Pinhão - 5º Dia - Parte IV




Chegados ao Pinhão ao final da tarde parámos no Café Veigas, no Largo da Estação, mesmo em frente da Estação de Caminho-de-Ferro, onde habitualmente compramos o vinho do Porto branco e onde se pode degustar sempre vinho do produtor de grande qualidade.
 

Pinhão é uma vila rica de belas paisagens, pois fica situada junto da confluência do rio Pinhão (afluente) com o rio Douro. A primeira vez que visitámos esta bela vila, já foi há muitos anos atrás, quando realizámos o primeiro cruzeiro subindo o rio Douro, até ao Cachão da Valeira (o lugar onde morreu o Barão de Forrester, de nome Joseph James Forrester, quando se encontrava hóspede de D. Antónia Adelaide Ferreira e que veio a encontrar a morte quando o barco em que se faziam transportar, se virou numa viagem de recreio).


O Cachão da Valeira fica situado a apenas 1 Km, a montante da Barragem da Valeira, e é um impressionante estrangulamento do rio Douro, entre enormes fragas abruptas que faziam precipitar as águas numa queda de 7 metros de altura e que só é possível visitar de barco.
A base económica do Pinhão é o vinho e ali se produzem os melhores vinhos generosos de toda a região vinícola do Douro, encontrando-se também ali sediadas algumas das mais importantes Quintas do Douro. Devido à sua localização geográfica, tornou-se num importante entreposto comercial, sobretudo para o transporte do vinho do Porto, que antigamente se fazia nos barcos “rabelos” e que mais tarde, com o aparecimento do caminho-de-ferro, passou a ser expedido e comercializado através do comboio.


O turismo constitui atualmente uma fonte importante de riqueza e é habitual encontrarmos nos cafés do Pinhão muitos estrangeiros, que ali vão para sentir de perto a vila que historicamente é o ponto fulcral da produção do vinho do Porto. Através do rio, também por ali passam centenas de turistas vindos dos cruzeiros que anualmente navegam pelo rio Douro.
Em termos patrimoniais, destacam-se a Igreja da Nossa Senhora da Conceição com um cruzeiro e uma pequena capela e a Estação de Caminho-de-Ferro que é também um lugar de visita imperdível, uma vez que se encontra ornamentada por azulejos oitocentistas, autênticos retratos da faina duriense.


Mas ali também não devem deixar de observar-se, a bela ponte rodoviária sobre o rio Douro, a ponte metálica ferroviária, a ponte romana sobre o rio Pinhão, o barco rabelo fundeado no porto, as quintas e os velhos solares que atestam a riqueza proporcionada pela produção do vinho do Porto, e sobretudo as belas paisagens durienses que convidam os visitantes a voltar sempre.
A paisagem envolvente é de uma beleza única, devido em grande parte à sua situação idílica, numa encosta do vale do douro, descendo em desníveis para o rio, rodeada de vinhas, laranjeiras e amendoeiras, com uma vista cinematográfica sobre o encantador Douro e rodeada de uma natureza envolvente.
 
 
Depois de uma volta à vila que aquela hora já se encontrava quase adormecida, seguimos viagem com rumo a São João da Pesqueira, onde iriamos pernoitar.
Passa-se novamente a ponte rodoviária sobre o Douro e desce-se a margem esquerda do rio até à povoação de Bateiras, onde está situado o cruzamento com a estrada nacional que nos leva até São João da Pesqueira. Pelo caminho e antes de anoitecer totalmente, a subida da serra faz-nos apreciar a fabulosa e esmagadora beleza o vale do Douro visto lá de cima.



