Já a meio da tarde deixámos Saint-Jean-de-Luz a caminho de Arcachon. A estrada como qualquer outra em viagem parece monótona, mas bonita, sendo ladeada na sua grande maioria por pinhal. Vive-se no entanto a novidade a cada curva, ainda que seja um pinheiro mil vezes repetido! É um estado de espírito só sentido por quem viaja em férias, quando a calma e a disponibilidade são totais, em que tudo merece atenção, e quando assim é, tudo parece irrepetível.
A distância a percorrer de cerca de 150 Km foi realizada ainda de dia e quando se aproximava a hora de jantar, apareceu-nos num parque automóvel de um estabelecimento comercial situado à beira da estrada, uma roulotte de venda de frangos. Parámos. Junto dos frangos a assar nos espetos elétricos, uma curiosa Madame, descalça, mas com chapéu de cerimónia a preceito, vendia os frangos assados sem mãos a medir, aos transeuntes de passagem pelo lugar. No entanto, o frango embora com bom aspeto, uma vez provado nos deu a certeza de outra irrepetível compra de iguaria idêntica, por terras de França.
Ao cair da noite, a primeira surpresa! Na procura de uma AS, o GPS conduz-nos a uma área vedada à passagem de autocaravanas. Em contrapartida abundam os parques de campismo, mas a uma centena de metros antes, identificámos um agrupamento de caravanas dentro de um convidativo pinhal, parecendo ser a preferida de muitos que tal como nós ali estavam para visitar, no dia seguinte, a famosa Duna do Pilat ou Pyla!?
A aparente proximidade com a duna e a confiança entretanto ganha nos dispositivos e autonomia da autocaravana, levou-nos a decidir pelo acampamento selvagem, mas muito limpinho e civilizado.
À chegada ao ajuntamento autocaravanista, um jovem casal basco que junto de nós pernoitou, confessou logo, amor á primeira vista pela nossa Travel Van, o que nos deixou mais uma vez babados e orgulhosos do nosso novo brinquedo…
Depois de se jantar o frango de pouco ou nenhum sabor, a noite foi passada a jogar dominó, que há tantos anos não era tocado.
A noite passou sem qualquer sobressalto e no dia seguinte a primeira coisa que fizemos foi vestir os fatos de banho e ir até à praia. Pegámos nas bicicletas e descemos em direção ao areal e a surpresa foi o encontro com uma praia irresistível. O belíssimo areal dourado a perder de vista, um mar estranhamente sossegado e uma água límpida e inacreditavelmente quente, a fazer lembrar paragens tropicais.
Ali estávamos numa borda da Bassin d'Arcachon (Bacia de Arcachon), junto de Le Teich, uma zona de águas pouco fundas, rodeadas de línguas de areia fina, que se
se estendem por um delta do rio Leyre. É uma zona de sapal ideal
para aves migratórias, que
por ali param, para descansarem das suas longas viagens entre a Escandinávia e
a África.
Fonte: http://www.minube.pt/
http://www.alternative-aquitaine.co.uk/ http://www.espacoerrante.blogspot.pt/
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