Subindo para terrenos mais altos, deixamos o Vale do rio Febros. O percurso leva-nos até à instalação das raposas, animais preferencialmente carnívoros que apesar de abundantes no nosso território podem ser dificilmente observadas devido aos seus hábitos mais noturnos. Trata-se de um animal com elevada capacidade de adaptação podendo viver numa grande variedade de habitats, inclusivamente nos centros urbanos.
Depois segue-se o cercado das cabras-bravas que são de uma espécie semelhante à cabra do Gerês, provenientes de França. Em Portugal, a cabra-brava existiu até 1892, quando o último exemplar existente em estado selvagem foi abatido na serra do Gerês. No entanto parece que esta espécie voltou a ser vista nesta serra, tendo-se restabelecido uma população no lado espanhol. A domesticação das cabras ter-se-á iniciado no Irão, há mais de 9 mil anos e o seu antecessor terá sido a cabra-selvagem.
Em seguida observam-se os javalis, os antecessores do porco doméstico. A área de distribuição desta espécie encontra-se em expansão na Península Ibérica devido à alteração dos usos do solo bem como pela diminuição das populações dos seus predadores. Por outro lado, a atividade cinegética pode estar a ter um efeito limitante neste crescimento populacional. Nesta instalação podem observar-se três exemplares de javali: duas fêmeas e um macho, que se distingue com facilidade devido ao maior porte.
Em seguida observa-se a instalação para os corços. Os corços são os membros mais pequenos da família dos cervídeos europeus. Trata-se de um herbívoro cuja conformação corporal está adaptada ao salto. Em Portugal estão descritas duas áreas populacionais: a norte do Douro (populações selvagens) e a sul do Douro (populações reintroduzidas com fins cinegéticos). Os corços do Parque são de cativeiro, originários de França. Mesmo assim, são animais tímidos, pelo que, não havendo silêncio, será difícil vê-los.
Faz-se depois a chegada à Quinta do Bogas. À volta da Quinta do Bogas estão os burros, cavalos e vacas. Destas últimas, destaca-se a raça autóctone de bovinos Marinhoa, cujo solar se situa no distrito de Aveiro. Podem também ver-se burros e cavalos, ambos da família dos equídeos.
O burro doméstico teve origem em espécies selvagens dos desertos de África. Companheiro do homem há milhares de anos, tem capacidades de trabalho notáveis. Hoje, é uma espécie em rápida diminuição devido à mecanização da agricultura.
Os cavalos domésticos tiveram a sua origem numa população primitiva. Atualmente, em Portugal existe um cavalo que conserva ainda características primitivas. Estamos a falar do cavalo do Sorraia. O cavalo do Sorraia de origem portuguesa, é uma raça única no Mundo, redescoberta em 1920 por Ruy d'Andrade e cujos indícios remetem para a zona de confluência entre as ribeiras de Sor e da Raia (daí o seu nome), a Charneca de Coruche, onde haveria uma extensa população, popular entre criadores de gado e muito usado nos trabalhos do campo.
Bem perto dos cavalos também ali encontramos o bisonte-europeu, que originalmente viveu em toda a Europa tendo-se extinguido no estado selvagem em 1921 na floresta Bialowiesa, na Polónia. Salvou a espécie o facto de nessa altura haver 56 bisontes em parques e jardins zoológicos, o que permitiu a sua reprodução e o repovoamento em alguns dos seus habitats europeus. Ao contrário de Espanha, em Portugal, ainda não se encontraram provas que garantam a presença do bisonte-europeu no passado.
Desce-se depois para uma várzea e num altinho antes de chegarmos à receção do Parque Biológico de Gaia encontramos a Quinta do Chasco. A Quinta do Chasco, nome referido desde o séc. XV, e cujo último residente (1990) ainda era conhecido por esse nome. Foi a propriedade mais rica e importante desta zona.
No final da visita a partida para a viagem de volta a casa, que concluio estas breves férias de Natal.
Fonte:
http://www.parquebiologico.pt/ http://www.infopedia.pt/Wikipédia.or
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