Visita a Verona - 1º Dia - Parte I



No dia de chegada a Verona e depois do jantar feito na autocaravana, fomos dar uma volta na zona próxima da área de serviço, até porque só íamos ficar um dia e duas noites na cidade, o que seria curto para se ver tudo de dia. A caminhada começou na portagem da área de serviço a caminho da Porta Palio, uma das portas das antigas muralhas da cidade medieval de Verona.

A Porta Palio é uma porta imponente da cidade, que anteriormente era chamada Porta Stupa. Foi construída entre 1542 e 1557, pela República de Venezia a quem pertenceu outrora a cidade e, embora menos importante do que o Porta Nuova (onde fica a principal estação ferroviária da cidade), tem uma arquitetura mais interessante do ponto de vista cultural e artístico. Esta porta no passado só era aberta, apenas durante as estações do ano em que ocorriam culturas agrícolas, pois dava acesso às campinas na periferia da cidade e nunca teve qualquer função militar. Passa-se a monumental Porta Palio e seguimos pelo Stradone Porta Palio, uma estrada direita e comprida, onde os nossos passos ecoam, até chegarmos à zona velha da cidade.

Rapidamente se chega ao Castelvecchio, uma antiga mansão medieval mandada construir por Cangrande II, para si e sua família (os Scala, os senhores da cidade) em 1354-57, em cima de fortificações já anteriormente existentes. Além de ser usada como mansão, foi também um quartel para os soldados da guarnição que defendia a cidade.

Esta mansão é composta por dois núcleos, separados por um trecho de paredes do séc. XIII e sete torres. O primeiro núcleo destinado à guarda, do lado direito, abrange o pátio principal e o núcleo do lado esquerdo era o verdadeiro Palazzo Scala, com um pátio estreito e paredes duplas, onde nos dias de hoje esta instalado o Museu do Castelvecchio, que abriga uma das melhores galerias de arte do Veneto fora de Venezia.

Do lado direito observa-se a Corte della Reggia com forma planimétrica irregular, em trapézio. É a residência fortificada dos della Scala, ligada à alta torre de menagem, que está disposta ao longo do lado adjacente à margem do rio Ádige. No centro, a torre alta do castelo (1375), leva à Ponte Scaliger, sobre o rio Adige que outrora permitiu a ligação com a estrada para o Tirol. O Castelvecchio após a queda da família Scala, foi usado como arsenal pelos venezianos e em 700 abrigou a Academia Militar de Venezia, então sob domínio francês e austríaco, sendo usado como quartel. Em 1923 foi iniciada uma restauração radical que desmantelou o caráter militar do monumento, com a inclusão do gótico tardio e elementos arquitetónicos da Renascença para a reutilização e recuperação das muralhas e torres.

Entramos no pátio outrora destinado à guarda e ouve-se um solo de viola. Empoleirados nas muralhas, um jovem casal com violas, possivelmente estudantes de música, tocavam à vez. No momento assistido, ela ouvia, ele tocava.A música, a luz, a ambiência noturna, os passos ecoando na calçada, contribuíam para que a atmosfera medieval se sobrepusesse, ocupando totalmente o lugar. A todo o momento se esperava que em algum ponto das muralhas, saltassem as figuras de antigos soldados com pesadas armaduras, que em tempos idos ali passaram muitas horas da sua vida.

Caminha-se pela Ponte Scaliger, primeiro subindo, depois descendo lentamente. De repente ouve-se a aproximação de uma carruagem, que rapidamente nos atinge e passa por nós em direção ao final da ponte.A Ponte Scaligero, outrora de uso exclusivo do castelo, servia como via de fuga ou de acesso para as ajudas provenientes do Vale do Ádige, evitando, assim, que o rio se tornasse numa barreira insuperável. Mas, no interior do complexo o sistema defensivo urbano podia servir para organizar saídas, de modo a operar tacticamente na margem oposta do rio.

O castelo foi assim pensado como fulcro de todo o sistema defensivo, e a sua Torre de Menagem como centro do controle visual da cidade, à esquerda e à direita do Ádige e da paisagem circundante. Já fora da Ponte Scaliger, entramos na Piazza Arsenal de onde se comtempla em pleno o rio Ádige que depois de serpentear dentro da cidade, ali passa majestoso e cintilante espreguiçando-se no seu largo leito, escorregando por baixo da ponte.


Fonte: Wikipédia.org / http://www.comune.verona.it/

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