Fonte: http://sjoaodapesqueirafotografia.fotosblogue.com/ http://turismo.cm-alijo.pt/ http://www.guiadacidade.pt/ http://www.casatorresoliveira.com/

De Peso da Régua ao Pinhão - 5º Dia - Parte III




A chegada ao Peso da Régua já para o final da tarde, ainda encontrou todos os estabelecimentos comerciais abertos, o que nos proporcionou as habituais compras de pão de centeio e de saborosos enchidos do norte, que ali se podem comprar nos talhos da marginal.
De todos estes, a minha preferência recai nas saborosas alheiras, nascidas em Trás-os-Montes. Diz a lenda que foram inventadas pelos judeus, que no tempo da Inquisição e para fugirem às perseguições, faziam enchidos que eram maioritariamente feitos com carne de porco.
 

Os judeus ao confecionarem as alheiras iludiam os cristãos e as autoridades eclesiásticas, comendo as alheiras que todos suponham serem chouriços de carne de porco, quando na realidade para as fazerem utilizavam carne de aves de caça, galinha caseira e pão. Hoje em dia, as alheiras já são convencionadas com outro tipo de carne inclusive carne de porco, carne de javali e até bacalhau...
Depois a viagem continuou sem mais demoras uma vez que ainda queríamos chegar de dia ao Pinhão, para a compra habitual de vinho generoso branco, o melhor aperitivo do mundo, quando bebido bem fresquinho.

Lá vai ficando a Régua para trás com as suas três pontes altaneiras. Momento interessante, este, o passar junto aos pilares fortes e altos destas três obras de engenharia. A cidade e o movimento da marginal da Régua desaparecem, como que espontaneamente. Em Juncal de Baixo atravessa-se o rio e o percurso feito pela estrada acompanha o rio, seguindo pela marginal desde a Régua ao Pinhão, obrigando a uma condução quase em jeito de passeio.
As belas paisagens surgem a cada instante, como em qualquer parte do vale do Douro. E mais uma vez a encantadora simbiose nos espanta, numa perfeita harmonia entre o enorme rio que vai desaguar à cidade do Porto, os montes adoçados e os vinhedos. É uma delícia para quem quer que por ali passe. Em Juncal de Baixo atravessa-se o rio e o percurso feito pela estrada acompanha o rio, seguindo pela marginal desde a Régua ao Pinhão, obrigando a uma condução quase em jeito de passeio.

As belas paisagens surgem a cada instante, como em qualquer parte do vale do Douro. E mais uma vez a encantadora simbiose nos espanta, numa perfeita harmonia entre o enorme rio que vai desaguar à cidade do Porto, os montes adoçados e os vinhedos. É uma delícia para quem quer que por ali passe.
Quanto às amendoeiras, encontram-se um pouco por toda a parte, em especial no Douro Superior, e que a partir de finais de fevereiro até ao início de abril, formam no seu conjunto, um dos espetáculos naturais mais bonitos do nosso país.

O grandioso rio vai espelhando reflexos fiéis das margens. Do outro lado da margem, Covelinhas, uma aldeia no sopé da montanha, que só a passagem do comboio lhe faz reparo.
Mais à frente uma grande diversidade de quintas vão aparecendo a meia encosta, quer do lado direito, quer do lado esquerdo, sendo neste em maior número.


Lá mais para montante observa-se a Quinta de Santo António, já no concelho de Tabuaço, no alto de Santo António da freguesia de Adorigo, muito privilegiada em estar de face virada para o rio.
À beira da estrada visualizam-se muitas tabuletas com as indicações “vende-se vinho” e “vende-se azeite biológico”, num chamariz sedutor à compra das iguarias da região.
 
No lugar onde o rio faz uma apertada curva à esquerda, o Pinhão aparece logo mais à frente, do outro lado da margem. Passa-se para a margem direita numa antiga ponte de ferro, assente sobre pilares largos e robustos e quando chegamos, sente-se logo ali uma certa magia, não estivéssemos nós no epicentro da mais antiga região demarcada do mundo, considerada Património Mundial pela UNESCO.


