as falésias que cercam Meschers sur Gironde, é absolutamente fabulosa.
Atrás da igreja, junto da muralha e rodeada pelos restos de uma passarela, oferece-nos uma vista única sobre o estuário e da costa do Médoc. Neste lugar, Le Gironde atinge sua maior largura, 12 km.

Esta igreja servia de etapa obrigatória para os peregrinos que, em cada ano, faziam a peregrinação para São Tiago de Compostela, na Galiza.
Depois é hora de se percorrerem as ruas medievais, estreitas, empedradas e por vezes sinuosas, que nos levam pelo interior do pequeno povoado na descoberta da sua peculiar arquitetura, com casas baixas, caídas de branco de portadas pintadas de azul clara ou mais profundo. Ladeando as portas também azuis, mais uma vez a preferência pelas hollyhocks de várias cores, marcam para sempre presença nas recordações daqueles que visitam Talmont.

Nas ruelas artesãos e artistas, pintores e ceramistas, lojas de cartões postais e souvenirs, cafés e restaurantes aguardam os tão esperados visitantes, que vão trazendo vida em todas as estações à antiga vila e animando pacientemente aquele lugar, que vai domesticando os perigos e sobrevivendo aos séculos.
Foi para um destes restaurantes que caminhámos quando anoiteceu e mais uma vez os “moules frits” (mexilhões com batatas fritas) eram o prato mais servido e mais fresco. Parece que nos restaurantes franceses mais populares não só os moules frits são o prato forte, como parece haver pouco tempo, paciência ou arte para coisa diferente.

Pretendíamos pernoitar na vila, e ali ficámos pelo menos até depois da meia-noite. O parque de estacionamento relvado fronteiro à village era extraordinariamente convidativo à pernoita, mas estava estranhamente vazio. Já passava da meia-noite quando sensitivamente me apercebi que havia perigo, e essa desconfiança foi confirmada um pouco mais tarde, com um murro dado do lado de trás à autocaravana, possivelmente para experimentarem se estava alguém acordado. Abrimos a porta e viemos ver o que se passava, mas só vimos um carro arrancar a grande velocidade.
O parque de estacionamento vazio e alguns letreiros a anunciarem cuidados com os pertences deixados dentro dos automóveis, foram o suficiente para deixarmos a bela village e rumarmos a Royan.
Em Royan descobre-se que todos os arredores são hostis à presença de autocaravanas. Rumámos então ao centro da cidade para pernoitar em lugar de sugestão do GPS, registado a partir de um Site de ACs francês.
Acordar, tomar o pequeno-almoço e tomar banho “no meio da rua”, no centro da cidade enquanto esta acontece e labora, é uma sensação única, de invisibilidade e liberdade, difícil de descrever…
Ali mesmo ao nosso lado, dois pequenos carros servem durante a noite, à vez e por turnos, de quarto de dormir a rapazes e raparigas que por ali, tinham o seu emprego estival. Todas as épocas e todos os países têm gerações de sacrifício...
Fonte: http://www.pays-royannais-patrimoine.com/ ; http://www.location-et-vacances.com/ ; http://villagesdefrance.fr/ www.espacoerrante.blogspot.com/

Escola Óscar Lopes apelo à solidariedade com comunidade educativa




Caros colegas,

Ontem faleceu um elementos da nossa comunidade educativa, em pleno exercício das suas funções, conforme documento em anexo, que gostaria que lessem na integra para evitar qualquer informação incorreta.

Sentimos pouco apoio das entidades que nos superentendem. A DREN informou a Comissão Executiva que hoje teríamos que voltar a trabalhar como se nada tivesse acontecido. A nossa dor e revolta é enorme.

A maioria dos professores não conseguiram dar as suas aulas, e por isso ficaram em silêncio na sala dos Professores. Com certeza que iremos ser sujeitos a algo que não desejaríamos.

