Visita a Verona - 2º Dia - Parte III


Deixa-se a Torre dei Lamberti, o campanário octogonal que nos proporcionou uma vista panorâmica de Verona e pela Piazza delle Erbe, segue-se em direção à Casa di Giulietta.

Tinha chegado o momento mais esperado de toda a nossa visita a Verona. Estávamos bem perto da casa de uma das heroínas dos mais famosos dramas de Shakespeare e por isso mesmo um dos locais de maior importância da história de Romeo e Giulietta.

Entrámos na Via Cappello a partir da Piazza delle Erbe e caminhámos mais um pouco, até que do lado esquerdo um portal rasga-se nas paredes de pedra de um antigo edifício da aparência medieval. 
  
Tinhamos chegado à antiga casa da família Cappello, os antigos proprietários da casa mais visitada da cidade de Verona, situada no nº 23. É uma casa há muitos anos visitada, como a casa dos Capuletos, mas na verdade, é a semelhança de seu nome, que gerou a crença popular de que aquela era a casa dos “Capuletos”, da peça de Shakespeare.

Ao portal uma pequena multidão juntava-se, uns saindo, outros entrando. Um pequeno túnel separa a rua do pátio interior da antiga casa centenária, e nele muitos escritos que os turistas ali foram deixando, como testemunho da sua presença ao longo dos anos.

Naquele lugar como é óbvio, está presente na memória de todos, a famosa lenda dos trágicos amantes, perpetuada pela escrita de Shakespeare, e que curiosamente não foi o único a debruçar-se sobre ela, pois como se sabe a história dos dois amantes, foi também anteriormente recordada e escrita por Luigi da Porto, de Vicenza.

Já dentro do pátio, reina a confusão, onde domina a pequena e famosa varanda de traça medieval rodeada por centenas de curiosos, que muitos olham à espera que nela apareçam os seus familiares ou amigos, tal como eu esperava que nela aparecesse a minha amada “Giulietta". Vive-se ali um clímax de emoções. Esta é supostamente a mesma varanda onde a trágica heroína, falava com o seu Romeo.
No pátio a um canto, uma estátua em bronze de Giulietta, onde todos se atropelam para com ela serem retratados, colocando a mão no seu seio direito, para segundo a crença lhes dar sorte.

Ali, na parede por cima da pedra angular do arco interno do pátio, ainda pode ser visto o brasão de armas da família dell Capello. A casa foi construída no séc. XIII e já na nossa era, foi feito um esforço de restauração maciça, na qual lhe foram adicionadas as janelas e portas góticas, bem como a famosa varanda, realizada na década de 1930.
Dentro da casa há um pequeno museu. O mobiliário e os trajes em exibição são antiguidades genuínas dos séculos XVI e XVII. A cama e algum do vestuário exposto foram usados no filme de 1936, de Franco Zeffirelli"Romeu e Julieta". Os frescos, pinturas e cerâmicas estão todos relacionados com peça de Shakespeare, mas, novamente, não está provado que eles tenham pertencido aos Capuleto.

No pátio, do lado oposto da casa, fica a loja de recordações, que é também o Clube di Giulietta, que desde 1930, recebe cartas de todo o mundo endereçadas à amada de Romeo e que continuam a chegar a Verona. A partir do momento em que o clube foi criado, mais de 5.000 cartas são recebidas anualmente, três quartos das quais são de mulheres, que pelos vistos ainda continuam a ser as sempre eternas românticas.


Os maiores grupos de remetentes são de adolescentes norte-americanos. As cartas são lidas e respondidas por voluntários locais, organizados desde a década de 1980 no Clube di Giulietta que é financiado pela cidade de Verona.

Não são as circunstâncias que decidem a nossa vida

A nossa vida, como repertório de possibilidades, é magnífica, exuberante, superior a todas as historicamente conhecidas. Mas assim como o seu formato é maior, transbordou todos os caminhos, princípios, normas e ideais legados pela tradição. É mais vida que todas as vidas, e por isso mesmo mais problemática. Não pode orientar-se no pretérito. Tem de inventar o seu próprio destino.


Mas agora é preciso completar o diagnóstico. A vida, que é, antes de tudo, o que podemos ser, vida possível, é também, e por isso mesmo, decidir entre as possibilidades o que em efeito vamos ser. Circunstâncias e decisão são os dois elementos radicais de que se compõe a vida. A circunstância – as possibilidades – é o que da nossa vida nos é dado e imposto. Isso constitui o que chamamos o mundo. A vida não elege o seu mundo, mas viver é encontrar-se, imediatamente, em um mundo determinado e insubstituível: neste de agora. O nosso mundo é a dimensão de fatalidade que integra a nossa vida. Mas esta fatalidade vital não se parece à mecânica. Não somos arremessados para a existência como a bala de um fuzil, cuja trajetória está absolutamente pré-determinada. A fatalidade em que caímos ao cair neste mundo – o mundo é sempre este, este de agora – consiste em todo o contrário. Em vez de impor-nos uma trajetória, impõe-nos várias e, consequentemente força-nos... a eleger. Surpreendente condição a da nossa vida! Viver é sentir-se fatalmente forçado a exercitar a liberdade, a decidir o que vamos ser neste mundo. Nem num só instante se deixa descansar a nossa atividade de decisão. Inclusive quando desesperados nos abandonamos ao que queira vir, decidimos não decidir.


É, pois, falso dizer que na vida «decidem as circunstâncias». Pelo contrário: as circunstâncias são o dilema, sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.


Ortega y Gasset, in 'A Rebelião das Massas'

Visita a Verona - 2º Dia - Parte II

   
A visita à antiga cidade romana e medieval de Verona, começa realmente ali a partir da Porta Borsari, a caminho da Piazza delle Erbe, onde outrora se situava o Fórum Romano. O troço que ali começa e todo o caminho feito através da Verona antiga é um mergulho nas emoções de tempos idos, de uma cidade que conserva valores e formas relacionadas a um passado antigo de esplendor medieval e renascentista, mas que ainda se encontra em expansão constante nos nossos dias.

Segundo Shakespeare, "Não existe mundo fora das paredes..." de Verona, mas isso expressa também a impressão de todos aqueles que entram nas antigas muralhas que cercam a cidade.Durante a caminhada pelo centro histórico, o ritmo é sereno e relaxante, marcado pela corrente plácida do rio Adige, que atravessa a cidade, formando um S largo e macio, passando por baixo de uma rede de sugestivas de pontes.

Através do Corso Porta Borsari, caminha-se até à Piazza delle Erbe. No meio da avenida encontramos do lado esquerdo a bela capela românica de San Giovanni in Foro. A Chiesa di San Giovanni in Foro é um edifício religioso pequeno, mas interessante que data do séc. XII. Devido à sua proximidade com o Tribunal, o prédio teve outrora o título de basílica. A igreja foi danificada por um grande incêndio que destruiu grande parte da Verona antiga, em 1172, como está gravado na inscrição, da lápide de mármore colocada na parede exterior, que diz, "combusta est Verone civitas".

A jóia desta igreja é a porta renascentista, esculpida por Gerolamo Giolfino, que tem nas laterais do arco e na sua cimeira a estátua de San Joan Evangelista, San Pedro e San Joan Batista. No nicho existe um fresco por Nicola Giolfino com San Joan na Ilha de Patmos. Retoma-se a caminhada e no resto do Corso Porta Borsari observam-se os belos prédios de arquitetura antiga, que permeiam toda a cidade. Nas perpendiculares à rua seguida, respira-se a atmosfera sugestiva das ruas estreitas que desembocam em belas pracetas.

Mais uns passos e chega-se à Piazza delle Erbe, uma praça muito movimentada e animada, com um mercado repleto de bancas de frutas e de vegetais, protegidas por guarda-sóis. Fica situada no centro histórico da antiga cidade medieval e é rodeada de belos palácios construídos em épocas diferentes, alguns dos quais adornados com frescos que ainda são visíveis e recheados de esculturas nas fachadas exteriores.À frente do Palazzo Maffei ergue-se uma fina coluna, encimada pelo Leão de Veneza, que testemunha o período da história de Verona, relativo ao domínio da cidade pela Republica de Venezia.