Fonte: http://www.cp.pt/ http://maps.google.pt/ http://valores-beira-alta.blogs.sapo.pt/ http://quintadaribeira.blogs.sapo.pt/

De Mesão Frio ao Peso da Régua - 5º Dia - Parte II



A partir da entrada para a Quinta do Solar da Rede, desce-se a encosta em estrada estreita, por vezes de curvas acentuadas até à margem direita do Douro. Uma vez ali a estrada acompanha o rio e rola-se devagar por terras de Ribadouro.
Daí para cima deve-se apreciar de preferência com olhos de ver, aqueles pendores que ladeiam o rio e que formam o vale mais profundo, mais peculiar e mais encantador de todos os vales de Portugal.
As povoações sucedem-se apertadas entre a margem do rio e as encostas vinhateiras. Eido, Ribeira da Rede, Rede, Quinta do Reimonde. A partir de Quinta do Reimonde, acaba o descer da estrada e encontra-se o rio Douro, que bem perto corre.
A partir dali a estrada acompanha o rio, quase sem curvas e a partir da povoação de Bebereira, segue-se o rio pela sua margem direita até à Régua.
Dali de baixo temos a nítida sensação de estarmos a observar uma autêntica obra-prima, realizada pela natureza em conjunto com o esforço humano de muitas gerações, que com o seu suor foram modificando aos poucos as encostas deste vale, realizando uma imensidão de socalcos, cultivados com inúmeras cepas, que nos contam uma aventura de três séculos de trabalho e paixão pela terra.
Ao longo de gerações, multidões de homens desventraram o solo, remexeram o xisto, elevaram fileiras de socalcos e plantaram vinhedos, para que dele nascesse o tão afamado Vinho do Porto.

Na mais antiga região demarcada do mundo os durienses empenharam a alma e o corpo em sucessivos Verões e Invernos, cuidando a terra, tratando a vinha para no início do Outono, fazer a vindima. Nesta época passam dias e noites a fio, cortando os cachos, transportando cestos e pisando os bagos, nos lagares entre risos, cantigas e concertinas afinadas.
Lá em baixo junto ao rio, o cenário é esmagador e sentimo-nos muito pequeninos, rodeados por uma paisagem grandiosa, que une o rio, as vinhas e a sua história milenar.

Passamos depois por Granjão, e em seguida aparece-nos Caldas de Moledo, que nos tapa por instantes o correr do rio. Caldas de Moledo é uma povoação que sobe a encosta desde o rio até à estrada e como o próprio nome indica, situam-se ali umas termas com águas mineromedicinais.
O parque das caldas é um surpreendente espaço arborizado por enormes plátanos, formando um largo terraço sobre o Douro, obra dos tempos da famosa Ferreirinha (D. Antónia Adelaide Ferreira, empresária vinhateira portuguesa, que nasceu em 1811, e que ficou famosa por se ter dedicado ao cultivo do vinho do Porto, introduzindo notáveis inovações), que aqui tinha o seu palacete, separado deste parque pela estrada da Régua para Amarante.
 

No interior deste parque, fechado por um gradeamento e monumentais portões do séc. XIX, encontra-se o edifício do balneário e também o edifício chamado das Piscinas. É notoriamente um lugar de repouso e silêncio que se não curar males físicos, curará por certo os “espirituais”.
 
Deixam-se as caldas e um pouco mais adiante, empoleirada na encosta, chama a nossa atenção a pequena povoação de Cederma. No caminho, agora já bem próximo da Régua, ainda passamos por Salgueiral e Olival Basto, que antecedem a chegada à cidade de Peso da Régua.

Fonte: http://www.douronet.pt/ http://www.aguas.ics.ul.pt/ http://viagem-historiamovimento.blogspot.pt/ Google maps

Amadeu de Souza-Cardoso


"Eu não sigo escola alguma. As escolas morreram. Nós, os novos, só procuramos agora a originalidade. Sou impressionista, cubista, futurista, abstracionista? De tudo um pouco."
Amadeu de Souza-Cardoso

 
Mais uma vez a Google nos chama à atenção para a comemoração do 125º aniversário de Amadeu de Souza-Cardoso (Manhufe, Amarante, 14 de novembro de 1887 - Espinho, 25 de outubro de 1918).

