Santo António de Padova (1191 - 1231)

A maravilhosa Basílica di Santo Antonio, conhecida em Padova simplesmente por Basílica del Santo, leva à cidade anualmente, milhares de peregrinos de todo o mundo. A importância de Santo António é tão grande na Itália que foi o escolhido pelos italianos para padroeiro de toda a Itália. Assim sendo não poderia escrever sobre Padova, sem me debruçar sobre a sua vida, de tamanha importância para os italianos.


Santo António de Lisboa, internacionalmente conhecido como Santo António de Pádua (Lisboa, 15 de Agosto de 1191 - Padova, 13 de Junho de 1231), foi um Doutor da Igreja que viveu na viragem dos séculos XII e XIII. Filho de Martinho de Bulhões e Teresa Taveira, de famílias ilustres, recebeu o nome de batismo de Fernando de Bulhões. Aos 15 anos, entrou no convento da Ordem dos Cónegos Regulares de Santo Agostinho. Primeiramente foi frade agostiniano, tendo ingressado como noviço em 1210, no Convento de São Vicente de Fora, em Lisboa. Aí ficou dois anos, pedindo depois para ser transferido para o Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra, porque eram tantas as visitas de parentes e amigos, que perturbavam sua paz. Em Coimbra fez os seus estudos de Direito, Filosofia e Teologia, sendo também ali ordenado padre.


Nesse mosteiro de Coimbra, hospedaram-se os frades franciscanos do Convento de Santo António dos Olivais, quando viajavam para converter os muçulmanos em Marrocos, na África. Pouco tempo depois, os restos mortais desses frades, martirizados em Marrocos, voltaram a Portugal, para o sepultamento em Coimbra, onde morava na época o rei de Portugal. Nessa ocasião, Santo António sensibilizado, sentiu grande desejo de evangelizar Marrocos por admiração a esses mártires. Por isso, no Verão de 1220, entrou para a Ordem dos Franciscanos, mudou seu nome para António, que era o titular do Convento Franciscano dos Olivais, e foi mandado para Marrocos.


No início de Novembro de 1220, António desembarcou em Marrocos, mas uma terrível enfermidade reteve-o no leito durante todo o Inverno, pelo que resolveram enviá-lo para Portugal. O navio de volta a Portugal foi levado pelos ventos para a Itália. Desembarcou na Sicília e dirigiu-se para Assisi, onde se encontrou pela primeira vez com San Francesco, participando na realização de um Capítulo Geral da Ordem, que se iniciou a 20 de Maio de 1221, em Assisi.


Não demorou para se revelar como um excelente orador e pregador e em Setembro de 1221, fazendo o sermão em Forli, na ordenação sacerdotal de franciscanos e dominicanos, surpreendeu o Provincial, ficando todos maravilhados. Por isso, o Provincial encarregou-o da acção apostólica contra os hereges na região da Romanha, no norte da Itália, onde se tornou um extraordinário pregador popular.
Segundo a lenda foi ali que terá ocorrido o primeiro milagre de Santo António, na cidade litoral de Rimini. Em Rimini, os hereges impediam o povo de ir aos seus sermões. Como ninguém quisesse ouvi-lo, Santo António aborrecido, foi até à praia na costa do Adriático e chamou os peixes para ouvi-lo. Imediatamente, inúmeros peixes apareceram na praia, ergueram a cabeça fora da água ficando a ouvi-lo atentamente, naquele que ficou conhecido como o “Sermão de Santo António aos Peixes”. O povo ocorreu para ver aquele estranho fenómeno e rapidamente o boato sobre este surpreendente acontecimento correu por toda a Itália e a partir daí, Santo António passou a ser ouvido não só em Rimini, mas a ser venerado em toda Itália.


Após alguns anos de frade itinerante, foi nomeado, por carta, por San Francesco, o primeiro ‘Leitor de Teologia’ da Ordem Franciscana. Mas, este magistério de teologia para os franciscanos de Bologna demorou pouco porque o Papa mobilizou todos os pregadores dominicanos e franciscanos para combater a heresia albigense na França.
Por isso, passou três anos, leccionando, pregando e fazendo milagres no sul da França, em Montpellier, Toulouse, Lê Puy, Bourges, Arles e Limoges. Como ocupava o cargo de custódio do Convento de Limoges, foi para Assisi participar do Capítulo Geral da Ordem, convocado por Frei Elias, a 30 de Maio de 1227. Nesse Capítulo foi eleito Provincial da Romanha, cargo que ocupou com êxito até 1230.


Foi transferido depois para Bologna onde foi professor de Teologia e em 1229, foi morar com os seus irmãos franciscanos, perto de Padova, no Convento de Arcella, em Camposampiero. Nesse lugar retirado, a pedido do Cardeal de Óstia, dedicou-se a escrever os sermões das festas dos grandes santos e de todos os domingos do ano. Mas sempre saia para pregações, como por exemplo durante a Quaresma até morrer, aos 36 (ou 40) anos, por uma hidropisia maligna, numa sexta-feira, a 13 de Junho de 1231.Foi tanta a repercussão de sua morte e tantos os milagres a ele atribuídos em vida e desde os primeiros tempos após a sua morte, que onze meses depois de ter morrido foi canonizado pelo Papa Gregório IX. Em 1263, quando seu corpo foi exumado, a sua língua estava intacta e continua intacta até hoje, numa redoma de vidro, na Basílica de Santo António, onde se encontram os seus restos mortais.


Mais tarde, em 1934, foi declarado Padroeiro de Portugal. Em 1946, o Papa Pio XII proclamou Santo António ‘Doutor da Igreja’, com o título de ‘Doutor Evangélico’. Santo António não perdeu sua atualidade e é invocado pelo povo cristão até hoje, para curar doenças, para ser encontrada qualquer coisa perdida e ainda para ajudar a encontrar noivo ou noiva para quem quer casar em breve. Como protetor dos noivos é tradição em Lisboa realizar-se um casamento coletivo, no dia 13 de Junho, na sua Igreja, junto à Sé de Lisboa.


Santo António embora tenha sido um homem simples, discípulo de San Francesco de Assisi, que rejeitou todos os bens materiais, vivendo na pobreza, os cidadãos de Padova construíram em sua honra, um dos templos mais sumptuosos da Cristandade. Mais uma vez o velho ditado "Santos da casa não fazem milagres" parece aqui ser confirmado...


Fonte: http://parlandoditalia.blogspot.com / Wikipédia.org / http://www.angelfire.com

Nenhum comentário: