Porto - 5º Dia - Praça Infante D. Henrique, Mercado Ferreira Borges e Igreja de São Nicolau - Parte V




 
A saída do Palácio da Bolsa já foi feita de noite, pois estávamos no Inverno e os dias são muito mais curtos. De cima das escadarias do Palácio observa-se bem a Praça que homenageia o Infante D. Henrique, a mais importante figura do início dos descobrimentos portugueses e que, segundo a tradição, terá nascido nas proximidades, na chamada Casa do Infante, em 1394.
 
O terreiro que atualmente constitui a praça, é de grande declive, e outrora fazia parte integrante da cerca do Convento de São Domingos, situado no vizinho Largo de São Domingos. Mais tarde a construção à sua volta de edifícios de grande prestígio, acabou por conferir ao largo uma monumentalidade ímpar.

Do lado esquerdo, no topo da Praça destaca-se o edifício vermelho do Mercado Ferreira Borges. Construído em 1885 para substituir o já velho Mercado da Ribeira, apesar de nunca ter cumprido as funções para as quais foi originalmente destinado, em virtude da reticência dos negociantes em deixar o mercado anterior, o Mercado Ferreira Borges é hoje utilizado para exposições e feiras de âmbito cultural. O nome do mercado homenageia um dos portuenses mais ilustres do séc. XIX, José Ferreira Borges, um jurisconsulto e político que esteve na génese da implantação do regime liberal em Portugal.

Olhando em frente e elevando os olhos a nascente, observa-se o Bairro da Sé, dominado pelas torres iluminadas da Catedral, com o Palácio Episcopal ao seu lado.

À direita fica a zona baixa da Praça, onde se observa a elegante fachada da Igreja de São Nicolau e descendo a escadaria é para lá que nos encaminhamos. No alto da fachada, encontra-se um frontão cortado por um nicho, com a imagem calcária do padroeiro. Passa-se o adro gradeado em ferro forjado e entra-se na Igreja. O interior do templo de uma só nave é coberto por uma abóbada em tijolo. No altar vê-se um belo retábulo rococó, em talha dourada, que é da autoria de Frei Manuel de Jesus Monteiro e um painel do pintor João Glama. No interior do templo encontra-se também uma imagem de Santo Elói, patrono dos ourives.

Saindo para o exterior dirigimo-nos para a Igreja de S. Francisco, situada num alto e ao lado das traseiras do Palácio da Bolsa, que infelizmente já se encontrava encerrada, pelo que a sua visita ficou adiada até nova visita à cidade do Porto.

Ruma-se à Ribeira mesmo ali á beira. Nesta zona, a vida desenrola-se em vielas tão apertadas que mesmo de dia o Sol só ali se demora por breves instantes. Nas ruelas solta-se o calão mais denso do burgo, as crianças descem pelos corrimões que dividem as escadarias, a água escorre pelos passeios e sons domésticos misturam-se com os dos restaurantes que por ali abundam. Não fossem alguns sinais que denunciam o século XXI e julgaríamos ter viajado até à Idade Média, tal é a atmosfera, a estreiteza das ruas escuras, os odores inclassificáveis.
Fonte: http://retratosdeviagens.blogspot.pt/ http://www.rotas.xl.pt/ Wikipédia.org / http://www.guiadacidade.pt/

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