Serra do Açor - A caminho de Piodão

Novamente no caminho de xisto que nos levou à Fraga da Pena e que nos trás de volta à autocaravana, percorremos novamente o vale sombrio de vegetação luxuriante, onde corre a ribeira da Mata da Margaraça.
Esta mata além de ser uma autêntica relíquia botânica, também propicia a existência de uma fauna que a desertificação da serra, ou a sua "eucaliptação" fez desaparecer. Assim e ao que parece, regressou a esta mata o javali; perdurou a gineta e conservaram-se as aves de rapina, como o açor que deu o nome à serra. Também ali se podem encontrar o gavião e a coruja do mato, bem como o cuco, que naquele final de tarde e de vez em quando, ia dando um ar da sua graça.

Já na autocaravana, deixamos o vale formoso da Fraga da Pena e voltamos para trás, para Benfeita. Lá em cima, do lado direito observamos despedindo-se de nós, a bonita aldeia de Pardieiros.
A partir de Benfeita, viajamos em direção de Monte Frio, que observamos estirada na lomba de um cabeço, ainda a aproveitar o sol de fim de tarde, e seguimos em direção de Relva Velha.

Do alto da serrania observa-se lá em baixo a mancha escura da Margaraça. Já na estrada de Coja, espreitamos lá do alto. A paisagem é de uma beleza indescritível e ao longe observam-se as pequenas povoações de Moura da Serra e Mourisca, estendidas nas encostas da belíssima Serra do Açor, debruçadas sobre os socalcos que laboriosamente os seus habitantes foram edificando ao longo de gerações.
Lá em baixo observam-se aldeias construídas nas encostas de profundos vales, com típicas casas de pedra onde o tempo parece ter parado, e sobretudo toda a fabulosa beleza paisagística, albergando no horizonte toda esta realidade serrana, com a Serra da Estrela e a Serra da Gardunha como pano e fundo.

Continuamos a subir a Serra do Açor e já lá bem alto, avistam-se as pequenas povoações de Soito da Ruiva, e lá mais ao fundo Sobral Magro, que nos acompanham enquanto se rola na crista da serra. A estrada renovada está uma beleza, em comparação com a velha estrada que foi outrora caminho de almocreves e ponto de passagem entre o litoral e a Beira mais interior.
A estrada leva-nos até ao marco geodésico que comemora a nossa chegada aos 1341 m de altitude. Dali podem ser avistadas outras serranias em seu redor, como a Serra da Estrela ou a massa serrana enfileirada a nordeste. Para norte avistam-se as terras mais chãs e para sul, a Serra da Cebola, mais alta que este pico da Serra do Açor, que no entanto a comanda. Desta o seu ponto mais alto, é o Picoto do Piódão, que atinge os 1.400 metros de altitude.

O percurso está ali quase a findar, quando ainda no alto da Serra do Açor, nos preparamos para começar a descer. Estamos no Alto de S. Pedro e é ali que se observam os Penedos Altos, xistos erguidos em cutelo.
Observada lá de cima a estrada que é o único vestígio da humanização naquele lugar, mete respeito, pela altitude, inclinação e pelas angulosas sinuosidades do seu traçado.

Começamos a descer bem devagarinho, não vá o diabo tece-las. As sinuosidades rigorosas e ingremes acompanham-nos por 3 a 4 Km, sempre a descer até ao Piodão, aldeia encastrada na encosta à sombra das altitudes da Serra do Açor e aninhada no fundo de uma lomba, onde já chegámos ao anoitecer.

Fraga da Pena - Serra do Açor

Prosseguimos viagem a partir de Benfeita, por uma estreita estrada com lombas arredondadas de xisto e ravinas profundas, de onde se avista do lado esquerdo, a pequena povoação de Pardieiros, reluzente lá no alto, sendo esta visão a companhia bem-vinda até se encontrar o início do caminho para a Fraga da Pena.
Ali se entra na área protegida da Serra do Açor, regime que lhe foi determinado pela existência da Mata da Margaraça, durante muitos anos devassada, pelos olhos cobiçosos dos madeireiros da região. Esta classificação foi devida ao seu interesse botânico, pois é considerada segundo J. Paiva, como uma das “raras e mais significativas relíquias que nos restam da floresta que teria coberto a maior parte das encostas das serranias do centro de Portugal”.


