Os riscos da Globalização

 
 

As grandes instituições que norteiam as relações entre os homens fundaram-se há centenas ou mesmo milhares de anos. A existência do mercado é uma dessas grandes instituições. Nele se cruzam os interesses de quem procura e quem vende ou troca, satisfazendo os interesses de ambos, se funcionar bem. O mercado é também o ponto de encontro de troca de informações entre o consumidor e o produtor. A este cabe detectar as necessidades do mercado e satisfazer essas necessidades, recebendo em troca a correspondente mais-valia. Simples.

 
O maior erro do marxismo foi decretar o fim do mercado como forma de eliminar a exploração do homem pelo homem, aliás, ignorando outro grande princípio das relações humanas: os homens não são iguais e, como tal, a cooperação nunca se traduzirá em ganhos iguais. A igualdade utópica não acontece no capitalismo como não aconteceu durante os regimes comunistas nem em nenhum outro, no passado. O mito da igualdade entre os homens não passou disso mesmo: um mito.
 

Da mesma forma, não há memória de um mercado sem autoridade. Bem ou mal, justa ou injustamente, os mercados sempre foram regulados por alguém, seja o senhor feudal, o alcaide ou o rei. Também o acesso aos mercados foi sempre limitado. Os interesses locais, regionais ou nacionais sempre se impuseram aos interesses exteriores. A não ser que, por força de acordos ou pela força da espada, os interesses das comunidades fossem subjugados diante de interesses maiores.


A Globalização não pode esquecer os erros do marxismo nem os outros erros que a história registou. As teorias de engenharia social que não respeitem os grandes princípios que fundaram a Humanidade estão irremediavelmente votados ao fracasso. Sejam o marxismo, o neoliberalismo económico ou uma certa visão de Globalização não regulada. Os arautos do marxismo viram o seu sonho ruir em 1989, quando Muro de Berlim lhes caiu estrondosamente em cima, depois de décadas a negar o óbvio: não há sociedade funcional sem mercado e sem livre iniciativa.

Também os fundamentalistas do mercado viram as suas teses reprovadas pela realidade, perante a crise de 1929 nos Estados Unidos ou as experiências ultra-liberais das últimas décadas na América Latina, que culminaram, nomeadamente, com o estrondoso colapso da Argentina, que só muito a custo tem recuperado da falência económica a que o País foi conduzido pelos seguidores de Milton Friedman. Curiosamente, a consolidação das democracias no sul e no centro do continente americano, defendidas – pelo menos aparentemente – pelas administrações norte-americanas trouxe a rejeição quase generalizada das teses neo-liberais que tentaram exportar.

A sobrevivência do capitalismo durante todo o século XX deveu-se à sua capacidade de adaptação aos tempos modernos. Com efeito, o capitalismo do início do século XIX parece uma caricatura face ao capitalismo do final desse mesmo século. A introdução de leis anti-monopolistas e de defesa do consumidor, a par da institucionalização do sindicalismo e do crescente respeito pelos direitos dos trabalhadores, processo liderado pelos países do norte da Europa, vieram dar um rosto humano ao capitalismo e torná-lo atraente aos olhos do mundo.

Pelo contrário, a ausência de democracia matou todas as hipóteses de reforma dos países comunistas. O colapso da União Soviética e dos países satélites foi o epílogo natural da ausência de mercado, da livre iniciativa e dos direitos políticos. Contudo, quem leu o fenómeno como a mera vitória do capitalismo sobre o comunismo errou redondamente na análise. Na verdade, não há apenas um capitalismo, mas muitas versões, bem diferentes umas das outras. O capitalismo norte-americano não é seguramente igual ao europeu e nenhum destes é igual ao capitalismo do outrora Império do Meio.

