De Arcachon a Cap Ferret e Carcans - 5º Dia - Parte II




 
Deixamos a Duna du Pilat, ao sul, e continuamos viagem até Cap Ferret, ao norte (não se deve confundir Cap Ferrat, que fica na Cote d'Azur).

Nesta etapa contorna-se a Bacia de Arcachon, o golgo interior que é formado nesta zona de França e que faz com que as suas margens com praias de areias finas e brancas sejam balneários privilegiados.

Localizada na Aquitânia, nela podemos observar uma densa floresta de pinheiros que a rodeia, pantanal e litoral oceânico, que nos dão paisagens sem igual, feitas de bancos de areia, parques de ostras e dunas.

It is a popular bathing location on the Atlantic coast 55 kilometres (34 mi) southwest of Bordeaux in the LanÉ um local de banho popular numa costa de mar interior, com cerca de 55 Km a sudoeste de Bordéus e junto da floresta de Landes, o maior pinhal marítimo da Europa.

Em primeiro lugar Arcachon is known for the "Arcachonnaise", the local name for an Arcachon villa , which is the architectural style of many of the older houses built there.Arcachon uma cidade balneário, conhecida localmente por "Arcachonnaise", com casas de arquitetura vitoriana, é um local charmoso e profundamente humano. Em 2 de maio de 1857, quando o imperador Napoleão III assinou a sua "certidão de nascimento" oficial, esta cidade era apenas uma floresta de pinheiros, carvalhos e medronheiros, sem ligações rodoviárias, com algumas cabanas de madeira e menos de 400 pessoas, na sua maioria pescadores e camponeses.

À saída de Arcachon, vê-se o Observatório de Santa Cecília, rodeado de pinheiros. Também conhecido como o rascunho da Torre Eiffel, é um miradouro e foi projetada Paul Régnauld com pitacos de Gustave Eiffel, que anos mais tarde faria a famosa torre parisiense. Dizem que Eiffel utilizou nesse projeto alguns fundamentos que foram aplicados depois na construção da Tour Eiffel.

Do lado oposto a Arcachon é Cap Ferret, um lugar muito mais sossegado e um resort chique, mais popular para celebridades, que ali têm casas de férias bem vedadas a olhares indiscretos.

Em Cap Ferret parámos para o jantar, e mais uma vez os já obrigatórios Moules Frites, mas desta feita com um bom acompanhamento musical, com baladas de um espontâneo, em estilo de réplica saudosista de Jaque Brel.

Da estrada a caminho de Carcans Plage, pouco há a descrever, pois à noite todos os gatos são pardos. É também a noite que nos leva até à AS de Carcans. Mal localizada em GPS, não foi de ser encontrada, mas fomos gentilmente conduzidos por uma patrulha de policiamento local que interpelámos, eram quase 03h00 da madrugada.

Não fora a condução policial e os diversos autocaravanistas presentes, o local escuro como breu, dentro de um pinhal afastado da vila, não nos tinha convencido, nem deixava perceber da generosidade da oferta envolvente, que só se haveria de descobrir no dia seguinte.

Durante a noite, lá pelas 05h00 da madrugada fomos acordados por um enorme barulho de garrafas de vidro a partirem-se e a rolarem pelo chão. Um pouco assustados olhámos pelas janelas para o exterior e qual foi o nosso espanto, observámos uma vara de javalis que rodeava os vários caixotes de lixo colocados nas imediações da AS, atirando-se aos depósitos para os tombarem. Algum tempo durou a confusão, mas depois de conseguirem os seus intentos os bravos animais abandonaram o local, deixando-nos de novo repousar.
Fonte: http://www.unoencadalugar.com.br/ http://en.wikipedia.org/ www.espacoerrante.blogspot.com/

Arcachon - Duna do Pilat - 5º Dia - Parte I


 
Depois de cerca de duas horas na praia, a desfrutar da calma das águas condicionadas por línguas de areia branca, seguimos viagem a caminho da já próxima Duna do Pilat.

 
Depois de poucos quilómetros percorridos, começámos a observar do lado esquerdo a famosa Duna. Situada em terras da Gasconha, à entrada da famosa Bacia de Arcachon e frente à ponta de Cabo Ferret, a Duna de Pilat (ou Pyla) é a duna mais alta da Europa.