Em jeito de homenagem, aqui ficam 2 vídeos com imagens da vida e obra daquele que foi o primeiro pintor modernista português, prosseguindo o caminho traçado pelos artistas de vanguarda da sua época. Embora tendo tido uma vida curta (31 anos apenas), a sua obra tornou-se imortal.



Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Z9TjvHXG1F0&feature=autoplay&list=PL7BF09AA2867537E1&playnext=6

De Amarante a Mesão Frio - 5º Dia - Parte I



Deixamos a formosa cidade de Ribatâmega e rumamos à Régua, em direção a Mesão Frio pelas estradas nacionais, que fazem as serranias.
A estrada nacional passa pelas serranias do interior e vales belíssimos de Baião. São paisagens de suster a respiração. Entre as encostas do rio Douro e os cumes rochosos da Serra do Marão, Baião é o concelho mais interior do distrito do Porto e também o de carácter mais marcadamente rural.
A estrada nacional fica enquadrada na serra do Marão e faz a ligação entre os concelhos de Marco de Canavezes a oeste, Amarante a norte, Mesão Frio e Peso da Régua a este.
A paisagem vai oferecendo panoramas deslumbrantes das grandes serras e vales tranquilos, por onde serpenteiam rios e ribeiras, com passagem por pequenas aldeias tradicionais, com belíssimos solares rústicos dos séculos XVII e XVIII, que exibem brasões de armas de secular granito, que o musgo retoca e mais envelhece.
De todas as casas senhoriais destaca-se a Casa de Tormes, do séc. XVIII, onde o escritor Eça de Queiroz viveu durante algum tempo e o Solar da Rede, a meia encosta de quem desce de Mesão Frio até ao rio. É uma bonita casa senhorial, que domina uma quinta empoleirada na encosta norte do vale do Douro, onde é possível fruir de belíssimas panorâmicas sobre o vale e cujas terras plantadas com castas do vinho do Porto, vai descendo em socalcos até ao rio. É um lugar ótimo para se parar e descansar, tomar um cálice de vinho do Porto, antes de se prosseguir viagem.
O Solar da Rede é hoje uma Pousada de Portugal onde já estivemos hospedados há alguns anos, durante um fim de semana, quando colecionávamos estadias nas Pousadas Nacionais Portuguesas em tempos de “vacas gordas”, quando ainda era possível pernoitar a bons preços nestas casas e que hoje nos apresentam preços proibitivos, sendo no entanto possível visitá-las sempre que por elas se passa.
Para além dos solares, em todas as freguesias por onde se passa, levantam-se singelas e antigas igrejas e ermidas, e pelo caminho vão-se vendo aqui e ali rústicas esculturas, terras cultivadas em socalcos, alfaias agrícolas, nichos com santos, fontanários e outras obras de arte.

Longe da poluição e agitação das grandes cidades o sossego e a tranquilidade destes caminhos, são sobretudo um reconfortante reencontro com a natureza no que de mais autêntico e singular ela tem, representando para nós viajantes uma experiência única.

Entre montes e vales de vegetação densa, em caminhos surpreendentes e pouco explorados pelo turismo, encontramos belíssimos recantos para repouso e miradouros de uma beleza ímpar, que nos proporcionam momentos inesquecíveis.
Entrados em Mesão Frio aparece-nos a região dos vinhedos, típica do Douro, onde dezenas de pessoas labutam todos os anos em setembro, na época da vindima. Nessa época, na tradicional apanha das uvas, carregam-se cestos com uvas, que depois são levados às costas por homens. São cada vez mais raros os lagares onde antigamente se fazia a pisa das uvas, para obtenção do mosto, que após envelhecimento em cascos de carvalho irá resultar no magnífico vinho do Porto.
A pequena povoação de Mesão Frio fica situada no cimo dos contrafortes rochosos que descem num vasto anfiteatro voltado ao Douro. É um local de miradouro natural, que até onde a vista alcança, nos vai mostrando as depressões profundas e os vales alinhados, as formas planálticas de relevos adoçados e quase uniformes na feição inconfundível da sua grandiosidade, num cenário perfeito para os amantes da natureza em estado puro. É um local onde o espaço imenso, repousa num imenso silêncio.
Fonte: http://artigos.netsaber.com.br/ http://www.etc.pt/ http://ribadouro.jfreguesia.com/ http://www.mesaofrio.com.pt/