Neste momento necessitamos de fazer o luto, e conversarmos no sentido de encontrarmos soluções para evitar futuros problemas iguais, até porque nesta escola e noutras escolas estão identificados alunos como sendo igualmente problemáticos e potenciais geradores de questões como esta.
Apelamos à V/ solidariedade, no sentido de divulgar a carta anexa,
Se vos for possível gostaria que enviassem a V/ opinião solidária com a nossa posição; para a nossa direção executiva; direccao.aems@gmail.com, DREN dren@dren.min-edu.pt e Camara Municipal de Matosinhos. mail@cm-matosinhos.pt

Contamos com a V/ solidariedade


Obrigada

 

Escola Professor Óscar Lopes

CARTA ABERTA

         Morreu um de nós: um daqueles que zelava pela segurança de todos (alunos, funcionários e professores); O nosso elo mais forte, em pleno exercício das suas funções. Para evitar que um aluno maltratasse um colega fazendo perigar a sua vida, durante a aula, mesmo perante a pronta ação do professor e de um funcionário, foi pedida a intervenção dos vigilantes da escola, para que fosse conduzido à Direção Executiva para que esta acionasse os técnicos da Escola Segura. Desde o início do comportamento, de extrema violência, materiais foram destruídos, funcionários e docentes ameaçados de morte verbalmente e agredidos fisicamente. O esforço dos vigilantes em controlar tais atitudes foi imenso mas não conseguiram evitar a destruição descontrolada de mesas, quadros, armários, cadeiras e os atos de ataque físico. Já na Direção Executiva, e perante o continuado comportamento violento, o vigilante Correia manietando o aluno, manteve-se como pilar determinante na segurança física de outros elementos da comunidade educativa, que tentavam também intervir. Mais de dez pessoas tentaram, sem sucesso, conter o aluno! Assim, perante uma violência física e emocional tão demorada e brutal o vigilante Correia colapsou. De imediato foi assistido por professores e funcionários que lhe fizeram as manobras de reanimação (respiração boca a boca e massagem cardíaca) até à chegada do INEM, que prestou toda a assistência possível que, no entanto, se mostrou ineficaz para salvar o Sr. Correia. Estamos profundamente abalados e consternados com o falecimento do colega em pleno exercício das suas funções, num local, por excelência, educativo, onde uma morte nesta situação é inaceitável. Estamos de luto, estamos perante algo que não conseguimos aceitar e, por isso, não sentimos capacidade de gerir emocionalmente uma situação tão dramática; estamos na escola sem darmos aulas, incapazes de pedagogicamente abordar o assunto junto dos restantes alunos. Todos os que se encontravam na escola ficaram em choque. Como pode isto ter acontecido numa escola? Que ambiente se vive? Que aprendizagens se fazem quando há quem possa frequentá-la enchendo-a de ameaças e de violência? O contexto escolar do Agrupamento está pormenorizadamente descrito no Projeto Educativo. Todos os profissionais que nele trabalham estão conscientes do universo em que se movem e procuram por todos os meios ajudar a orientar crianças e jovens de um meio problemático, com fragilidades várias, com comportamentos difíceis de gerir. Temos uma equipa técnica preparada e muito ativa, no âmbito dos recursos TEIP. Lidamos com os problemas que vão surgindo e conseguimos muitos resultados positivos. No entanto, há sempre um pequeno número de alunos, bem identificados na escola, que ultrapassam todos os limites do aceitável numa comunidade escolar, pois põem em risco os seus membros, a nível físico e psicológico, de forma sistemática: não aceitam a autoridade de ninguém, pelo que não cumprem as regras da escola, nem as mais básicas de convivência; ameaçam; aterrorizam; agridem. Em relação a estes alunos já tudo foi feito, desde as estratégias aplicadas pelos professores e pelos diretores de turma para motivar o aluno para a aprendizagem e para a socialização, passando pelas medidas previstas no Estatuto do Aluno, completamente ineficazes para estes casos. Tiveram a intervenção do SPO, GAAF, ADEIMA, CPCJ, Tribunal de Menores. Aos diretores de turma são pedidos relatórios, pareceres, esclarecimentos de todos estes organismos. Enquanto isto acontece e durante anos, a situação destes alunos na escola mantém-se inalterada, até os jovens saírem da escolaridade obrigatória ou terminarem o ciclo de estudos. Isto é, embora várias instituições estejam envolvidas, a escola tem de manter os alunos ou transferi-los para outras escolas, deslocando o problema, não resolvido, para os outros. Estes continuam assim a ameaçar e a agredir colegas, funcionários e professores, continuam a impedir os colegas das turmas em que estão inseridos de poder ter um ensino de qualidade, minando as aulas. Têm e criam um sentimento de poder ter impunidade e de ausência de limites, que é o oposto do que lhes deveria ser ensinado. A escola regular não pode dar a estes alunos a resposta de que eles precisam. A tutela não está a cumprir o seu papel, que inclui o de resolver a situação destes alunos e o de proteger o direito à educação e à integridade física e psicológica de todos os outros e de quem trabalha nas escolas. Por estes motivos, dirigimo-nos à Tutela, exigindo que, com a maior urgência, se debruce sobre este problema e o resolva eficazmente, criando acompanhamento adequado às crianças e jovens com comportamentos disruptivos, que põem em riscos elementos da comunidade escolar em que se inserem. Este acompanhamento terá de implicar o afastamento destes jovens das escolas regulares e a sua integração em ambientes controlados, específicos e preparados para este tipo de perfil psicológico. Morreu o Sr. Correia, dizemos. Já tinha problemas de saúde, dirão. Nos olhos uns dos outros lemos, «Mataram o Sr. Correia».

