Visita a Venezia - 1º Dia - Parte I




O sossego da manhã levou a que acordássemos tarde e pelas onze horas posemo-nos a caminho de Venezia. Os bilhetes para o autocarro compravam-se na recepção do parque de campismo e na paragem o autocarro não tardou a chegar. A entrada na ponte e a paisagem durante toda a travessia até à ilha onde se encontra Venezia, é por si só digna de atenção e registo. A Ponte della Libertà liga a cidade ao continente e à Estação Ferroviária de Santa Lucia, à entrada do Grande Canal.

Depois a natural empolgação que nos acompanha na primeira abordagem antes da chegada à cidade, pois não podemos esquecer que Venezia é uma das cidades mais fantásticas que se podem conhecer, e seria óptimo que todos a pudessem visitar pelo menos uma vez na vida.No século XX, para com facilidade se aceder à cidade, foram realizadas algumas obras de ligação a Venezia, como a Ponte della Libertà, uma estrada para automóveis que não é mais do que uma espécie de um aterro em vários pontos, que permitiu uma ligação fácil ao continente; a construção da estação ferroviária de Venezia de Santa Lucia e um grande estacionamento nivelado e um silo automóvel.

Para além destas ligações para o continente, no extremo norte da cidade, o transporte automóvel dentro da cidade é inexistente continuando a ser, como nos séculos passados, inteiramente na água ou a pé. Venezia é assim a maior urbe e a única da Europa liberta de carros.Venezia estende-se por uma área de 412 km², incluindo as ilhas de Murano, Burano, Torcello e outras ilhas situadas na laguna de Venezia, como a sua famosa praia, a comprida e estreita ilha do Lido.

Quando lá chegámos dirigimo-nos para a sede principal da Azienda Trasporti Consorzio Veneziano (o sistema de transportes público em Venezia), junto do principal porto de chegada e partida dos vaporetti, para ali serem comprados os cartões/passes, a fim de circularmos livremente durante os 4 dias na cidade, em qualquer dos seus transportes.O cartão combina tanto o transporte terrestre, como o autocarro e as viagens nos canais principais ou para qualquer das outras ilhas, efectuadas pelos ferrys e “barcos-autocarros”, os famosos vaporetti. No total, existem 25 rotas que ligam os vários pontos na cidade.

Venezia é mundialmente famosa pelos seus canais. A cidade foi construída sobre um arquipélago de 118 ilhas, formadas por cerca de 150 canais numa laguna rasa. As ilhas em que a cidade é construída são ligadas por cerca de 400 pontes. No velho centro, os canais servem como estradas, onde circulam a maioria dos barcos de transporte, inclusive os barcos ambulâncias. No entanto como as várias ilhas são ligadas por inúmeras pontes e estreitas estradas, pode circular-se por toda a cidade a pé, o que diga-se de passagem é bastante aliciante, descobrindo-se ali a real vivencia das gentes de Venezia.O barco clássico veneziano, a gôndola, é nos dias de hoje um transporte muito caro (120 euros por cada meia hora), sendo apenas utilizado por turistas, ou para casamentos, funerais ou outras cerimónias. As únicas gôndolas ainda de uso não são particulares, pois pertencem a autarquia. Há também outro tipo de gôndolas, os traghetti, usadas pelos venezianos que são despojadas de cadeiras de brocado ou veludo e de outros apetrechos de luxo, que cruzam os canais, parando apenas em sete pontos entre a estação ferroviária e a Piazza San Marcos. Os visitantes podem ainda tomar os barcos-táxis entre as várias áreas da cidade, se pretenderem fazer viagens mais rápidas.

A maioria dos venezianos tal como a grande maioria dos turistas viajam pela cidade em barcos motorizados, os vaporetti, que percorrem o Grande Canal aos zig-zags de estação em estação, parando em todas as plataformas flutuantes que servem os principais pontos turisticos, fazendo as viagens regulares ao longo das rotas principais dos canais da cidade. Há ainda vários ferrys que ligam com os vaporettti e que nos levam até às outras ilhas afastadas de Venezia.Fonte: http://mautristeefeio.blogspot.com / Wikipédia.org / http://europeforvisitors.com

Chegada a Venezia

Saímos de Padova já ao final da tarde quando a noite já se adivinhava, e por isso já chegámos a Venezia de noite. Fomos ver o parque automóvel situado à entrada de Venezia, pois tínhamos a informação que ali também podiam estacionar e ficar autocaravanas.