O advento do século XXI e da Globalização trouxe, na minha opinião, algum retrocesso civilizacional por via da chegada ao mercado mundial de um concorrente do terceiro-mundo de dimensão planetária, com uma população que corresponde a 1/5 da população mundial, o dobro da europeia e quatro vezes a dos Estados Unidos da América. A regulação do mercado construída durante mais de um século tem vindo a regredir para se poder ajustar a um concorrente que veio introduzir uma economia de mercado sem democracia. E se há lição que a história nos ensinou é que o pior inimigo da regulação do mercado é a ausência de democracia.

O aparente êxito económico chinês, baseado na ausência de direitos sociais e políticos e na desregulação do mercado, tem vindo a ser apresentado ao mundo como o paradigma do capitalismo do século XXI. E como queremos seguir o “êxito” chinês, com crescimento económico de dois dígitos, como os economistas fazem questão de nos recordar até à exaustão, assistimos à adopção de políticas que visam desmantelar progressivamente o estado social e reintroduzir legislações laborais tidas como obsoletas há dezenas de anos. A chamada flexisegurança, que implica que os trabalhadores tenham de trabalhar mais de 60 horas semanais nalgumas épocas do ano, é um dos exotismos da Globalização que o tempo se encarregará de demonstrar ser um erro. Embora não seja uma linha recta, a história não volta para trás.

A ideia é tanto mais abstrusa quando os mesmos governos que defendem a flexisegurança são os mesmos que se dizem preocupados com a baixa natalidade. Ora, não há família que resista a horários de trabalho semanais de 60 ou mais horas. No limite, a partir de agora, ou as pessoas têm emprego ou têm filhos. E como não podem prescindir do emprego, terão de prescindir dos filhos, que passarão a ser um luxo dos ricos ou um vício dos indigentes sem emprego. As consequências a prazo destas políticas de discutível alcance conjuntural serão um País de velhos, com reformas cada vez mais miseráveis. Basta utilizar as fórmulas da Segurança Social do inenarrável ministro Vieira da Silva para perceber, já hoje, que estamos (quase) todos a caminho de uma deprimente indigência na velhice.

Voltemos à Globalização e aos mercados. Como referi anteriormente, o acesso aos mercados sempre foi condicionado por ser vital para a sobrevivência das comunidades. Na minha opinião, continua a sê-lo. A economia de proximidade continua a ser vital em caso de guerra, epidemia, crise energética ou logística. A ideia de que nada disto irá ocorrer no futuro é um erro que terá inevitavelmente consequências catastróficas no futuro. A questão não é se estas crises irão acontecer, mas quando irão acontecer.

Recordo que há poucos meses, Portugal esteve à beira da paralisação total e da rotura alimentar, após alguns dias de paralisação dos transportes rodoviários. Pergunto: o que aconteceria se a paralisação durasse mais uma semana? Sem combustíveis para se deslocarem e sem alimentos nos supermercados para se abastecerem, as pessoas teriam vivido uma situação de pânico generalizado. Escapámos por pouco, mas como tudo se resolveu a tempo, mesmo por um triz, não aprendemos a lição e nada faremos para precaver este tipo de situações.

Um mercado globalizado pode implicar que um País abdique por completo de determinadas produções, mesmo agrícolas. Em Portugal, por exemplo, os governos têm defendido a ideia de que a produção de cereais é inviável, uma vez que outros países têm níveis de produção por hectare que são o dobro ou o triplo. Contudo, pergunto: o que comeremos nós em caso de crise internacional, se ficamos completamente dependentes do exterior? No meu ponto de vista, nenhum País deve prescindir de uma produção agrícola mínima de segurança, que permita às populações sobreviver durante alguns meses, em caso de crise, ainda que a produtividade dos solos ou as técnicas de cultivo não permitam produtividades que tornem as culturas competitivas num mundo globalizado.