Auguste Rodin

No dia em que a Google assinala o 172° aniversário do grande escultor francês Auguste Rodin (12 de novembro de 1840 - 17 de novembro de 1917), proponho uma visita ao Museu Rodin em Paris. Boa visita.



Leonardo da Vinci - O Homem que queria entender tudo


O documentário conta-nos a vida do italiano Leonardo da Vinci, desde o seu nascimento no pequeno vilarejo de Vinci até à sua morte. Por meio de reconstituições de época (com atores, figurantes…) e entrevistas com alguns dos maiores especialistas na obra de Da Vinci, o filme apresentado retrata cada episódio marcante na trajetória daquele que é considerado uma das mentes mais brilhantes da história.
 
Visionar de preferência em tela cheia

Fonte: http://www.youtube.com/

Recomendo


Este verão li o livro de José Gil (Filósofo, investigador, ensaísta e Professor na Universidade Nova de Lisboa), “Portugal, Hoje - O Medo de existir”, e que ainda volto a reler, sempre que necessário.
Para mim foi desde ai, a companhia que me faltava em horas de "solidão". Foi a identificação clara com aquilo que antes, eu tinha dificuldade em entender. Foi a oferta de uma tranquilidade que já tardava em chegar. Foi o entendimento concreto do que se estava a passar!...
De muitas, a frase nele escrita que mais me vem à memória, porque as situações vividas no dia-a-dia a isso obrigam, é a existência do “mito dos “brandos costumes” da sociedade portuguesa, que reina à superfície escondendo uma violência real subterrânea”, e que ainda anteontem referi para “ilustrar” melhor, mais uma “prática” que infelizmente parece ser cada vez mais comum…
É um livro que todos os portugueses deviam ler, porque é uma análise perfeita e profunda da nossa sociedade atual. Por isso aqui deixo a sinopse e duas críticas, para aguçar o desejo à sua leitura.
SINOPSE
Esta nova edição acrescenta ao texto de Portugal, Hoje — O Medo de Existir um comentário em que José Gil analisa a evolução recente do país e as críticas que o seu livro recebeu. Seguem-se algumas das principais entrevistas que o autor deu a propósito de Portugal, Hoje.


«Pensador difícil e denso, altamente criativo, capaz de inventar conceitos próprios, José Gil, com Portugal, Hoje adquire uma notoriedade assinalável.»
Eduardo Prado Coelho, Público, Fevereiro de 2005

«Na análise de José Gil, Portugal é uma sociedade normalizada, onde o horizonte dos possíveis é extremamente pobre e onde a prática democrática encontra resistências ao aprofundamento.»
António Guerreiro, Expresso, Dezembro de 2004


A vida é um sopro!


Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares, carioca, nascido em 15 de dezembro de 1907, teve a sua morte divulgada no início desta sexta-feira. Niemeyer estava hospitalizado e foi transferido de um quarto normal para uma unidade intermediária, no início do dia de ontem, devido a uma piora no seu estado de saúde, segundo informações divulgadas pelo hospital onde estava internado no Rio de Janeiro. O arquiteto apresentava uma deterioração nas funções renais e necessitou de ser encaminhado para uma unidade intermediária, para receber um monitoramento mais continuo e próximo.
Como homenagem fica aqui este vídeo, com alguns trechos selecionados do documentário "A vida é um sopro", do diretor de cinema brasileiro Fabiano Maciel, sobre a vida e a obra do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, onde esse notável brasileiro demonstra toda sua humildade a despeito da grandiosidade de sua obra.