No meio da Piazza delle Erbe, em direção oeste, ergue-se a Torre dei Lamberti, a mais alta das torres de Verona. Concluída em 1463, a torre do relógio com 84 metros de altura é inconfundível, pairando sobre a Piazza delle Erbe. Entra-se através do pátio do palácio e no seu interior uma escada com 238 degraus ou o elevador, levam-nos até ao cimo da torre, onde se desfruta uma bela panorâmica da cidade. Fonte: http://www.verona.com// /  Wikipédia.org / http://www.justitaly.org/

De onde vêm as boas ideias?

Este é um interessante video ilustrado de Steven Johnson, citado como um dos mais influentes pensadores do ciberespaço pelos periódicos Newsweek, New York Magazine e Websight. É o editor-chefe e co-fundador da Feed, premiada revista cultural on-line.


Steven Johnson graduou-se em semiótica pela Brown University e em literatura inglesa pela Columbia University. É o autor dos livros: "Cultura da Interface", "De cabeça aberta", "Emergência", entre outros.

Visita a Verona - 2º Dia - Parte I



O dia seguinte ao da chegada a Verona iniciou com nuvens, que aos poucos se foram juntando, filtrando com alguma dificuldade o sol. Queríamos naquele dia conhecer os principais pontos turísticos da cidade, uma vez que tínhamos programado só um dia para a visita.

Verona conhecida principalmente como o cenário idílico da história de Romeu e Julieta e a casa durante alguns anos de Dante Alighieri, o seu centro histórico é um emaranhado fabuloso de ruas, monumentos e casario de enorme beleza arquitetónica, que são uma simbiose entre o seu passado histórico e a cidade moderna e industrial dos dias de hoje.

Construída ao longo do rio Ádige a cidade possui uma série de belas paisagens, que podem ser captadas entre as suas ruas tortuosas e junto das suas belas pontes. Verona tem um encanto especial e apelativo quando captada junto do rio Ádige, com as pontes que unem a cidade que o rio procurou separar e as colinas que a integram e circundam o seu centro histórico.

Foi uma das cidades mais poderosas durante o início do Império Romano e a cidade velha de Verona é uma das suas seções mais bem preservadas.

Saímos do parque de autocaravanas um pouco antes da hora de almoço e esperámos o autocarro que nos levaria à cidade, na paragem próxima do parque. O autocarro leva-nos até junto da cidade velha, passa perto de um troço da margem esquerda do rio Ádige, onde está situado o Castelvecchio, a antiga residência dos senhores feudais da cidade e a Ponte Scaligero, (onde tínhamos estado no dia anterior), e segue pelo Corso Cavour deixando-nos junto da Porta Borsari. Ali faz-se um breve almoço, no Café/Pisaria Vittoria, onde se bebem sumos de laranja naturais e provam vários pedaços de apetitosas pisas caseiras, terminando com um gelatto italiano. Ali ainda se alugam as mesas de esplanada, uma prática já quase em desuso em Itália, mas que ainda é usada em alguns locais.


A visita começa entre muralhas e a famosa Porta Borsari, do I séc. d.C., a outrora principal porta rasgada nas antigas muralhas romanas de Verona. No tempo dos romanos era chamada Porta Iovia devida à proximidade com um templo dedicado a Júpiter. Na Idade Média foi chamada de Porta San Zeno, em homenagem a um dos mais amados bispos da cidade.
De cada lado da Porta Borsari podemos imaginar as duas torres de outrora, onde se fazia a guarda à cidade, com as normais passagens da patrulha, permitindo um controle preciso e cuidadoso de quem entrava e saia da cidade, na anterior e verdadeira fortaleza.