 
Depois de estacionada a autocaravana, caminha-se em direção à escadaria com 154 degraus, que nos levará ao seu cume.

 
Custa a subir os mais de 100 metros de altura, mas o esforço compensa. Do seu cimo observa-se um panorama excecional. Do lado sul, estende-se o oceano e o mar interior, constituído pela Bacia de Arcachon. Ao longe do outro lado da Bacia de Arcachon, o Cabo Ferret. Do lado norte, a magnífica floresta de pinheiros que se estende por todo o litoral.

 
No meio da entrada da Bacia de Arcachon, observa-se muito bem o Banco de Arguin (uma grande ilha de areia que muda de forma constantemente, dependendo do humor do Atlântico, com cerca de 2 km de comprimento e outros 2 de largura, e que por vezes forma diversas ilhas ou línguas de areia branca, constituindo uma reserva natural que acolhe uma importante quantidade de aves migratórias).

 
A descida da duna, para os mais ousados, pode ter sensações fortes, especialmente para aqueles que a descem a passos largos ou que se deixem rolar ou escorregar por ela abaixo.

 
A Duna de Pilat atinge hoje dimensões excecionais: 2,7 km de norte a sul, e 500 m de este a oeste, e possui 60 milhões cúbicos de areia, depositados pelos ventos. A sua altitude varia entre 100 e 117 metros acima do nível do mar. Oferece uma inclinação mais acentuada do lado continental do que do lado do Oceano Atlântico.

 
Na sua qualidade de duna, desloca-se entre um a cinco metros por ano para este, podendo cobrir algumas construções (casas, estradas), e já engoliu várias fortificações de betão (construídas durante a Segunda Guerra Mundial, com a designação de Muro do Atlântico), e submerge progressivamente na floresta de pinheiros das terras litorais.

 
Esta formação arenosa marítima e móvel é obviamente classificada como ponto de interesse turístico, sendo visitada todos os anos por mais de um milhão de pessoas.

 
Mas a Duna de Pilat (do dialeto gascon “pilhar”, que significa monte, montículo) é uma formação relativamente recente, apesar do nome “Pilat” figurar já em alguns mapas (Claude Masse, 1708 e de César François Cassini de Thury, 1786). Segundo alguns registos, em 1855, a sua altura era de 35 metros.
 


Fonte : http://www.france.fr/ http://es.wikipedia.org/ http://viajes.michelin.es/

A Caminho de Arcachon - 4º Dia - Parte II






Já a meio da tarde deixámos Saint-Jean-de-Luz a caminho de Arcachon. A estrada como qualquer outra em viagem parece monótona, mas bonita, sendo ladeada na sua grande maioria por pinhal. Vive-se no entanto a novidade a cada curva, ainda que seja um pinheiro mil vezes repetido! É um estado de espírito só sentido por quem viaja em férias, quando a calma e a disponibilidade são totais, em que tudo merece atenção, e quando assim é, tudo parece irrepetível.

A distância a percorrer de cerca de 150 Km foi realizada ainda de dia e quando se aproximava a hora de jantar, apareceu-nos num parque automóvel de um estabelecimento comercial situado à beira da estrada, uma roulotte de venda de frangos. Parámos. Junto dos frangos a assar nos espetos elétricos, uma curiosa Madame, descalça, mas com chapéu de cerimónia a preceito, vendia os frangos assados sem mãos a medir, aos transeuntes de passagem pelo lugar. No entanto, o frango embora com bom aspeto, uma vez provado nos deu a certeza de outra irrepetível compra de iguaria idêntica, por terras de França.

Ao cair da noite, a primeira surpresa! Na procura de uma AS, o GPS conduz-nos a uma área vedada à passagem de autocaravanas. Em contrapartida abundam os parques de campismo, mas a uma centena de metros antes, identificámos um agrupamento de caravanas dentro de um convidativo pinhal, parecendo ser a preferida de muitos que tal como nós ali estavam para visitar, no dia seguinte, a famosa Duna do Pilat ou Pyla!?