Na realidade o enorme parque de estacionamento tinha zona para autocaravanas, mas não havia nem sombras, nem ligações eléctricas e como pretendíamos ali ficar 4 dias, não haveria baterias que aguentassem.
Resolvemos então procurar um parque de campismo bem localizado, em lugar sossegado e com bons meios de transporte para a cidade. Passámos novamente a ponte de Venezia para o lado continental da laguna, uma vez que a cidade é formada num arquipélago no Golfo de Venezia.

Passada a comprida ponte que liga Venezia ao litoral continental da laguna, virámos na rotunda à direita e parámos no primeiro parque de campismo que encontrámos. O Camping Rialto, na Via Orlanda em Campalto, foi o parque encontrado, que está situado numa localização muito conveniente, a apenas a 10 minutos de Venezia.

O Camping é um oásis de verde, com bons preços, mesmo em alta temporada, muito fresco, com muitas árvores que nos proporcionam boas sombras, oferecendo vigilância, ligações eléctricas e casas de banho com água quente, durante todo o dia e noite. Este parque de campismo é adequado não só para aqueles que querem visitar a cidade de Venezia, mas também para aqueles que querem passar ali um bom período de calma e sossego.

É muito bem servido por transportes públicos, que de meia em meia hora nos levam rapidamente até à cidade e que circulam até há 1 hora da madrugada, com paragem em frente da entrada do parque. A 100 metros existe um Lidl, muito bem servido de produtos frescos.
Na noite em que chegámos, tivemos o prazer de estarmos à conversa com um jovem casal de Lille, ele português filho de emigrantes e ela francesa. Muito simpáticos, acompanharam-nos durante grande parte da noite, bebericando connosco ginja e vinho do Porto, conforme as preferências.

O mais interessante neste parque, é que vários travestis que ali viviam em caravanas, usavam os balneários femininos, como exige o seu “falso” glamour existencial, cantando enquanto tomavam o seu banho. Uma experiência deveras interessante!..

Santo António de Padova (1191 - 1231)

A maravilhosa Basílica di Santo Antonio, conhecida em Padova simplesmente por Basílica del Santo, leva à cidade anualmente, milhares de peregrinos de todo o mundo. A importância de Santo António é tão grande na Itália que foi o escolhido pelos italianos para padroeiro de toda a Itália. Assim sendo não poderia escrever sobre Padova, sem me debruçar sobre a sua vida, de tamanha importância para os italianos.


Santo António de Lisboa, internacionalmente conhecido como Santo António de Pádua (Lisboa, 15 de Agosto de 1191 - Padova, 13 de Junho de 1231), foi um Doutor da Igreja que viveu na viragem dos séculos XII e XIII. Filho de Martinho de Bulhões e Teresa Taveira, de famílias ilustres, recebeu o nome de batismo de Fernando de Bulhões. Aos 15 anos, entrou no convento da Ordem dos Cónegos Regulares de Santo Agostinho. Primeiramente foi frade agostiniano, tendo ingressado como noviço em 1210, no Convento de São Vicente de Fora, em Lisboa. Aí ficou dois anos, pedindo depois para ser transferido para o Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra, porque eram tantas as visitas de parentes e amigos, que perturbavam sua paz. Em Coimbra fez os seus estudos de Direito, Filosofia e Teologia, sendo também ali ordenado padre.


Nesse mosteiro de Coimbra, hospedaram-se os frades franciscanos do Convento de Santo António dos Olivais, quando viajavam para converter os muçulmanos em Marrocos, na África. Pouco tempo depois, os restos mortais desses frades, martirizados em Marrocos, voltaram a Portugal, para o sepultamento em Coimbra, onde morava na época o rei de Portugal. Nessa ocasião, Santo António sensibilizado, sentiu grande desejo de evangelizar Marrocos por admiração a esses mártires. Por isso, no Verão de 1220, entrou para a Ordem dos Franciscanos, mudou seu nome para António, que era o titular do Convento Franciscano dos Olivais, e foi mandado para Marrocos.


