Visita a Góis - Parte III

No fim do percurso para sul da vila de Góis e junto das escolas, volta-se para trás. Ao chegarmos ao centro histórico da vila, seguimos percorrendo as estreitas ruas que se revelaram nos Paços do Concelho, um antigo edifício apalaçado, situado na Praça da República, onde se encontra também situado o Posto de Turismo.
O edifício da Câmara Municipal de planta longitudinal de dois pisos, é uma casa que pertenceu à família Barreto Chichorro, uma das mais importantes da vila de Góis no século XVII, instituidora de uma capela na Igreja Matriz, onde estão sepultados alguns dos seus membros. É uma das casas nobres edificadas nesta vila beirã, durante o século XVII.
No seu interior, além de uma coluna de pedra lavrada, destacam-se as decorações das aberturas do alçado principal e os quatro notáveis tetos de masseira, com caixotões pintados, provavelmente, na mesma época da construção, de autor desconhecido. Estes tetos apainelados dos Paços do Concelho são uma obra de grande valor artístico, onde são representadas figuras bíblicas e de fantasia.

Antigamente este edifício seiscentista era conhecido por “Casa da Quinta”. Tem ainda adossadas, de ambos os lados, duas construções recentes, mas sem qualquer valor arquitetónico.

Voltamos para a Rua António Francisco Barata em direcção à Igreja Matriz. Passamos a Quinta dos Maias, actual Casa dos Artistas, com o seu respectivo auditório (antiga cavalaria, conforme o demonstra o arco aí existente, em pedra de Alveite, tipo ogival, do século XVI), que fica à nossa esquerda. Este lindo edifício pertence hoje à Câmara Municipal, que está a renová-lo, para, posteriormente, servir de alojamento a artistas e escritores que nele queiram permanecer indefinitivamente ou nele passarem alguns dias.
Continuamos a seguir a rua até a Igreja Matriz construída em 1415, e classificada como Monumento Nacional desde 1910. Esta igreja fica localizada no extremo sul da vila, numa zona plana a meia encosta, e nela podemos encontrar o túmulo de D. Luís da Silveira (Conde de Sortelha e embaixador de D. João III, na corte de Carlos V) e de seus familiares. Este túmulo, é um aparatoso mausoléu formado por uma arca, com a estátua do fidalgo, armado e em oração, enquadrada por um baixo-relevo evocativo da Assunção de Nossa Senhora aos Céus.
Descansámos a vista no Miradouro frontal à Igreja, sentados em bancos abertos na alvenaria do muro que forma o miradouro. Dali contemplámos o rio Ceira e o vale em direcção à característica colina Morro do Castelo, como lhe chamam os habitantes de Góis.
Nesta colina destaca-se a pequena Capela do Castelo, situada dentro da cerca do Parque de Campismo. Esta pequena capela, já observada de perto por nós, enquanto descíamos à vila, é uma construção manuelina coroada de merlões e composta de dois corpos desiguais abobadados sobre nervuras. Das paredes brancas sobressai a cantaria. Sobre a porta figura um brasão de armas. Dentro da capela apenas é digno de nota o retábulo do altar, que contém a imagem de Nossa Senhora da Encarnação.
A Colina do Castelo onde pernoitámos e onde fica o parque de campismo é igualmente um local onde a história e a beleza paisagística se entrecruzam, obtendo-se uma linda panorâmica da vila e arredores, num horizonte muito alargado, de onde se destaca a vila emoldurada pelas serras do Rabadão e do Carvalhal, ou por recantos do vale, onde o rio salta com eterna impetuosidade.

Fonte: http://viagenstravel.com/portugal/portugal-serra-do-acor/gois-entre-serras-no-vale-do-ceira / http://www.rotasturisticas.com/

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