Matosinhos e EB 2, 3 Professor Óscar Lopes, 31 de janeiro de 2013

Assinatura de docentes e não docentes

Talmont Sur Le Gironde - 6º Dia - Parte II




A chegada a Talmont Sur Le Gironde aconteceu já ao final da tarde e antes de anoitecer queríamos visitar toda a vila.

Talmont sur ​​Le Gironde que é conhecida na região como a "Pérola do Estuário", é também uma das mais belas aldeias de França, construída em 1284 e candidata a “village historique”. A antiga vila medieval do séc. XIII é toda murada, constituindo uma fortaleza situada numa bela península, que conserva ainda muitos vestígios da sua antiga história.


Entra-se na península e logo se observa que o istmo é estreito, podendo ver-se a água do estuário de ambos os lados da estrada. O cenário está logo à entrada garantido e logo se observa um grande estacionamento com algumas árvores, que espera por nós.

Estacionada a autocaravana sob uma tília venerável, a visita a esta "cidade fortificada" da Idade Média, tem obviamente que se fazer a pé, uma vez que estamos numa vila medieval, com ruas muito estreitas, onde não é possível perdermo-nos pois todas vão dar à sua igreja construída no séc. XII.

O empolgante percurso pedestre obviamente compreende uma rede de ruas, que não mudou desde há oito séculos e podemos comprar logo à entrada um plano guia da vila medieval.

A partir do portão da cidade podemos caminhar para o promontório pela Grand Rue du Port, onde na caminhada começamos por passar pela margem direita do riacho que do lado esquerdo da península vai desaguar ao estuário.

A caminho do penhasco e do porto, observamos os barcos de pesca ancorados a ancoradouros em palafitas, bem como as tradicionais e famosas construções de pesca em casas palafitas, que servem para pescar na maré cheia. Estas construções são o mais distinto e etnográfico do lugar, onde com uma espécie de rede caracoleira guinchada do posto de trabalho (uma casa cujos alicerces estão armados em paliçada na encosta sobre a praia), a uns bons dez metros de altura, coberto e sentado, uma espécie de pesca profissional de cana na praia, mas com rede.

A Rue des Fleurs leva-nos ao Promontório do Castelo velho onde o olhar se estende pela costa e pelo Estuário Le Gironde, até ao Pointe de Grave. Ali se vê uma praça rodeada pelos restos de muralhas, construídas sob as ordens do rei Eduardo I de Inglaterra, em 1284.

Depois caminha-se circulando-se as muralhas, sempre com vista sobre Le Gironde, apreciando os aromas marinhos tão especiais naquela península que tanto se assemelha a um navio.