Ali encontramo-nos o reino do carvalho alvarinho e do castanheiro, do medronheiro, do folhado e do azereiro, mas também o mundo do azevinho, da giesta, da aveleira, da cerejeira brava e do loureiro.

Mas ao entrarmos na área de reserva ecológica e antes de passarmos propriamente à zona florestal da Mata da Margaraça, cabe-nos gozar de um trecho da paisagem bucólica, no sítio da Fraga da Pena. É no meio deste arvoredo de verde intenso, que chegamos ao cruzamento de estreitas estradas, onde se encontra uma tabuleta que nos indica que por ali se vai à Fraga da Pena.

Deixa-se a autocaravana na borda da estrada e a pé se avança por um caminho feito de xisto, bordeado por um corrimão de madeira e pela encosta que sobe a partir do vale por onde corre a ribeira da Mata da Margaraça.
Quando se chega ao lugar da Fraga da Pena o cenário é surpreendente. A frescura é imensa, uma vez que o arvoredo sombreia o local. É um recanto de xisto com múltiplos encantos, cujas águas gélidas sem qualquer poluição aparente, são de uma limpidez surpreendente.

Observa-se um conjunto de várias cascatas, uma pequena ponte de madeira que cruza a ribeira e um pouco mais adiante, um poço profundo com uma cascata que se despenha duma fraga, de uma altura total de mais de setenta metros (somando todas as cascatas), cortando as rochas ao longo de milénios.
O que há na fraga é uma sucessão de quedas de água, algumas vertiginosas, que formam pequenos lagos conectados entre si pelo sulco de um ribeiro talhado no xisto. O desnível da maior das cascatas da Fraga da Pena chega aos 20 metros de altura.

Estas cascatas têm origem num acidente geológico e são consideradas uma das maiores mais-valias entre os recursos naturais da paisagem protegida da Serra do Açor.

A Fraga da Pena está localizada no interior da Mata da Margaraça e está inserida em plena área protegida da Serra do Açor. É um local ideal para um passeio de verão, onde por certo se passarão bons momentos e onde nos podemos refrescar, mergulhando nas águas frescas das pequenas lagoas que as cascatas formam.

As suas águas depois de se despenharem nas escarpas formando as cascatas, correm por um vale muito apertado aberto na montanha e a zona da Fraga surge dotada de vegetação abundante de forma repentina, a cobrir as encostas xistosas.
Assim, e para quem como eu gosta de “botanizar”, a mata circundante à Fraga da Pena, é incomparavelmente mais rica do que a fraga, que ali funciona sobretudo, como mero aperitivo.

O acidentado percurso da água é todo ele sombreado por um arvoredo denso, onde se observam carvalhos, adernos, azereiros, folhados e loureiros.
Ali há também um moinho de água e, nas ravinas por onde a água se precipita, as encostas são uma festa para os sentidos, pois estão engalanadas com musgos, líquenes e fetos, muitos arbustos e árvores, que se agarram às escarpas em equilibro improvável e a alguns musgosos torrões de terra, de onde extraem o seu permanente sustento.


Fonte: http://dias-com-arvores.blogspot.pt/ http://www.portais.ws/ http://www.lifecooler.com / Wikipedia.org

A Caminho da Serra do Açor - Benfeita

No dia seguinte à visita a Góis, deixámos o Parque de Campismo da vila, que nos proporcionou uma estadia maravilhosa e de enorme sossego e rumámos à Serra do Açor, para ali visitarmos a Fraga da Pena, uma linda queda de água rodeada de enorme e refrescante arvoredo, e a aldeia do Piodão, uma das aldeias históricas de Portugal.
A partir de Góis toma-se a estrada para Arganil. Em Arganil seguimos em direção da Serra do Açor, por um caminho que se aproveita das sinuosidades lavradas pela ribeira que tem o nome de Carcavão, para fazer o seu próprio itinerário.