Do mesmo modo, considero extremamente perigoso a inexistência de limitações aos fluxos financeiros internacionais. O caminho não é fácil, sem a criação de um regulador global para regular o mercado global. Os riscos deste modelo de Globalização estão à vista, não só com a crise do subprime nos Estados unidos da América, mas também com a actual instabilidade dos mercados petrolíferos. A elevada transferência de fundos financeiros de uma zona para outra do mundo, de uma área accionista para outra ou de uma matéria-prima para outra, sobretudo, se for efectuada num curto espaço de tempo, pode arruinar empresas, países ou uma zona do globo, de um dia para o outro.

Os especialistas têm avisado que a economia norte-americana está fortemente dependente dos fluxos financeiros chineses, que têm financiado, até agora, o seu monumental défice externo. O que acontecerá se ocorrer uma crise internacional, ninguém se atreve a prever e poucos ousam mesmo admitir este cenário. Ora, o bem-estar e os empregos de biliões de pessoas não podem estar dependentes dos humores ou da ganância dos especuladores internacionais.

Por outro lado, a exemplo das leis anti-monopolistas criadas no século XX para regular os mercados, considero que também a expansão sem limite dos grandes grupos económicos é contrária ao interesse dos mercados e dos consumidores. A existência de um número restrito de empresas dominantes numa determinada área de mercado, muitas vezes utilizando regras e tarifários idênticos, tem de ser combatida energicamente. No fundo, esta pseudo-concorrência que traz lucros milionários para gestores e grandes accionistas não passa de versões modernas e subtis de monopolismo, que penalizam fortemente os consumidores. Que interessa a estes haver 4 ou 5 empresas num determinado sector de mercado, se utilizam as mesmas regras e preços idênticos? Neste caso, a opção de escolha do consumidor é uma falsa escolha.

Os avisos estão aí, só não vê quem não quer ver. Os mercados, sejam financeiros ou de mercadorias, têm de ser pensados e regulados na óptica da defesa do consumidor e não no interesse das multinacionais e dos especuladores internacionais. A Globalização está no seu início e só tem dois caminhos: ou se reforma rapidamente para responder ao interesse dos cidadãos ou prossegue deslumbrada com a economia de casino e o paradigma chinês e irá colapsar estrondosamente. A economia mundial só poderá globalizar-se de forma duradoura se criar portas de segurança e mecanismos tampão contra a especulação e as abusivas posições dominantes de mercado. Estivemos (estamos?) a um passo de uma crise mundial de consequências imprevisíveis. Pode não haver uma segunda oportunidade.

Mário Lopes, in Jornal Tinta Fresca (Foi mantida a ortografia original)

Mário Lopes é Proprietário/Editor e Diretor do Jornal Tinta Fresca, do concelho de Alcobaça

Vannes - 12º Dia - Parte III



 
Quando a visita guiada ao centro histórico de Vannes acabou, deixou-se o comboio turístico e caminhou-se pela cidade antiga até à Cathedrale Saint Pierre para a visitarmos.

A Cathedrale Saint Pierre domina toda a cidade antiga. Situada dentro de muralhas numa pequena elevação de terreno, vê-se de qualquer ponto da cidade.

Entra-se na cidade medieval de Vannes pela porta da prisão, que é um dos acessos mais antigos à cidade das muralhas. Durante a idade média denominava-se Porta de Saint-Patern, em honra ao bairro sobre o qual se abre. Esta porta possui ao seu lado direito um torreão que serviu outrora de prisão, sendo por isso que na cidade ela é denominada de “Porta da Prisão”, no entanto o seu nome atual é Porte St-Vincent Ferrier, em honra ao padroeiro da cidade.

A partir desta porta, seguimos pelas belas e estreitas ruas que desembocam em pequenos largos, com casas multicoloridas, com vigamentos em madeira, conservando o seu estado de construção medieval em madeira.

As ruas respiram antiguidade, pois a cidade ainda hoje mantem presentes os principais vestígios da sua história: a muralha, os lavadouros, o mercado e os museus, a catedral e numerosos e floridos jardins.

A Catedral é um magnífico e enorme edifício gótico, que encontramos em pleno coração da antiga Vannes. À sua volta as típicas casas bretãs envolvem a toda a volta a magnífica Catedral.