É uma porta imponente, com a fachada principal realizada em blocos de calcário branco. Tem duas passagens em arco, cada um emoldurada por duas meias-colunas com capiteis corintios, entablamento e frontão. Acima é dividido em dois andares sobrepostos, cada uma com o entablamento movido por reentrâncias e saliências, possuindo uma série de seis janelas em arco, num total de doze, algumas das quais com uma pequena empena triangular.

A antiga cidade romana e medieval de Verona, era um ponto focal de todos os sistemas de transportes terrestres e de água, do nordeste da península itálica, e a Porta Borsari, era a entrada principal, que dava passagem ao longo do Maximus Decumanus, que atravessava o Fórum Romano, hoje a Piazza delle Erbe.


Fonte: Wikipédia.org / Turista Ocasional.mht

Visita a Verona - 1º Dia - Parte III


Após a saída da Piazza San Zeno, a caminhada continuou pelo Vincolo Lungo San Bernardino, uma rua direita que nos iria levar até à Stradone Porta Palio que nos faria tomar o rumo de regresso à área de serviço de autocaravanas.A meio caminho surge a Piazza San Francesco de Assissi, onde o silêncio sobe, cresce e nos suspende. Esta praça fica situada à frente do portão principal dos muros da Abadia di San Bernardino, um mosteiro franciscano. O mosteiro fica situado no bairro de San Zeno, que outrora teve muitos assentamentos de estruturas de ordens religiosas.

A Abadia está cercada por altos muros que escondem a visão dos transeuntes. Espreita-se pelo bonito portão com um enorme sol em ferro forjado e lá dentro, um grande claustro silencioso. Ao fundo destaca-se a fachada gótica da igreja, mas com um portal renascentista adornado com estátuas.
A Chiesa di San Bernardino tem características simples, com a fachada principal em estilo gótico, simples e deliberadamente pobre, construída com piso de tijolo e uma sobriedade que é típica das igrejas dedicadas a San Francesco. O edifício da igreja com um mosteiro franciscano adjacente foi construído na segunda metade do séc. XV. A fachada toda em tijolos vermelhos com portal renascentista ornamentado com as estátuas de três santos, Boaventura, Bernardo e Antônio de Pádua.

A igreja faz parte de um Mosteiro Franciscano (construído entre 1451 e 1466), ainda em funcionamento e possui uma das coleções mais importantes da pintura de Veronese, do séc. XVI. Esta pintura pode ser observada nas Capelas di San Bernardino, situadas no interior da igreja e que possuem pinturas e frescos feitos pelos principais pintores da Escola de Verona.

Da Piazza San Francesco de Assissi até ao Stradone Porta Palio, a caminhada é breve. Já com pouca gente na rua os passos levam-nos novamente até à Porta Palio e desta mais um passo até ao parque de autocarananas, onde nos espera uma noite de descanço.

Fonte: http://www.verona.net / Wikipédia.org

Aceleração e Depressão

Numa época em que a vida social e as redes sociais, parecem ser tão antidepressivas, como é possível que o aumento das depressões tenham adquirido características de uma epidemia?


Serão os efeitos psicológicos da crise? Penso que a aceleração que marca a vivência temporal do sujeito contemporâneo, desvaloriza a vida psíquica, produzindo justamente o sentimento de vazio interior que caracteriza as depressões.

Nesta palestra a psicanalista e escritora Maria Rita Kehl, explica como o ser humano perde os valores frente aos avanços globais, tecnológicos e económicos.


Visita a Verona - 1º Dia - Parte II



Do jardim da Piazza Arsenale pode descer-se até ao rio Ádige por acessos em escadaria, e ali em companhia com as suas águas podemos admirar as muralhas, que se misturam num todo harmonioso, com a bela ponte medieval. Caminha-se pelo Lungadige Cangrande onde entre canaviais se observa o casario do outro lado do rio. Os nossos passos acompanham o correr das águas e ao longe, aparece a torre Campanério da Chiesa San Zeno que nos guia o caminho.