Percorre-se a estrada estreita ao lado da ribeira que nasce numa paisagem protegida, em direção da aldeia de Benfeita. É ali que se chega a uma serra com nome de pássaro, a Serra do Açor.
Em Benfeita podemos dizer que chegamos ao lugar onde se faz o encontro de duas ribeiras, a do Carcavão, que nos acompanhou até Benfeita e a ribeira da Mata da Margança, que irá criar a famosa Fraga da Pena.

Benfeita é uma das Aldeias do Xisto. É uma pequena aldeia solitária e antiga, inserida numa região predominantemente montanhosa, a cerca de 450 metros de altitude, na encosta da Serra do Açor. Está situada num pequeno vale, rodeado pelas cumeadas da Deguimbra, do Monte Redondo, da Picota da Margaraça e da Chama.
Sendo atravessada pelas frescas ribeiras da Mata e do Carcavão, Benfeita não tem outros horizontes que não sejam as encostas que a envolvem e o céu que tudo cobre.

Paramos e encaminhamo-nos para o interior da aldeia, para percorremos as suas ruas, onde se sente a frescura dos ribeiros que ali se cruzam. No recuperado Moinho do Figueiral, ainda é possível ver como antigamente se aproveitava a força da água para mover o alambique.
Do outro lado da rua descobre-se a Igreja Paroquial e um pouco mais ao lado o atelier da Feltrosofia, onde se fazem artesanalmente peças de feltro com um design inovador. Ali podemos também visitar a Loja das Aldeias do Xisto e o Centro Documental, na recuperada Casa de Simões Dias.

Nas margens da ribeira, ressalta o busto de Simões Dias (1844-1899), um monumento que homenageia o nobre filho da terra e poeta, com lira sonante na segunda metade do séc. XIX. Ressalva também o milho estendido nas ruas, entregue às queimuras com que o afaga o astro rei.
Na aldeia é ainda obrigatório subir à Fonte das Moscas e apreciar o conjunto de casario branco com as suas ruelas e passadiços característicos, nas quais se destaca a Torre da Paz, de alvenaria de xisto.

Visita a Góis - Parte IV

Depois da visita à Igreja Matriz voltamos para trás, cortamos na segunda rua à esquerda, para a Rua Olinda Ferreira Dias Nogueira. Caminhamos agora para dentro da mais velha parte do “burgo”, passando por lojas medievais e casas que estão neste lugar já a vários séculos. Do lado esquerdo situa-se um velho edifício cinzento com um pátio que outrora foi uma escola. O único vestígio desta é um azulejo de um forte azul, colocado no poste do portão que diz, ‘Um amigo falso é o pior dos inimigos’, uma frase antiga mas sempre muito atual.

Encontramos aqui casas que, pertenceram outrora a judeus, que estavam proibidos de possuírem bens imóveis. Assim, apenas podiam fazer uma vida de comerciantes e negociantes na vila.

No fundo da rua, do lado esquerdo, podemos ver uma arcada em pedra que tem um distinto padrão mourisco. Outra casa, com um peitoril bastante gasto pelo tempo, diz-se ser a entrada para a casa dos Templários. Estamos, agora, no velho Largo do Terreirinho, que, provavelmente era o centro da velha vila de Góis.
Caminha-se pela ruas de Vila de Góis. As ruas estreitas de calçada juntam-se no centro histórico, no Largo Francisco Inácio Dias Nogueira, mais conhecido por Largo do Pombal. Francisco Inácio Dias Nogueira foi um político e antigo presidente da Câmara Municipal de Góis, além de empresário. Viveu em Góis em finais da monarquia e início da 1ª República e foi ele quem instalou a Central Hidroelétrica de Monte Redondo.

Entramos então no espaçoso Largo do Pombal. Até 2007 teve aqui lugar a praça do mercado semanal, mas o largo foi recentemente renovado.
No topo da praça encontramos a imponente Igreja da Misericórdia que com orgulho carrega a inscrição ‘500 anos’. Em frente da Igreja situa-se um velho fontanário ornamentado, uma fonte do séc. XVI e algumas casas solarengas.