A aparente proximidade com a duna e a confiança entretanto ganha nos dispositivos e autonomia da autocaravana, levou-nos a decidir pelo acampamento selvagem, mas muito limpinho e civilizado.

À chegada ao ajuntamento autocaravanista, um jovem casal basco que junto de nós pernoitou, confessou logo, amor á primeira vista pela nossa Travel Van, o que nos deixou mais uma vez babados e orgulhosos do nosso novo brinquedo…

Depois de se jantar o frango de pouco ou nenhum sabor, a noite foi passada a jogar dominó, que há tantos anos não era tocado.

A noite passou sem qualquer sobressalto e no dia seguinte a primeira coisa que fizemos foi vestir os fatos de banho e ir até à praia. Pegámos nas bicicletas e descemos em direção ao areal e a surpresa foi o encontro com uma praia irresistível. O belíssimo areal dourado a perder de vista, um mar estranhamente sossegado e uma água límpida e inacreditavelmente quente, a fazer lembrar paragens tropicais.

Ali estávamos numa borda da Bassin d'Arcachon (Bacia de Arcachon), junto de Le Teich, uma zona de águas pouco fundas, rodeadas de línguas de areia fina, que se se estendem por um delta do rio Leyre. This provides ideal marshland for migratory birds stopping on their long journeys between Scandinavia and Africa. É uma zona de sapal ideal para aves migratórias, que por ali param, para descansarem das suas longas viagens entre a Escandinávia e a África.

a.aaThis rare environment of salt-water and fresh-water has been designated a Parc Ornithologique, and is the nesting ground for several species: grey herons, black cormorants, white storks, oystercatchers, egrets, kingfishers, spoon-billed shovellers and many
Este ambiente raro de água salgada que se mistura com água doce constitui o designado Ornithologique Parc, que é a base para a nidificação de várias espécies de aves marinhas, como garças-reais, corvos marinhos pretos, cegonhas brancas, garças, maçaricos, e muitos mais.
 
Fonte: http://www.minube.pt/ http://www.alternative-aquitaine.co.uk/ http://www.espacoerrante.blogspot.pt/

Confrontos Religiosos e Fundamentalismos

A paz liberal que resultaria da globalização foi abalada por espetaculares atentados atribuídos ao fundamentalismo religioso. O mundo tecnológico do século XXI é abalado por movimentos em nome de Deus.

O velho espírito de Cruzada e Guerra Santa, nunca apagado de facto, parece ser a marca de um novo tipo de conflitos e de uma nova estrutura de Guerra Fria, que não opõe mais o socialismo ao capitalismo, mas sim os diversos credos e suas respetivas representações civilizacionais.

Seriam, as expressões religiosas, conceitos porte-manteaux para encobrir outros conflitos? Quais os aspetos mais relevantes dos choques religiosos? Os choques do passado seriam muito distintos dos atuais? Quais são as possibilidades da convivência e do diálogo entre as religiões?

A estas e outras perguntas responde mais uma vez o Professor Leandro Karnal, nesta palestra imperdível realizada no Café Filosófico da CPFL Cultura, sobre o tema geral, “Confrontos religiosos e fundamentalismos”.

Homo consumericus




Gilles Lipovetsky, professor de filosofia na Universidade de Grenoble, autor de vasta obra publicada onde reflete sobre as sociedades contemporâneas (A Era do Vazio, O Luxo Eterno ou O Crepúsculo do Dever, entre outros), teórico da «hipermodernidade», esteve há pouco tempo em Portugal para participar numa conferência subordinada ao tema A Busca da Felicidade, que decorreu na Culturgest na qual se pretendeu refletir a felicidade do ponto de vista científico e das suas implicações nas práticas sociais e culturais no mundo contemporâneo. Recentemente foi publicado entre nós o seu último ensaio, A felicidade paradoxal – Ensaio sobre a Sociedade do Hiperconsumo (Le bonheur paradoxal. Essai sur la societé d’hyperconsommation, saído em 2006 na Gallimard), uma reflexão sobre a sociedade de consumo atual.
 
Depois do aparecimento do capitalismo de massas, no fim do século XIX, e da «sociedade de abundância», no pós-guerra, o mundo vive hoje uma nova forma de consumo, iniciada nas duas últimas décadas e marcada pela oferta permanente de produtos em escala e intensidade jamais observadas. Segundo Lipovetsky entrou-se assim num terceiro estádio do capitalismo, ao qual chamou «a sociedade do hiperconsumo».
 
