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Sintra - 3º Dia - Palácio Nacional - Parte III

Chegados ao centro histórico de Sintra, foi hora de um leve almoço, em esplanada de uma pastelaria/geladaria que servia mini refeições, situada no entroncamento da Volta do Duche, com a Rua Visconde de Monserrate, junto das Escadinhas do Hospital.
O centro histórico inclui a designada "Vila Velha" (freguesia de S. Martinho), um dos núcleos que constituem o aglomerado urbano de Sintra e que é delimitado a Norte pela Rua do Paço, Rua Conselheiro Segurado, Beco do Forno, Escadinhas da Pendoa e Rua Fresca; a Este pelas Escadinhas do Hospital e Rua Visconde de Monserrate; a Sul pela encosta da Serra; e a Oeste pela Quinta dos Pisões.

Sintra começou a ser edificada na época medieval numa zona de maior declive, no sopé do Monte da Lua. Esta "Vila Velha" desenvolve-se entre o Palácio Nacional de Sintra, o antigo Paço Real, e a própria Serra de Sintra (Monte da Lua), adaptando-se com flexibilidade e por sucessivos ajustamentos aos declives e à constituição morfológica dos terrenos.
Seguimos após o almoço até ao Paço Real, que queríamos visitar ao início da tarde. Uma vasta praça pública está adjacente ao Palácio (Largo Rainha Dª Amélia) e organiza o próprio tecido urbano, pois é aqui que converge a principal estrutura viária da "Vila Velha". À sua volta podemos observar a presença de pequenas praças, cujo traçado é irregular e espontâneo.

O núcleo mais antigo do centro histórico, de assentamento medieval, conserva um traçado relativamente homogéneo e sem grandes alterações ao longo dos anos. Constituído por um parcelamento pequeno e irregular, é densamente ocupado.
Já no Largo Rainha D. Amélia, como que num palco observa-se a "Vila Velha" que se desenvolve à sua volta. Dali se vê que a vila é um lugar único, que apresenta uma surpreendente coerência arquitetónica, apesar da diversidade formal dos edifícios que a integram. Esta coerência é conferida pelo ritmo das fachadas e dos vãos, pela contenção volumétrica e pela homogeneidade dos revestimentos.

No entanto, em especial neste núcleo mais antigo, a nível dos pisos térreos, é uma pena que a leitura se torne difícil e, por vezes até incoerente, dada a quantidade de elementos modernos usados (toldos, publicidade e acessórios), inadaptados ao local e à linguagem arquitetónica dos edifícios.
Dirigimo-nos ao palácio que se ergue em posição dominante, a meio da própria vila. O Palácio Nacional de Sintra é um conjunto que não foi concebido de uma só vez, mas sim um harmonioso somatório de partes distintas, pouco a pouco acrescentadas a outras já antes existentes.

Estamos, pois, perante um característico exemplar de arquitetura orgânica, isto é, perante uma verdadeira “obra aberta” que o foi, com inteira propriedade, ao longo de meio milénio. A irregularidade e o alcantilado do próprio terreno em que se ergue o Palácio, condicionaram-lhe o jogo de volumes, não permitindo soluções de simetria, nem regularidades de implantação. Assim, resultou um vasto conjunto de corpos aparentemente individuais e com personalidade própria, fundidos num grande todo e articulados através de um labirinto de escadarias, corredores, galerias e pátios interiores.

Fonte: http://www.cm-sintra.pt/ http://www.ocaoquefuma.com/ http://www.cm-sintra.pt/

Sintra - 3º Dia - Volta do Duche - Parte II

Deixa-se o museu e sobe-se desde o vale do rio do Porto até à Volta do Duche, por entre refrescante arvoredo do Parque. No caminho de subida olha-se para poente e entre a densa folhagem “…à luz rica da tarde, um quadro maravilhoso, de uma composição quase fantástica, como a ilustração de uma bela lenda de cavalaria...”, observa-se lá em cima o Paço Real do qual realçam as gémeas e largas chaminés cónicas, ex-líbris da vila.
Depressa se chega à Volta do Duche, um largo passeio, envolto em arvoredo acompanhando a estrada principal, que nos leva desde a Charneca Saloia ao Monte da Lua. Este passeio largo deve o seu nome a um estabelecimento de banhos públicos outrora ali existente, fundado, em 1848, e encerrado em 1908. É um passeio muito agradável e que possibilita no seu percurso até ao centro da vila, diversas panorâmicas do Paço Real a poente e do Parque da Liberdade a nascente.