No início de Novembro de 1220, António desembarcou em Marrocos, mas uma terrível enfermidade reteve-o no leito durante todo o Inverno, pelo que resolveram enviá-lo para Portugal. O navio de volta a Portugal foi levado pelos ventos para a Itália. Desembarcou na Sicília e dirigiu-se para Assisi, onde se encontrou pela primeira vez com San Francesco, participando na realização de um Capítulo Geral da Ordem, que se iniciou a 20 de Maio de 1221, em Assisi.


Não demorou para se revelar como um excelente orador e pregador e em Setembro de 1221, fazendo o sermão em Forli, na ordenação sacerdotal de franciscanos e dominicanos, surpreendeu o Provincial, ficando todos maravilhados. Por isso, o Provincial encarregou-o da acção apostólica contra os hereges na região da Romanha, no norte da Itália, onde se tornou um extraordinário pregador popular.
Segundo a lenda foi ali que terá ocorrido o primeiro milagre de Santo António, na cidade litoral de Rimini. Em Rimini, os hereges impediam o povo de ir aos seus sermões. Como ninguém quisesse ouvi-lo, Santo António aborrecido, foi até à praia na costa do Adriático e chamou os peixes para ouvi-lo. Imediatamente, inúmeros peixes apareceram na praia, ergueram a cabeça fora da água ficando a ouvi-lo atentamente, naquele que ficou conhecido como o “Sermão de Santo António aos Peixes”. O povo ocorreu para ver aquele estranho fenómeno e rapidamente o boato sobre este surpreendente acontecimento correu por toda a Itália e a partir daí, Santo António passou a ser ouvido não só em Rimini, mas a ser venerado em toda Itália.


Após alguns anos de frade itinerante, foi nomeado, por carta, por San Francesco, o primeiro ‘Leitor de Teologia’ da Ordem Franciscana. Mas, este magistério de teologia para os franciscanos de Bologna demorou pouco porque o Papa mobilizou todos os pregadores dominicanos e franciscanos para combater a heresia albigense na França.
Por isso, passou três anos, leccionando, pregando e fazendo milagres no sul da França, em Montpellier, Toulouse, Lê Puy, Bourges, Arles e Limoges. Como ocupava o cargo de custódio do Convento de Limoges, foi para Assisi participar do Capítulo Geral da Ordem, convocado por Frei Elias, a 30 de Maio de 1227. Nesse Capítulo foi eleito Provincial da Romanha, cargo que ocupou com êxito até 1230.


Foi transferido depois para Bologna onde foi professor de Teologia e em 1229, foi morar com os seus irmãos franciscanos, perto de Padova, no Convento de Arcella, em Camposampiero. Nesse lugar retirado, a pedido do Cardeal de Óstia, dedicou-se a escrever os sermões das festas dos grandes santos e de todos os domingos do ano. Mas sempre saia para pregações, como por exemplo durante a Quaresma até morrer, aos 36 (ou 40) anos, por uma hidropisia maligna, numa sexta-feira, a 13 de Junho de 1231.Foi tanta a repercussão de sua morte e tantos os milagres a ele atribuídos em vida e desde os primeiros tempos após a sua morte, que onze meses depois de ter morrido foi canonizado pelo Papa Gregório IX. Em 1263, quando seu corpo foi exumado, a sua língua estava intacta e continua intacta até hoje, numa redoma de vidro, na Basílica de Santo António, onde se encontram os seus restos mortais.


Mais tarde, em 1934, foi declarado Padroeiro de Portugal. Em 1946, o Papa Pio XII proclamou Santo António ‘Doutor da Igreja’, com o título de ‘Doutor Evangélico’. Santo António não perdeu sua atualidade e é invocado pelo povo cristão até hoje, para curar doenças, para ser encontrada qualquer coisa perdida e ainda para ajudar a encontrar noivo ou noiva para quem quer casar em breve. Como protetor dos noivos é tradição em Lisboa realizar-se um casamento coletivo, no dia 13 de Junho, na sua Igreja, junto à Sé de Lisboa.


Santo António embora tenha sido um homem simples, discípulo de San Francesco de Assisi, que rejeitou todos os bens materiais, vivendo na pobreza, os cidadãos de Padova construíram em sua honra, um dos templos mais sumptuosos da Cristandade. Mais uma vez o velho ditado "Santos da casa não fazem milagres" parece aqui ser confirmado...