Esta é uma fonte de espaldar constituída por duas colunas, com frontão interrompido em volutas no cimo, duas bicas e, no centro, um busto. Encontra-se num nível inferior da via pública, sendo o seu acesso feito através de um lance de escadas. É crença por terras de Góis, que os casais que ao mesmo tempo beberem das suas águas (um em cada bica), viveram para sempre juntos.
Por detrás do fontanário encontra-se uma nascente muito antiga, lindamente decorada com azulejos azuis e amarelos hispano-árabes (cerâmica de Sevilha) do século XVI. Para a poder ver melhor, ou fotografar, é possível abrir a porta vítrea de proteção.

Antes da República (até o dia 05/10/1910) este largo estava embelezado com uma coroa real dos “Braganças”, que segundo reza a história, foi deitada abaixo depois do dia da Implementação da República.
Segue-se por uma estreita rua que desce ligeiramente e num pequenino largo, antes da rua fazer uma volta à esquerda, observa-se à esquerda um portão que dá entrada para um pequeno pátio. É o pátio da casa de Alice Sande. Encontramos ao portão o seu marido e viúvo que nos acolheu com gentileza.

Neste local, conforme documentação histórica existente e recente pesquisa arqueológica, ter-se-á erguido, em tempos remotos, o primeiro Paço dos senhores de Góis (os Silveiras) – os “Paços velhos”. A casa atual poderá manter alguns vestígios do antigo palácio, no entanto, à primeira vista, dessa construção atualmente pouco resta.
Hoje, a casa pertence à Câmara Municipal de Góis, por doação, em legado testamentário, da última proprietária, a pintora e miniaturista Alice Sande, com raízes familiares na terra, que passou parte da sua vida em Góis. O compromisso da Autarquia é abrir ao público a Casa-Museu Alice Sande.

Atualmente está a decorrer o trabalho de inventariação do espólio doado pela artista ao Município.

Fonte: http://www.goisproperty.com/ http://www.igogo.pt/ http://www.trivago.pt/ http://www.cm-gois.pt/

Visita a Góis - Parte III

No fim do percurso para sul da vila de Góis e junto das escolas, volta-se para trás. Ao chegarmos ao centro histórico da vila, seguimos percorrendo as estreitas ruas que se revelaram nos Paços do Concelho, um antigo edifício apalaçado, situado na Praça da República, onde se encontra também situado o Posto de Turismo.
O edifício da Câmara Municipal de planta longitudinal de dois pisos, é uma casa que pertenceu à família Barreto Chichorro, uma das mais importantes da vila de Góis no século XVII, instituidora de uma capela na Igreja Matriz, onde estão sepultados alguns dos seus membros. É uma das casas nobres edificadas nesta vila beirã, durante o século XVII.
No seu interior, além de uma coluna de pedra lavrada, destacam-se as decorações das aberturas do alçado principal e os quatro notáveis tetos de masseira, com caixotões pintados, provavelmente, na mesma época da construção, de autor desconhecido. Estes tetos apainelados dos Paços do Concelho são uma obra de grande valor artístico, onde são representadas figuras bíblicas e de fantasia.

Antigamente este edifício seiscentista era conhecido por “Casa da Quinta”. Tem ainda adossadas, de ambos os lados, duas construções recentes, mas sem qualquer valor arquitetónico.

