Capital regional de Aragão e da província com o mesmo nome, Saragoza deve o seu importante passado à localização nas margens férteis do rio Ebro e no centro de um grande vale com grande variedade de paisagens, desde desertos, (Las Bardenas), a bosques densos, prados, e montanhas, sendo hoje a quinta maior cidade de Espanha.
No local da presente cidade existiu outrora um povoado celtibérico denominado Salduba, mas ainda no passado, e no início da ocupação romana da península, Zaragoza foi também uma importante cidade romana, ostentando o nome completo de seu fundador, César Augusto (chamando-se então Caesar Augusta ou Cesaraugusta de onde deriva seu actual nome), no séc. I a.C.
No século VIII converteu-se num importante centro muçulmano chamado Medina Albaida Sarakusta, apenas passando para mãos cristãs em 1118, quando Alfonso I a conquistou e converteu em capital do reino de Aragão. A partir do final do século XIX, tornou-se foco de imigração rural, atraída pela industrialização da cidade.
Sarakusta fez parte de um reino independente entre 1018 e 1110, (Taifa de Saragoça ou Reino de Saragoza), isto é, desde a desintegração do Califado de Córdoba no início do século XI até que foi conquistada pelos almorávidas em 1110. Nessa época experimentou um extraordinário auge político e cultural com os reinados de Al-Muqtadir, Al-Mutamán e Al-Mustaín II na segunda metade do séc. XI.
O legado intelectual e artístico mais notório poder-se-ia resumir na construção do Palácio da Aljafería, (enorme palácio mouro do século XI), e na criação da primeira escola estritamente filosófica andaluza, cuja figura central foi Avempace, (ou Ibn Bajja que foi considerado o primeiro grande filósofo árabe da Espanha), que nasceu em Zaragoza entre 1070 e 1080 e teve que emigrar da cidade em 1118 após a conquista cristã.
Muito destruída durante a Guerra de Independência contra os franceses (Guerra Peninsular, 1808-1813), preservou todavia, interessantes vestígios romanos e sobretudo, fascinantes exemplos da arquitectura mudéjar (feita pelos muçulmanos que permaneceram na Península Ibérica depois da Reconquista), patente em monumentos como a Basílica de Nossa Senhora do Pilar (século XVII) ou a Sé, a Catedral construída entre os séculos XII e XVII, com uma mistura de estilos mas incluindo uma deslumbrante fachada em tijolo escuro e cerâmica colorida, típica do mudéjar.
Na história de Zaragoza, há vários episódios interessantes, como por exemplo aquele que aconteceu na madrugada de 3 de Agosto de 1936, quando um avião republicano sobrevoou a cidade de Zaragoza, volteando sobre a Basílica da Virgem del Pilar e largando três bombas sobre o templo. Duas atingiram o telhado do edifício e uma outra caiu no pátio.
O curioso desta história é que nenhuma delas explodiu, o que foi apontado desde logo como mais um espantoso milagre da Virgem. As duas bombas que atingiram o edifício ainda hoje estão expostas no seu interior, intrigando todos aqueles que não estão a par do acontecimento.
A explicação mais racional para o facto de nenhuma das bombas ter explodido reside talvez no facto do avião voar a muito baixa altitude e, como tal, a altura não ser suficiente para despoletar o sistema que induz o explosivo. Seja como for, este é um episódio curioso da Guerra Civil de Espanha.
Como pontos turísticos mais relevantes, Zaragoza possui: A Basílica del Pilar, com onze coloridas cúpulas revestidas a azulejos. O interior reúne obras de grande valor artístico como a cúpula da capela, pintada por Antonio Gonzáles Velázquez, bem como o alto-relevo da Assunção, de Carlos Saura, localizado atrás da capela. De sua torre tem-se uma linda vista panorâmica da cidade. A basílica também tem frescos de Goya.
Ali perto, na praça do mesmo nome, encontra-se a Câmara Municipal, a Lonja (bolsa de mercadorias) renascentista, do séc. XVI e ainda o Palácio Arzobispal. Do lado leste da praça está a Catedral de Zaragoza, mais conhecida por La Seo, exibindo uma grande mistura de estilos. Parte do seu exterior foi coberta com decorações de tijolo e cerâmica, típicas do mudéjar, enquanto no seu interior há belos retábulos góticos e esplendorosas tapeçarias flamengas.
O Palácio de Aljafería, um dos monumentos mais importantes do período muçulmano, data do século XI e sofreu algumas reformas e modificações ao longo do tempo, das quais a mais radical foi a executada pelos reis católicos em 1492. Actualmente, uma parte de suas dependências é sede da Corte de Aragão.
As Muralhas Romanas, protegiam um perímetro de 3 km da antiga Caesar Augusta. As suas torres são semicirculares, com um diâmetro de cerca de 8 metros. e data provavelmente, do século II ou III.
A Ocidente de Saragoza, a antiga cidade de Tarazona exibe igualmente fascinantes exemplares da era muçulmana e da arquitectura mudéjar. Não muito longe, o isolado Mosteiro de Veruela, fundado no século XII, é um dos maiores de Aragão, rodeado por muralhas que o fazem parecer um castelo.
Outro edifício conventual famoso é o Mosteiro de Pedra, onde existe agora um hotel rodeado de um agradável parque cheio de grutas e quedas de água. Em direcção a Leste, a pequena cidade de Daroca possui impressionantes muralhas medievais em redor de uma velha fortaleza mourisca.
Ali perto, a pequena aldeia de Fuendetodos orgulha-se de ter sido o local de nascimento de um dos maiores pintores espanhóis, Francisco de Goya (1746-1828), que é recordado na Casa-Museu Goya, onde se diz que nasceu, e que foi restaurada para expor artigos pessoais e gravuras do artista.
Comer em Saragoza é degustar uma boa refeição aragonesa, boa culinária e gastronomia simples mas deliciosa, uma gastronomia muito pessoal que se pode conhecer em qualquer restaurante especializado em cozinha local. Para acompanhar um bom menu de Saragoza, nada melhor que um vinho de Calatayud, com denominação de origem, vinhos tintos e brancos dos mais deliciosos.
A base da cozinha de Saragoza é a dos produtos do campo, produtos frescos, como a carne e as verduras, produtos que se misturam na sua elaboração dando como resultado uma cozinha maravilhosa, excelente, uma cozinha que também tem muitas influencias da cozinha mediterrânica.
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