Fonte: http://parlandoditalia.blogspot.com / Wikipédia.org / http://www.angelfire.com


Canto de liberdade

Quero ser livre como pássaro
Voar pelos vastos arvoredos
E pousar nas rústicas palmeiras
Bailar sobre as serras verdejantes
Cantar com os sabiás
O meu canto sorrateiro
Vou dançar nos campos floridos
Beber da água doce da fonte
No fim das tardes penumbras
Contar o segredo da vida
Quero deitar nos braços da noite
No colo da relva adormecer
O sol acariciando o meu rosto
Ao despertar do amanhecer
Despojarei do meu velho manto
Remexo todo meu ser
Deixo minha alma soluçar
Faço do poema o meu pranto
Sou como um barco à deriva
Deixo as ondas me levar
Quero ouvir o canto da sereia
Contemplar a lua cheia
Beijar o mar.

Poema de Maria da Conceição do Amparo Alves

Visita a Padova - Parte XIV




Concluída a visita de autocarro turístico na Piazza del Santo, lugar de início e final da viagem, encaminhámo-nos a pé para a Piazza Prato della Valle, onde estavam a acontecer os preparativos para o início das festas da cidade.Pelo caminho uma paragem para um lanche de pizzas quentinhas, a sair do forno, como não podia deixar de ser… A pizzaria situada na Via Beato Luca Belludi a poucos metros do Prato della Valle, era uma pequena loja antiga num dos bonitos e antigos prédios porticados, que oferecia uma pequena esplanada em local fresquinho e protegido do sol forte, por baixo de arcadas.


À frente da pizzaria e a partir de uma antiga ponte, observa-se a Riviera del Businello, onde corre o rio Bacchiglione, com lindas casas antigas de cores claras que bordejam o rio, com janelas e varandas floridas em ferro forjado, num cenário muitíssimo romântico, dando vontade de ali ficarmos a olhá-lo perpetuamente. Por baixo de galerias porticadas voltamos a caminhar para o Prato della Valle. Lá chegados, encontramos na periferia à sua volta, cafés, pizzarias e restaurantes cheios de turistas e habitantes locais, que tomavam seus aperitivos para o jantar.

Muitos ocupavam lugares nos jardins, bancos e muros que protegem o canal que acompanha o formato oval da enorme praça. Quatro pontes que coincidem com os pontos cardeais atravessam o canal dando acesso ao interior da praça, a “Isola Memmia”, em homenagem a Andrea Memmo, que a pensou e projetou. No centro, um lago com chafariz, uma área bastante frequentada por famílias, crianças e visitantes. A Festa da Anunciação, que é realizada todos os anos em Agosto, que já se preparava desde a manhã, começava a estar próxima do começo, com o concerto que se esperava para o início da noite. A música fazia-se ouvir bem alto e preparavam-se também os fogos-de-artifício que ali iriam decorrer. No Verão é comum verem-se muitos jovens a bronzear-se ao sol, deitados nos relvados ou grupos de adolescentes que ali se reúnem muitas vezes até ao amanhecer.


Fomos até à autocaravana que estava num parque automóvel muito bem guardado, com zona destinada a autocaravanas, perto do Prato della Valle e situada na Piazza Isaac Rabin, que possui uma imponente e bonita porta de entrada. A Piazza Isaac Rabin deve o seu nome a uma homenagem da cidade de Padova ao inesquecível general e político de Israel, que foi o quinto primeiro-ministro de seu país, entre 1974 e 1977, tendo regressando ao cargo em 1992, exercendo funções até 1995, ano em que foi assassinado. Passada a porta para o parque, estranhámos que estivesse vazio e sem carros e sem qualquer autocaravana. Depois à medida que caminhávamos para a nosso carro, ficámos um pouco assustados, pois ao lado dela encontrava-se um carro de polícia e um “casal” de polícias que observava atentamente a nossa autocaravana. Apressámos o passo e quando lá chegámos encontrámos os mesmos polícias a quem recorremos para a queixa do roubo das nossas bicicletas. Não estavam ali para nos dar nenhuma boa nem má notícia, mas esperavam-nos para dali tirarmos o carro, o mais depressa possível, por ser perigoso devido ao fogo-de-artifício que dali iria ser lançado.