Fonte: http://www.pays-royannais-patrimoine.com/ ; http://www.location-et-vacances.com/ ; http://villagesdefrance.fr/

 

Uma Aposta na Coragem


“Em verdade temos medo. Nascemos no escuro. E fomos educados para o medo.”, escreveu o poeta Carlos Drummond de Andrade.

O medo permanentemente acompanhou o homem através da história. Para fugir do medo, o homem buscou na religião e na ciência maneiras de explicar e controlar o desconhecido. Mas se o medo é o sentimento que nos paralisa, ele também pode ser um chamado para a sua superação.

Neste Café Filosófico, o filósofo Oswaldo Giacóia Júnior, analisa o sentimento do medo em diferentes épocas e mostra-nos que o medo pode ser entendido também como um convite à coragem.


Oswaldo Giacóia Júnior é um filósofo e professor brasileiro. Graduou-se em Direito, no ano de 1976, pela Universidade de São Paulo, e em Filosofia, no mesmo ano, na Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Tem seu mestrado em Filosofia, em 1983 pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e o doutorado em Filosofia, realizado no ano de 1988 pela Universidade Livre de Berlim.


 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=BBsz7DwjFH8 ; http://www.cpflcultura.com.br/2009/09/02/integra-aposta-na-coragem-oswaldo-giacoia/ ; http://pt.wikipedia.org/

A reorganização neoliberal da escola



A reorganização neoliberal da escola, em que os alunos são vistos como "clientes", os professores como "colaboradores", a aprendizagem como um "produto", o sucesso académico como um indicador de "qualidade total", o planeamento pedagógico como "acção de empreendedorismo", a gestão escolar como "direcção corporativa" e os pais e a comunidade como "stakeholders", e o investimento como um "custo orçamental", esta reorganização, dizíamos, tem destruído uma boa (e talvez a melhor) parte do edifício da escola pública, enquanto escola democrática, inclusiva e meritocrática.

O pretenso ideal de fazer funcionar uma escola sem professores reflexivos, activos e motivados, sem custos e sem autonomia, foi experimentada por todos os sistemas mais ou menos autocráticos, mais ou menos ditatoriais. Os resultados também estiveram sempre à vista: no Portugal do início da década de setenta do século passado, quase metade da população era analfabeta e apenas sete em cada cem estudantes que terminavam o secundário continuavam estudos na universidade.

Décadas de investigação científica provaram que todo o desinvestimento na educação sempre redundou num atraso do desenvolvimento social, cultural e económico desses países e que as posteriores tentativas de recuperação do "tempo perdido" se revelaram demasiado lentas e de custos agravados. Portugal, infelizmente, também conhece essa realidade: quase quarenta anos após a revolução de Abril de 1974, o nosso país continua a ter níveis de iliteracia elevados, de insucesso e abandono escolar preocupantes, taxas de diplomados no ensino superior das mais baixas da comunidade europeia, e a prova é que ainda temos muitos estudantes com mais habilitações académicas que os seus pais e com avós analfabetos.

Nos últimos anos, os nossos responsáveis pela educação têm preferido a diminuição forçada do défice orçamental, ao espontâneo desenvolvimento e crescimento dos indicadores que ajudam a definir o conceito constitucional de "escola para todos". Mais recentemente, a actual equipa do ME tem dado claros sinais de que prefere o elitismo à universalização do conhecimento, assim como prefere a "escola académica" à "escola do desenvolvimento integral". Tem direito às suas opções e o dever de aceitar as divergências.

A situação, por isso mesmo, revela-se-nos preocupante. Com o ataque à escola pública e ao sistema nacional de saúde, caminhamos para um grave retrocesso que nos reconduzirá a uma sociedade que privilegia a exclusão, o lucro às pessoas, a divinização do primado do privado sobre o bem público…

E tudo isto acontece em pleno desenvolvimento da sociedade do conhecimento, da globalização, que também ela é partilha da inovação e do progresso. Acontece na escola onde os actuais alunos, apesar da sua natural diversidade, provêm de uma geração "digital", e se revelam sujeitos activos e imprevisíveis quanto ao domínio das novas tecnologias e, sobretudo, quanto ao uso dos seus meios e conteúdos…

Ou seja, numa escola que alberga uma geração em que o acompanhamento das actividades dos alunos dentro e, também, fora da sala de aula, e em que a formação parental, proporcionada por essa mesma escola se revelaria fundamental, ninguém se pode dar ao disparate de afirmar que existem recursos humanos e tecnológicos dispensáveis. Recursos humanos cuja formação especializada custou tempo, dinheiro e muito investimento em estruturas e equipamentos, e que, de um momento para o outro, se vêem desperdiçados, num país que necessita ainda de muita educação e promoção cultural.