Um pouco mais à frente a Ponte Risorgimento leva-nos de novo até à margem esquerda do rio Ádige, e entramos novamente em território outrora situado na antiga cidade amuralhada. A Ponte Risorgimento, é mais uma das pontes sobre o rio Ádige, que atravessa a cidade. Projetada por Pier Luigi Nervi, foi construída para comemorar o centenário da Unidade da Itália, dai o seu nome. Do final da ponte é um pulinho até à Piazza San Zeno que se encontrava em trabalhos de remodelação/conservação, mas mesmo assim com esplanadas onde alegres convivas passavam um bocado da noite. Seguimos pela Via San Procolo, onde encontramos a pequena igreja com o mesmo nome. Mais uns passos e chegamos à antiga Basílica di San Zeno, também com obras de conservação.

A Chiesa di San Procolo é uma pequena igreja onde se encontram os restos mortais de San Procolo, que além de ter sido o quarto bispo de Verona é também o seu padroeiro. A igreja data do séc. VI ou VII, tendo sido erguida na necrópole cristã, na antiga Via Gallica, sendo mencionada pela primeira vez em 845. Após o terremoto 1117 foi totalmente reconstruída e no seu interior existem frescos de várias idades, incluindo a “Última Ceia” e "Blaise a curar os doentes”, por Giorgio Anselmi.
Logo a seguir encontramos a Basílica di San Zeno, também conhecida como San Zeno Maggiore. É a igreja medieval mais importante de Verona, que foi fundada no séc. V e reconstruída no séc. XII. Tem uma magnífica fachada românica, com portas em bronze e muita estatuária importante no exterior. No interior além da cripta onde descansam os restos mortais de San Zeno, há a destacar o retábulo famoso de Mantegna, a sua obra-prima, que marcou o início da pintura renascentista, em Verona.


A torre sineira ou campanário destaca-se num edifício separado. É encimado por um pináculo cónico com pináculos pequenos em cada ângulo. O exterior é decorado por esculturas romanas. A sua fama repousa, em parte na sua arquitetura, mas sobretudo na tradição que situa a sua cripta, como o local onde ocorreu o casamento secreto de Romeu e Julieta, como está referido no romance trágico e eterno de Shakespeare. Juntamente com a Abadia a Igreja é dedicada a San Zeno de Verona.

Nascido no norte da África, San Zeno é creditado como o conversor de Verona ao cristianismo e muitos dos seus sermões sobreviveram até aos nossos dias.San Zeno morreu em 380 e segundo a lenda, sobre o seu túmulo, situado ao longo da Via Gallica, foi construída a primeira igreja, erguida por Teodorico, o Grande, rei dos ostrogodos.

A história da basílica presente e o mosteiro beneditino associado começa no séc. IX, quando o Bispo Ratoldus e o rei Pepino da Itália participaram na transladação das relíquias do santo para a nova igreja. Esse edifício foi danificado ou destruído por uma invasão no início do séc. X e o corpo de San Zeno foi transferido para a Catedral de Santa Maria Matricolare.Quando a igreja foi restaurada, o corpo de San Zeno foi colocado na cripta da igreja atual (em 21 de maio, 921), num sarcófago, estando o rosto coberto por uma máscara de prata. San Zeno, bispo de Verona, nasceu grego e veio da Síria para a Itália. Na sua juventude, tornou-se monge e dedicou-se ao estudo da Sagrada Escritura. Viajando acabou por visitar vários mosteiros, chegando à cidade de Verona onde se estabeleceu e mais tarde o povo escolheu-o como bispo da cidade.

Segundo reza a história, após a morte do santo ocorreu um milagre no ano 558, precisamente no dia de San Zeno, enquanto decorria a festa. Houve inundações de primavera na Itália. O rio Ádige transbordou e inundou a área circundante à igreja onde estavam depositadas as relíquias de San Zeno e a água atingiu a igreja chegando até as janelas. No entanto embora as portas do templo estivessem abertas, a água não entrou, parando à porta não inundando o seu interior, num milagre observado por todos os que estavam na festa e que se recolheram na igreja.Fonte: Wikipédia.org / http://www.sacred-destinations.com/

A Filosofia na Vida

Como estamos a conduzir as nossas vidas? A Filosofia pode ajudar-nos a viver? Como é que podemos aceitar o sofrimento, agir com correção e aceitar as diferenças?