Resolvemos a partir desse momento não assistir à festa e ao fogo-de-artifício, partindo para a cidade de Venezia (Veneza), que ficava a apenas a 26 Km de distância. Fonte: Wikipédia.org /http://viajantecronica.com/2011/03/16/prato-della-valle-em-padua/

Visita a Padova - Parte XIII



O autocarro turístico continua o seu percurso pala cidade de Padova. Deixa para trás o Castello Carrarese e a sua imponente Torre della Specola, onde se encontra o Observatório Astronómico da Universidade de Padova, encaminhando-se para Sul.A Torre della Specola fica situada numa ponta da margem esquerda do canal, num local onde dois canais se encontram, um com as águas do rio Brenta e o que atravessa a cidade, com as águas do rio Bacchiglione. Este encontro à séculos é testemunhado pala Torre do Observatório e observa-se um pouco antes da Ponte Paleocapa, que o autocarro atravessa para entrar na cidade antiga.

A cidade nasceu e desenvolveu-se na bacia formada pelos rios Brenta e Bacchiglione que têm ao longo do tempo afetado fortemente o seu tecido urbano. No passado, estas vias fluviais foram essenciais para a economia da cidade, principalmente para a manutenção do trabalho feito pelos muitos moinhos que nas suas margens existiam, e ainda pala óbvia função comercial que teve na cidade unindo-a a Veneza e a outras cidades da província.Além disso, os canais outrora desempenhavam um importante complemento para a defesa das fortificações medievais da cidade. Estes canais, onde correm os rios da cidade, são uma importante obra de engenharia, que foi sendo realizada ao longo dos séculos, especialmente sob o impulso da Sereníssima República de Veneza.

No séc. XIX, foram realizadas obras de conexão com a construção de açudes com comportas que fechavam os canais quando necessário, para permitir a navegabilidade, regularização dos leitos e fluxos de água, sem causar riscos de inundações para a cidade.
Seguindo pela Via Angelo Riello e depois pela Via Alberto Cavalletto, o autocarro prossegue a visita à cidade. Estas ruas com prédios de traça bem mais recente levam-nos rapidamente até à bela Piazza Prato della Valle, que se encontra já com muita gente, onde se processam os preparativos para os concertos do final da tarde e noite.

A Piazza Prato della Valle, a que os habitantes de Padova se referem simplesmente por “Il Prato”, foi concluída em 1775 e reflete os ideais de urbanização iluminista, é habitualmente cenário dos muitos e grandes eventos que a cidade oferece. Segundo reza a história, o primeiro grande acontecimento ocorrido nesta praça foi a decolagem do primeiro vôo italiano em balão, em Agosto de 1808.

Nos dias de hoje esta praça é um espaço monumental de grande impacto visual, de formato oval com uma ilha verde no centro, l'Isola Memmia, que é rodeada por um estreito canal delimitado por dois anéis de magníficas estátuas. É a segunda maior praça da Europa, ficando apenas atrás da Praça Vermelha em Moscou. O cenário oferecido por esta praça, além de bonito é ainda valorizado pelas várias edificações em seu redor, como a Basílica di Santa Giustina, a Loggia Amulea ou Cà Duodo e o Palazzo Zacco, entre outros.


A Loggia Amulea é um palácio de estilo neogótico que foi a sede do corpo de bombeiros de Padova de 1906 a 1989 e atualmente abriga alguns escritórios da edilidade. A fachada frontal rosada do edifício é caracterizada por um lindo e elegante pórtico. Numa das salas junto à varanda grande, são por vezes celebradas casamentos civis. Entre os arcos do belo pórtico observam-se as estátuas de Dante e Giotto (1820-1891).O Palazzo Zacco, mais conhecido como Palazzo dos Arménios, é um edifício de fachada clara, com um bonito pórtico de sete arcos suportados por pilares, que está situado do lado ocidental do Prato della Valle. Foi mandado construir em 1550, pelo "Grande Senhor" Marcus Zacco e desenhado por Andrea Moroni. Concluído em Janeiro de 1557, foi vendido em 1839 à "Congregação Arménia", que lá estabeleceu o "Colégio Moorat", criado pelo legado arménio Samuele Moorat e destinado a acomodar os jovens arménios matriculados na Universidade de Padova. Em 1861, o colégio mudou-se para Paris e o palácio tornou-se propriedade da cidade e, mais tarde, passou para a propriedade das Forças Armadas, abrigando o Clube dos Oficiais.


