Angers é a capital
histórica de Anjou e foi durante
séculos um importante reduto no noroeste da França.
É o berço da dinastia Plantageneta e foi durante o reinado de René de Anjou um dos maiores centros
intelectuais da Europa.
Angers está situada a sul
da confluência de três rios, o Mayenne,
o Sarthe, e o Loir, todos vindos do norte, que se juntam para formar o rio Maine, que por sua vez flui para
sul, desaguando no rio Loire.
A área
metropolitana de Angers é um
importante centro económico do oeste da França, e uma cidade particularmente
ativa nos setores industrial, hortícola e turistico.
Angers é um belíssimo
exemplo de convivência, entre um parque urbano moderno, desenvolvido a partir
de um centro marcado pela monumentalidade histórica.
O
antigo nome de Angers, Juliomagus, era composto
por “Julius”, por ser provavelmente dedicada a Júlio César, e “magos”,
uma palavra celta que significa "mercado". As cidades dedicadas a
imperadores romanos eram comuns quer na Gália
Romana (bem como topónimos que mantinham elementos da língua gaulesa, lugar
de onde provinham os povos que viviam em torno da cidade), quer nos territórios
ocupados noutras regiões da Europa.
Depois da visita ao
Château de Angers caminha-se em
direção contrária ao caminho feito na vinda. Desceu-se sempre contornando as
altas muralhas do château de Angers e
já cá em baixo, junto às margens do rio Maine,
caminha-se pelo Quai du Roi de Pologne,
seguindo pela Promenade Jean Turq,
um belo caminho ladeado confinado por pérgulas e rodeado de lindos jardins,
situado na margem direita do rio Maine.
A caminhada é longa
mas prazerosa levando-nos até ao Quai
Ligny, um antigo caís de atraque. É ali que se para, olhando-se cá de baixo
a bela e elegante Cathédrale
Saint-Maurice d’Ángers. Subindo a comprida e linear escadaria até ao Montée Saint Maurice, depressa se chega
à porta da Catedral.
A Cathédrale Saint-Maurice é como o nome
indica, dedicada a Saint Maurice
(São Maurício) que era o
líder da lendária Legião Tebana no
séc. III, e um dos santos mais amplamente venerados.
De acordo com a
lenda que provem de 443-450 d.C. e contada por Euquério de Lyon, a legião encontrava-se na cidade de Tebas, no Egito,
quando o Imperador Maximiano lhes ordenou que marchassem
para a Gália para ajudar os romanos contra
os rebeldes da Borgonha. A Legião Tebana era comandada durante a
sua marcha por três bravos legionários, Maurício,
Cândido e Exupério, hoje todos venerados como santos. Quando chegaram à
cidade de Agaunum,
hoje Saint-Maurice-en-Valais, na
Suíça, a legião inteira resolveu recusar fazer sacrifícios pelo Imperador, não
atacando os rebeldes, pelo que lhe foi aplicado o Decimatio ("dizimação"),
que era uma das mais severas punições aplicadas no exército romano. Tratava-se
de uma medida excecional, para casos de extrema covardia ou amotinamento. O decimatio
foi aplicado, ou seja, a
morte de um em cada dez de seus homens, sendo o processo repetido até não
restar ninguém.
A Cathédrale Saint-Maurice possui uma
bela arquitetura, que foi sendo realizada ao longo de muitos anos, sendo por
isso numa mistura de estilos românico e gótico.
A frente oeste é impressionante por ser extremamente estreita
e alta. Possui duas torres gémeas que datam do
séc. XV e uma torre central que foi introduzida no séc. XVI. Na base da
torre central estão as esculturas de Saint-Maurice
e seus companheiros, com uma oração pela paz anteriormente.
O portal oeste possui um alto arco em ogiva, todo trabalhado na
arquivolta interior com esculturas dos eleitos e as pessoas de muitas raças e
línguas, tendo nas duas arquivoltas exteriores representados os 24 Anciãos do Apocalipse, todas esculturas
do séc. XII.
No outro portal de meados do séc. XII, o tímpano mostra-nos um
Cristo em Majestade, cercado pelos símbolos dos quatro evangelistas.
Lá dentro a sua grande nave românica, sem corredores laterais,
abre-se para um cruzeiro de transição que nos leva ao coro gótico. O interior é iluminado com vitrais datados entre os séculos XII
e XVI.
O altar-mor é barroco (1758), projetado por Henri Gervais. Seis
colunas monolíticas apoiam o dossel. Diz a lenda que Gervais foi levado até ao altar-mor, enquanto agonizava, para que antes
de morrer pudesse dar as últimas instruções sobre a sua conclusão.
Possui ainda um enorme púlpito
de madeira datado de 1855, que foi projetado por um sacerdote chamado Choyer. As suas esculturas
ilustram o tema da Palavra de Deus,
com Moisés do seu lado esquerdo, e São João a receber a sua revelação à
direita.
Fonte /Ler mais em: http://en.wikipedia.org/Saint_Maurice http://en.wikipedia.org/wiki/Angers
http://fr.wikipedia.org/ http://www.sacreddestinations.com/france/angershttp://www.espacoerrante.blogspot.pt/