Nele podem ver-se muitas esculturas contemporâneas de vários artistas famosos, que nos acompanham no seu percurso. Entre estas várias esculturas, comporta ainda um permanente monumento clássico, que perpetua a memória do Dr. Gregório de Almeida, obra do escultor José da Fonseca.
Pelo caminho, do lado esquerdo encontramos o portão de entrada para o Parque Valenças, hoje chamado Parque da Liberdade, embora os sintrenses lhe chamem simplesmente “O Parque” e ali gozassem de toda a liberdade do mundo, muitos anos antes de ter mudado de nome.  


Do mesmo lado aparece-nos mais à frente e quase a chegar à vila, a Fonte Mourisca, que foi edificada em 1922 (não no lugar atual), segundo projeto do Mestre José da Fonseca. A Fonte Mourisca substituiu o antigo Chafariz da Câmara, com o intuito de valorizar a entrada de Sintra e de «dignificar a água mais apreciada de Sintra».
Com o alargamento da estrada, em 1960, o fontanário foi desmontado e vinte anos depois, a Câmara reergueu o monumento, não no seu primitivo lugar, mas uma vintena de metros mais adiante, em plena Volta do Duche.

A sua arquitetura revela certo formalismo académico, característico, aliás, do modernismo revivalista dos anos 1920. De facto, como o próprio topónimo indica, trata-se de uma estrutura de desenho neoárabe.
O edifício que alberga o fontanário é "dinamizado" por grande arco em ferradura denticulado, no qual se rasgam três outros arcos em ferradura, também dentados e emoldurados por azulejos neo-mudéjares, impondo-se ao centro, a pedra de armas do Município.

No interior ovoide e cobertura abobadada, as paredes permanecem revestidas por azulejos também de inspiração mudéjar. Ao centro, impõe-se o fontanário, cuja bica de bronze emerge de um florão e a água derramada resguarda-se em tanque oval com bordo concheado.
Fonte: http://www.cm-sintra.pt/ Eça de Queirós, Os Maias  

Sintra - 3º Dia - Museu Anjos Teixeira - Parte I

O dia seguinte ao da chegada a Sintra acordou ensolarado. O duche e o vestir foram rápidos, pois aquele dia esperava-nos um verdadeiro banho de cultura. O SINTRARTES é basicamente um festival de rua, que tem como objetivo principal envolver a comunidade no mundo fascinante das artes e que naquela edição (2011), prometia muita animação nas ruas da Capital do Romantismo.
Além dos espetáculos proporcionados pela Lumina – Festival de Luz, que decorriam durante as três noites, durante o dia todos os Museus e Palácios estavam abertos ao público até tarde, decorrendo ainda pelas ruas da vila, mais uma edição de “Sintra Arte Pública VIII”, uma belíssima exposição de escultura nas ruas, que fez desta vila um verdadeiro Museu ao Ar Livre.

Iniciámos a subida do parque de estacionamento até à Volta do Duche, com uma paragem praticamente logo no início para a visita ao Museu Anjos Teixeira. Este museu embora esteja inserido em pleno Centro Histórico e no trajeto entre o edifício dos Paços do Concelho e a vila de Sintra passa despercebido a quem, por instinto, segue o tradicional itinerário da Volta do Duche, por se encontrar em lugar baixo e envolvido na mata do parque.
Nele se encontram os legados artísticos de dois escultores contemporâneos: Artur dos Anjos Teixeira (1880-1935) e seu filho Pedro Augusto dos Anjos Teixeira (1908-1997), realçando-se trabalhos figurativos de temática humana e animal em gesso, mármore e bronze.

Este Museu encontra-se instalado num antigo imóvel construído nos inícios do século XX para uma azenha, que, na Azinhaga da Sardinha (o nome do lugar onde se encontra o parque de estacionamento aberto a autocaravanas), aproveitava as águas do rio do Porto, mais tarde transformada em serração de pedra, tendo sido, por fim, adquirido pela Câmara Municipal de Sintra para um depósito de viaturas municipais.
Mais tarde como a 24 de setembro de 1974, o Mestre Pedro Augusto dos Santos Teixeira legou oficialmente à Edilidade Sintrense, todo o seu espólio (de cariz neorrealista) e, ainda, boa parte do de seu pai, ficando, deste modo, as obras de dois grandes Mestres escultores contemporâneos reunidas neste mesmo espaço, que abriu ao público apenas em 1976.