Naquele dia começava a Festa da Anunciação que se realiza em Padova todos os anos em Agosto, onde é habitual ocorrerem vários espectáculos musicais num grande palco montado na praça, bem como a realização de fogos de artifício, à noite. A música já se fazia ouvir, bem alto, através de altifalantes colocados em vários locais da enorme praça e por duas grandes colunas colocadas no palco, onde os jovens já se encontravam a ocupar os lugares da frente, bem perto do grande palco, numa negligente contribuição para uma possível surdez futura.Dali seguimos pela Via Beato Luca Belludi, que nos levou até à Piazza del Santo, mesmo junto à Basílica del Santo, onde terminava o nosso percurso turístico da cidade de Padova.


Fonte: http://padovacultura.padovanet.it / Wikipédia.org / Mapa da cidade de Padova

Educação e Limites, as grandes necessidades do séc XXI

Num momento em que cada vez mais a violência juvenil ou outra, está na ordem do dia, nas escolas, nas ruas das grandes cidades e um pouco por todo o mundo, pondo em risco constante bens particulares ou comuns ou mesmo a integridade física e moral de colegas, professores e de pessoas de todas as idades, raças ou credos, com muitos episódios de violência fácil e gratuita, cada vez mais comuns, cabe fazer uma reflexão relativamente à forma repetida como hoje muitos jovens, encaram a ideia de que só a força resolve conflitos ou até mesmo os seus problemas sociais.


Esta violência protagonizada por jovens adultos, adolescentes ou até mesmo crianças, é uma realidade inegável. A sociedade terá que se organizar e ter um cuidado maior com a educação, quer em casa, quer nas escolas, quer pelas autoridades e ainda nas leis e justiça, contra este fenómeno cada vez mais emergente.


Devido às exigências de uma sociedade moderna, onde todos os elementos adultos da família trabalham e onde alguns têm mais do que uma actividade por dia, as famílias cada vez mais se destituem da sua função educativa, delegando-a somente à escola. No meio de toda esta confusão, estão as crianças, que, actuam conforme aquilo que observam e agem consoante os estímulos do meio. Meio esse que por vezes oferece modelos de conduta e referências muito questionáveis.


Neste episódio do excelente programa Café Filosófico, da TV Cultura do Brasil, o Psicanalista Joel Birman e o Psicoterapeuta Ivan Capelatto, pensam a Educação a partir do actual modelo de família e nos ajudam a compreender melhor o que é educar um filho no séc. XXI.

Também a não perder:




Parte I

Parte II

Parte III

Parte IV

Parte V

Visita a Padova - Parte XII




Através da Via Milano o autocarro turístico passa a ponte e a Porta Molino, para a margem direita do rio Brenta. Da Ponde Molino observa-se quer do lado direito, quer do lado esquerdo, a Riviera dei Mugnai com as suas casas em tons pastel que beijam o rio, alinhando-se equilibradamente nas duas margens do canal.A Ponte Molino é uma antiga ponte com cinco arcos de origem romana, que remonta a 30 ou 40 a.C., embora tenha sido várias vezes reconstruída com parte do seu material original. A Ponte Molino e a Pontecorvo são as únicas pontes de estrutura totalmente romana ainda em uso na cidade de Padova.


O autocarro vira à esquerda e segue a Riviera San Benedetto, que acompanha o rio no seu percurso a Oeste. No cruzamento com a Via Euganea e na ponte que liga à Via del San Martino, começa a Riviera Paleocapa, que segue a mesma direcção da Riviera anterior. As Rivieras em Padova, correspondem aos caminhos, estradas ou edifícios que margeiam os canais onde correm os rios da cidade.

No início da Riviera Paleocapa encontra-se a Ponte de S. João, que corresponde ao antigo porto onde os barqueiros ancoravam os navios, barcos ou botes, para o transporte de lã. A ponte tem três arcos de origem romana, mas em 1200 foi reconstruída várias vezes, mantendo no entanto o seu tamanho original.


Sobre a ponte, observa-se a Riviera Mussato, do lado esquerdo do rio Brenta, ao longo da qual podem ser encontradas algumas secções das antigas muralhas da cidade, até se chegar à Ponte de Tadi, que deve seu nome a uma família poderosa e antiga de Padova.

Já no final da Riviera Paleocapa, na margem esquerda do rio, observa-se o antigo Castelo de Torlonga Carrara, com e a sua bonita torre de menagem, uma imponente estrutura medieval defensiva. Esta torre que foi outrora prisão, tomou mais tarde o nome de Torre della Specula (Torre do Observatório), por ter sido usada como observatório astronómico.