Aguardemos, impacientemente, que os estudos venham a revelar, uma vez mais, a correlação positiva que existe entre o desinvestimento na educação e o aumento do défice sociocultural da sociedade portuguesa, deixando-nos, eternamente, na cauda dos rankings dos países em que os níveis de desenvolvimento social, científico e tecnológico, são os principais indicadores da saúde e do bem-estar das suas populações.

João Ruivo, in Ensino Magazine


Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico

De Carcans a Royan e Talmont sur ​​Le Gironde - 6º Dia - Parte I



Na manhã do dia seguinte à chegada à AS de Carcans, observamos que esta está rodeada por um pinhal alto que alberga um grande número de confortáveis bungalows de madeira possivelmente usados por veraneantes de gosto requintado, uma vez que a pequena povoação de Carcans se encontra solitária, rodeada apenas por dunas e mar a oeste e envolta pela Floresta de Landes du Médoc, a sul, este e norte.

Carcans deve muito da sua história e economia à vasta área de pinhal que a envolve. Landes du Médoc é um pedaço da floresta, que faz parte de Landes de Gascogne que Napoleão III mandou ali plantar para fazer face à investida das areias dunais que ameaçavam as terras de cultivo, mais para o interior.

É ali na AS de Carcans que encontramos a primeira matrícula portuguesa, num mercedes estacionado ao lado de uma caravana que aloja quatro jovens rapazes. Um estendal com roupa é marca familiar da presença de verdadeiros portugueses, mas que surpreendem pelo bom gosto na opção por aquelas paragens.
Deixamos a AS e de autocaravana vamos até Carcans. Carcans é um lugar surpresa onde apetece deixar cair a viajem, o tempo e descansar. Sossegado, é povoado de bungalows de excelente bom gosto, de barcos no charco, tudo rodeado de muito pinhal, tudo confluindo e servido por um pequeno e elementar casario que dá nome ao lugar, convenientemente explorado como pequeno centro comercial a céu aberto. Muito recomendável, para quem queira pôr a paz, o físico e algumas leituras em dia.
Mais estrada e mais Aquitânia… em direção à travessia do imenso Estuário do Gironde, em ferry e mais chuva.
No caminho a Floresta de Landes continua a acompanhar-nos e logo mais à frente somos acompanhados pelo Lago d’Hourtin, do lado esquerdo, que com 6.000 há, é o maior lago natural de água doce de França e oferece uma praia de dois quilómetros até Maubuisson. O Lago estende-se no sentido norte-sul, paralelo à costa atlântica, protegido das praias escondidas nas conchas do Ocidente. Rodeado por dunas e floresta, a sua qualidade ambiental é de enorme riqueza de espécies e proteção do património. A pé, de barco ou bicicleta deve de ser empolgante descobrir aquele paraíso de paz. Talvez um dia, quem sabe?...
Mais tarde chega-se ao Estuário do Gironde. Em Le Verdon-sur-Mer apanha-se o ferry que nos levará numa viagem até Royan, do outro lado do estuário.
O Estuário do Gironde ou simplesmente O Gironde localizado no sudoeste da França e é formado pelo encontro de dois rios, o Dordogne e Garonne.
Quando se chega a Royan, seguimos pela estrada paralela ao estuário até à pequena povoação de Talmont Sur Le Gironde localizada a 15 quilómetros a noroeste, situada numa paisagem de colinas que vão morrer ao Gironde.
Encurralada numa pequena península, a aldeia de Talmont sur ​​Le Gironde não estava no nosso caminho, mas o Guia American Express enaltecia-a como uma das aldeias mais belas de França. Ao chegarmos percebemo-nos logo que se justifica completamente o pequeno desvio.
Construída sobre um pequeno promontório rochoso na margem norte do Gironde, a pequena aldeia de Talmont exala uma sensação refrescante de serenidade, com suas ruas estreitas repletas de flores malva e com casas caiadas de branco, acentuadas por persianas de madeira pintadas de azul.
Fonte: http://fr.wikipedia.org ; http://www.tourisme-aquitaine.fr ; http://www.talmont-sur-gironde.fr/ www.espacoerrante.blogspot.com/
 