Desde esta data, e até 1982, ali estiveram em exibição a quase totalidade dos trabalhos escultóricos destes dois artistas, altura em que a velha serração é fechada para obras de restauro, remodelação e ampliação integrais, de acordo com a escritura de doação em 1974, em que a Câmara ficou obrigada à construção de dependências para uso privado do Mestre. Neste contexto, passou o Mestre a residir no edifício, transformando-o numa Casa-Museu pública e num atelier vivo, onde deu aulas de escultura entre 1977 e 1992.
O Museu possui uma importante coleção de escultura, peças em bronze, estudos em gesso, desenhos, maquetas e outros trabalhos dos escultores. Para além das esculturas neorrealistas dos mestres Anjos Teixeira, podemos também observar coleções de pintura, desenho e fotografia.
Fonte: http://www.cm-sintra.pt/Artigo.aspx?ID=2000 / http://www.igogo.pt/atelier-casa-museu-anjos-teixeira/ http://www.sintraromantica.net/

Sintra - 2º Dia - Lumina, Festival de Luz - Parte VI

A partir da Praça Rainha D. Amélia, deixa-se o Paço Real de Sintra e caminha-se até ao Posto de Turismo, que tal como outros edifícios da vila estava sujeito a uma projeção multimédia, de Teresa Mar.
A artista propunha-nos nesta sua obra, levar-nos ao cerne do romantismo através da beleza natural da luz da Lua, quando o oceano se transforma num espelho e nos toca. Evocando o Monte da Lua (a Serra de Sintra), como inspiração com a sua envolvência mística e a sua imensa vegetação verde, a artista através de projeções multimédia no edifício do turismo, tentou demonstrar que a luz da Lua nos pode guiar, através do nosso inconsciente e mostrar-nos novas ideias, que pretendem enriquecer este nosso mundo, que nos convidou a ficar.

Deixa-se o Posto de Turismo e caminha-se para a Volta do Duche, a caminho da Estação da CP, onde tinha lugar o início real do Festival de Luz “Lumina”, que na vila de Sintra, ocorria entre as 21h00 e as 00h00 de cada noite (23, 24 e 25 de setembro).
Naquela noite desde o centro da vila até à estação ferroviária, passando pela plácida Volta do Duche, o caminho era de luz. Neste "Lumina" todos os que lá estiveram puderam assistir a Teatro, Esculturas, Projeções Interativas e Multimédia, que transformaram em magia toda a vila desde o Posto de Turismo até à Estação de Comboios.

Como era sexta-feira, Sintra ainda estava folgada e sem muita gente, o que não veio a acontecer nos outros dois dias, em que a vila abarrotou de gente que ali ocorreu naquele final de semana. Assim sendo, poderam ver-se com alguma tranquilidade os vários espetáculos multimédia interativos, em muitos dos edifícios mais emblemáticos de Sintra e as muitas performances que transformavam as ruas da vila num verdadeiro museu ao ar-livre.
Este festival de rua teve ainda uma vertente educativa, ao envolver as crianças do concelho nas pinturas de luz, como é o caso da fachada da Câmara Municipal de Sintra.

Os restantes hologramas foram realizados por artistas nacionais, como Miguel Palma, Utopia Teatro ou Rui Madeira, e internacionais (vindos de Itália, Austrália, Polónia, França e Irlanda) e que realizam as várias performances ao longo da paisagem urbana e natural de Sintra.

 Fonte: http://www.destinoslusos.com/ Panfleto SINTRARTES, CMS

Chegada a Sintra - 2º Dia - Lumina, Festival de Luz - Parte V

Depois da visita ao mais sumptuoso convento barroco português, paradigma do reinado mais rico da história de Portugal (graças ao ouro vindo do Brasil), preparámo-nos para a última etapa, que nos levaria até Sintra.
Antes de seguirmos viagem, foi a vez de um pequeno lanche na Esplanada Real, um café/restaurante com uma localização central em Mafra, em plena Praça da República e situado em frente da imponente basílica.