O autor analisa a relação paradoxal que, em seu entender, os indivíduos celebram hoje com um universo dominado pelo mercado, onde nem a esfera da intimidade consegue escapar. Num curto espaço de tempo, novos modos de vida e costumes instituíram uma nova hierarquia de objetivos e uma nova relação do indivíduo com as coisas e o tempo, consigo próprio e com os outros. A vida no presente sobrepôs-se às expectativas do futuro histórico e o hedonismo, às militâncias políticas. Em contrapartida, a febre do conforto ocupou o lugar das paixões nacionalistas e os lazeres substituíram a revolução, diz o filósofo. Em suma, o melhor-viver tornou-se uma paixão das massas, o objetivo supremo das sociedades democráticas, um ideal exaltado em cada esquina. O bem-estar tornou-se o novo deus, sendo o consumo o seu templo e o corpo a sua permanente liturgia, acrescenta.
 
Nesta nova «era do hiperconsumo», o apelo ao consumismo entranhou-se no quotidiano de todas as classes sociais e definiu uma forma insólita de relacionamento do indivíduo consigo mesmo e com o outro, para o bem e para o mal, diz Lipovetsky. Numa sociedade onde as necessidades dos cidadãos estão constantemente em observação e a ser alvo de elaboradas estratégias de mercado, o filósofo considera que as pessoas são estimuladas, de forma manipuladora, a consumir.
 
Esta sociedade e este tipo de relação geraram aquilo a que o filósofo considerou chamar um tipo de homo consumericus: voraz, móvel, flexível, liberto das antigas culturas de classe, imprevisível nos seus gostos e nas suas compras e sedento de experiências emocionais e de (mais) bem-estar, de marcas, de autenticidade, de imediatidade, de comunicação. Como se, doravante, o consumo funcionasse como um império sem tempos mortos cujos contornos são infinitos.
 
No entanto, alerta o ensaísta, estes prazeres privados originam uma felicidade paradoxal, pois o homo consumericus goza de ampla liberdade face às imposições e ritos coletivos, mas a sua autonomia pessoal traz consigo novas formas de servidão. Assim, o século XXI aproxima-se perigosamente de uma certa forma de totalitarismo, que coloniza as existências dos indivíduos. Pode, por um lado, funcionar como uma válida e vigorosa terapia que ajuda a afastar as frustrações diárias; mas por outro, tornar-se um causador de ansiedade, num mercado cujo objetivo primordial é a incessante oferta de «novidades». Mesmo quando inflacionadas, como por exemplo as novas e polémicas chuteiras de Ronaldo, com ligeira alteração a partir do modelo anterior, mas cujo preço passou imediatamente para mais do dobro.
 
O mercado de consumo é superabundante, compreendendo gente com alto poder de compra, mas também os pobres e os excluídos. Sustentando o paradoxo, Lipovetsky entende que o hiperconsumo reduziu as diferenças entre as classes sociais, alimentando-se ao mesmo tempo delas, uma vez que ao incitar a compulsão pela compra como objeto de desejo, a sociedade de hiperconsumo acabou por conduzir as pessoas e famílias com menos rendimentos mensais a serem consumidores apenas potenciais, isto é, apenas na sua imaginação.
 
A consequência dessa impossibilidade, por falta de meios materiais, pode vir a ser a delinquência, a violência ou a criminalidade. Ao mesmo tempo, para compensar os mercados da exclusão ou daqueles que vivem de forma mais precária, o mercado replica com contrafação ou cópias, procurando contribuir para o controlo da raiva em não se consumir como os outros.
 
A comunicação publicitária tem aqui um papel relevante, contribuindo para controlar a esfera das necessidades e transferindo o poder de decisão do consumidor para as empresas, cuja profusão publicitária continua a ter sucesso através da forma como faz valer os seus produtos e na organização que faz das visões do mundo, comunicando valores e ideias que sejam capazes de fidelizar como acontece com as campanhas «Just do It» da Nike, «Be Yourself» da Calvin Klein ou «Think Different» da Apple.
 