Na sua fachada principal, o portal gótico possui 12 estátuas dos apóstolos. No seu interior encontramos vários túmulos de bispos de Vannes e de mais dois homens santos. Sepultado no coro está o túmulo San Vicente Ferrer, um santo espanhol de Valência, o padroeiro da cidade, que morreu em Vannes, em 1419.

San Vicente Ferrer, também conhecido como o “Anjo do Apocalipse” (que significa anjo da revelação divina ou profeta escolhido por Deus), foi um frade dominicano que depois de ensinar filosofia e teologia em várias cidades espanholas, partiu de Espanha a fim de pregar a fé cristã. Anos mais tarde, em Avignon (França), caiu gravemente doente a ponto de quase falecer. Foi aí que teve uma visão de Cristo, acompanhado de São Domingos e São Francisco, conferindo-lhe a missão de pregar pelo mundo a verdadeira fé, e repentinamente, recuperou a saúde. Partiu então para essa missão, no meio de uma grande crise espiritual na qual estava imersa a sociedade daquela época. Nas suas pregações segundo reza a história, havia sempre multidões e dizia-se que os pecadores sentiam-se movidos ao arrependimento, as pessoas sedentas de perfeição seguiam-no e as inimizades públicas cessavam.

Ainda no interior da Catedral, na Capela da Santíssima encontra-se também sepultado o Beato Pierre René Rogue, também conhecido por Pierre René Vampira (1758-1796), que podemos observar numa tumba envidraçada sob o altar, vendo-se por isso o seu corpo jacente. Este beato que foi beatificado em 1934 foi um sacerdote que nasceu em Vannes, sendo conhecido por sua forte devoção à religião. Foi condenado à morte e guilhotinado durante a Revolução Francesa, por ter ido às escondidas levar a comunhão a um moribundo, enquanto estava proibido de praticar o sacerdócio, sendo traído por denúncia de um homem, a quem sua mãe havia conseguido trabalho e de quem ainda recebia ajuda financeira.

No final da visita à antiga Vannes, ficámos sentados numa esplanada mais uma vez em frente ao porto, sossegadamente a ver o entardecer, antes de se iniciar a partida de bicicleta até Península Conleau, a caminho do parque de campismo.  

O jantar daquele dia foi no belíssimo Camping du Conleau, seguido de uma caminhada refrescante pela quietude do parque.

Fonte: http://wikitravel.org http://atreve-te-a-viver.blogspot.pt/ http://grandessantos.blogspot.pt/

Água é Vida


A Unesco estabeleceu o presente ano de 2013, como o Ano Internacional de Cooperação pela Água. Alterações atmosféricas como tempestades, períodos de seca, chuva e frio afetam a quantidade de água disponível e afetam os ecossistemas que asseguram a qualidade da água.
 
Sem a água não haveria vida na Terra!
 
Pensando e refletindo a partir desta simples frase, já comemoramos bem o Dia Mundial da Água. No entanto se ela não chegar poderemos lembrar-nos da importância da água doce para os seres humanos:
- Funcionamento e manutenção do corpo humano.

- Irrigação na agricultura (produção de alimentos para os seres humanos) e seu uso também na pecuária.

- Funcionamento dos ecossistemas (fauna e flora), tanto aquáticos quanto terrestres.

- Uso da água na produção industrial (bens materiais, medicamentos, alimentos industrializados, etc.).

- Geração de energia nas centrais hidrelétricas.

- A evaporação da água doce nas principais fontes hídricas (rios, lagos, açudes e represas) é importante na formação de chuvas e na humidade do ar, bem como na preservação contínua do ciclo da água.
 