A ética nos relacionamentos


Neste programa é feita uma importante distinção entre ética e moral. Enquanto a moral vem de fora, do social, a ética nasce do indivíduo, vem do ego - pois depende de uma personalidade estruturada - enquanto a moral é superegóica, já que se trata de uma imposição do ambiente introjetada nos indivíduos.

O programa toca também em questões importantes dos nossos tempos que envolvem a ética, como a clonagem, as células-tronco e o aborto.

Cláudio Cohen é Professor da USP, Diretor da Comissão de Ética da Sociedade Brasileira de Psicanálise e presidente da Comissão de Bioética do Hospital das Clínicas.

Este programa Café Filosófico é uma produção da TV Cultura, em parceria com a CPFL Energia.


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=OV-FkHwpLGU

Do Tédio ao Respeito de Si


Yves de La Taille é Professor Titular do Instituto de Psicologia da USP, Cadeira de Psicologia do Desenvolvimento e Psicologia Genética no Instituto de Psicologia. Recebeu o Prêmio Jabuti Educação, Psicologia e Psicanálise em 2007 com o livro "Moral e Ética: dimensões intelectuais e afetivas". Além deste livro  Yves de La Taille é autor de outras diversas obras.

Nesta palestra do Café Filosófico fala-nos de Educação Moral e Formação Ética, com o tema "Do Tédio ao Respeito de Si".



Fonte: http://www.youtube.com/

Amarante - 4º Dia - Visita a Amarante - Parte III



O centro da cidade de Amarante está aliado a uma beleza natural sem igual que se une na perfeição com um amplo património histórico, fazendo desta cidade uma caixinha de surpresas, pronta a despertar os nossos cinco sentidos.
 
Amarante é por tudo isto um lugar perdido no tempo que guarda em cada pedaço da cidade muito da nossa essência como povo. A descoberta desta cidade é assim a descoberta da nossa ancestral cultura. Tradições que achávamos perdidas são ali reencontradas e de novo apaixonamo-nos por uma cultura que são as raízes de todos nós.
Contemporânea da formação de Portugal e com íntima ligação às gentes e famílias que protagonizaram a fundação da nossa Nacionalidade, Amarante é também um testemunho do papel relevante que este território outrora desempenhou na história da nobreza e das ordens religiosas em Portugal.
Antes de deixarmos a cidade, queríamos comprar e provar alguns dos seus famosos doces amarantinos. A história de Amarante é indissociável da história da doçaria conventual do nosso país. Estas iguarias, com origem no Convento de Santa Clara, o mais antigo da cidade hoje em ruinas, são uma das referências locais, onde a oferta é bastante variada.
Para os encontrarmos bastou entrar no Café S. Gonçalo, onde tínhamos estado sentados na esplanada a observar o vai e vem das gentes, na Praça da Republica. Lá dentro os doces tradicionais esperavam-nos, sendo os mais emblemáticos os papos de anjo, as lérias, os bolos de S. Gonçalo, os foguetes e as brisas do Tâmega. De todos eles os mais interessantes pela história associada são os bolos de S. Gonçalo, mais conhecidos na região por “Ferramentas de S. Gonçalo”, por terem a forma de um falo.
São Gonçalo é o santo protetor das “velhas” e as preces a este santo, acredita-se, que curam os problemas de fertilidade masculina. Segundo reza a lenda, este santo teria casado em segredo alguns habitantes de uma aldeia chamada “Ovelha”, que a Igreja não queria casar por já viverem maritalmente há algum tempo. Entre estes encontravam-se novos e velhos, e assim o povo passou a dizer que São Gonçalo era o "casamenteiro dos de Ovelha". Este dizer popular foi ao longo do tempo sendo abreviado ou transformado, dando "casamenteiro das Velhas". Das questões sentimentais a ele associadas rapidamente o povo passou para as questões de ordem sexual. Assim para as festas e romarias de Amarante começaram a ser feitos bolos em forma de falo, com a mesma massa das cavacas das Caldas da Rainha, que os noivos ofereciam às noivas.
E foi assim que o santo homem vê uma parte da sua fisiologia que de pouco lhe teria servido, transformada em bolo brejeiro através do carinho do povo: as Ferramentas de São Gonçalo, doces de massa de farinha e açúcar, com ou sem recheio, semelhantes às galhofas e às cavacas. Diz-se ainda que este bolo seria uma homenagem ao papel conciliador das desavenças matrimoniais, feito pelo beato. Quem o come são sobretudo as mulheres, em geral como oferta amorosa do companheiro.
Esteve este doce proibido por indecente durante o Estado Novo, embora se tenha sempre portado como bolo da “resistência”, sendo confecionado na clandestinidade e vendido à socapa. Ainda hoje, nas barracas e nas pastelarias mais tradicionais de Amarante, podem encontrar-se estes bolos fálicos.
Fonte: http://myguide.iol.pt/ http://www.rotadoromanico.com/ http://cozinhaeliteratura.blogspot.pt/ http://conversasamesa.blogs.sapo.pt/

