Jardim Botânico Ártico-Alpino de Tromsø


O Jardim Botânico de Tromsø, (Tromsø Botaniske Hage), foi o primeiro local a ser visitado na cidade de Tromsø. É um local muito belo, e fiquei completamente apaixonada por ele, não só pela paisagem que dele se desfruta, mas também pela colecção impressionante de plantas alpinas que ali se podem encontrar levando-nos a viajar num só lugar, pela enorme diversidade da flora nórdica e árctica. As várias colecções de plantas que preenchem cada espaço, transportam-nos para as diferentes zonas de toda a região norte da Europa, transformando este Jardim num verdadeiro museu vivo.

Foi inaugurado no ano de 1994, e é o mais setentrional jardim botânico do mundo. O local permanece aberto a partir do mês de Maio até início de Outubro, e também é conhecido por Jardim Botânico Ártico-Alpino. O jardim tem uma vasta gama de plantas árcticas além de plantas que crescem em todas as regiões do hemisfério norte. O lugar está ao cuidado do Museu Universitário de Tromsø.

A entrada é livre, e está situado na parte oriental a sul da Universidade. O local oferece uma bonita vista das montanhas com os seus cumes nevados, que se encontram a leste e a sul do local. O lugar é definitivamente uma das atracções turísticas mais populares em Tromsø.

A sua localização, na costa norte da Europa, na mesma latitude do Alasca, faz com que este local tenha um clima do tipo árctico, que ajuda ao desenvolvimento adequado das plantas árcticas que aqui se encontram, e que fazem as delícias dos amantes de plantas.

Algumas das espécies de plantas mais populares e incluídas na colecção especial do jardim, são os Rhododendron (por exemplo, R. Lapponicum), os Meconopsis, as Aster, o Polemonium, o Erigeron, o Codonopsis, as Rose cultivares, o Allium, a Saxifraga, a Silene, a Tellima e o Heu.

O Jardim é também um espaço de muita tranquilidade, repleto de recantos que nos convidam simplesmente a um passeio, quando se tem mais tempo, e as suas belíssimas plantas permitem que se façam óptimas fotos.

Tromsø, a Paris do Norte




A chegada a Tromsø, fez-se pelas 8h00 da manhã, e pelas 10h30, saímos para visitar a cidade considerada a Capital do Norte. Como a partida estava prevista para as 6h00 da tarde, optámos por conhecer a cidade em visita planeada pelo Century, uma vez que o tempo era curto.
Tromsø é uma cidade da Noruega, com 2 557 km² de área e 61 897 habitantes (censos de 2004). É a oitava maior cidade da Noruega por população, assim como também é sede da uma universidade (Universidade de Tromsø), tendo também uma indústria cervejeira, um jardim botânico e um planetário, no ponto mais ao norte do mundo.

Justamente acima do Circulo Polar Árctico, na terra do sol da meia-noite, a metade do caminho entre a ilha Lofoten e o Cabo Norte, encontra-se Tromsø. É uma cidade viva, assente sobre uma ilha no norte da Noruega. Além de ser formosa, converteu-se num dos centros mais importantes de pesquisa meteorológica, pois é ali que se encontra o Radar Eiscat, o mais potente do mundo. Realizam-se importantes estudos das zonas altas da atmosfera, enquanto que o Instituto de Geofísica, conta com um observatório especial para o estudo das Auroras Boreais, junto do Lago Prestavnet.

Quem a visita fica surpreendido em encontrar cultura, juventude multilingue, e o uso da última moda internacional, e talvez por isto tudo, ela é denominada por "Paris do Norte". Tromsø é também designada por "Porta do Árctico" e a maior cidade na região polar escandinava.

Fica situada a 300 Km no interior do círculo polar árctico, à mesma latitude que o Norte do Alasca. O centro de Tromsø, abrange uma ilha em Tromsøy-sund, que está rodeada por belas paisagens árcticas, com fjords, ilhas e montanhas com picos alpinos. Subindo a montanha a oeste no teleférico, podemos apreciar lá de cima a paisagem e a cidade e fazer belíssimas fotos.

Tromsø foi edificada sobre uma ilhota comprida e estreita, entre a costa e uma ilha maior que a protege, Tromsøya. Aqui havia uma propriedade rural viking e a primeira igreja foi construída por volta de 1250. Na época da Liga Hanseática, o comércio floresceu e Tromsø tornou-se uma cidade de mercado em 1794. A partir da década de vinte do séc. XIX, a cidade cresceu como um porto de navegação do árctico.

Foi com a actividade dos baleeiros que a cidade teve sempre grande importância transformando-se numa cidade jovem, cheia de vida, rica e de intensa vida cultural. Tromsø foi desde sempre uma base de partida para as expedições rumo ao Pólo, sendo por isso chamada "A Porta do Norte", e foi daqui que Nansen e Amundsen partiram nas suas explorações polares. Mas é sobretudo a Universidade, (inaugurada em 1972), que faz dela a maior cidade do Norte da Europa.

Hoje, Tromsø é uma cidade universitária, com um casco histórico muito colorido com casas de madeira, uma intensa vida cultural, atracções variadas, a possibilidade única, nesta zona, para realizar compras de nível internacional, e com uma animada zona de cafés e bares. Os seus habitantes são conhecidos pelo seu alto nível de educação, interesses culturais e excelente sentido de humor.

Tromsø é muito conhecida na Noruega por ter muita neve durante o Inverno, apesar da quantidade variar muito de um ano para o outro. No Inverno de 1996/1997 um novo recorde foi estabelecido, quando a estação meteorológica no topo de Tromsøya registou, com alguma dificuldade, 240 cm de neve.

A temperatura mais baixa registrada foi -18,4°C, e a média de Janeiro é -4°C, devido ao calor trazido pela corrente quente do Atlântico Norte, uma extensão da corrente quente do golfo. A proximidade com o mar modera as temperaturas. Sommarøy, na costa oeste de Kvaløya possui uma média de -1,9°C em Janeiro.

O Verão também é relativamente fresco, com uma média de 12°C em Julho, mas as temperaturas durante o dia são um pouco mais quentes, embora variem muito (de 9°C a 25°C). No entanto por vezes as temperaturas também sobem, e no Verão de 1972, a temperatura chegou a 30°C.

O monumento mais famoso da cidade é a Catedral Árctica (Ishavskatedralen), que possui uma arquitectura que evoca a neve e os icebergs. Consagrada em 1965, a Catedral também conhecida por Igreja de Tromsdalen, foi projectada pelo arquitecto Jan Inge Hovig. É feita em betão e a forma do seu telhado simboliza o modo como a aurora boreal ilumina os dias escuros de Inverno em Tromsø.

A sua arquitectura é belíssima, com altas e estreitas janelas oblíquas, em relação ao solo e paralelas entre si, e tem um enorme vitral triangular com 23 m de altura de Victor Sparre (1972), que preenche toda a parede leste. É formado por 86 painéis de peças de vidro que ilustram o Segundo Advento de Cristo, e é considerado o maior vitral da Europa.

Além do seu magnífico Jardim Botânico, Tromsø ainda tem o Tromsø Museum Universitetsmuseet, que é um museu regional, dedicado à cultura Sami. Foi inaugurado em 1872, e possui boas colecções da Idade da Pedra e Alta Idade Média, e o Nordlysplanetariet, que é o Planetário da Aurora Boreal, situado no campos universitário de Breivika, e que é famoso por exibir o filme "Luz Boreal", que proporciona uma experiência realista, quer da Aurora Boreal, muitas vezes visível no céu, nos escuros meses de Inverno, quer do Sol da Meia-Noite, responsável pelas claras noites de Verão.


Cabo Norte


A estrada entre Honningsvag e Cabo Norte é de uma beleza particular, cheia de surpresas agradáveis, viajando-se através de terreno selvagem e solitário, um dos poucos lugares no continente europeu onde a paisagem e a flora revelam o seu carácter árctico mais profundo, podendo observar-se muitas renas livres que pastam na tundra, desde as cercanias da cidade de Honningsvag até ao Cabo Norte.

O Cabo Norte (North Cape ou Nordkapp), é um cabo na ilha de Magerøya no norte da Noruega. Tem um promontório com 307 m de altura, caindo a pique sobre o Mar da Noruega e o Mar de Barents, e com frequência é referenciado como o mais setentrional ponto da Europa. Porém, o cabo vizinho de Knivskjellodden situa-se a cerca de 1.500 metros mais a norte. Além disso, ambos estes pontos encontram-se em ilhas, o que significa que o ponto mais a norte da Europa continental é o Cabo Nordkinn.

Nesta zona o Oceano Atlântico Norte junta-se com o Oceano Árctico, e com bom tempo, pode observar-se uma espectacular e chocante vista, do alto de falésias, com contrastes de luz e sombras, que revelam a gravidade do primitivo, qualidade tão rara dos dias de hoje, e que aqui pode ser apreciada.

O apelativo Cabo Norte foi assim chamado pelo explorador britânico Richard Chancellor em 1553, quando passou o cabo em busca da Passagem do Noroeste, o caminho para o Novo Mundo. Desde então, ocasionalmente recebeu visitas de exploradores que subiam ao planalto, para observar o cabo no alto da falésia, e de visitantes famosos, como o foram o rei Óscar II da Suécia e Noruega em 1873 e o rei Chulalongkorn da Tailândia em 1907.

Hoje em dia, o Cabo Norte é uma importante atracção turística que inclui um amplo (e caro) centro turístico (North Cape Hall), que alberga grande número de exposições sobre a história do lugar. Em 15 de Junho de 1999, foi inaugurado o Túnel do Cabo Norte, que possibilitou ligar a ilha de Magerøya à parte continental e facilitar o acesso por automóvel.
No Cabo Norte podemos ver ainda uma série de sete esculturas, feitas por crianças, (com idades compreendidas entre os 8 e os 12 anos, de sete terras diferentes), e que foram lá colocadas em Junho de 1988, simbolizando a amizade, a esperança, a alegria e o trabalho em conjunto. Em 1988, essas crianças passaram sete dias no Cabo Norte para esculpir estas esculturas, dedicadas às crianças de todo o mundo, e à Paz na Terra. Junto delas, um monumento intitulado "mãe e filho" é uma obra da escultora Eva Rybakken.

O sol da meia-noite no Cabo Norte espalha a sua luz clara sobre as impressionantes formações insulares, os fiordes cavados, as montanhas cobertas de neve, os pastos luxuriantes e as vastas charnecas. A qualidade mágica da luz nesta região serviu de inspiração a muitos escritores, músicos e poetas.

Honningsvag, o berço do Sol da Meia-Noite



Quando chegámos a Honningsvag, eram 9h00 e ainda dormíamos. Nunca mais me vou esquecer da sensação que tive quando cheguei à sala de refeições do Century e olhei para o exterior, pois tive a mais agradável das surpresas, ficando absolutamente encantada com a beleza natural desta cidade, com as suas pequenas casas de madeira pintadas das mais variadas cores. Um encanto...
Honningsvag é uma aldeia de pescadores que está localizada na Ilha Mageroya. Esta região, em fins do século XIX, foi utilizada como lugar para o exílio de vagabundos, condenados e presidiários. Trata-se de um lugar de alvas neves invernais, envolta em escuridão permanente durante os meses de Inverno. O sol não sobe no horizonte a partir de meados de Novembro até Janeiro. No entanto também comemoram 24 horas de "sol" de 15 de Maio a 30 de Julho. Encontra-se na costa, próximo do ponto mais a norte da Europa setentrional, com deslumbrantes vistas para o mar de Barents.

Profundamente na "Terra do Sol da Meia Noite", Honningsvag é a aldeia mais a norte do mundo, com mais de 1000 barcos de cruzeiro chegando durante a temporada de Verão, é também um dos maiores e concorridos portos do norte da Europa. A sua paisagem é belíssima, e oferece um habitat natural para renas, morsas, ursos polares, baleias e dezenas de espécies de pássaros únicas desta região.

Honningsvag é um importante porto de pesca, que ostenta o título de "a cidade mais setentrional do mundo". O porto de Honningsvag reside dentro do Círculo Polar Árctico, no meio da grandeza da região de Finnmark na costa das frontierlands, e é a última paragem antes do Cabo Norte, a apenas 34 Km de distância.

Honningsvag é o ponto de partida privilegiado para o Cabo Norte, que as populações antigas diziam ser o "fim do mundo" conhecido, e o ponto de partida da viagem em direcção ao infinito. Os 34 Km percorridos em aproximadamente 45 minutos de viagem numa estrada que é de uma beleza inegável, tratando-se efectivamente do único passeio realmente polar na Europa. A estrada termina sobre um promontório rochoso que se joga a prumo no Oceano Árctico a uma altura de 307 m, o Cabo Norte.

Os Sami, um povo indígena único na Europa

O povo sami ou lapão (Saame em finlandês, Sámi em língua Sami), é nativo da Lapónia, abrangendo as regiões setentrionais da Noruega, Suécia, Finlândia e da península de Kola, na Rússia. É um dos maiores grupos indígenas na Europa, totalizando cerca de 70.000 pessoas.

A sua língua é o sami ou lapão, classificado como um idioma feno-húngrico (do grupo linguístico raro no qual se encontram o finlandês e o húngaro) e se divide em vários dialectos principais.
As actividades tradicionais dos sami são a caça, pesca, agricultura, a criação de renas e o duodji, (artesanato sámi), no entanto, mesmo que uma minoria actualmente faça isso para viver, já não têm uma vida nómada, como outrora.

O fascínio da história do povo Sami, reside também, e a meu ver, na sua avaliação genética. A constituição genética do povo sami tem sido motivo de grande interesse e estudo, devido à grande "distância" entre eles e os demais povos europeus, incluindo seus vizinhos mais próximos.
As investigações baseiam-se principalmente nos samis do norte e do leste, uma vez que uma variação considerável é encontrada entre diferentes grupos sami, contudo todos compartilham de um mesmo ancestral comum.

As investigações têm sido feitas especialmente quanto ao mtDNA feminino, com pesquisas paralelas realizadas com cromossomas Y e marcas autossomas. A pesquisa indica que 95,6% do DNA sami é originário da Península Ibérica, tendo somente 4,4% de origem Siberio-Asiática (Tambets 2004).

Uma ligação genética foi também encontrada entre o povo sami e os berberes do norte da África, datando de 9000 anos (Achilli 2005), levantando a possibilidade de que a Europa Meso-Ocidental, a Setentrional, a do Sudoeste da Europa e o Noroeste da África (Montes Atlas) eram habitadas por povos autóctones com origens em comum, e que foram varridos do mapa aos poucos durante a expansão dos povos indo-europeus do Leste para o Oeste, e cujo principal resquício actual são os bascos, única etnia que sobreviveu a uma invasão massiva da Europa por parte dos chamados arianos (ou indo-europeus).
Os Sami ou "lapões", caracterizam-se como um povo indígena do norte da Europa. O povo Sami da Finlândia tem o direito de manter e desenvolver a sua própria língua e cultura. No início de 1996 foi constituído através de decreto parlamentar o novo parlamento Sami (Sámediggi), como corpo representante do povo Sami.
Os Sami são puros ecologistas, continuando a criar renas, mas a modernidade fê-los alterar o seu estilo de vida. Acendem uma fogueira à chuva e sentam-se na terra macia, forrada por vegetação rasteira. Esperam. Quanto tempo? Não sabem, porque para os sami, criadores de renas, o tempo passa de maneira diferente. Não há horários. O tempo deles é o tempo que a natureza lhes dá. Na linguagem deles, “Sami” significa “Ser humano”, e também se chamam a si próprios de “O Povo do Sol e do Vento”.
Desde 2004, 6 de Fevereiro é o Dia Nacional dos Sami, um dia nacional oficial na Noruega. O Dia Nacional dos Sami celebra-se na Noruega, Suécia Finlândia e Rússia, servindo de símbolo de uma nação sami unida, que ultrapassa as fronteiras das nações. Nesta data comemora-se o primeiro congresso Sami, realizado a 6 de Fevereiro de 1917, que estabeleceu as fundações para o desenvolvimento da cooperação a nível nacional e inter-fronteiriço do povo Sami.
A bandeira sami foi hasteada no Complexo Administrativo Governamental pela primeira vez no Dia Nacional dos Sami em 2003.

Alta, a Cidade das "Luzes do Norte"



A chegada a Alta, pelas 8h00 foi a nossa primeira paragem num porto da Noruega a bordo do Century. Só saímos depois do almoço, sendo nossa opção nesta viagem, fazermos as visitas às cidades, só durante a tarde.
O município de Alta, abrange 3.815 km 2, localizado desde as margens do Altafjorden, (fiorde de Alta), incluindo grandes áreas florestais e abrangendo o planalto Finnmarksvidda. O rio Altaelva tem ao longo dos tempos formado um dos maiores "canyons" da Europa, escavando o solo no seu curso a partir do planalto para o fiorde, e é um dos rios de salmão mais atractivos para a pesca.

Alta, na foz do rio Altaelva, cresceu e integrou-se nas quintas vizinhas, formando a área urbana mais habitada da região Finnmark (região mais a norte da Noruega, na mesma latitude que a Sibéria, a Gronelândia e o Alasca). Inclui Bossekop, um mercado comercial rico em tradições onde samis e kaen (imigrantes naturais da Finlândia) e ainda noruegueses comercializavam bens.

A parte mais baixa do vale de Alta está coberto de florestas e terrenos agrícolas muito férteis. A corrente quente do golfo e as noites solarengas de Verão, permitem que o solo seja fértil, mesmo a 70º N. Os portos na costa de Finnmark não congelam e a zona desfruta de Invernos suaves. Cai muita neve durante o Inverno, mas muitas zonas desta região estão rodeadas por montanhas, que provocam o abrigo dos ventos e dos frios invernais vindos do oceano.

Alta também sofreu um grande incêndio. No Outono de 1944, quase toda a Finnmark foi queimada durante a retirada alemã, no final da 2ª Guerra Mundial, e a cidade com excepção da igreja em Bossekop, foi totalmente arrasada. A cidade foi reconstruída logo após o final da guerra, e a maior parte das pessoas reconstruiu as próprias casas no mesmo sitio das anteriores, modificando no entanto a sua arquitectura.

Em 1973 foram descobertas gravuras rupestres com 2000 - 6000 anos, perto da aldeia de Hjemmeluft. As gravuras, hoje Património Mundial da Unesco, ilustram a vida selvagem e cenas de caça. As pinturas rupestres de rock Hjemmeluft são a maior extensão de pinturas rupestres do mundo, e podem ser visitadas perto de Alta.

Alta foi notícia por vários meses. Muitos habitantes da zona (especialmente Samis e ambientalistas) usaram a desobediência civil, manifestando-se contra a construção de uma barragem hidroeléctrica. No entanto, a barragem foi construída, e o rio Altaelva manteve uma rica fauna etiológica, sendo hoje motivo de orgulho para os habitantes da região.

A maior parte da população vive na cidade de Alta, desfrutando de um clima ameno, com temperaturas de Verão comparáveis com as do sul da Noruega, e nas zonas baixas, a cidade é protegida das tempestades de Inverno. O seu clima favorável, povo hospitaleiro e ambiente agradável são os pontos fortes desta região, que em cada ano atrai mais pessoas para esta comunidade, tendo esta crescido nos últimos anos. Além disso, é uma cidade muito dinâmica, cheia de actividades e eventos durante o Verão e o Inverno.

A precipitação é escassa, (precipitação anual de 400 mm) e o céu limpo e perpétuo de Alta, foi a razão pela qual a cidade foi escolhida como um excelente local para o estudo das Northern Lights, (auroras boreais). O primeiro observatório do mundo de Auroras Boreais, foi aqui construído em finais do séc. XIX, sendo denominado de "Norther Lights City Alta". Durante o Outono e o Inverno, pode fazer-se a observação das "Luzes do Norte", com as suas cores, verdes, rosas e púrpura que dançam no céu, iluminando o céu negro de Inverno.

Hoje, Alta é um centro industrial, com micro industrias, e um centro comercial e educativo em crescimento, sendo também um importante centro de transportes, com o seu próprio aeroporto. A Universidade de Finnmark (Høgskolen e Finnmark), encontra-se sedeada em Alta, que também conta com um Departamento de Investigação (Norut NIBR Finnmark).

Alta está fortemente influenciada por Lappish, a cultura Sami. Os Sami, são os indígenas da zona norte da Escandinávia, e ecologistas puros. Outrora, os Sami habitaram quatro países: Noruega, Suécia, Finlândia e Rússia. Os dados conhecidos estimam que ainda hoje, há entre 50.000 e 100.000 Samis, vivendo nestes países, e mais de metade residem na Noruega.

Alta tem uma razoável comunidade Sami, e foi aqui que tivemos oportunidade de observar de perto alguns dos seus membros, visitando uma tenda Sami, onde fomos recebidos, e convidados a tomar chá com bolos secos e a provar carne de alce fumada. No porto tivemos ainda oportunidade de os ver vendendo artesanato, vestidos com os seus característicos trajes coloridos.

Älesund, a Veneza da Noruega


Situada no centro da Noruega, é conhecida por ser a cidade da "Art Nouveau" da Noruega, sendo conhecida pela sua arquitectura única. O seu museu de história, ao ar livre, Sunnmore Musseum, abrange um lugar fascinante, com quarenta casas antigas provenientes de várias partes do país, e de arrumações de barcos e ainda trinta barcos de pesca.
Típica cidade de pescadores que se estende sobre três ilhas, está situada na costa ocidental da Noruega. Älesund tem paisagens magníficas, museus variados e uma história muito interessante. Segundo as normas da Noruega, Älesund é uma cidade bastante grande, embora para nós, uma cidade com a sua dimensão, seja considerada pequena.

Ela remonta ao século IX, quando Rolf Gang, aqui construiu um castelo, perto da zona onde hoje se estende a cidade, que foi crescendo até 1848, quando foi elevada a cidade. A história de Älesund, no entanto, é marcada por um grande incêndio: No início do século XX, num sábado 23 de Janeiro de 1904, raios de uma violenta tempestade acabaram por causar a destruição da cidade. Num período de 12 horas, o incêndio transformou em cinzas mais de 900 construções que eram feitas de madeira.

A ajuda e os donativos europeus chegaram rápidamente e em apenas três anos a cidade foi quase toda reconstruída a partir dos escombros, por um grupo de arquitectos, em pedra em vez de madeira, num estilo muito contemporâneo. Älesund teve seu estilo arquitectónico influenciado pelo estilo "arte nova" e é hoje classificada de património mundial pela UNESCO, com seus prédios pequenos e coloridos. Debruçada no mar, tem 36 mil habitantes e fica a 45 minutos de avião de Oslo.

Porto pesqueiro, Älesund está na boca de um fjord e está dividida em duas zonas, Norvoya e Aspoy,(que são ao mesmo tempo duas ilhas), que estão ligadas por pontes. Älesund é talvez a cidade que mais reflecte o modo de vida estreitamente ligado ao mar e bem característico da Noruega. Com efeito, foi da pesca que esta cidade surgiu, se desenvolveu e consolidou como o maior centro exportador de pescado e derivados de toda a Noruega.

A cidade orgulha-se da tradição pesqueira com sofisticadas instalações portuárias, técnicas avançadas, modernos equipamentos, enorme frota pesqueira e inúmeras indústrias de processamento que fazem dela a capital mundial do bacalhau.

Älesund, onde se pode comprar belíssimo artesanato norueguês é um ponto de partida para fazer caminhadas, nas montanhas da região Sunnmore, no Vale Norang, nas geleiras Hey, na Runde Island e até à aldeia de Viking Giske. É um porto base para a pesca do bacalhau e para operações CJE da frota de navegação no Árctico. O Parque do Mar de Atlanta, oferece grandes aquários, possibilidades de mergulhar e fazer belas fotos. O famoso fiorde Gayranger situado não muito longe da cidade, é classificado pela Unesco, como um dos mais belos lugares do mundo. A partir da cabana de montanha Fjellstua, obtém-se uma impressionante panorâmica da cidade, onde se podem fazer fotos espectaculares.


O Century


Pintar o olhar de azul... Admirar a terra de um lugar privilegiado... Aplaudir a festa, a alegria, e o glamour... Mergulhar na calma, na paz de uma gota imensa onde cada qual é rei e senhor... Rios, Mares e Oceanos… Onde viajam gentes de diferentes origens, diferentes cores e personalidades... Saltar de porto em porto, ocupando sempre o mesmo hotel, experimentar o requinte diário de um restaurante de luxo, a alegria da diversão a bordo, a tranquilidade única do navegar em mar alto, e o prazer da descoberta em cada porto, é o que na essência, traduz o viajar num cruzeiro, abordo destes navios, feitos expressamente para a realização de sonhos.

Cruzeiro ao Sol da Meia-Noite e Fiordes da Noruega

Desde os tempos de escola, tinha a ambição de ir espreitar o Sol da Meia Noite, e foi a propósito da comemoração do nosso 25º Aniversário de casamento, que foi concretizado este meu/nosso velho sonho, com a viagem à Noruega.

Julho foi o mês escolhido por nós, e depois de uma busca criteriosa a várias ofertas turísticas para a Noruega, decidimo-nos por um Cruzeiro abordo do espectacular navio Century, pertencente à companhia de navegação grega, Celebrity Cruises. Assim, sob o comando do Capitão Nicholas Pagonis, foi iniciado o cruzeiro, no porto da cidade de AmesterdãoHolanda, aos Fiordes de Noruega e Sol da Meia Noite.

Nesta viagem que decorreu desde 9 a 20 de Julho de 2007, foi percorrido o seguinte rumo:

9, 10 e 11 de Julho - Amesterdão, Holanda - Alesund, Noruega.

11, 12 e 13 de Julho - Alesund - Alta, Noruega.

13 e 14 de Julho - Alta - Honningsvag, Noruega.

14 e 15 de Julho - Honningsvag - Tromso, Noruega.

15, 16 e 17 de Julho - Tromso - Molde, Noruega.

17 e 18 de Julho - Molde - Olden, Noruega.

18 e 19 de Julho - Olden - Bergen, Noruega.

19 e 20 de Julho - Bergen - Amesterdão, Holanda.

Para nós, no entanto, o início desta viagem resultou bastante atribulado, e diria até, de autêntica aventura, o que ao contrário do que se possa imaginar, me agradou particularmente.

Na madrugada do dia 9 de Julho, partimos no nosso carro para Lisboa, afim de apanharmos o avião com destino a Amesterdão, onde estava previsto embarcarmos a bordo do Century. No entanto, quando chegámos ao aeroporto, as diligências necessárias afim de deixarmos o nosso veículo em segurança, fez-nos atrasar o nosso embarque, a tal ponto que quando estávamos prontos a despachar a bagagem, já não o pudemos fazer, tendo o voo de ser adiado para o dia seguinte.
No dia seguinte já o Century, não estaria no porto de Amesterdão, pois já teria partido, e o voo fez-se para Oslo, capital da Noruega, durante a manhã do dia 10 de Julho. De Oslo, tivemos de apanhar um outro voo, ao final da tarde, para Alesund, junto ao litoral da Noruega, onde iríamos apanhar o barco no dia seguinte. O avião com destino a Alesund, das Linhas Aérias Escandinávas, era muito antigo, com grandes motores nas asas, (igual, e pertencente às mesmas linhas aérias, ao avião que cerca de um mês depois, aterrou sem trem de aterragem), e os pilotos tinham cara de velhos "lobos do mar"ou talvez "bacalhoeiros"...

Quando chegámos ao aeroporto de Alesund, não havia táxis, mas sim um autocarro que nos levou do aeroporto para a linda cidade de Alesund, deixando-nos no porto, junto ao caís de embarque, uma gentileza do motorista do autocarro, para que visse-mos onde embarcar no dia seguinte.

A procura de hotel para se pernoitar foi difícil, uma vez que, os hotéis eram poucos e os que havia estavam completos. No entanto depois de alguma indagação, um estrangeiro em férias na cidade, aconselhou-nos uma pousada de acolhimento a visitantes pouco endinheirados, baratinha e aonde até se tinha de alugar a roupa de cama. No entanto era tudo bastante limpinho e o banho reconfortante. Em Alesund tivemos pela primeira vez, a oportunidade de observar a luz "diurna", durante toda a noite.

Algeciras/Final da viagem


Chegados a Algeciras pelas 14h00, decidimos de imediato iniciar a viagem de regresso a casa, percorrendo durante o resto do dia, todo o caminho até Sevilha, onde pernoitámos, encetando no dia seguinte a última etapa desta viagem a Marrocos, absolutamente inesquecível.

Devo ainda acrescentar, que a descrição desta viagem, me saiu com bastante fluidez, e que um sem números de cheiros, sabores, rostos, conhecimentos, sons, tactos, medos, comportamentos e cenários, foram sendo recuperados, para surpresa minha, levando-me a concluir que afinal a minha "memória de elefante" está em forma.

Algeciras é uma cidade portuária do sul de Espanha, na província de Cádiz, comunidade autónoma da Andaluzia. Localiza-se perto da cidade Gibraltar, ligeiramente mais a norte do que Tarifa, que é a cidade mais a sul da província. Ambas as cidades estão situados no Estreito de Gibraltar e de frente para o Mediterrâneo.

O moderno porto de Algeciras é um dos mais movimentados do mundo, com bastante tráfego de e para África. Devido a esses transportes, existem bastantes hotéis e estalagens na cidade.

Foi "Portus Albus" em tempos de Roma, e seus fornos de cerâmica em "El Rinconcillo" testemunham a sua existência no séc. I da nossa era. Logo desapareceu para renascer com nome mouro, o mesmo que conserva, "Al-Yazirat Al-Jadra" (A ilha Verde), Algeciras, como hoje o pronunciamos.

Aquí nasceu Almanzor, em 939, o grande capitão do exército árabe, que levou a fronteira muçulmana até aos Pirinéus, vencendo cinquenta campanhas seguidas sem perder uma única batalha.

Alfonso XI conquistou a praça em 1342, depois de vinte meses de duro cerco, entrando triunfalmente en Algeciras no dia 28 de Março de 1344, que era domingo de ramos. Em recordação a esta festividade religiosa, o rei mandou consagrar a mesquita da cidade, dando-lhe o nome de igreja de Santa María de la Palma.

A conquista de Algeciras foi para os reis espanhóis tão importante como a conquista do Algarve para os reis portugueses. E a partir daí, uniram o nome de Algeciras à coroa, intitulando-se desde então, "Reis de Espanha e Algeciras".

No entanto, transcorridos vinte e cinco anos, novamente os mouros, capitaneados por Mohamed V de Granada, sabendo que a cidade estava desguarnecida e em represália pelo assassinato de D. Pedro I, seu aliado e amigo, atacam a grande praça de Algeciras em 1369, e poucos anos depois, pensando que não a poderiam conservar em seu poder, incendiaram-na não restando pedra sobre pedra. Assim a que foi "a praça mais importante da Andaluzia", nas palavras de Guichot, se viu convertida a um monte de ruínas fumegantes. Os seus habitantes foram para outras cidades, e aqui ficaram só alguns humildes pescadores...Só alguns restos de muralhas eram testemunho do seu passado grandioso.

A conquista de Gibraltar em 1462, por D. Alonso de Arcos, alcaide de Tarifa, fez com que Henrique IV, então reinante, concede-se diversos privilégios a fim de estimular o repovoamento da praça de Algeciras. Um destes privilégios foi a entrega aos habitantes do rochedo de Gibratar, as terras de Algeciras, e estes transformaram as ruínas da cidade em numerosas hortas, quintas e pomares.

Passou o tempo... Frente às ruínas de Algeciras, Gibraltar vive a sua plácida existência... De nada se suspeita, mas aquela pedra gigantesca irá ser separada violentamente da geografia espanhola, deixando amargurados seus habitantes. Assim, no dia 4 de Agosto de 1704, como consequência da guerra de sucessão, a esquadra anglo-holandesa ataca Gibraltar, com tal fúria, que a praça se rende ao arquiduque Carlos. Mas só umas horas depois é hasteada a bandeira inglesa, e Gibraltar fica a pertencer à rainha Ana de Inglaterra.

Os seus habitantes saem de Gibraltar, não querem viver sob o jugo estrangeiro, abandonando bens e partindo para os campos...O núcleo maior destes gibraltinos, refugia-se junto à ermida de São Roque, de onde depois nasceria a cidade com o mesmo nome. Outro grupo junta-se num oratório, que mais tarde daria lugar à povoação de Los Barrios, e outro pequeno grupo foi para o lugar da antiga Algeciras, situando-se em volta de uma ermida, propriedade da família Gálvez, a actual capela de Nossa Sra. da Europa, onde hoje é a Plaza Alta, dando assim lugar ao ressurgimento da histórica cidade.

A partir deste momento, Algeciras cresce rapidamente, seu futuro vislumbra-se venturoso, e a sua beleza cresce, confirmando uma vez mais o sobrenome de "A Cidade da Bela Baía".