Nesse sentido Lipovetsky debate-se com as teses de No Logo de Naomi Klein obra emblemática da crítica à fetichização do consumo. Considera que ao enfatizar a tirania das marcas na sociedade, a autora ao não por em linha de conta que as pessoas dispõem de liberdade para escolher e falando da medicação do consumo, como terapia quotidiana.
 
No final, o autor questiona-se sobre «para onde caminha o hiperconsumo». Na tentativa de responder à questão procura saber se existe saída para uma sociedade de hiperconsumo sustentável. Uma vez que a felicidade é o valor central da civilização do consumo, ainda que variando nos seus conteúdos ou temas, entende que pode desviar-se esta felicidade do consumo para alguns sucessos afetivos ou do foro psicológico ou espiritual. Seria assim no hedonismo que poderíamos encontrar a via privilegiada para obter alguma felicidade, independentemente da sua efemeridade.
 
Os aspetos paradoxais da felicidade estão longe de ser definitivos e o debate para assuntos prementes como as ameaças ambientais à escala global, a solidariedade intergeracional ou o modelo social europeu, são algumas das manifestações de que há mais sociedade para além dos problemas dos indivíduos. No entanto, a responsabilidade num consumo sustentável é uma forma de sabedoria que leva à resistência num mundo em que há poucos amanhãs, conclui Lipovetsky.
Por Alexandra Silva

Gilles Lipovetsky (2007). A felicidade Paradoxal. Ensaio sobre a sociedade do hiperconsumo. Lisboa: Edições 70. 357 pp. [ISBN: 978-972-44-1354-9]


Saint-Jean-de-Luz - 5º Dia - Parte I




O bom tempo continuou no dia seguinte. O pequeno-almoço, tão raro no resto do ano, em férias sabe divinamente.

Como o sol brilhava logo pela manhã, partimos de bicicleta a caminho da outra ponta da baía, virada a sul. Esta era uma sugestão do Guia da American-Express, que sugeria uma caminhada a pé, estimando o percurso para duas horas entre St Jean-de-Luz e a Ponta de Seco.

 
Como queríamos ainda naquele dia partir a caminho de novo rumo, decidimos não fazer a caminhada e ir de bicicleta.

O caminho de quase 12 km de ida e volta, faz-se sempre à beira-mar, pela Av. du Commandant Passicot, que acompanha a baía até à Ponta de Seco. Pedalando pela estrada que se faz sempre paralela à baía, passa-se primeiro pela ponte e logo a seguir observam-se as instalações do Yacht Club Basque.


Depois de uma breve paragem para a compra de duas toalhas de praia, seguimos na companhia de uma paisagem sempre soberba e com muito trânsito, pedalando-se sem parar até ao Fort de Socoa.

Lá chegados e porque o mar convidava, fomos para a praia situada entre a marina e o molho sul da baía. Depois dos mergulhos e umas boas braçadas nas calmas águas da baía, com temperatura muito convidativa, tivemos a certeza de estarmos de férias.

Secos pelo sol quentinho, vestimo-nos e fomos caminhar pelo molho sul da baía de onde se tem uma bonita vista sobre a cidade de Saint-Jean-de-Luz e na volta subimos até ao forte.


O Fort de Socoa foi ali construído para proteger Saint-Jean-de-Luz das investidas espanholas, no lugar de uma pequena aldeia de pescadores que tinha o nome de Socoa. O Fort Socoa começou a ser construído no reinado de D. Luís XIII.


Mas em 1636, o forte foi tomado pelos espanhóis, ainda antes de ser concluído, ficando a partir daí a cidadela a ser chamada de "Forte de Castela". Alguns anos mais tarde, a soberania francesa foi restaurada e a obra foi concluída, sendo o forte rebatizado “Fort Socoa”.


A volta pedalando até à autocaravana foi rápida e depois de um banho quente para tirar o sal do corpo, partimos para mais uma etapa da viagem, desta feita a caminho de Arcachon, onde queríamos ir ver a famosa Duna do Pilat.
Fonte: https://maps.google.pt/ ; http://www.ciboure-paysbasque.com/ ; http://www.espacoerrante.blogspot.pt/

Os Planetas Exteriores


Plutão (segundo a mitologia grega, Pluto = rico) tem aproximadamente 1/5 da massa da Terra, sendo inferior à Lua. No seu movimento de translação dá uma volta em redor do Sol de 248 anos e desse tempo, passa 228 anos além da órbita de Neptuno.