Como decorria ali perto uma feira de produtos da região, antes da partida para Sintra, as compras foram inevitáveis.
Por estrada percorrida já de noite, fazem-se com facilidade os 21,9 km que separam Mafra de Sintra. Queríamos naquela noite já em Sintra, assistir à realização da primeira apresentação da Lumina - Festival de Luz, que ali ocorreria, na segunda edição do SINTRARTES.

Lá chegados dirigimo-nos logo para a zona de pernoita, antes do fecho das estradas. O belíssimo parque de estacionamento, aberto a autocaravanas, está muito bem situado, a apenas 150 m da zona histórica, na Azinhaga da Sardinha. Praticamente ao lado do Museu Anjos Teixeira, em zona baixa em relação à Volta do Duche e rodeado do denso arvoredo, como que envolto numa atmosfera de histórias e lendas, (coordenadas: N38.79688º W009.38849º), corre ali também um riacho de águas frescas e cantantes (rio do Porto), que nos embalou durante as noites ali dormidas.
Deixa-se a autocaravana em bom lugar e sobem-se as escadinhas que nos ficam no caminho pedestre e estreito, que serpenteia por dentro do parque verdejante que rodeia a zona de estacionamento. Ali no meio de ténues rumores de bichos que se preparavam para dormir, sobe-se apressadamente até à Volta do Duche.


Lá em cima já na Volta do Duche, caminhamos até ao centro urbano de Sintradominado pelo Paço Real que a Idade Média faz crescer. Era ali que queríamos iniciar o percurso dos vários espetáculos da Lumina, observando as belíssimas projeções multimédia, que durante as noites de 23, 24 e 25 de setembro, transformaram o Palácio Nacional de Sintra e outros belos edifícios da vila.
Naquela noite, em frente do Palácio Nacional de Sintra, assistimos pela primeira vez encantados, à primeira apresentação de um dos cenários virtuais. Neste primeiro cenário, repleto de animações, efeitos de luz e ilustrações, numa interpretação gráfica do poema “Camões” de Almeida Garrett, vimos encostados ao varandim do Largo Rainha D. Amélia, o ator Rui de Carvalho, projetado sobre a fachada frontal da estrutura palaciana, narrando-nos a Sintra de Garrett.


Fonte: Panfleto da SINTRARTES, da CMS

Mafra - 2º Dia - Visita ao Palácio Nacional de Mafra - Parte IV

Da Sala da Bênção são dados os passos que nos separam do Torreão Sul, onde se situam os aposentos privados da Rainha.
Durante a estadia de D. João VI em Mafra (1806), alguns dos espaços deste torreão foram divididos por tabiques de madeira “ricamente pintados”. Com o fim da monarquia e transformação deste real edifício em museu, os tabiques e a respetiva decoração mural foram destruídos. Ficaram, no entanto, em arquivo registos fotográficos desses espaços.

Entra-se no Quarto das Rainhas, ou de D. Maria II, onde se encontra uma cama estilo império e um berço dos príncipes. Foi no Quarto das Rainhas, onde o rei D. Manuel II passou a última noite em Portugal, antes da sua partida para o exílio, quando da implantação da República a 5 de Outubro de 1910.
Ao lado do Quarto das Rainhas situa-se a Toilette de Sua Majestade a Rainha com uma reconstituição da decoração mural existente no século XIX, segundo fotografias em arquivo.

Começa-se pela visita ao Oratório sul ou da Rainha, uma capela privada para uso pessoal da rainha. E seguida passa-se à Antecâmara da Rainha, a sala de espera para a entrada nos aposentos da rainha.
A Sala de Nápoles é a sala que se segue, e que faz a transição entra a zona privada da rainha e a zona de lazer da Família Real. A Ala Sul deste Paço foi a mais utilizada durante o séc. XIX, talvez por ser uma zona confortável e ensolarada, correspondendo não só a uma procura de mais conforto, como a uma alteração de mentalidades no que respeita à vida familiar e social da Família Real, que se torna mais intimista e “privada”. A Ala Norte passou apenas a ser usada por hóspedes importantes de visita a Mafra.