A Torre della Specula, é um dos símbolos mais representativos da cidade. Originalmente fez parte de um castelo com duas torres do séc. XIII, dominado na época por Ezzelino III da Romano de 1237 a 1256, um cruel tirano que mantinha e torturava os seus prisioneiros nesta torre.
Sucessivos governantes de Padova usaram o castelo como residência e mais tarde os senhores de Carrara, governantes da República de Veneza, transformaram-no num enorme palácio fortaleza, construindo-o sobre as ruínas do velho castelo, sendo a torre transformada em Observatório Astronómico, quando em 21 de Maio de 1761, o Senado da República de Veneza emitiu um decreto que obrigava à existência de um observatório para a Universidade de Padova, para que fosse utilizado na formação de futuros astrónomos, o que só ocorreu em 1767.


No lado Oeste abre a terceira porta das antigas muralhas medievais, que dava acesso ao palácio acastelado do séc. XIX, que é ocupado agora pelo Departamento de Astronomia e esconde uma parte importante das antigas muralhas, que reaparecem, não muito longe e continuam para Norte, com várias interrupções acompanhando o todo o troço do canal. Fonte: http://www.padovamedievale.it / http://www.flickr.com / http://www.padovanet.it

Há pouco tempo, a minha filha comentava comigo as elações que tirava das relações de amizade/conhecimento entre os jovens da sua idade, dizendo que nos dias de hoje importa mais Parecer, do que Ser! Dizia ainda que o velho ditado, “mais vale cair em graça do que ser engraçado”, está cada vez mais em voga.

Será que cada vez mais interessa Parecer do que Ser?

Esta pergunta é uma daquelas que nos perseguem desde os primeiros momentos enquanto seres conscientes. A essência do que somos e a aparência que temos são inegavelmente dimensões importantes nas nossas relações sociais e até na nossa individualidade, mas afinal de contas fica a pergunta: Qual dos dois importa mais? Ser ou Parecer?

A resposta a esta pergunta não está nem no sexo da pessoa e nem na posição social que ela ocupa, mas sim na relação que esta cria entre si mesma e o mundo. Neste sentido cabe indicar que, aqueles que possuem uma vivência consciente da sua dimensão interior, de seus valores éticos, filosóficos e estéticos geralmente tendem a atribuir à sua essência maior importância. Já os que não possuem esta vivência de conhecimento interior e de reflexão profunda, geralmente tendem a atribuir um maior valor à aparência e à opinião que os outros têm deles, pois sem exercitar seus mecanismos de avaliação de si próprios confiam quase que exclusivamente no conceito que os demais têm deles.

Embora a meu ver os valores internos e a vivência constante do autoconhecimento devam ser encarados como prioridade sempre e sobretudo em tempos como os de hoje, o que me é dado observar é que cada vez mais, (pelo menos para a sociedade que me é mais próxima), é que os parâmetros de julgamento das aparências têm cada vez mais importância. Começa a ser moda falar-se com muita regularidade sobre o que se adquire, como roupa, carros, casas, esquecendo que muitas vezes essas compras sendo a crédito, não são deles, mas sim de quem lhes empresta o dinheiro para essas aquisições.

Será que com isso aumentam a sua auto-estima? Será que com isso serão melhor aceites pelos outros? Pelo menos parace que sim! A expressão “uma imagem vale mais do que mil palavras” parece também estar aqui em sintonia com esta nova forma de vivências.

Sobre este assunto, cito a comparação que Jesus Cristo faz entre o homem prudente e o insensato, no sentido de dizer que o homem prudente edifica a sua casa sobre a rocha e o insensato sobre o pântano. Vem uma tromba de água e adivinhem qual é a casa que é levada pela enxurrada? Em meu entender, aquele que dá mais valor ao que é, em termos de virtudes, qualidades e valores, é como o homem que edifica a casa sobre a rocha, assim podem vir as mudanças que vierem que não abalarão a consciência do próprio valor. Assim sendo, sem sombra de dúvida a ideia de Ser é muito mais importante do que Parecer.

Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities / http://carlinhos5834.blogspot.com/2010/10/ser-ou-parecer-eis-questao.html

Visita a Padova - Parte XI






O percurso por Padova mostra-nos uma cidade cheia de história que merece ser desvendada passo a passo, a partir dos vestígios cronologicamente marcados em vários pontos desta cidade ancestral.
As velhas muralhas com as suas torres medievais, imponentes e belos casarões antigos de traça medieval, catedrais e igrejas, bem como outros lugares de culto cristão ou não, edifícios simbólicos do poder civil, e os templos da cultura, como o Palazzo del Bo e o Orto Botanico (Jardim Botânico), o mais antigo da Europa. Tudo isto faz com que o interesse por Padova vá crescendo naturalmente, empolgando com facilidade quem a visita, convidando à sua real descoberta.

Percorre-se todo o Corso Garibaldi a partir da Piazza Eremitani até à Piazza della Stazione, onde está situada a estação de comboios “Padova Central”, que serve a importante ferrovia electrificada Milano-Venezia.O autocarro dá a volta à rotunda e segue o seu percurso pelo Corso del Popolo, fazendo o caminho oposto ao anterior. No cruzamento com a Via Matteotti, vira à direita percorrendo a Via Giotto.

A meio do percurso do Corso del Popolo, passa-se a Ponte del Popolo sobre o rio Brenta e do lado direito destaca-se na paisagem, uma simbólica caixa vertical de vidro, construída sobre um espaço verde que confina com a margem esquerda do rio Brenta. Este monumento de expressão arquitectónica avant-garde, de Daniel Libeskind, não é mais do que um monumento em homenagem às vítimas do 11 de Setembro de 2001, no inferno dantesco ocorrido com a queda do Word Trade Center, das Torres Gémeas de Nova Iorque e uma das maiores tragédias da nação americana. Na ponte, observa-se ao longe a Chiesa del Carmine, que se destaca na paisagem lacustre com sua grande cúpula azulada e a sua torre minarete.


O percurso continua até ao final da Via Giotto, que culmina na Piazza Mazzini, uma praça recatada cheia de antigos prédios com arcadas. Da Piazza Mazzini vira-se à esquerda e percorre-se a Via San Giovanni da Verdara, com coloridos prédios baixos de um e dois andares em tons pastel. No final da rua vira-se à esquerda e encontra-se a Piazza Petrarca.

No centro da Piazza Petrarca destaca-se a estátua de Petrarca, que dá nome à praça. Frencesco Petrarca (1304-1374), juntamente com Dante e Bocaccio, foi um dos três grandes escritores de lingua italiana do séc. XIV, que passou parte de sua vida em Padova, na corte Carrara.

Bem na frente desta estátua de Petrarca observa-se a Basílica di Santa Maria del Carmine, desenhada por Lorenzo da Bolonha a partir de uma antiga igreja do séc. XIV. O edifício foi reformado várias vezes ao longo dos séculos e a fachada actual foi concluída no séc. XVIII. Após deixarmos a Piazza Petrarca atravessa-se novamente para a margem esquerda do rio Brenta e toma-se a Via Dante, onde somos sempre acompanhados por prédios com antigos pórticos. Vira-se à direita e segue-se pelo Corso Milano e numa travessa observa-se a meia-lua formada pelo belo edifício cor-de-rosa do Teatro Verdi. O Teatro Verdi situado numa esquina da Via dei Livello, nº32, é o principal teatro de Padova. O edifício do teatro foi encomendado por uma sociedade de nobres da cidade e projectado pelo arquitecto Giovanni Reggio em 1751, sendo inaugurado como sala de ópera e chamado "Teatro Novo da Nobreza". Sofreu várias remodelações, sendo a actual de 1884.

Atravessa-se mais uma ponte sobre o rio Brenta, dominada Porta Molino, que dá o nome à ponte, Ponte Molino. A Porta Molino foi a principal porta a Norte das muralhas do séc. XIII, e deve o seu nome aos muitos moinhos que ali trabalhavam até o início do século XX.

A Ponte Molino é uma das 19 portas que coincidiam com os 19 portos comerciais que se encontravam nas várias entradas abertas na muralha da antiga cidade medieval, sendo também nos dias de hoje, uma das mais bem preservadas. Esta porta é dominada por uma torre, onde segundo reza a história, Galileu Galilei observou as luas de Júpiter, com um telescópio feito por ele, tal como como indica a placa com uma inscrição de Carlo Leoni (1812-1874).


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