De Angers a Saumur - 19º Dia - Parte III





Após a visita à Cathédrale Saint-Maurice, caminha-se para o núcleo medieval da cidade de Angers, que se estende do lado sul da Catedral até às muralhas do Castelo.

Lá de cima e para norte, avista-se o antigo Quai Ligny, um antigo porto, hoje desativado e do outro lado do rio, na margem direita de La Maine, o porto fluvial de Angers.

O núcleo medieval está situado também na zona mais alta do Montée Saint Maurice e é um saltinho da Catedral até ao que resta da velha cidadela.  
Hoje nele, podem ver-se antigas casas em estilo enxaimel, uma técnica de construção que consiste em paredes montadas com hastes de madeira encaixadas entre si em posições horizontais, verticais ou inclinadas, cujos espaços são preenchidos geralmente por pedras ou tijolos. Estas belas casas e outras mais antigas, construídas em pedra podem ser encontradas num autêntico labirinto de ruas e becos que nos levam a uma permanente descoberta do passado da cidadela.

A parte mais alta deste pedaço de Angers gravita à volta da antiga L’Abbatiale Toussaint (Abadia dos Santos), do séc. XIII, construída pela Ordem de Santo Agostinho e restaurada em 1984. A igreja da antiga Abadia que esteve em ruínas durante muitos anos, está hoje com o teto coberto com um telhado em vidro de ousada arquitetura contemporânea e acolhe a obra de um escultor de Angers, Pierre-Jean David, do séc. XIX, mais conhecido por David d'Angers (1788-1856).

Nos edifícios da antiga Abadia ainda estão sediadas duas comunidades religiosas, de frades e freiras, designadas por: Frères Communauté Saint-Maurice e Communauté Filles Charité du Sacré Coeur.
Do outro lado do rio estende-se o bairro La Doutre, que também faz parte da zona antiga da cidade. O seu nome refere-se à sua posição geográfica, uma vez que este bairro está localizado na margem direita do rio Maine. No séc. XIX, era a morada de uma grande parte da burguesia da cidade.

Fecha-se a visita a Angers e parte-se a caminho Saumur, percorrendo a estrada sempre pela margem e com o rio Loire à vista, fazendo a programada incursão no mundo dos Trogloditas. A prodigalidade da Natureza no Vale do Loire permite facilmente compreender que nestas paragens, ser troglodita terá sido muito mais uma opção do que uma condição.

A estrada segue sempre paralela à corrente do rio Loire. Neste caminho aninhado entre as margens do Loire, a vegetação é de um verde estonteante e para-se várias vezes, não só porque a paisagem obriga a uma melhor contemplação, mas também porque as casas trogloditas nos apareciam inesperadamente no caminho, aguçando cada vez mais a nossa curiosidade.

Muitas destas cavernas, serviam como residência à pouco mais de 20 anos, mas hoje, em menos de uma geração, o retorno acontece, com novos membros, descendentes das mesmas famílias de trogloditas, que agora exploram turisticamente a peculiaridade destes lugares, como restaurantes e bares muito concorridos.

É num destes restaurantes que se encontram na estrada que paramos, para fazer um “lanche” ajantarado de escargots, antes de iniciarmos a etapa até Saumur, onde já se chega ao cair da noite.
 
 
Fonte: http://pt.wikipédia.org/ ; https.//maps.google.pt/ ; http://espacoerrante.blogsopt.pt/  

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