Porto - 5º Dia - Rua Mouzinho da Silveira e Rua das Flores - Parte III

 



Deixa-se o Largo 1º de Dezembro e caminha-se pelo largo passeio descendente da Avenida D. Afonso Henriques até à Estação de S. Bento.

 
Como a nossa intenção era ir jantar à zona ribeirinha do Porto, a partir da Praça de Almeida Garrett (outrora o Largo de São Bento),enveredámos pela rua de Mouzinho da Silveira, que desce à Ribeira.


A rua descendente de Mouzinho da Silveira é uma importante artéria do centro da cidade do Porto que foi profundamente marcada por um perfil comercial relacionado com a proximidade da Estação de São Bento, tendo historicamente cumprido um papel, hoje ultrapassado, de grande importância para o abastecimento das áreas rurais do Minho e Douro, nomeadamente em sementes, equipamentos para a lavoura, santos, balanças, rolhas…, com muitas dessas lojas antigas ainda nos nossos dias em laboração. Sempre abarrotada de gente, que desce ou sobe, para ou da zona Ribeira.
É ali que encontramos a antiga Casa da Companhia, onde funcionou a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, criada pelo marquês de Pombal.



Nesta rua é também de notar um grande fontanário situado do lado esquerdo de quem desce, uma reconstrução semelhante à primitiva, de uma antiga fonte que naquela rua tinha existido no passado. É uma fonte de grandes dimensões, toda em granito trabalhado e de forma semicircular, que se encontra inserida num paredão de granito que sustenta a estreita rua dos Palames, que passa em cima, num plano bastante superior. No centro da fonte, há uma concha estilizada, tendo, por baixo, cinco retângulos e nos sobrepostos às extremidades do tanque estão colocadas as duas bicas.



Pelo caminho faz-se um pequeno desvio e sobe-se pela rua das Flores, para depois novamente se descer. O seu nome provém das viçosas hortas, recheadas de flores, que existiam nos terrenos por onde a rua foi aberta, as outrora chamadas as hortas do bispo. Há época era bispo do Porto D. Pedro Álvares da Costa, cuja tamanha devoção por Santa Catarina do Monte Sinai explica o nome inicial do arruamento: "Rua de Santa Catarina das Flores".

Outrora era uma rua onde viviam as elites da cidade ligadas à aristocracia urbana, bem como famílias ligadas à administração municipal da cidade e da Coroa, mercadores, frequentemente nobilitados, e alguns cristãos-novos, sendo a rua conotada com um forte caráter elitista, podendo ali observar-se alguns belos edifícios brasonados. Por trás das fachadas (algumas revestidas com lindos azulejos), estão algumas das melhores joalharias atuais da cidade do Porto.

No entanto, a zona alta da rua foi habitada por homens ligados, sobretudo, aos ofícios, como mecânicos, sapateiros, caldeireiros, serralheiros, pedreiros, ferreiros, etc. Também fixaram residência nesta rua comerciantes e industriais, barbeiros sangradores, cirurgiões, bem como alguns clérigos e juízes-de-fora.

Fonte: http://axanaxplease.com/ https://maps.google.pt/ http://pt.wikipedia.org/

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