No
segundo dia e após o acordar e do pequeno-almoço, lá pelas 10h00 da manhã, pegámos
nas bicicletas e fomos até ao centro da cidade de Valencia, para assistirmos aos
“mascletàs”, que durante o Festival de las Fallas, ocorrem às 14h00 na Plaza del Ayuntamiento
de Valencia.
Pelo
Carrer d’Alacant, que corre ao lado do caminho-de-ferro, pedala-se a caminho do
centro da cidade. Deixam-se as bicicletas junto da Praça de Touros, porque a
partir dali a policia já não deixa que se passe, a não ser a pé.
A Plaza de Toros de Valencia é um edifício espetacular situado
mesmo junto à estação de comboios, construído sobre um antigo anfiteatro romano.
A maior parte do ano a Plaza de Toros é usada para vários
concertos e outros eventos culturais, bem como as tradicionais corridas de
touros, que três vezes por ano: Durante a temporada
de primavera, durante “Las Fallas”, em março; A temporada de verão durante a “Feria de Julio”, em julho;
a temporada de outono, em outubro.
Pelas
13h00 todos caminham em direção à Plaza del Ayuntamiento, onde milhares de
pessoas se reúnem ali para testemunharem um evento único, que não se deve
desperdiçar, pelo menos por quem pretende experimentar a atmosfera genuína das
Fallas. Quando lá chegámos já era difícil passar, uma vez que os valencianos
não perdem o mascletà. E ali ficámos a assistir ao acontecimento, num
sentimento misto entre espanto, admiração, interesse e respeito por esta
tradição valenciana.
O
mascletà (pronunciam-se maskletà)
é um momento famoso em toda a região valenciana e realizado todos os
dias entre 1 e 19 de Março. São uma sessão alargada de queima de fogo pirotécnico,
de foguetes e murteiros ininterruptos, formando um momento muito barulhento e
ritmado, com duração de 15 a 20 minutos. Todos os dias os valencianos param e
ocorrem em massa à Plaza del Ayuntamiento, para assistirem diariamente a este
estranho e repetitivo acontecimento, típico da comunidade valenciana, durante
os dias das festas da cidade.
Os
mascletàs são uma espécie de um concerto feito por um rebentamento pirotécnico
de pólvora, com um ritmo realizado pelas sequências de lançamentos, assobios e
rebentamento de fogo-de-artifício, num crescendo rítmico, supostamente
espetacular.
Ao
contrário dos fogos-de-artifício que procuram estimulação visual, os mascletás
visam estimular o corpo humano através de barulhos rítmicos de rebentamento dos
masclets, que alguns parecem considerar como sons "musicais",
mas como são de dia, não têm grande efeito visual, pois só se vê a fumaça
resultante da queima dos masclets.
O
que distingue o mascletá de uma sucessão de explosões de foguetes é a cadência
e regularidade da explosão dos "masclets", sendo essencial que a
força das explosões passe de menos a mais, com uma apoteose final que resulta
do “terramoto”, que é constituído por centenas de mascletás explodindo no chão
ao mesmo tempo.
Quando
o mascletà acabou e enquanto se dava a debandada do povo valenciano,
dirigimo-nos para o Mercado Central de Valencia. O Mercado Central é o paraíso da cidade. Os mercados sempre foram o meu
fraco, não nego, mas este é especialmente charmoso. Amplo, magnificamente
iluminado pelo sol, que atravessa seus vitrais com um colorido digno de uma
cidade vibrante e mediterrânea como Valencia.
O edifício atual é
um esplêndido exemplar Art Nouveau em ferro forjado, vidro e cerâmica, nascido
das pranchetas modernistas da Escola de Arquitetura de Barcelona. Foi
inaugurado em 1928, mas a sua história começa lá bem atrás, na Valencia governada
por árabes, quando a mesquita era cercada por ruelas dedicadas ao comércio, de
tudo o que se produzia na região.
Mas a antiga Praça
do Mercado era mais do que o centro comercial da cidade. Foi palco de
celebração de bodas reais, corridas de touros, onde não faltavam os espetáculos
da forca, com os enforcamentos de traidores da coroa. Mas também ali decorriam
bailados, torneios, festas cívicas e até desfiles de cavaleiros dispostos a
conquistar os favores das damas.
Hoje
este belo Mercado Central de Valencia possui um premanente clima festivo, onde o caminhar entre as 350 bancas de
frutas, verduras, ovos, pescados, carnes, paellas
variadas e já confecionadas, flores, ervas aromáticas e sobretudo os famosos jamóns espanhois. A visita a este mercado é uma das mais belas
experiências que os visitantes podem
ter em Valencia.
Ele cheira ao frescor de uma cidade que, há dois mil
anos, se renova para seguir encantadora.
Fonte: http://valencia.visitalltheworld.com/ Wikipédia.org / http://www.valenciavalencia.com