Voltamos para a Rua António Francisco Barata em direcção à Igreja Matriz. Passamos a Quinta dos Maias, actual Casa dos Artistas, com o seu respectivo auditório (antiga cavalaria, conforme o demonstra o arco aí existente, em pedra de Alveite, tipo ogival, do século XVI), que fica à nossa esquerda. Este lindo edifício pertence hoje à Câmara Municipal, que está a renová-lo, para, posteriormente, servir de alojamento a artistas e escritores que nele queiram permanecer indefinitivamente ou nele passarem alguns dias.
Continuamos a seguir a rua até a Igreja Matriz construída em 1415, e classificada como Monumento Nacional desde 1910. Esta igreja fica localizada no extremo sul da vila, numa zona plana a meia encosta, e nela podemos encontrar o túmulo de D. Luís da Silveira (Conde de Sortelha e embaixador de D. João III, na corte de Carlos V) e de seus familiares. Este túmulo, é um aparatoso mausoléu formado por uma arca, com a estátua do fidalgo, armado e em oração, enquadrada por um baixo-relevo evocativo da Assunção de Nossa Senhora aos Céus.
Descansámos a vista no Miradouro frontal à Igreja, sentados em bancos abertos na alvenaria do muro que forma o miradouro. Dali contemplámos o rio Ceira e o vale em direcção à característica colina Morro do Castelo, como lhe chamam os habitantes de Góis.
Nesta colina destaca-se a pequena Capela do Castelo, situada dentro da cerca do Parque de Campismo. Esta pequena capela, já observada de perto por nós, enquanto descíamos à vila, é uma construção manuelina coroada de merlões e composta de dois corpos desiguais abobadados sobre nervuras. Das paredes brancas sobressai a cantaria. Sobre a porta figura um brasão de armas. Dentro da capela apenas é digno de nota o retábulo do altar, que contém a imagem de Nossa Senhora da Encarnação.
A Colina do Castelo onde pernoitámos e onde fica o parque de campismo é igualmente um local onde a história e a beleza paisagística se entrecruzam, obtendo-se uma linda panorâmica da vila e arredores, num horizonte muito alargado, de onde se destaca a vila emoldurada pelas serras do Rabadão e do Carvalhal, ou por recantos do vale, onde o rio salta com eterna impetuosidade.

Fonte: http://viagenstravel.com/portugal/portugal-serra-do-acor/gois-entre-serras-no-vale-do-ceira / http://www.rotasturisticas.com/

Visita a Góis - Parte II

No final do percurso volta-se para trás, pelo estrado de madeira que acompanha o rio, que nos encaminha para a Praia Fluvial da Peneda. Na Praia da Peneda muitos jovens brincam nas pequenas ilhotas de areão rolado que o rio forma. 
A montanha e a floresta que circundam o vale do Ceira oferecem à freguesia de Góis um abrangente leque de atividades, como a caça, a pesca, a agricultura, exploração florestal, desportos radicais e outros lazeres.

O património histórico da freguesia, edificado à volta da família dos Condes de Sortelha, “Senhores do Morgadio de Góis”, constitui outra vertente de grande importância da vida cultural em Góis.
Nas proximidades de Góis, são também de referir algumas aldeias de xisto, como a da Comareira, Aigra Nova, Aigra Velha e Pena, expoentes do turismo rural. Temos ainda a Serra da Lousã, com o Monte Trevim e o antigo Cabeço do Pereiro com a Capela de Santo António da Neve, em honra de Santo António de Lisboa, mandada construir por Julião Pereira de Castro.

Deixa-se a praia fluvial, sobe-se a escadaria que nos leva à estrada que está ao nível do tabuleiro da ponte, e dali ao centro da vila é um pulinho. Caminha-se para a Ponte Manuelina sobre o rio Ceira. Esta é a chamada “Ponte Real da vila de Góis, mandada edificar por D. João III em 1533, como atesta o alvará editado pelo monarca a 20 de abril desse ano”.

Esta Ponte Manuelina de Góis, é igualmente, uma estrutura viária de grande importância para a vila, e que com os seus 3 arcos, simboliza toda uma época, sendo considerada património nacional. O arco central ostenta um escudo nacional ladeado por cruzes de Cristo encimando esferas armilares. A construção desta ponte data do século XVI.

À entrada da ponte, na base do Morro do Castelo, levanta-se a hexagonalCapela do Mártir S. Sebastião, do séc. XVIII, vincada por cantarias nas esquinas, entablamento e fogaréus, com um pequeno campanário à direita, portal armado e cúpula com fecho de pedra”.
Após passarmos a ponte caminha-se para jusante da Ponte Real, a caminho da margem esquerda do Ceira. É uma zona muito fresca, que convida ao descanso. É ali que se encontra mais adiante a sombreada Praia Fluvial de Pego Escuro.