Encontra-se a 4 biliões de milhas do Sol e por isso a sua temperatura será à volta de -225º.

A exemplo de Neptuno, Plutão foi descoberto matematicamente devido às pequenas perturbações observadas nas órbitas de Úrano e Neptuno. Foi descoberto em 18 de fevereiro de 1930, por Clyde Tombaugh, um astrónomo amador que tinha sido contratado pelo diretor do Observatório Lowell.

Desde a década de 30 e após 76 anos (durante aproximadamente 3 gerações), marcando presença em inúmeros livros e no mapa solar como planeta integrante do Sistema Solar, Plutão sofreu uma redefinição planetária, sendo “descriminado” em relação aos restantes planetas de maiores dimensões.

Assim e a partir de agosto de 2006 o Sistema Solar que contava com nove planetas passou a figurar com apenas oito, devido a uma mudança feita pela União Astronómica Internacional, que alterou a sua definição oficial de planeta igual aos outros, e Plutão foi rebaixado à categoria dos planetas-anões ou planetoides, não só devido à sua massa, mas também por ter uma órbita “singular ou atípica” em volta do Sol.

Mas mesmo despromovido, Plutão, talvez cansado de ser o alvo de tantos telescópios para ele virados, continuará no lugar do costume, impávido e sereno na sua insignificância e órbita “atípica”, responsáveis pela sua despromoção. Mas tem um consolo, a permanência do seu nome eterno, “Plutão ou Pluto”, e mesmo tendo sido despromovido, sobreviverá com dignidade a todas as reputações, talvez até à extinção do próprio Universo…

Assim, devido às mais recentes descobertas, o novo mapa solar, é constituído por vários planetas anões além de Plutão, como Éris (o maior de todos), Ceres (situado na cintura de asteroides), Haumea e Makemake, que são planetas como os outros do Sistema Solar, pois orbitam todos à volta do Sol.

Com o objetivo de estudar Plutão e suas luas Caronte, Hidra e Nyx, em janeiro de 2006 os EUA lançaram a nave New Horizons, que deverá atingir o astro em julho de 2015.

Em relação aos outros planetas exteriores do Sistema Solar, Úrano é o sétimo planeta mais distante do Sol e situa-se entre as órbitas de Saturno e Neptuno e tem pelo menos 27 satélites conhecidos.

O seu diâmetro é de cerca de 51 mil km, isto é, 4 vezes maior que a Terra. Umas das mais interessantes características de Úrano é sua inclinação axial, próxima a 90º, ou seja, Úrano praticamente rotaciona "deitado".

Comparada com os outros planetas gasosos (ou jovianos), a sua atmosfera superior é muito calma e devido à inclinação do seu eixo de rotação, apenas uma parte do planeta é iluminada enquanto a outra passa por períodos de até 42 anos na escuridão. Este fenómeno é único no Sistema Solar, provocando no planeta profundas mudanças de circulação atmosférica.

Outro dos planetas exteriores é Neptuno, o oitavo planeta do Sistema Solar. Em Neptuno a atmosfera é densa, formada por hidrogênio, hélio e metano, todos em estado gasoso.

Apesar de emitir muito mais energia do que recebe do Sol, a sua temperatura é de cerca de -193º.

Orbitando muito longe do Sol, Neptuno recebe muito pouco calor, mas seus fenómenos atmosféricos são consideravelmente ativos. Em Neptuno os ventos sopram em sentido oeste e podem atingir mais de 2 mil km/h. Isso ocorre provavelmente devido à falta de atrito da atmosfera com a superfície, onde irregularidades como montanhas tendem a frear o vento. Esses violentos ventos são responsáveis pela formação de grandes furacões, entre eles a Grande Mancha Negra - GMN, uma gigantesca tempestade do tamanho da Terra e que forma um enorme buraco na atmosfera do planeta, através do qual pode observar-se mais profundamente a sua atmosfera.

