Caminhando pela rua Mouzinho da Silveira no sentido descendente, chega-se à Praça do Infante D. Henrique, uma ampla
mas acolhedora praça. Existente desde 1885, esta praça está rodeada de edifícios interessantes,
como o Mercado Ferreira Borges, a Igreja de S. Nicolau, e sobretudo, o
emblemático Palácio da Bolsa, em estilo
neoclássico, dos mais notáveis do País, de visita imprescindível. Era
precisamente para ali que nos dirigíamos, a fim de o visitarmos.
Em frente do Palácio da Bolsa, um jardim, sob o qual
foi construído um parque de estacionamento subterrâneo, onde se destaca no
centro um monumento ao Infante D.
Henrique, o "Príncipe Navegador",
erguido
por ocasião do 5º centenário da sua morte. Num
pedestal de granito, podem ver-se vários grupos de esculturas, sendo uma a “Vitória”
que conduz dois corcéis e dois tritões, uma alegoria ao triunfo das navegações
portuguesas, e uma figura
feminina que simboliza a Fé levada nos Descobrimentos. Podem ver-se ainda uns
relevos, nos quais está representada a conquista de Ceuta e o Infante na Ponta de Sagres. Por fim o conjunto
está coroado pela estátua em bronze do Infante, junto a um globo terrestre.
Dirigimo-nos
então ao Palácio da Bolsa de Valores,
que foi construído em 1842 e reflete o florescimento comercial da época, na
cidade do Porto.
Sede
e propriedade da Associação Comercial do
Porto - Câmara de Comércio e Indústria do Porto, o Palácio é um dos
principais ex-libris e polos de atração turística da cidade e da Região. Palco
da maioria das receções oficiais do Estado no norte do País, pelo Palácio da Bolsa têm passado governantes,
altos dignatários e os principais estadistas mundiais do séc. XX.
O palácio, estruturado em
planta retangular, desenvolve-se em torno de um pátio central, com telhado de
quatro águas de diferentes níveis e com uma ampla claraboia. A fachada principal,
com dois pisos (virada a oeste), emana uma certa austeridade proveniente do classicismo
das suas linhas arquitetónicas.
Entramos
no Palácio da Bolsa e após a compra
dos bilhetes seguiu-se a visita guiada, realizada em três línguas.
O interior do edifício
pauta-se por uma certa grandiosidade, que logo se pressente no Pátio das Nações, que nos recebe em
festa, com tremendo barulho, levando-nos a pensar que seria uma sorte não serem
quebradas as vidraças da abobada. Decorria ali o ensaio geral para a noite de
fim de ano, que decorreria no dia seguinte ao da nossa visita.
O Pátio das Nações é um pátio central coberto por uma grande abobada envidraçada,
sustentada por uma complexa estrutura metálica. O ritmo arquitetónico é marcado
através das pilastras caneladas que percorrem os alçados interiores, alternando
com o uso de arcos plenos, também envidraçados. À sua volta desenvolve-se
uma varanda no primeiro piso a toda a sua volta, com balaustrada em ferro.
Na
visita as fotos são proibidas, pelo que as imagens aqui colocadas foram
retiradas da internet. Nela destacam-se algumas das salas nobres
do segundo piso, dignas de
referência, tais como a Sala
das Assembleias Gerais, com o teto estruturado em madeira e delineado a ouro;
a Sala da Direção, que possui um teto
delicadamente coberto de estuque dourado; o Gabinete da Presidência cujas paredes se encontram pintadas com
representações alusivas à Agricultura,
à Indústria, ao Comércio e à Construção
Naval; o Tribunal do Comércio de enorme interesse histórico; a sumptuosa Sala do Presidente, com os retratos
pintados dos vários presidentes da Câmara
de Comércio. Nesta Sala dos Retratos, encontra-se
uma famosa mesa do entalhador Zeferino
José Pinto que levou três anos a ser construída, revelando-se um
"exemplar altamente qualificado em todas as exposições internacionais a
que concorreu".
Porém,
de todas é o Salão Árabe, que detém
o maior destaque de todas as salas do Palácio. De planta oval e forte gosto
revivalista, coberto de estuques
do séc. XIX, com representações de caracteres arábicos vermelhos e dourados,
que contrastam com o tom azul que reveste o teto e as arcadas preenchem as
paredes e teto da sala, com desenhos a
azul e ouro, constituindo o expoente máximo do Palácio. É
neste salão que têm lugar as homenagens aos chefes-de-estado que visitam a
cidade.
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