Galáxias Longínquas

Os astrónomos têm notado há já algum tempo, que em muitas pesquisas sobre os objetos do Universo longínquo, uma grande fração da radiação intrínseca total não tem sido capturada. Agora, graças a um rastreamento profundo executado com dois dos quatro telescópios gigantes do sistema Very Large Telescope do ESO (VLT), usando um filtro de alta qualidade, os astrónomos determinaram as razões porque uma enorme fração das galáxias, cuja luz demorou 10 bilhões de anos para chegar até nós, não foi descoberta. Esta nova pesquisa ajudou a encontrar algumas das galáxias menos luminosas já vistas nos confins do Universo.

Um dia a Via Láctea irá chocar com a nossa galáxia vizinha Andrómeda, que é a única galáxia detetada que se está a aproximar de nós, a 100Km por segundo. Todas as outras já detetadas se estão a afastar da nossa galáxia.

Mas o perigo não está só na aproximação de Andrómeda. No centro da nossa galáxia, bem mais “perto de nós”, encontra-se um imenso e voraz buraco negro que engole muita matéria permanentemente.

Mas tão enorme é o Universo em toda a sua glória e potência, que faz com que o ser humano não tenha suficiente compreensão sobre a sua razão de existir neste cosmos.

Pode até parecer uma ilusão, mas a verdade é que um dia teremos que abandonar este planeta para podermos sobreviver, pois o nosso Sol morrerá e levará o nosso pequeno planeta com ele.

Depois até a nossa galáxia morrerá, levando todos os seus sistemas estrelares com ela... E por fim, o nosso Universo morrerá, levando todas as galáxias com ele.

Os passos para a sobrevivência da nossa espécie, estão sobretudo na união de todos versando um objetivo comum, para conseguirmos sobreviver à morte do nosso sistema solar, à morte de nossa galáxia e à morte de nosso Universo, e para isso devemos encontrar as formas de podermos no momento certo viajar para outro sistema solar, mais tarde para uma outra galáxia e por fim para um outro Universo, se porventura existir!

Quando tivermos que enfrentar esses momentos, nada mais além disso terá importância e tudo o que estiver à nossa volta e não for relacionado com isso é uma ilusão ou distração do objetivo final de nossa espécie e das outras espécies que connosco possam coabitam no Universo, pois o que realmente vai interessar nessa altura será sobreviver!...

Mas esses tempos estão ainda muito longe de nós, mas se fosse amanhã eu seria daqueles que preferiam ficar, pois nada mais será igual.

No entanto e felizmente, nenhum destes desastres se preveem para breve. Mas também não são estes os fenómenos mais temidos pelos cientistas, que demonstram inquietação sobretudo com a mudança climática e alertam que o aquecimento do planeta é o que mais se parece com o temido Fim do Mundo.

E esta inquietação não é um simple temor ou hipótese. Secas, tempestades e outras catástrofes naturais tornam-se mais frequentes e intensas com o aumento das temperaturas mundiais, que poderam começar a registrar progressivamente temperaturas mais altas, de +2°C, +4°C e até +5,4°C até 2100. Isto equivaleria a um suicídio coletivo não só da espécie humana, mas também de toda a natureza como a conhecemos, advertem os cientistas, que intensificam os pedidos para conter o devastador aquecimento do planeta.  

De uma coisa a espécie humana não se pode esquecer, para vivermos precisamos da natureza e do clima em equilíbrio, sol, ar puro, água limpa, precisamos das florestas e de alimentos saudáveis.