Em mais um programa do excelente Café Filosófico, da TV Cultura do Brasil, os filósofos Oswaldo Giacoia Jr., Franklin Leopoldo e Silva, Rodrigo de Paiva Duarte e Plínio Junqueira Smith, trazem-nos os ensinamentos de pensadores de outros tempos, que podem ajudar a responder às questões que nos tocam na nossa vida quotidiana.

Parte I

Parte II

Parte III

Parte IV

Parte V

Visita a Verona - 1º Dia - Parte I



No dia de chegada a Verona e depois do jantar feito na autocaravana, fomos dar uma volta na zona próxima da área de serviço, até porque só íamos ficar um dia e duas noites na cidade, o que seria curto para se ver tudo de dia. A caminhada começou na portagem da área de serviço a caminho da Porta Palio, uma das portas das antigas muralhas da cidade medieval de Verona.

A Porta Palio é uma porta imponente da cidade, que anteriormente era chamada Porta Stupa. Foi construída entre 1542 e 1557, pela República de Venezia a quem pertenceu outrora a cidade e, embora menos importante do que o Porta Nuova (onde fica a principal estação ferroviária da cidade), tem uma arquitetura mais interessante do ponto de vista cultural e artístico. Esta porta no passado só era aberta, apenas durante as estações do ano em que ocorriam culturas agrícolas, pois dava acesso às campinas na periferia da cidade e nunca teve qualquer função militar. Passa-se a monumental Porta Palio e seguimos pelo Stradone Porta Palio, uma estrada direita e comprida, onde os nossos passos ecoam, até chegarmos à zona velha da cidade.

Rapidamente se chega ao Castelvecchio, uma antiga mansão medieval mandada construir por Cangrande II, para si e sua família (os Scala, os senhores da cidade) em 1354-57, em cima de fortificações já anteriormente existentes. Além de ser usada como mansão, foi também um quartel para os soldados da guarnição que defendia a cidade.

Esta mansão é composta por dois núcleos, separados por um trecho de paredes do séc. XIII e sete torres. O primeiro núcleo destinado à guarda, do lado direito, abrange o pátio principal e o núcleo do lado esquerdo era o verdadeiro Palazzo Scala, com um pátio estreito e paredes duplas, onde nos dias de hoje esta instalado o Museu do Castelvecchio, que abriga uma das melhores galerias de arte do Veneto fora de Venezia.

Do lado direito observa-se a Corte della Reggia com forma planimétrica irregular, em trapézio. É a residência fortificada dos della Scala, ligada à alta torre de menagem, que está disposta ao longo do lado adjacente à margem do rio Ádige. No centro, a torre alta do castelo (1375), leva à Ponte Scaliger, sobre o rio Adige que outrora permitiu a ligação com a estrada para o Tirol. O Castelvecchio após a queda da família Scala, foi usado como arsenal pelos venezianos e em 700 abrigou a Academia Militar de Venezia, então sob domínio francês e austríaco, sendo usado como quartel. Em 1923 foi iniciada uma restauração radical que desmantelou o caráter militar do monumento, com a inclusão do gótico tardio e elementos arquitetónicos da Renascença para a reutilização e recuperação das muralhas e torres.

Entramos no pátio outrora destinado à guarda e ouve-se um solo de viola. Empoleirados nas muralhas, um jovem casal com violas, possivelmente estudantes de música, tocavam à vez. No momento assistido, ela ouvia, ele tocava.A música, a luz, a ambiência noturna, os passos ecoando na calçada, contribuíam para que a atmosfera medieval se sobrepusesse, ocupando totalmente o lugar. A todo o momento se esperava que em algum ponto das muralhas, saltassem as figuras de antigos soldados com pesadas armaduras, que em tempos idos ali passaram muitas horas da sua vida.