Fonte: http://www.suapesquisa.com/datascomemorativas/dia_mundial_da_agua.htm

Céu e Inferno

O quarto episódio da série Cosmos, parte do chamado evento Tunguska, um pequeno cometa que teria atingido a Terra no ano de 1908, provocando uma enorme explosão na Sibéria. Este fato serve a Carl Sagan explanar acerca das crateras de impacto, lembrando-se dos relatos dos monges da Catedral de Canterbury, feitos em 1178, quando possivelmente os monges avistaram um choque que teria formado a cratera lunar Giordano Bruno.

Carl Sagan conta-nos que este facto ocorreu num domingo antes da Festa de São João Batista, no verão de 1178, quando os monges da Catedral de Canterbury tinham acabado de completar as suas orações vespertinas e já estavam para se retirar para a noite. O erudito irmão Gervase voltou para a sua cela para ler, enquanto alguns dos outros foram lá para o exterior, para desfrutar do suave ar de junho. No meio da recreação, eles tiveram a possibilidade de testemunhar uma visão surpreendente... Uma violenta explosão na lua!

Vivia-se uma época em que pensava-se que os céus eram imutáveis. A lua, as estrelas, e os planetas eram julgados puros, porque seguiam uma rotina celestial invariável. Esperava-se então que eles se comportassem sem distúrbios inconvenientes, como monges em um mosteiro. Seria sábio discutir tal visão?

Em toda época e cultura há pressões para que os homens se submetam aos conceitos prevalecentes. Mas também há, em cada lugar e época, os que valorizam a verdade e que por isso registam fielmente as evidências. As gerações futuras estão em débito para com estes.

Um incêndio na Lua!... Poderia ser um presságio de má sorte? O cronista do mosteiro deveria ser comunicado? Esse evento seria uma aparição do maligno? Gervase de Canterbury era um historiador, considerado hoje um repórter confiável dos fatos políticos e culturais da sua época.

No seu relato ele escreveu: “Agora há uma nova lua brilhante, e como é usual nesta fase, suas pontas estão inclinadas em direção ao leste; e de repente a ponta superior partiu-se em duas. Do ponto médio desta divisão de tocha flamejante elevou-se, vomitando, a uma distância considerável, fogo, carvões quentes e centelhas. Depois dessas transformações...”,continou Gervase, “... A Lua, de ponta a ponta, ou seja, ao longo de toda a sua extensão, assumiu uma aparência enegrecida”. Gervase tomou depoimentos de 5 monges, todos testemunhos oculares do sucedido.

Mais tarde escreveu-se ainda: “o presente escrito refere-se ao relato de homens que viram isso com seus próprios olhos, e estão prontos para arriscar sua honra em juramento, de que eles não acrescentaram nem inventaram nada”. Gervase pôs o relato por escrito, permitindo que os astrónomos 8 séculos depois tentassem reconstruir o que realmente aconteceu. Pode ser que 200 anos antes os monges tenham visto um facto mais maravilhoso, do aquele que foi relatado nos “Contos de Canterbury” do poeta e escritor Geoffrey Chaucer.

Carl Sagan prossegue depois com a história dos relatos de cometas demonstrando exemplos na tapeçaria de Bayeux, no famoso quadro de Giotto e no grande temor criado após a deteção de cianogénio no rastro do Cometa Halley, quando ele passava próximo à Terra no ano de 1910.

Segue-se então numa viagem até Vénus, com as suas altas temperaturas e o seu superlativo efeito de estufa, desde as especulações de Immanuel Velikovsky até aos recentes dados das sondas Venera.

Em 1908, na Sibéria, uma explosão misteriosa abalou a paisagem, projetando árvores a milhares de quilómetros de distância e produzindo um som que se ouviu em todo o mundo. Teria uma nave espacial extraterrestre, sofrido um acidente nuclear?

Carl Sagan examina os testemunhos da ocorrência e conclui que a Terra foi atingida por um pequeno cometa. Um modelo do sistema solar demonstra a possibilidade de outros planetas terem sofrido impactos semelhantes. Tal como Immanuel Velikovsky proclamava, teria o planeta Vénus sido já um cometa gigante? O Dr. Sagan conclui que não, que as provas não confirmam a afirmação.