Por isto tudo devemos respeitar sobretudo a natureza e os limites, para conseguirmos uma humanidade mais fraterna, mais tolerante, mais ativa na preservação da sua qualidade de vida. Tudo isto será necessário e fundamental para que realmente a vida tal como a conhecemos se mantenha. 

"Galáxias Longínquas", é 12º Episódio de uma série de documentários relativos ao tema geral “O Universo”.



Fonte: http://www.youtube.com/ http://noticias.terra.com.br/

De Arcachon a Cap Ferret e Carcans - 5º Dia - Parte II




 
Deixamos a Duna du Pilat, ao sul, e continuamos viagem até Cap Ferret, ao norte (não se deve confundir Cap Ferrat, que fica na Cote d'Azur).

Nesta etapa contorna-se a Bacia de Arcachon, o golgo interior que é formado nesta zona de França e que faz com que as suas margens com praias de areias finas e brancas sejam balneários privilegiados.

Localizada na Aquitânia, nela podemos observar uma densa floresta de pinheiros que a rodeia, pantanal e litoral oceânico, que nos dão paisagens sem igual, feitas de bancos de areia, parques de ostras e dunas.

It is a popular bathing location on the Atlantic coast 55 kilometres (34 mi) southwest of Bordeaux in the LanÉ um local de banho popular numa costa de mar interior, com cerca de 55 Km a sudoeste de Bordéus e junto da floresta de Landes, o maior pinhal marítimo da Europa.

Em primeiro lugar Arcachon is known for the "Arcachonnaise", the local name for an Arcachon villa , which is the architectural style of many of the older houses built there.Arcachon uma cidade balneário, conhecida localmente por "Arcachonnaise", com casas de arquitetura vitoriana, é um local charmoso e profundamente humano. Em 2 de maio de 1857, quando o imperador Napoleão III assinou a sua "certidão de nascimento" oficial, esta cidade era apenas uma floresta de pinheiros, carvalhos e medronheiros, sem ligações rodoviárias, com algumas cabanas de madeira e menos de 400 pessoas, na sua maioria pescadores e camponeses.

À saída de Arcachon, vê-se o Observatório de Santa Cecília, rodeado de pinheiros. Também conhecido como o rascunho da Torre Eiffel, é um miradouro e foi projetada Paul Régnauld com pitacos de Gustave Eiffel, que anos mais tarde faria a famosa torre parisiense. Dizem que Eiffel utilizou nesse projeto alguns fundamentos que foram aplicados depois na construção da Tour Eiffel.

Do lado oposto a Arcachon é Cap Ferret, um lugar muito mais sossegado e um resort chique, mais popular para celebridades, que ali têm casas de férias bem vedadas a olhares indiscretos.

Em Cap Ferret parámos para o jantar, e mais uma vez os já obrigatórios Moules Frites, mas desta feita com um bom acompanhamento musical, com baladas de um espontâneo, em estilo de réplica saudosista de Jaque Brel.

Da estrada a caminho de Carcans Plage, pouco há a descrever, pois à noite todos os gatos são pardos. É também a noite que nos leva até à AS de Carcans. Mal localizada em GPS, não foi de ser encontrada, mas fomos gentilmente conduzidos por uma patrulha de policiamento local que interpelámos, eram quase 03h00 da madrugada.

Não fora a condução policial e os diversos autocaravanistas presentes, o local escuro como breu, dentro de um pinhal afastado da vila, não nos tinha convencido, nem deixava perceber da generosidade da oferta envolvente, que só se haveria de descobrir no dia seguinte.

Durante a noite, lá pelas 05h00 da madrugada fomos acordados por um enorme barulho de garrafas de vidro a partirem-se e a rolarem pelo chão. Um pouco assustados olhámos pelas janelas para o exterior e qual foi o nosso espanto, observámos uma vara de javalis que rodeava os vários caixotes de lixo colocados nas imediações da AS, atirando-se aos depósitos para os tombarem. Algum tempo durou a confusão, mas depois de conseguirem os seus intentos os bravos animais abandonaram o local, deixando-nos de novo repousar.
Fonte: http://www.unoencadalugar.com.br/ http://en.wikipedia.org/ www.espacoerrante.blogspot.com/