A observação direta dos cinco anéis de Neptuno só foi possível em 1984, devido à ocultação de uma estrela.

"Os Planetas Exteriores", é 11º Episódio de uma série de 12 documentários relativos ao tema geral “O Universo”.

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=zT51OjSWT-4 ; http://uranoort.no.sapo.pt/ ; http://pt.wikipedia.org/ ; http://www.srhype.net/

Saint-Jean-de-Luz - 4º Dia



A segunda noite em Saint-Jean-de-Luz foi iniciada com um jantar requintado, do ponto de vista gastronómico, na esplanada do Chez Kako, situado na Place des Halles, um modesto restaurante situado junto do Mercado Municipal da cidade. Em França um dos pratos mais comuns durante o verão, são os “moules frites”, que se pode traduzir como “mexilhões acompanhados de batata frita”. No entanto naquele dia, os “moules” além de muito frescos estavam cozinhados de forma groumet, seguidos de uns chipirons grelhados às tirinhas, fazendo jus à fama da cozinha francesa.

O resto da noite foi passada na Place Louis XIV, a olhar de uma das muitas esplanadas de numerosos cafés e restaurantes, a animação de rua que aquela praça tem sempre durante o verão.

O dia seguinte acordou sem chuva e o sol já brilhava logo pela manhã, sendo dedicado a percorrer a cidade de bicicleta.

A pedalada iniciou-se com uma incursão pelas ruas da cidade até encontrarmos o Mercado da cidade, onde parámos na esplanada do mesmo café/restaurante onde no dia anterior tínhamos jantado.

Dali até à Eglise St. Jean-Baptiste é um pulinho. A igreja, a maior do país basco francês é de fachada bastante simples, mas esconde um interior magnífico. Here you can check out the splendid Baroque altar where Louis XIV and Marie-Thérèse of Spain were married in 1660. Ali pode ser encontrado um esplêndido altar barroco, onde o jovem rei de França, D. Louis XIV se casou com a Infanta Marie-Thérèse de Espanha, em 9 junho de 1660.

Este magnífico altar possui um retábulo monumental em talha dourada com esculturas de madeira, que ocupa toda a altura da parede do fundo da abside e duas pequenas paredes laterais. Nele podemos ver dezoito estátuas de santos, duas alegorias, a pomba que representa o Espírito Santo, além da figura de Deus Pai.
 


Pode ainda nele ser observado um pelicano, símbolo da Paixão de Cristo, rodeado por colunatas adornadas com videiras, flores, folhagens, pássaros, crianças rindo… Todos os ornamentos estão de acordo com o rigor dos cânones clássicos e os gostos do rei Sol, que ao mesmo tempo mandou construir, o seu famoso Palácio de Versalhes.


Não se sabe ao certo quem foi o seu arquiteto, pensando-se ser provavelmente uma obra mandada edificar por um rico armador da cidade. O retábulo foi classificado como monumento histórico a 5 de dezembro de 1908.

Nas paredes laterais, a igreja possui galerias porticadas, com três pisos em madeira rodeando toda a nave da igreja. Esta é uma característica própria das igrejas da região de Labourd, sendo única na Europa.

Seguimos depois pela vizinha rue Gambetta, a rua mais comercial da cidade, uma grande área comercial pedestre e o lar de lojas e boutiques elegantes, sempre repleta de passantes e visitantes. Pelo caminho podemos observar de perto os belos edifícios de arquitetura basca, bem como algumas das suas praças agradáveis.

Dali rumamos à praia, a fim de se percorrer a marginal que abraça a costa ao longo da sua baía protegida, que segue sempre paralela à bela e longa praia de areia. Pedala-se até à Ponta de Santa Barbara (Pointe Ste. Barbe), no extremo norte da baía, que nos oferece vistas fantásticas de St.-Jean-de-Luz. And if you further and climb to the lighthouse via Rue du Phare, you'll get a glimpse of the coastline that will take your breath away. Dali sobe-se ao farol através da Rue du Phare, de onde se tem uma vista magnífica sobre todo o litoral de tirar o fôlego a qualquer um.


Fonte: http://espacoerrante.blogspot.pt/ http://fr.wikipedia.org/ http://www.francetravelguide.com/