Embarcamos no final, numa viagem descendente através da atmosfera infernal de Vénus, a fim de explorar a sua superfície abrasiva e o seu destruidor efeito de estufa. O destino de Vénus pode ser uma história de alerta para o nosso planeta, devido ao efeito de estufa, pelo que Carl Sagan lança um aviso sensato para que sejam tomadas medidas de proteção ao frágil planeta azul, a Terra.

Nesse alerta, fala-nos da indiscriminada destruição da vegetação com queimadas que deixam a superfície da Terra mais brilhante, refletindo a luz do Sol de volta para o espaço, arrefecendo progressivamente o planeta. As florestas e os campos de cultivo estão assim a ser destruídos inutilmente por muitos humanos negligentes, que desleixadamente vão destruindo a beleza da nossa flora, absolutamente ignorantes sobre as possíveis catástrofes e modificações climáticas que as queimadas de hoje poderão causar no futuro próximo, estragando irreversivelmente o nosso planeta.



Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Jto-uEVDSxw

Dia Mundial da Árvore



O Dia Mundial da Árvore tem como principal objetivo sensibilizar-nos a todos para a importância da preservação das árvores, quer em termos ambientais, quer da nossa própria qualidade de vida.

Neste dia decorrem várias ações de arborização, em diversos locais do mundo, junte-se a elas, plante uma árvore.

Mas no dia 21 de março também se comemora o Dia Mundial da Poesia e por isso aqui deixo este belo poema, para ser lido e sublimado.

 

Velhas Árvores

Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...

O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.

Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:

Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!

Olavo Bilac, in "Poesias"

Vannes - 13º Dia - Parte II


 
A chegada à vila medieval de Vannes foi feita pelo lado sul do porto. Vindos da Península Conleau e passando junto do caminho-de-ferro e passado um grande estacionamento, entrámos do lado esquerdo do porto. Ali já junto do porto e contornando a doca do lado oeste, tem-se de imediato a noção da grande amplitude do mesmo.

Como Vannes fica situada na zona mais recuada do Golfo de Morbihan, o porto entra pela terra a dentro, mais parecendo uma marina protegida do que propriamente uma porta para o mar.

Junto do porto, fora das muralhas da cidade medieval de Vannes, existem vários cafés com as portas e esplanadas viradas para o belo e tranquilo porto e foi para lá que nos dirigimos, uma vez que estávamos muito cansados da viagem desde a Península Conleau.

Na esplanada muito animada e cheia de turistas, foi pedido o lanche e como não podia deixar de ser, foi pedida a empada real, uma especialidade da cidade, cujo nome tradicional é La Galette du roi, acompanhada de café com leite, embora a cidra seja o acompanhamento mais tradicional na cidade.

Na esplanada é o porto que sobressai e é para ele que se dirigem invariavelmente as atenções. O porto é magnífico, formando uma doca interior em U, comprida e retangular, confinada entre dois cais em pedra a todo o comprimento da doca. Estes cais que outrora deviam ter servido para neles encostarem as embarcações, não são hoje usados, existindo na água, dois passadiços paralelos, como nas marinas, em madeira e pedra, onde estão as amarras dos barcos de recreio, que ali são em maior número.

Depois do descanso merecido e do bom lanche degustado, seguimos para o comboio turístico para uma visita guiada pela cidade antiga, para melhor a ficarmos a conhecer.

Vannes é um daqueles lugares que se visita com muito agrado. É uma cidade que respira história por todos os poros, e o seu centro histórico encerra uma agradável surpresa a cada esquina, seja pelas margens dos seus rios, seja pelos bonitos e emblemáticos monumentos, seja ainda pelas ruas medievas, empedradas e estreitas, que nos levam a olhar impressionados para as suas casas de típica e magnífica arquitetura. Nas ruas veem-se muitas lojas com produtos da região, como queijos, garrafas de cidra, galettes du roi e bolos, bem como pequenos cafés, boutiques e crêperies.