Caminha-se pela Ponte Scaliger, primeiro subindo, depois descendo lentamente. De repente ouve-se a aproximação de uma carruagem, que rapidamente nos atinge e passa por nós em direção ao final da ponte.A Ponte Scaligero, outrora de uso exclusivo do castelo, servia como via de fuga ou de acesso para as ajudas provenientes do Vale do Ádige, evitando, assim, que o rio se tornasse numa barreira insuperável. Mas, no interior do complexo o sistema defensivo urbano podia servir para organizar saídas, de modo a operar tacticamente na margem oposta do rio.

O castelo foi assim pensado como fulcro de todo o sistema defensivo, e a sua Torre de Menagem como centro do controle visual da cidade, à esquerda e à direita do Ádige e da paisagem circundante. Já fora da Ponte Scaliger, entramos na Piazza Arsenal de onde se comtempla em pleno o rio Ádige que depois de serpentear dentro da cidade, ali passa majestoso e cintilante espreguiçando-se no seu largo leito, escorregando por baixo da ponte.


Fonte: Wikipédia.org / http://www.comune.verona.it/

A caminho de Verona


No dia seguinte ao término da visita a Venezia e suas ilhas, partimos com destino a Verona. Seguimos pela autoestrada através da Planície do Pó, uma enorme planície italiana situada a norte da Itália, entre os Alpes e o Apeninos, onde corre o rio com o mesmo nome.A Planície do Pó constitui a região mais rica e povoada da Itália. É constituída por solos de aluvião trazidos das montanhas pelo rio. É um lugar belíssimo para a agricultura, sendo um regalo ver terras tão bem aproveitadas, como vinhedos, olivais, trigais e milharais, onde o verde impera e a tecnologia mais recente é aplicada. É ali feita uma agricultura de alto rendimento, pois os solos são muito férteis, o clima brando e os terrenos bem irrigados.

O rio Pó com uma extensão de 652 quilómetros é o maior rio italiano. Nasce no Monte Viso, nos Alpes Cotianos, e desagua no mar Adriático, a sul da cidade de Chioggia, onde forma um delta de cinco braços. É alimentado principalmente pelos afluentes Ticino, Ada e Míncio, que vêm dos Alpes e dos lagos alpinos.Já perto de Verona, saímos da autoestrada e por uma estrada nacional chegámos à cidade. Verona é uma cidade do Veneto, no norte da Itália, a sua segunda maior cidade da região e a terceira do Nordeste italiano.



Verona é definitivamente muito mais que a cidade de Romeu e Julieta. A cidade possui belíssimos jardins, praças, palácios, uma enorme arena romana, anfiteatros, com uma arquitetura inacreditável.
É um dos principais destinos turísticos no norte da Itália, em especial devido à sua história e ao seu património artístico e monumental, e também pelo seu famoso Festival de Ópera, pois é em Verona que acontece todos os anos durante o Verão uma temporada lírica na Arena da cidade (de 30/06 a 31/08).

A Arena de Verona é um antigo e imponente anfiteatro construído pelos romanos, com mais de 2000 anos. O 88º Festival de Ópera decorria na cidade aquando da nossa visita a Verona e como não podia deixar de ser, era o lugar ideal para se assistir a uma mega ópera italiana.
Os detalhes precisos da sua história inicial permanecem um mistério e a origem do seu nome é também desconhecida. Com a conquista romana em cerca de 300 a.C., Verona tornou-se numa colonia romana em 89 a.C., e em seguida torna-se município em 49 a.C.. A cidade com o tempo conquistou grande importância porque estava situada num cruzamento de várias estradas importantes no seu tempo.

O esplendor da cidade naqueles tempos estava dominada pelas suas 48 torres, tendo sido descrita numa ode latina. O aumento da riqueza das famílias burguesas eclipsou o poder dos nobres, e em 1100 Verona organizou-se como uma comunidade florescente. A cidade tornou-se importante porque foi um cruzamento de várias estradas. Nos dias de hoje, Verona é uma cidade importante e dinâmica, muito ativa em termos de economia, sendo também uma atração turística muito importante por causa da sua história, onde o passado romano vive lado a lado com a Idade Média.

