Sintra - Quinta da Regaleira - Capela e Palácio dos Milhões - Parte VII

A partir do Patamar dos Deuses, sobe-se a caminho da Capela da Quinta da Regaleira, que está situada num patamar superior. Alcançando-se o caminho certo, eis que nos aproximamos da branca e estilizada Capela da Santíssima Trindade.
Com uma magnífica fachada que aposta no revivalismo do gótico e do manuelino, nela estão representados Santa Teresa d'Ávila e Santo António de Lisboa. No meio, a encimar a porta de entrada está representado o Mistério da Anunciação - o Anjo Gabriel desce à terra para dizer a Maria que ela vai ter um filho do Senhor Deus Pai.

No seu interior, no altar-mor, vê-se uma pintura com a “Coroação de Maria por Cristo”, onde a Virgem ostenta as três cores da Obra Alquímica – o azul, o branco e o vermelho – e uma faixa dourada que poderá simbolizar o ouro alquímico. É também na Capela que encontramos a imagem do Delta-radiante (ou Delta-Teúrgico), com o olho de Deus sobreposto à cruz templária, emblema maçónico do Grande Olho, Arquiteto do Universo.
Do lado direito Santa Teresa e Santo António repetem-se, desta vez em painéis de mosaico. Do lado oposto um vitral com a bela lenda de D. Fuas Roupinho e de Nossa Senhora da Nazaré, que todos devíamos conhecer. No chão aos pés do altar, estão representados a Esfera Armilar ou Globo Celeste e a Cruz da Ordem de Cristo, rodeados de pentagramas (estrelas de cinco pontas).

Já no final da tarde deixa-se a Capela da Santíssima Trindade e segue-se para o Palácio dos Milhões, verdadeira mansão filosofal de inspiração alquímica, que foi a residência de Carvalho Monteiro.
É um Palácio construído com a predominância do estilo neomanuelino, numa verdadeira inspiração alquímica da Monarquia conservadora e cristã. Nela se vê que Carvalho Monteiro estava ansioso para ali ressuscitar o passado mais glorioso de Portugal, pelos simbolismos com ligação aos descobrimentos. Esta evocação do passado também é suportada por muitos outros símbolos relacionados com a arte gótica, com vários elementos clássicos.

À entrada sobe-se uma escadaria e entra-se à direita para o Hall de Entrada, que possui um alpendre com caprichosa ornamentação lavrada em calcário, que evoca a epopeia dos Descobrimentos Portugueses e o arquétipo das viagens marítimas.
Ali existem três portas. A porta à esquerda faz-nos entrar na Sala de Caça. Esta era a Sala de Jantar, que é dominada pela monumental lareira, rematada por uma pequena escultura de Carvalho Monteiro caçador. Este fogão da sala sobressai o tema da caça, de excecional execução em cantaria. No chão a sala é embelezada por um lindíssimo mosaico veneziano, sobressaindo da sua policromia o tema da caça e do ciclo da vida, tal como nas pinturas do seu teto abobadado.

Novamente no Hall de Entrada passa-se pela porta da esquerda à Sala da Renascença, a antiga Sala de Estar, cuja decoração recupera referências do renascimento italiano. A sua iconografia celebra a união entre Carvalho Monteiro e sua esposa, Perpétua Augusta.
Fonte: Wikipédia.org / Plano-guia da Quinta da Regaleira 

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