Além de tudo isto há a destacar a visita às Remparts de Vannes, as muralhas da cidade antiga, que podem ser acedidas apenas pelo portão principal situado em frente do porto. Este é também o portão principal de Vannes, a Porte St-Vincent Ferrier, em homenagem ao monge espanhol que morreu na cidade em 1419 e que se tornou seu padroeiro, encontrando-se sepultado na Catedral de Saint-Pierre.

Fora das muralhas da cidade, a leste do Château de l'Hermine, que já foi a casa do duque da Bretanha, mas que agora é um museu, vemos os seus belos jardins públicos. Estes jardins ladeados por um fosso medieval de cada lado são muito bonitos e de magnífico desenho paisagístico, que por si só valem a visita ao lugar.

Na Place Maurice Marchais, encontra-se o edifício do Hotel de Ville, a Câmara Municipal de Vannes, construído entre 1880 e 1886.


Fonte: http://www.matthewsfrance.co.uk/ http://es.wikipedia.org/ http://famvin.org/ http://fr.topic-topos.com/

Início da Primavera / Dia da Agricultura


Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a mãe Terra,
Que nos sustenta e governa
E produz frutos diversos
E coloridas flores e ervas.

Bem-aventurados os que as sustentam em paz,
Que por Ti, Altíssimo, serão coroados.

S. Francisco de Assis


A 20 de março comemora-se o Dia da Agricultura. A maioria das pessoas desconhece tal facto, mas no dia dedicado à exploração da terra celebra-se também o início da Primavera.
A agricultura é uma atividade com mais de 10 mil anos e quase todos os povos da antiguidade tinham uma divindade que lhe era associada. O deus celta da agricultura chamava-se Sucellus. Já para os gregos a agricultura estava ligada à deusa Deméter, enquanto para os romanos era Ceres, a deusa da fertilidade da terra, que estava associada à agricultura.
De facto, a agricultura foi, em especial no nosso país e durante muitos anos, um setor esquecido e menosprezado, embora a sua importância na economia seja incontestável.
Como a agricultura no nosso país vai de mal a pior, aqui deixo uma agricultura que no mesmo, parece que “vai de vento em poupa”!...

Fonte/Ler mais em: http://eco-gest.blogspot.pt/2012/03/dia-da-agricultura.html http://biblosredondo.blogspot.pt/

