Vannes - 13º Dia - Parte I


 
Deixamos Carnac já ao final da tarde e rumámos a Vannes onde queríamos ir pernoitar e onde já tínhamos passado de raspão para irmos até Carnac.
Já chegámos a Vannes tarde, e como o GPS não detetava qualquer AS perto da cidade, resolvemos ir para o parque de campismo municipal, o Camping du Conleau, que se encontra bastante afastado da cidade.
Lá chegados encontrámos a receção e as cancelas fechadas, mas por sorte, um francês acampado no parque, que no seu dizer tinha muitos amigos portugueses, abriu-nos a cancela para entrarmos. Há entrada o parque possuía uma AS para autocaravanas, mas estava lotado, pelo que fomos para o interior do parque.
O Camping du Conleau fica situado na periferia da Península Conleau, de onde tirou o seu nome. Esta península foi uma ilha no passado, e está agora permanentemente ligada ao continente por uma ponte lhe confere um charme especial. Hoje é um lugar tranquilo, com algumas casas cafés e esplanadas e uma enorme mata de pinheiros, que alberga um circuito de manutenção e pista de ciclistas, sendo um prazer pedalar por ela.
O parque é um lugar também muito tranquilo, ótimo para descansar e relaxar, com a água do golfo ali bem perto, possuindo uma enorme piscina de água do mar a céu aberto.
No dia seguinte fazia bom tempo e resolvemos ir de bicicleta até Vannes. Foi pedalar até mais não, uma vez que a estrada era sempre a subir e contornava toda a baía.
No coração do Golgo Morbihan, no sul da Bretanha, Vannes é uma cidade muito antiga, com mais de 2000 anos, que está localizada na foz de dois rios, o Marle e Vincin. É uma cidade ligada ao mar por uma baía bastante bem protegida.
O seu nome provém da palavra “Veneti”, um povo marítimo celta, que vivia na parte sul-ocidental da Armórica (are mori - "à beira-mar"), na antiga Gália, antes das invasões romanas. Os veneti foram derrotados pela frota de Júlio César em 56 a.C. em frente da pequena aldeia piscatória de Locmariaquer, que ainda hoje existe; todos os veneti foram mortos ou levados e vendidos como escravos. Os romanos vencedores estabeleceram-se em “Darioritum” (o nome romanizado da cidade gaulesa de Vannes) num local anteriormente pertencente aos Veneti.
Durante a primeira metade do séc. VI, Benetis (antigo nome de Vannes) pertenceu ao condado de Waroch um conde galo-franco e primeiro senhor da região, que era segundo reza a história, um homem bom e justo.
De acordo com uma lenda, um monge eremita chamado Gweltas (Saint Gildas), que tinha fugido da Grã-Bretanha e que vivia por aquelas terras, veio visitar Waroch para lhe pedir um pedaço de terra perto da costa para se deter em oração. Waroch, que era um homem justo e temente a Deus e que reverenciava os seus ministros, quando estes eram fiéis às suas promessas, ou seja, quando se mostravam piedosos, humildes e defensores dos pobres, ofereceu-lhe uma casa e campos na Península de Rhuys, onde Saint Gildas fundou uma abadia.
Saint Gildas (c. 500-570) veio a ser no séc. VI, uma das figuras melhor documentadas da igreja cristã nas ilhas britânicas durante este período. Gildas viveu grandes experiências na sua vida que lhe proporcionou viajar, casar e, até, viver como eremita. Essas experiências tornaram-no um homem com uma capacidade de observação e reflexão profundas. Os seus conhecimentos e ensinamentos, bem como o seu estilo literário, valeram-lhe a designação de Gildas Sapiens (Gildas, o Sábio).
É conhecido em especial pela sua obra De Excidio et Conquestu Britanniae”, que contém narrativas da história pós-romana da Bretanha, que é a única fonte substancial para a história deste período. Neste seu livro, Gildas faz uma reconstituição histórica da sociedade de sua época. Mostrando-se extremamente duro com os homens de sua época, aponta erros e injustiças gritantes. Obviamente, os seus textos desagradaram a muitos, e muitas também foram as críticas que receberam. Com sabedoria, Gildas enfrentou a todos, pois, seu mais profundo desejo era o da conversão do homem.
As suas obras tentam também criar a monástica ideal. Fragmentos de cartas que ele escreveu, revelam que compôs uma Regra para a vida monástica que foi um pouco menos austera do que a Regra escrita por seu contemporâneo, Saint David, que define adequadas penitências por sua violação.
Fonte : http://www.vannes-camping.com/ http://en.wikipedia.org/ http://www.tourisme-vannes.com/ http://amaivos.uol.com.br/

Nenhum comentário: