A chegada a Monção foi feita pelas 23h00 e o lugar de pernoita foi facilmente encontrado, num lugar limpo de gentes e de barulhos, bem iluminado, em frente das piscinas municipais e à sombra de altos choupos, do outro lado da estrada, que no dia seguinte nos protegeram do calor. No entanto o escuro da noite escondeu o lugar ideal, junto ao rio Minho, no parque das Termas de Monção, bem ali perto por sinal e onde no dia seguinte parámos a AC, para a pé fazermos a visita à vila.
Afastados que são os tempos das guerras com Espanha, Monção é hoje uma pacífica e airosa vila do concelho de Viana do Castelo, onde à mesa se come um bom cabrito e se bebe o divinal Alvarinho da sub-Região Demarcada e anualmente se comemora a curiosa Festa da Coca.
Monção afirma-se, quando, a partir de D. Sancho I, a linha de fronteira pelo Minho ganha relevo estratégico. Devia por essa altura, estar já fortificada. Monção inicialmente situava-se em Cortes, mais tarde os seus habitantes deslocaram-se para Badim.No entanto, D. Afonso III extinguiu a vila de Badim e da Penha da Rainha, para fundar a vila de Monção no local actual, que até então se chamava Couto de Mazedo. Nas Inquirições de 1258 recebeu o nome de "vila". O texto do foral dado em 1261, onde se sitam os "miles de Monçom" que têm regalias semelhantes aos de Valença, quer significar que se tratava de uma póvoa já fortificada.
D. Dinis, envolvido em guerra prolongada com Castela, em 1306 promoveu a reforma total das muralhas e o levantamento de um castelo robusto com uma torre de menagem. Estas terras foram palco de emocionantes episódios de cavalaria e heroísmo, que entrelaçaram o nome de Monção ao melhor da história de Portugal.
Primeiro na Idade Média e depois na Guerra da Independência, foi vítima constante de quase todas as lutas em que Portugal se envolveu. Curiosamente estas lutas têm como protagonistas as mulheres, as chamadas "Heroínas de Monção" dando o exemplo aos homens, ajudando-os, encorajando-os ou lutando a seu lado ou por eles. É o caso de Deu-La-Deu Martins, D. Mariana de Lencastre, Condessa de Castelo Melhor e o de Helena Peres, todas grandes mulheres que fazem até hoje ecoar os seus nomes.
Fonte: www.solaresdeportugal.pt

Depois de passada uma antiga porta, a cidade surge com todas as características dos velhos burgos medievais. Subindo até ao cimo, por ruas empedradas, labirínticas e apertadas, algumas delas com travessas terminadas por vezes em sombrios becos e pátios, vão-nos trazendo à imaginação todo um riquíssimo passado.
De quando em quando, o aparecimento de uma praça, um largo ou um pátio, onde normalmente se encontram fontes ou chafarizes, numa demonstração clara de que a água sempre foi um problema crucial para as populações da região.
A artística fonte coroada, data de 1571 e a Igreja de Santo Antão de 1557, são os principais monumentos da Praça do Giraldo, obras mandadas executar pelo Cardeal-Infante D. Henrique, que ocupava por essa altura a cadeira metropolitana de Évora, completam o cenário daquele que foi e continua a ser o grande espaço comercial da cidade.
A Sé alberga o Museu de Arte Sacra, disposto em três salas. Junto à Sé, no Largo do Conde de Vila Flor, no edifício do antigo Paço Episcopal fica o Museu Regional, com uma interessante colecção de pintura.
São de uma fase mais tardia a igreja e o Convento dos Lóios (actual pousada), a actual residência do inquisidor-mor (Serviços Pastorais da Arquidiocese) e o Palácio da Inquisição, tomado aos condes da Vidigueira e depois mandado remodelar.
A Nova Aldeia da Luz, como é chamada, foi inaugurada no ano de 2002 e construída de raiz a dois quilómetros da aldeia antiga, com as mesmas características de ruralidade da anterior aldeia e para onde se mudaram todos os habitantes da Luz. A antiga aldeia foi desmantelada e maioritariamente submersa pela albufeira de Alqueva.

A sua moderna adega é construída em 1987, cumprindo-se assim uma nova etapa. Em 1989 é lançado o primeiro vinho Esporão, sendo considerado um dos melhores vinhos portugueses e três anos depois são lançados os vinhos Monte Velho.
Ao longe destaca-se Monsaraz no horizonte, como que um farol, toda iluminada. Depois de se trilhar uma longa estrada pela planície alentejana, que a liga a Reguengos de Monsaraz e depois de uma curva na estrada, começamos a subir a estrada empedrada e íngreme, que nos leva lá acima.