Passamos à Sala D. Pedro V ou Sala de Espera. Nesta ala ficavam, em finais do séc. XVIII, os aposentos da “Senhora Princesa” D. Maria Francisca Benedita, viúva do seu sobrinho D. José, filho primogénito de D. Maria I, estando as salas divididas de outra forma. A presente divisão e decoração refletem a vivência romântica do séc. XIX.
Depois a Sala de Música ou Sala Amarela, uma grande sala de estar, onde aos convidados era oferecido convívio e saraus musicais. Ali podemos ver um bonito piano de cauda inglês com respetivo banco, obra de Joseph Kirkman (Londres, séc. XIX), e um piano de mesa, de fabrico francês (Collard & Collard - séc. XVIII). A Sala de Música mostra ainda vários instrumentos pertencentes a D. Carlos, que lhe foram oferecidos quando realizou uma viagem aos Açores em 1901; de salientar também um quadro alusivo a Santa Genoveva, da autoria de António Ramalho.

À Sala Amarela, segue-se a Sala de jogos e em seguida entramos na enorme Sala da caça, que é a Sala de Jantar, que possui mobília decorada com cabeças e hastes de veado e gamo, tendo no teto, suspenso ao centro, um grande lustre com análoga decoração. O Palácio de Mafra nunca foi residência habitual da Família Real, sendo no entanto frequentemente visitado ao longo do ano por períodos de tempo dedicados à caça de veados, gamos e outras espécies existentes na Tapada e daí a decoração desta sala.
No final dos aposentos da rainha e já bem perto da famosa biblioteca do palácio, encontramos o grande Salão Grande dos Frades, uma reconstituição da área conventual, que foi cedida ao Exército desde finais do século XIX.

E finalmente o momento mais esperado da visita, a Sala da Livraria ou Biblioteca, uma das mais importantes do século XVIII, com um acervo de cerca de 35 mil volumes.
Deve ainda referir-se que o último residente do Palácio foi um antigo tipógrafo, de nome Gil Mangens. Descendente de uma família de origem francesa, que chegou a Lisboa no séc. XVIII, por altura da construção do Palácio, na pessoa de um gravador de nome Mangens, que devotou, à imagem de seu pai e avô, toda a sua vida ao monumento que o acolheu.

Fonte: http://e-cultura.sapo.pt/ http://cambetabangkokmacau.blogspot.pt/ http://www.lifecooler.com/ http://www.slideshare.net/aneto/o-convento-de-mafra-presentation http://gloriaishizaka.blogspot.pt/

Mafra - 2º Dia - Visita ao Palácio Nacional de Mafra - Parte III

Continuando a visita ao Palácio Nacional de Mafra, sai-se da zona conventual e em seguida visita-se o Núcleo de Arte Sacra, um espaço museológico que ocupa duas salas que eram destinadas à habitação dos Camaristas do Palácio.
Sobe-se ao andar de cima e lá encontramos as sumptuosas salas do palácio, que se estendem a todo o comprimento da fachada ocidental, com os aposentos do rei numa extremidade e os da rainha na outra, separados entre si por um comprido corredor com 232 m.

Começa-se pelo Torreão Norte, onde se encontram os aposentos privados do Rei, usados até à morte de D. Fernando de Saxe-Coburgo, marido da rainha D. Maria II, ficando depois reservados aos hóspedes importantes.
Na época em que eramos governados por reis, cada torreão funcionava como um apartamento independente, com as cozinhas na cave, as despensas e ucharias no piso térreo, os quartos dos Camaristas no 1º piso, e os aposentos do Rei no 2º piso.

Nestes aposentos do rei, destaca-se a Sala de Diana, assim chamada por ter representado no teto Diana, a Deusa da caça, acompanhada de ninfas e sátiros. É um fresco da autoria de Cirilo Wolkmar Machado (finais do séc. XVIII), fazendo parte de uma campanha decorativa a mando do Príncipe Regente D. João, futuro D. João VI. O pintor tomou como fonte de inspiração um quadro de Domenichino, intitulado “Caçada de Diana”, existente na Galeria Borghese em Roma.
Segue-se a Sala do Trono ou Sala de Audiência, uma sala destinada às audiências oficiais do Rei, que apresenta o teto artisticamente pintado por Domingos Sequeira, sendo uma elegante divisão complementada com outros motivos de valor - mobiliário, tapeçarias e lustres.