Amarante - 4º Dia - Visita a Amarante - Parte II



Depois da visita à Igreja de S. Gonçalo, sai-se para a Praça da Republica caminhando em direção ao Café/Bar S. Gonçalo, com uma boa esplanada de onde se pode apreciar bem o movimento e a dinâmica da Praça.
Dali também se observa bem a Ponte de S. Gonçalo, que juntamente com a Igreja do mesmo nome representam o epicentro do centro histórico da cidade de Amarante.
Primitivamente supõe-se ter existido neste local da atual ponte uma outra de origem romana, dado ser esse o traçado da estrada romana que passaria em Amarante em direção a Guimarães e Braga.
No entanto, por volta do ano 1250, e segundo uma antiga lenda existente na cidade, São Gonçalo terá construído ou reconstruído essa ponte, que mais tarde desmoronou devido a uma cheia do rio Tâmega. Nela havia um cruzeiro com o Senhor da Boa Passagem, que foi retirado uma hora antes do histórico desmoronamento da ponte e mais tarde colocado num nicho a um recanto da Igreja de São Gonçalo, ficando a imagem de Nossa Senhora da Ponte a proteger o trânsito.

A atual Ponte de S. Gonçalo é uma bela construção construída em granito no final do séc. XVII e é uma das imagens de marca da cidade. A placa de mármore fixada num dos obeliscos que guardam a entrada da ponte recorda a defesa e a vitória do general Silveira, futuro conde de Amarante, que a 2 de Maio de 1809 defrontou as tropas napoleónicas.
 
Esta ponte permite contemplar as calmas águas do Tâmega e a paisagem em redor. Descendo para o Museu Municipal Amadeu de Souza Cardoso, que naquele dia infelizmente por ser feriado se encontrava fechado, o visitante depara-se com uma estátua de Teixeira de Pascoaes, grande poeta oriundo da cidade. Não muito longe daqui está a agradável Praia Fluvial da Aurora e o Mercado Municipal.

Sobranceiro ao rio, e junto à igreja de São Gonçalo, encontra-se um templo de pequenas dimensões dedicado a Nosso Senhor dos Aflitos. Contudo, a designação mais comum é a de Capela de São Domingos, por ter sido fundado pela Venerável Ordem Terceira do Patriarca São Domingos.
 
Dali também se observa uma fonte integrada na parede exterior da Igreja de S. Gonçalo, num vão pouco profundo em arco pleno, confrontando com o terreiro do Convento.
Do lado Norte observa-se a Igreja dos Clérigos de São Pedro, que o IPPAR classificou de Imóvel de Interesse Público. É um edifício erigido em finais do séc. XVIII, que se encontra em posição altaneira em relação à Praça da Republica, com a torre sineira incorporada na frontaria. Apresenta na sua arquitetura motivos barrocos mas, já com influências neoclássicas e possui no seu interior, talha barroca, de estilo joanino.

Fonte: http://www.ruadireita.com/ http://pt.wikipedia.org/ http://amaranteportal.com/