A chegada a Verona ao final da tarde fez com que fossemos logo procurar a área de serviço de autocaravanas, que por sorte ainda tinha alguns lugares disponíveis. Quando chegámos tivemos uma boa surpresa, pois a área de serviço de Verona tinha excelentes condições, além de ser muito bem situada, perto do centro da cidade. Talvez por isso era muito procurada por autocaravanistas, pelo que se encontrava sempre cheia, sendo muito movimentada e por isso menos tranquila.
Fonte; : http://www.infopedia.pt/ / Wikipédia.org

Visita a Burano - 3º Dia - Parte II



Burano Slideshow: Pé’s trip to Venice, Veneto, Italy was created by TripAdvisor. See another Venice slideshow. Create your own stunning free slideshow from your travel photos.

A ilha de Burano é a mais bonita das três ilhas visitadas por nós no dia dedicado à visita das principais ilhas da laguna de Venezia, e também a mais típica de todas. Os primeiros ocupantes a habitarem a ilha foram provavelmente os romanos, mas é no séc. VI que recebe o seu nome atual, quando a zona era ocupada por gente vinda de Altinum, que terão dado à ilha o nome de uma das portas da sua cidade. No entanto há mais duas versões para a origem do nome. Numa delas o nome deriva do apelido da primeira família que ali se estabeleceu, os Buriana, e a outra versão é que o nome foi dado por habitantes de Buranello, uma ilha 8 km a sul de Burano.

Apesar da ilha se ter desenvolvido depressa, continuou a ser uma parte do território administrado por Torcello mas sem qualquer dos privilégios dos seus habitantes, ou mesmo dos habitantes de Murano. A situação só se alterou quando a ilha começou a ter mais importância, a partir do séc. XVI, quando as mulheres locais começaram a produzir as belas peças de renda, que rapidamente começaram a ser exportadas para o resto da Europa. No séc. XVIII a indústria das rendas iniciou o seu declínio, uma tendência que só seria contrariada em 1872, quando uma escola profissional foi aberta para incentivar as rendeiras de Burano, trazendo um novo fôlego à industria. Contudo atualmente já não se produzem peças de renda à verdadeira maneira tradicional na ilha, uma vez que é um trabalho artesanal muito intenso e cada peça leva muitas horas até ser acabada, o que as encarece.

Aquando da nossa visita à ilha, o itinerário em Burano compreendeu, a rua principal, a Via Baldassarre Galoppi, onde é fácil ficarmos muito tempo a observar as casas, as janelas, os portais e o rio, condicionado ao estreito canal onde pequenos barcos coloridos, esperam a hora de partida para mais uma faina. As suas ruas, as “calles” como lá são chamadas, ligam-se através de estranhos pórticos, que passam por baixo das casas, a partir dos quais se vislumbram belas prespectivas e panoramas lagunares inéditos.
Nas ruas podem ser encontrados pescadores que remendam as suas redes ou moradores que conversam às portas, além de poderem ser encontrados os vários artesãos que povoam a ilha. Para além de tudo isto, a total ausência de turismo de massa, que nos proporciona uma ambiência de paz total, muito reconfortante.

Na praça principal avista-se o antigo Palazzo del Podestà e a Chiesa di S. Martino, uma construção de 1500 com planta em cruz latina, com três naves e teto em arco. Na sacristia um grupo importante de quadros entre os quais uma "Crucificação" feito por Tiepolo. À hora de jantar escolhemos o típico Ristorante Al Vecio Pipa, que numa pequena esplanada junto ao silencioso canal nos serviu fresco pescado, quer nas entradas, quer numa fritada mista de pequenos peixes e mariscos da laguna di Venezia.

Após o jantar a partida para Venezia a bordo de um grande vaporetto, que em 40 minutos nos levou até à Piazzale Roma, onde finalizou a visita às belíssimas ilhas que compõem a laguna de Venezia.

Fonte: Fonte: http://www.initalytoday.com / http://arquivodeviagens.wordpress.com / Wikipédia.org