Vannes - 13º Dia - Parte I


 
Deixamos Carnac já ao final da tarde e rumámos a Vannes onde queríamos ir pernoitar e onde já tínhamos passado de raspão para irmos até Carnac.
Já chegámos a Vannes tarde, e como o GPS não detetava qualquer AS perto da cidade, resolvemos ir para o parque de campismo municipal, o Camping du Conleau, que se encontra bastante afastado da cidade.
Lá chegados encontrámos a receção e as cancelas fechadas, mas por sorte, um francês acampado no parque, que no seu dizer tinha muitos amigos portugueses, abriu-nos a cancela para entrarmos. Há entrada o parque possuía uma AS para autocaravanas, mas estava lotado, pelo que fomos para o interior do parque.
O Camping du Conleau fica situado na periferia da Península Conleau, de onde tirou o seu nome. Esta península foi uma ilha no passado, e está agora permanentemente ligada ao continente por uma ponte lhe confere um charme especial. Hoje é um lugar tranquilo, com algumas casas cafés e esplanadas e uma enorme mata de pinheiros, que alberga um circuito de manutenção e pista de ciclistas, sendo um prazer pedalar por ela.
O parque é um lugar também muito tranquilo, ótimo para descansar e relaxar, com a água do golfo ali bem perto, possuindo uma enorme piscina de água do mar a céu aberto.
No dia seguinte fazia bom tempo e resolvemos ir de bicicleta até Vannes. Foi pedalar até mais não, uma vez que a estrada era sempre a subir e contornava toda a baía.
No coração do Golgo Morbihan, no sul da Bretanha, Vannes é uma cidade muito antiga, com mais de 2000 anos, que está localizada na foz de dois rios, o Marle e Vincin. É uma cidade ligada ao mar por uma baía bastante bem protegida.
O seu nome provém da palavra “Veneti”, um povo marítimo celta, que vivia na parte sul-ocidental da Armórica (are mori - "à beira-mar"), na antiga Gália, antes das invasões romanas. Os veneti foram derrotados pela frota de Júlio César em 56 a.C. em frente da pequena aldeia piscatória de Locmariaquer, que ainda hoje existe; todos os veneti foram mortos ou levados e vendidos como escravos. Os romanos vencedores estabeleceram-se em “Darioritum” (o nome romanizado da cidade gaulesa de Vannes) num local anteriormente pertencente aos Veneti.
Durante a primeira metade do séc. VI, Benetis (antigo nome de Vannes) pertenceu ao condado de Waroch um conde galo-franco e primeiro senhor da região, que era segundo reza a história, um homem bom e justo.
De acordo com uma lenda, um monge eremita chamado Gweltas (Saint Gildas), que tinha fugido da Grã-Bretanha e que vivia por aquelas terras, veio visitar Waroch para lhe pedir um pedaço de terra perto da costa para se deter em oração. Waroch, que era um homem justo e temente a Deus e que reverenciava os seus ministros, quando estes eram fiéis às suas promessas, ou seja, quando se mostravam piedosos, humildes e defensores dos pobres, ofereceu-lhe uma casa e campos na Península de Rhuys, onde Saint Gildas fundou uma abadia.
Saint Gildas (c. 500-570) veio a ser no séc. VI, uma das figuras melhor documentadas da igreja cristã nas ilhas britânicas durante este período. Gildas viveu grandes experiências na sua vida que lhe proporcionou viajar, casar e, até, viver como eremita. Essas experiências tornaram-no um homem com uma capacidade de observação e reflexão profundas. Os seus conhecimentos e ensinamentos, bem como o seu estilo literário, valeram-lhe a designação de Gildas Sapiens (Gildas, o Sábio).
É conhecido em especial pela sua obra De Excidio et Conquestu Britanniae”, que contém narrativas da história pós-romana da Bretanha, que é a única fonte substancial para a história deste período. Neste seu livro, Gildas faz uma reconstituição histórica da sociedade de sua época. Mostrando-se extremamente duro com os homens de sua época, aponta erros e injustiças gritantes. Obviamente, os seus textos desagradaram a muitos, e muitas também foram as críticas que receberam. Com sabedoria, Gildas enfrentou a todos, pois, seu mais profundo desejo era o da conversão do homem.
As suas obras tentam também criar a monástica ideal. Fragmentos de cartas que ele escreveu, revelam que compôs uma Regra para a vida monástica que foi um pouco menos austera do que a Regra escrita por seu contemporâneo, Saint David, que define adequadas penitências por sua violação.
Fonte : http://www.vannes-camping.com/ http://en.wikipedia.org/ http://www.tourisme-vannes.com/ http://amaivos.uol.com.br/

Filhos... Melhor não tê-los?


Ter filhos é algo que assusta ou fascina os novos pais? A psicóloga Rosely Sayão e consultora em educação, faz uma análise dos valores contemporâneos para falar sobre o modelo e o papel da família hoje. E amplia o tema, tirando-o de dentro das quatro paredes de casa para discuti-lo entre os muros da escola.
 
 
Em tempos de consumismo, para muitas famílias ter filhos transformou-se em ato de consumo. A educação das crianças tem sido terceirizada a amas, escolas, avós, profissionais das mais variadas áreas, professores particulares e de cursos específicos, entre outros.

Vamos refletir a respeito das relações familiares no mundo contemporâneo e em especial das relações da família com a escola, responsável pela educação formal dos mais novos.
 



Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=dhx_lvKhjyg