Segue-se-lhe o Oratório Norte, uma capela privada para uso pessoal do rei. Em seguida observa-se a Antecâmara do rei, a sala de espera para a entrada nos aposentos do rei. Depois abre-se o Quarto de sua Majestade, um sumptuoso aposento, onde à esquerda se observa um óleo sobre tela com “D. João VI”, de José Inácio de Sam Payo (1824). À direita outro óleo sobre tela, com a “Sagrada Família”, da Escola Italiana (séc. XVIII).
Logo a seguir a Sala dos Archeiros ou da Guarda – por aqui se fazia a entrada para o Palácio, onde permanecia a Guarda Real, quando Suas Majestades estavam em Mafra. Ao seu lado a Sala D. João V, a sala de estar do rei.

Passa-se em seguida ao enorme corredor com 232 m, que ocupa no 2º andar a fachada frontal do palácio. Este enorme corredor chamado de “Passeio da Corte”, dava acesso à maioria das salas utilizadas pela comitiva real. No centro deste, destaca-se a Sala da Benção toda forrada a mármore, onde toda Família Real podia a assistir às cerimônias religiosas na Basílica, sem saírem do Paço. Esta sala está ligada a uma varanda virada ao interior da Basílica. Da varanda feita de um só bloco de pedra com 7 x 2,42m, D. João V dava a bênção ao povo, que assistia ao decorrer da Santa Missa.

Fonte: http://gloriaishizaka.blogspot.pt/ Wikipédia.org / http://cambetabangkokmacau.blogspot.pt/ http://www.lifecooler.com/ http://www.slideshare.net/aneto/o-convento-de-mafra-presentation

Mafra - 2º Dia - Visita ao Pálácio Nacional de Mafra - Parte II

Depois da Basílica, foi a vez de se iniciar a visita ao Palácio Nacional de Mafra. Este Palácio/Convento é talvez o maior e mais sumptuoso monumento português, imortalizado no “Memorial do Convento”, o primeiro grande romance do Nobel da Literatura José Saramago.
Mandado construir por D. João V para cumprir um voto de sucessão, o edifício é o mais importante monumento do barroco em Portugal. Em pedra lioz da região, ocupa 38.000 m, tem 1.200 divisões, com 4.700 portas e janelas e 156 escadas, magnificência apenas tornada possível pelo afluxo de ouro do Brasil.

Para a Real Obra, o Rei encomendou esculturas e pinturas a mestres italianos e portugueses e, na Flandres, dois carrilhões com 92 sinos – os maiores do tempo. Integra ainda um conjunto de seis órgãos históricos na Basílica, uma extraordinária biblioteca do séc. XVIII, com 38.000 volumes e um Núcleo Conventual, com um hospital da época.
Não sendo a residência habitual da Família Real portuguesa, o Paço de Mafra foi sempre muito visitado pelos reis, para assistirem a festas religiosas ou caçar na Tapada.

Além de palácio real, o edifício também foi um importante Convento, que foi abandonado em 1834, após a dissolução das ordens religiosas. Durante os últimos reinados da Dinastia de Bragança, o Palácio foi utilizado como residência de caça e dele saiu também em 5 de Outubro de 1910 o último rei D. Manuel II para a praia da Ericeira, onde no iate real partiu para o exílio, nunca mais voltando a Portugal.

No início da visita, sobe-se a escadaria e o primeiro lugar a ser visitado é a sala de exposição de paramentos usados na Basílica de Mafra.

Seguidamente visita-se a zona conventual. O Convento propriamente dito, está disposto em redor de um grande pátio de planta quadrangular, onde se inclui o Jardim do Buxo de estilo clássico.  

Em primeiro lugar visita-se o dormitório dos frades. As celas dos monges. A zona conventual reflete bem o estilo de vida dos monges franciscanos que ali viveram, uma vida muito humilde, apenas com o essencial.

Depois segue-se a visita à Botica ou Farmácia, com muitos e belos potes para medicamentos e alguns instrumentos cirúrgicos; depois o Hospital. A enfermaria, com pequenos quartos alinhadas de um e outro lado de um corredor central. São ao todo dezasseis celas privadas, com abertura com cortinas, onde se podem ver as camas em madeira e ferro.
A Enfermaria era ocupada pelos doentes graves, que aqui eram assistidos por frades enfermeiros, recebendo a visita diária do médico e do sangrador. Aos domingos, todos os leitos eram puxados para o centro da sala para que os doentes assistissem à missa, na capela adjacente, sem saírem das suas camas.
Por cima de cada cama está um painel de azulejo representando Cristo e aos pés outro com a Virgem Maria. Sobre a cama existia um prego onde o médico pendurava a receita, para que o enfermeiro seguisse corretamente as instruções.
Segue-se a Cozinha da Enfermaria. Nesta pequena cozinha preparavam-se as refeições para os doentes graves e para os enfermeiros. No Real edifício existiam diversas cozinhas: do Rei, da Rainha, do Convento, etc. A coleção de utensílios de cozinha em cobre e latão pertencentes às diversas cozinhas, são do séc. XVIII.


Fonte: http://gloriaishizaka.blogspot.pt/ Wikipédia.org / http://cambetabangkokmacau.blogspot.pt/ http://www.lifecooler.com/ http://www.slideshare.net/aneto/o-convento-de-mafra-presentation

Mafra - 1º e 2º Dias - Chegada a Mafra e Visita à Basílica - Parte I

O fim-de-semana foi iniciado ao final da tarde com rumo a Mafra, onde queríamos ir pernoitar. O caminho escolhido foi a A8, que rapidamente nos levou até ao restaurante “Trás d’ Orelha”, onde ao jantar degustámos, Arroz de Lebre.
Situado junto da rotunda à saída sul da autoestrada a caminho de Torres Vedras, o restaurante Trás d’ Orelha fica localizado na Rua da Paz, nº9, em Catefica, a 5 minutos desta cidade. Este belíssimo restaurante é já bem nosso conhecido, sendo sempre escolhido quando passamos à hora de almoço ou jantar, naquela região. Classificado como um restaurante de referência na zona Oeste, é também já reconhecido em todo o país e até além-fronteiras. 

A chegada a Mafra depois do jantar levou-nos diretamente para a zona de pernoita, num parque lateral ao imponente Palácio de Mafra, destinado a autocaravanas, situado do seu lado direito. A noite decorreu muito tranquila, sendo um prazer indescritível poder observar ao deitar e ao acordar, este belíssimo monumento.
No dia seguinte e após um almoço de Bife com Pimenta (quanto a mim superior ao da Portugália), degustado numa cervejaria situada em frente do palácio, seguimos para a entrada do convento, a fim de serem comprados os ingressos, para que fosse iniciada a visita. Como ainda tínhamos um quarto de hora, antes da hora marcada para o início da visita, aproveitámos para fazer a visita à Basílica, em primeiro lugar.


A Basílica do Palácio Nacional de Mafra ergue-se no centro da fachada do conjunto, delimitada por duas altas torres sineiras, de linhas sinuosas. O seu acesso é feito por uma ampla escadaria e diversas rampas.
A fachada do templo dispõe-se em dois majestosos andares, coroados por um frontão triangular. Para cada um dos lados da igreja estendem-se os corpos retangulares do palácio, pintados de amarelo claro, terminando nos ângulos por dois torreões, inspirados na antiga Casa da Índia do Terreiro do Paço lisboeta, destruída no terramoto de 1755.

O interior da igreja é dividido em três naves e seis capelas laterais comunicantes. Harmoniosamente decorada, nela pode observar-se um jogo colorido de mármores italianos e portugueses, em conjunto com a pedra do monumento, a pedra lioz.
A igreja já muitas vezes visitada por nós é bem iluminada. No entanto é de destacar a enorme cúpula que se ergue no cruzeiro do transepto. Também a capela-mor e as colaterais são bastante iluminadas, realçando o encanto dos seus mármores.


De grandes dimensões, o altar-mor apresenta uma tela pintada, encimada por um Cristo crucificado. Olhando para trás, lá em cima, no topo da entrada situa-se a Galeria Real, o local situado dentro do palácio, onde a família real assistia ao ofício divino e onde se situam as três janelas da Sala da Bênção.







No total a basílica possui 11 capelas com 450 esculturas em mármore, 45 tribunas e é servida por 18 portas. Outrora as missas eram acompanhadas por canto gregoriano e segundo reza a história, D. João V apreciador desta arte, reunia-se com frequência com os frades, chegando a cantar com eles no coro da Basílica.
Esta possui também um conjunto sonoro de 6 órgãos, únicos no Mundo. Estes 6 majestosos órgãos, foram restaurados há pouco tempo, sendo o restauro distinguido, com o Prémio Europeu para o Património – Europa Nostra.

Basílica de Mafra

Fonte: http://www.guiadacidade.pt/ http://www.rcmafra.com/