Um pouco mais à frente encontramos do lado direito o Parque de Merendas do Cerejal, com árvores que sombreiam as mesas e grelhadores para se piquenicar à vontade. Existe ainda um coreto e um campo de futebol e para a frente a estende-se a larga alameda sombreada por enormes e dourados plátanos. 
O Parque do Cerejal, é lindíssimo, com árvores frondosas e muita frescura, que possui também uma praia com água de águas límpidas.

Ali o rio corre manso, bordeado em ambas as margens de grandes choupos, que tombam os seus ramos abraçando-se sobre o rio. A vegetação luxuriante de ambas as margens, acompanha-nos durante a caminhada. Ali do lado direito encontram-se belas casas de arquitetura recente, com grandes jardins à volta. É uma zona residencial de luxo, onde se goza de enorme tranquilidade. No final da caminhada, encontramos os modernos edifícios escolares da vila de Góis.
Depois de um breve descanso e de um pequeno lanche num café esplanada à beira rio, parte-se de volta à vila, para ser iniciada a descoberta do centro histórico.

Fonte: Wikipédia.org / http://www.freguesiadegois.pt / http://solagasta.com/

Visita a Góis - Parte I

No dia seguinte à nossa chegada a Góis e depois de um bom banho e de um farto pequeno-almoço almoçarado, fomos até à vila, para passarmos o dia a visitar os seus cantos e recantos.


A panorâmica que, ainda no Parque de Campismo, desfrutámos sobre o centro histórico é de uma rara beleza pois o parque situa-se a uma altitude superior à da vila, num local privilegiado denominado “Morro do Castelo”. 
Góis encontra-se acente em terrenos aplanados da fértil bacia do rio Ceira, junto à Serra do Rabadão. A vila desenvolveu-se nas duas margens do rio, em plano pegado à base da Serra do Carvalhal, ficando assim situada num vale fértil.

Pela sua natureza rural, tem muitas belezas naturais para oferecer aos visitantes que ali chegam. O rio, principal elo de ligação de toda a vila e arredores, oferece aos visitantes uma paisagem deslumbrante. As suas praias fluviais, servidas pela bela paisagem circundante e pelas límpidas águas do rio Ceira, são frequentadas na época de Verão, por milhares de turistas e de residentes.
Foi para ali que nos dirigimos logo que descemos a encosta ingreme, que separa o parque de campismo da vila de Góis.

Pelas margens do Ceira caminha-se para montante da antiga Ponte Manuelina de três arcos em pedra, ex-libris da vila. A paisagem que nos rodeia é de um verde intenso e de rara beleza. O caminho serpenteia as margens do rio. É aqui que temos a primeira aproximação a uma das suas praias fluviais.
As águas de rio Ceira cortam a montanha, fazendo um longo vale verdejante, onde se respira um belíssimo ar puro, abrindo espaço para as suas margens extensas, favorecendo espaços abertos para as magníficas praias fluviais.
Aproveitando as belezas naturais e em particular as qualidades da água do rio Ceira, os visitantes podem desfrutar de praias de águas transparentes e de ótima qualidade. É ali que no verão acodem os muitos visitantes de todo o país e do estrangeiro, que tal como os filhos da terra gozam encantados as potencialidades da região e a tranquilidade que encontram em Góis.
Além de nós, quem adorou o vale do rio Ceira foi o nosso Epagneul Breton mais novo, que connosco viajou e que alegremente nos acompanhou na empolgante caminhada pelo vale, aproveitando a proximidade das águas do rio, para nelas se refrescar, quando o calor apertava debaixo do seu branco e farto casaco de peles.

Nas margens do rio Ceira liricamente debruadas de diversificado arvoredo, de onde se destacam choupos, amieiros, pinheiros, eucaliptos e acácias, o vale mostra-nos toda a sua fertilidade na presença de muitos pedaços de terra cultivados, com hortas e pastos onde deambulam ovelhas e cabras à solta, que dão serventia a duas ou três casas que por ali se encontram.
No meio daquele verde todo, um silêncio maior que o mundo acompanha-nos, que é só quebrado quando se faz ouvir o chilrear de pássaros ou o coaxar das rãs.

No final do percurso encontramos um moinho de água, com telhado de telha lusa e uma bonita roda de azenha, que outrora foi utilizado para moer cereais. Ali o Ceira, com alguma sonoridade, assinala a sua passagem apressada por aquela zona talhada na rocha, enquanto de soslaio olha para as pedras que ainda resistem às suas águas e onde em tempos o moinho cantarolava a sua canção de trabalho.
É de referir ainda que o rio Ceira, no percurso feito, tem vários açudes que têm como objetivo principal regularizar o seu leito e fazer com que o rio ganhe profundidade a fim de servir como piscina natural aos banhistas.

Fonte: Wikipédia.org / http://www.apena.rcts.pt/aproximar/monumentos/escolas/lousa/trab3/Gois.htm / http://www.guiadacidade.pt/pt/poi-gois /http://www.apena.rcts.pt/aproximar/monumentos/escolas/lousa/trab3/Gois.htm

Serra da Lousã - A caminho de Góis

A tarde já decorria quando a viagem foi iniciada. O caminho até Pombal foi realizado rapidamente, pela A1. A partir de Pombal o caminho é mais estreito e segue para Ansião. Esta é para mim uma estrada muito familiar, uma vez que foi muitas vezes percorrida, quando já há muitos anos atrás, ainda solteira e em início da carreira, lecionei na Escola Básica e Secundária de Ansião.
Um pouco mais à frente de Ansião, na povoação da Cumeeira, seguimos a caminho da Lousã. "Ali, no extremo sul da Serra da Lousã, onde o xisto e o quartzo se mesclam na mais bela das uniões, as aldeias expõem-se numa ruralidade ímpar de comunitarismo".

Antes de se chegar à Lousã volta-se à direita a caminho de Góis. O percurso passa por um conjunto de aldeias vivas do concelho de Góis, onde os visitantes podem desfrutar de características e tradições únicas do território do xisto.
Estrategicamente situadas bem no coração de Portugal, estas aldeias usam conjuntamente o alambique, a eira, o forno e moinho comunitários, hortas e culturas serranas, exploração de cabras, soutos, cozinhas e caniços tradicionais, gateiras, pocilga do porco, produtor artesanal de mel da Serra da Lousã.

As serranias avistam-se imponentes e com alguma sorte será possível avistar-se uma qualquer ave de rapina ou mesmo veados neste percurso. Estes são locais que se caracterizam pela riqueza dos espaços naturais, pouco sujeitos a agressões e intervenções humanas.
A tarde vai caindo mansamente e já se adivinha a noite. A estrada transporta-nos através de uma bela mancha de sobreiros, pinheiros e carvalhos, onde antigas azenhas fazem perceber antigas levadas.

Nas zonas mais altas da estrada, onde o vento corre sem peias e onde o olhar se alonga em absoluta liberdade, sentimos a proximidade dos caminhos do céu. Observam-se as serranias a perder de vista. Nos vales lá em baixo, entre as vertentes, correm veios de águas refrescantes onde azenhas ainda trabalham na moagem dos cereais.
A noite cai ainda antes de chegarmos a Góis. Lá chegados rumamos logo ao parque de campismo, que parecia estar fechado. Experimenta-se o portão que abre, e entra-se num parque absolutamente solitário. Subimos até ao topo da encosta onde está instalado o parque e lá em cima, onde a vista tudo alcança, parámos e instalámo-nos.

A pé descemos à vila e procurámos um lugar que servisse refeições. Junto ao ponto de combustível, num pequeno restaurante propriedade de uma simpática senhora, jantamos comida caseira da melhor qualidade. No fim do jantar e antes de voltarmos ao parque de campismo, foi dada uma passeata pelas margens do rio Ceira, à luz amarelada de antigos candeeiros de rua.

Fonte: Wikipédia.org /http://www.transserrano.com/desporto-aventura-e-animacao-turistica/ http://turismocadentro.com/serra-da-lousa/